Vinicios Torres

Ateísmo Prático

“E por que me chamais: Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu vos digo?” (Lucas 6:46)

Vivemos muitas vezes de maneira incoerente. Dizemos uma coisa e fazemos outra. Aparentamos a imagem que achamos que será melhor para sermos aceitos pela sociedade e, interiormente, estamos lutando para manter a sanidade mental. Sim, manter a sanidade, pois ter dupla personalidade é sintoma de problemas mentais.

Somos cristãos, mas vivemos como se não fôssemos, pois a maneira como nos portamos revela a verdade:

  • Dizemos que confiamos em Deus, mas ao enfrentar um problema lutamos com todas as nossas forças primeiro e, depois de não conseguir resolver, sucumbimos: vamos orar para que Deus nos livre;

  • Dizemos que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas quando nos relacionamos com os outros, trabalhamos, vivemos em família, não praticamos aquilo que lemos e ouvimos;

  • Dizemos que amamos a Deus, mas insistimos em criticar, rejeitar e separar as pessoas, quando a Palavra diz que não podemos amar a quem não vemos sem amar aos que estão ao redor de nós;

  • Dizemos que desejamos seu reino e a sua vinda, mas não nos posicionamos seriamente a respeito do pecado, não nos envolvemos na proclamação da evangelho e não fazemos diferença na sociedade onde estamos inseridos.

Somos cristãos teóricos, que gostam de ouvir falar que somos amados, perdoados, protegidos e que seremos salvos do inferno.

Mas somos ateus na prática, pois no dia a dia não trazemos essas realidades para a nossa vida.

Mas não precisa ser assim. Jesus disse que quando ele fosse para o Pai mandaria o Consolador que nos ajudaria e nos lembraria de tudo que ele ensinou. O Espírito Santo habita em nós, os que cremos, e é o poder de Deus disponível para atuar em nós.

Permita que o Espírito Santo aja em você e o ajude a fazer tudo o que Jesus disse. Da nossa própria força não conseguiremos sair deste ateísmo prático, mas apenas quando deixarmos que Cristo viva em nós obedeceremos plenamente a tudo que Ele nos mandar.

“Espírito Santo, dá-me o poder de deixar Cristo viver em mim.“

Vinicios Torres

Conhecendo o “Tempo”

“Quem guarda o mandamento não experimenta nenhum mal; e o coração do sábio conhece o tempo e o modo. Porque para todo o propósito há tempo e modo;” (Eclesiastes 8:5,6a)

Você conhece o tempo que está vivendo?

A nossa vida é marcada por períodos. Fazemos a divisão temporal por anos, semestres e meses. Esses grandes períodos determinam o foco dos nossos esforços e do nosso trabalho.

Mas, ao meditar nesta passagem, percebi um aspecto interessante. Muitas vezes o “tempo” pode não ser necessariamente o cronológico, medido no relógio e no calendário. Existe o tempo que é a época que estamos vivendo, suas mudanças e implicações para nossa vida. As coisas que acontecem ao nosso redor que, muitas vezes, não estão sob nossa responsabilidade mas cujas consequências nos atingirão.

Viver tão somente focado nas nossas necessidades e interesses, desconectado da compreensão do tempo que vivemos, fará com que não estejamos prontos para viver os efeitos que esse tempo trará. Ou seja, não saberemos o “modo” de viver corretamente o tempo que se apresenta.

Compreender a ênfase do tempo atual, dá ao sábio condições de imaginar os efeitos que serão gerados no futuro. Ao fazer isso ele, então, terá dois principais posicionamentos, ou modos de agir, possíveis:

Preparar-se para este futuro

Caso o sábio compreenda que esse tempo tem um propósito definido conforme a vontade de Deus e bênção para o seu povo, ele então se prepara para este futuro. É o caso de José, que ao interpretar o sonho do Faraó e entender o tempo de fome como inevitável, propôs ao Faraó um plano que garantiu a vida e a prosperidade apesar dos maus tempos.

Intervir na situação atual para mudar esse futuro

Caso o sábio compreenda que a ênfase desse tempo não trará a bênção de Deus; muitas vezes, em vez disso trará a tribulação e sofrimento, então ele poderá ir para a presença de Deus para conseguir instrução sobre o que fazer. Muitas vezes a direção de Deus será de lutar para mudar a situação e reverter a condenação. Outras vezes Deus orientará para mudar e evitar as consequências que advirão.

