Continuando a releitura da história de Jacó que comecei há alguns meses, gostaria que nós prestássemos atenção em alguém que sempre é lembrando pela lambança que fez.
Não tem como falar de Esaú sem lembrar de sua malograda decisão de vender o seu direito de primogenitura. A própria Bíblia o apresenta como exemplo a não ser seguido por causa disso. Ela diz que Esaú “desprezou” a bênção que lhe estava reservada.
Você pode ver os outros artigos a respeito em:
- 3 Mentiras Sobre Jacó Que Sempre nos Contaram (https://www.ichtus.com.br/dev/2016/02/04/3-mentiras-sobre-jaco-que-sempre-nos-contaram/)
- Resgatando a Personalidade de Jacó (https://www.ichtus.com.br/dev/2016/02/12/resgatando-a-personalidade-de-jaco/)
- Desprezando a Bênção de Deus (https://www.ichtus.com.br/dev/2016/02/25/desprezando-a-bencao-de-deus/)
Mas também com Esaú as pessoas se concentram em seus erros e perdem de vista as coisas boas que podem ter acontecido. A vida toda eu tive de Esaú uma má visão, achava que ele tinha amargado o resto da vida as consequências dos seus erros e de suas atitudes.
No entanto, ao pensar sobre as promessas de Deus para Abraão de que ele teria uma descendência grande e abençoada, não pude deixar de pensar que Esaú fazia parte dela. Ele perdeu a herança e o privilégio do Messias vir da sua linhagem, mas era filho do descendente de Abraão.
Quando percebi isso, lembrei que, quando Jacó volta para a terra de Canaã, para a casa de seu pai, 20 anos depois de sair para buscar uma esposa, ele temia que seu irmão ainda guardasse rancor. Para tentar apaziguá-lo, Jacó envia parte de seu gado e de seus pertences como presente para Esaú. Quando Esaú chega onde Jacó estava, ele abraça Jacó e eles choram.
Em seguida Esaú pergunta o que eram todas aquelas coisas que ele tinha visto pelo caminho e Jacó responde sem reserva que era para ser bem recebido por ele. Então Esaú dá uma resposta maravilhosa:
“Eu tenho muito! Guarde para você o que é seu.”
Naqueles tempos, o primogênito recebia uma porção dobrada da herança da família, mas naquele episódio Isaque ainda era vivo, portanto a herança ainda não havia sido dividida. De onde Esaú conseguiu tanto e como abandonou o ódio ao irmão para recebê-lo tão bem?
A chave para compreender isso está em Gênesis 27:40, quando em prantos pede ao pai uma bênção, já que o irmão havia recebido a que lhe era destinada. Isaque prediz que a sua vida será de dificuldade e sofrimento e que ele estava destinado a ser inferior ao irmão.
A menos que ele mudasse as atitudes para com a vida.
O versículo 40 da tradução “Almeida Corrigida e Revisada Fiel” é uma das poucas em português que traduz este versículo da mesma maneira que a maioria das versões em inglês: “quando te assenhoreares”. Traduzindo para o linguajar mais cotidiano: quando você se tornar senhor de si mesmo, quando você aprender a controlar seus sentimentos e instintos, quando você tiver domínio próprio.
O que Isaque estava dizendo para Esaú é que enquanto ele não tivesse domínio de si e vivesse tomando decisões irresponsáveis baseadas em sentimentos momentâneos e passageiros, ele teria uma vida difícil e se sentiria inferior ao irmão. Mas quando ele crescesse emocionalmente e tomasse as rédeas da vida chegaria o dia em que este jugo de desigualdade e inferioridade lhe seria tirado.
A Bíblia registra, em Gênesis 28:6-9, que esta mudança começou em Esaú logo depois que ele viu Jacó sair em viagem para buscar esposa. Ele reconheceu a obediência de Jacó e o fato de que suas esposas não satisfaziam o que seus pais consideravam como importante. Sua primeira ação, foi buscar uma esposa entre seus parentes, de maneira que pudesse trazer alguma harmonia entre a sua casa e a de seus pais.
A julgar pelas palavras de Esaú no encontro com seu irmão 20 anos depois, podemos chegar à conclusão de que ele “tornou-se senhor de si mesmo” a tempo de experimentar a liberdade e a prosperidade prometida à descendência de Abraão.
Podemos tirar uma lição importante da vida de Esaú e da sua resposta à profecia de seu pai. Apesar de alguns de nós nos identificarmos com o estilo de vida impetuoso, agitado e aventureiro de Esaú, em relação às coisas importantes da vida, à Palavra e às promessas de Deus, devemos exercitar o auto-domínio.
Nas palavras do apóstolo Paulo, devemos evidenciar o fruto do Espírito chamado domínio próprio. Das sementes desse fruto brotarão liberdade e prosperidade.
“Senhor, rendo-me ao teu Espírito Santo para que em minha vida se manifeste o fruto do domínio próprio e eu seja conhecido como alguém que te obedece sempre e experimenta a sua bênção abundantemente.”
Crédito da foto: Esau and Jacob reconcile (1844) – Francesco Hayez – The Yorck Project: 10.000 Meisterwerke der Malerei. DVD-ROM, 2002. ISBN 3936122202. Distributed by DIRECTMEDIA Publishing GmbH.
Vinicius:
Há um pouco de Esaú em cada pessoa: precipitação, falta de autocontrole, que implica controle por outra pessoa ou coisa. No entanto, o relato da experiência de Esaú mostra que é possível melhorar, embora o futuro não seja muito favorável. Para isso há necessidade de investimento, persistência e, claro, da ajuda do Pai.
Não há como não se maravilhar com essa reflexão. Muitos ensinamentos. Deus lhe abençoe!
Foi benção esta mensagem, e ainda pude voltar nas outras 3 e juntar tudo para ser mais abençoada.
Deus continue a capacitá-lo para nos ensinar.
Kátia
Amémmmmmmmmmm! Glória a Deus pelas mensagens tão edificantes que nos alertam e nos trazem refrigério toda vez que as lemos. Deus os abençoe sempre.
Muito bom o texto. Realmente às vezes somos imediatistas e julgamos por aquele momento…….. Mas enquanto há vida há esperança e no conserto com Deus somos restaurados à sua comunhão… Vemos em Deuteronômio capítulo 2:4-5 e 9 como Deus, mais de 400 anos depois cuida da descendência de Esaú e também da descendência de Ló, um descendente e outro parente de Abraão, ao não permitir que o povo conduzido por Moisés para adentrar Canaã, tocasse em nada do que era deles…….
Foi uma autêntica benção a leitura deste belo artigo. Obrigado…