Penso em dois exemplos: primeiro, o de Daniel, que ao meditar sobre as profecias de Jeremias, entendeu que o tempo do cativeiro estava chegando ao fim e orou para que Deus perdoasse o povo e restabelecesse a nação de Israel. Ele entendeu seu “tempo” e orou para que Deus não deixasse o seu povo no cativeiro mais do que o necessário. Segundo, o do apóstolo Paulo que em várias ocasiões, fugiu ou mudou de cidade para continuar pregando o evangelho. Ele discerniu o tempo e entendeu o modo que deveria aplicar.

Nosso mundo está passando um “tempo” que por muitos é considerado agitado mais do que o normal. Eu, na verdade, compreendo que estamos vivendo as consequências de tempos anteriores, com mudanças culturais e sociais que ignoraram Deus e sua Palavra, e que agora estão dando seus frutos. Amargos frutos.

Temos a oportunidade de discernir esses tempos e buscar em Deus a sabedoria para aplicar o melhor modo de viver neles.

“Senhor, Tu prometeste sabedoria aos que pedirem, portanto Deus dá-nos Tua sabedoria para aplicarmos Tua vontade nesses tempos que vivemos.“

Vinicios Torres

Feliz Natal ou Boas Festas?

Quero lhe desejar um Feliz Natal!

Eu sei que nos últimos anos apareceram na igreja muitos movimentos que tentam redefinir nossas crenças e valores e, alguns às vezes bem intencionados, com a ideia de que deveríamos ser diferentes do mundo, propõe, de maneira equivocada, uma não participação nas “festas pagãs e mundanas”.

O natal tem sido a data que mais tem sido atacada dessa maneira. De um lado o mundo tomando posse dela e de outro a igreja abrindo mão dela pelos motivos errados.

Não costumamos falar sobre datas em geral na nossa lista, nem simplesmente repassar textos de outros, pois acredito que temos o nosso ministério que é independente de época do ano e que cada um tem o público que interessa para o seu trabalho. Mas ao ler a reflexão do Pr. J.B. Carvalho, de Brasília, sobre o natal este ano, entendi que ela pode ser edificante para a nossa comunidade. Por isso, tomei a liberdade de repassar a você.

Espero que ela ajude a despertar em nós uma atitude de tomar posse de toda e qualquer oportunidade para apontar para nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

P.S.: Leia o texto abaixo primeiro, depois abra o Google e pesquise a palavra Natal na aba imagens e conte quantas vezes aparece alguma imagem que lembre Jesus.

Feliz Natal ou Boas Festas? – J.B. Carvalho

O mundo ocidental tem sido influenciado por muito tempo por aquilo que chamamos de pós-modernismo ou multiculturalismo. Esse “espírito do tempo” tenta sobrepujar dois mil anos de história e relegar os valores tradicionais judaico-cristãos a ignomínia. Qualquer um hoje que ouse se posicionar pelos princípios fundamentais da Bíblia é visto como obtuso, primitivista, intolerante, um ser trevoso e obscuro. O bombardeio tem como argumento principal a ideia de que vivemos em uma sociedade multicultural e multi-religiosa, e que portanto não deveríamos comemorar festas ou celebrações religiosas em um ambiente onde existam outras diferentes crenças.

Em resposta a isso digo que a fé cristã civilizou nosso mundo e que somente em nações de maioria cristã temos a liberdade de adorar o Deus que quisermos. Você pode ser ateu em uma sociedade com maioria cristã, mas não pode ser cristão em um país com maioria de ateus. Você pode ser budista no Brasil com 87% de cristãos católicos e evangélicos, mas em alguns países com maioria budista a conversão é proibida por lei, e em outros novos cristãos sofrem forte pressão para negar sua fé. Você pode ser muçulmano nos países do ocidente com valores cristãos, mas não pode ser cristão no regime da sharia de Estados Muçulmanos. Caso viva em países menos radicais com maioria muçulmana, não poderá expressar sua fé publicamente, nem tentar testemunhar de Jesus para outras pessoas.

O único ambiente onde a liberdade religiosa é, não somente, permitida como esperada é em países com maioria cristã; Liberdade de expressão, direitos das mulheres, valorização da vida e dignidade humana, são fruto de uma consciência que percebe o homem como imagem e semelhança de Deus e portanto, digno de apreço e consideração. Regimes ateus marxistas mataram e torturaram milhares de pessoas no século XX. Sociedades animistas desprezam a imagem de Deus vista no vizinho pela divisão de castas, miséria social profunda, poligamia, desvalorização do individuo e a questão do carma que ao invés de lidar com a injustiça, justifica a injustiça. Tomas Cahill afirmou que a primeira expressão de igualitarismo na historia da literatura vem do livro de Gálatas no Novo Testamento.

“Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gálatas 3.28)

Se pudéssemos remover os valores cristãos da sociedade, tudo a nossa volta iria ruir nos levando de volta ao barbarismo. O verdadeiro cristianismo construiu nações ricas, científicas e poderosas. A obsessão em tirar crucifixos de órgãos públicos, substituir a páscoa cristã por uma versão comercial com ovos e coelhos, ou trocar Jesus pelo bom velhinho é uma péssima ideia.

Particularmente, eu nunca tinha me importado em celebrar o nascimento de Jesus. Por acreditar que Jesus não nascera em dezembro, e porque via no modo em que as pessoas comemoravam seu nascimento influências pagãs primitivas, nunca me senti obrigado de dizer Feliz Natal para ninguém. O sincretismo tinha feito um trabalho muito bem feito em burlar o verdadeiro sentido do Natal, eliminando a centralidade do aniversariante e inserindo novos elementos de divindades pagãs antigas em sua comemoração. Simplesmente o consumismo, lojas, presentes, guirlandas, árvores, ceias, deixou Jesus esquecido no dia que se celebra o seu nascimento. Mas, há exatamente quatro anos, passei o Natal na Flórida (EUA) e fiquei muito impactado em ver o Natal se tornar uma celebração secular. Ao ouvir as pessoas dizerem Happy Holliday em vez de Merry Christmas, pude constatar alguma coisa muito séria. É como se houvesse uma agenda para riscar de debaixo do céu qualquer lembrança da fé cristã na recente história. Naquele ano, visitamos o park temático Magic Kingdon e presenciamos um espetáculo de Natal muito bem elaborado, com cores, luzes, pirotecnias e personagens da Disney World. Eles proclamavam um “espírito da nova estação” e no final daquela impressionante apresentação quem roubou a cena foi Papai Noel. Voltei ao Brasil com a consciência de que se quisermos desmascarar o falso, teríamos que mostrar o verdadeiro para as pessoas. Aproveitar o momento onde o mundo inteiro celebra o nascimento do Filho de Deus com o verdadeiro espírito da mensagem do Salvador é não somente uma oportunidade, mas uma obrigação cristã.

Portanto, desejo a você um FELIZ NATAL!

“O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura. E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.” (Lucas 2.10-14)

Foto: Por Jeff WeeseFlickr: Nativity, CC BY 2.0, Ligação

Vinicios Torres

Indicação – Ideologia de Gênero

Estamos vivendo tempos que têm se mostrado difíceis em algumas áreas da vida. Para os cristãos, tem se tornado particularmente complicado posicionar-se biblicamente em relação a alguns assuntos.

Essa dificuldade, muitas vezes, é aumentada pela falta de conhecimento dos cristãos acerca do assunto e como tratar dele de maneira correta.

A ideologia de gênero, por exemplo, é muito falada e tem sido disseminada, mas mesmo entre aqueles que dizem defendê-la encontramos uma grande maioria que não compreende suas implicações, nem para suas vidas nem para a sociedade.

Gostaria de indicar a você o vídeo do Pr. Luciano Subirá, de Curitiba, que, num curto vídeo, conseguiu explicar como o cristão deve se posicionar em relação a ideologia de gênero.

Espero que este vídeo possa ajudá-lo a se posicionar corretamente sobre esse assunto.

Vinicios Torres

Mudança de Lei

“Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” (Hebreus 7:12)

Temos visto, cada vez mais frequentemente, uma onda de pessoas na igreja defenderem a ideia de que o cristão não deve mais obedecer os mandamentos da Bíblia. Eles alegam que estamos vivendo no “tempo da graça” e não mais no “tempo da lei”. A lei deveria ser obedecida antes de Cristo mas que ele teria abolido a lei.

No entanto, essa passagem de Hebreus (leia o contexto para ter uma compreensão melhor) afirma que o sacerdócio levítico não era mais necessário, pois Cristo se fez sumo-sacerdote e ofereceu o sacrifício perfeito, que foi ele mesmo se entregando na cruz.

Agora o sacerdócio levítico não era mais necessário pois todos os aspectos cerimoniais da lei que apontavam para Cristo foram cumpridos nEle. É a isso que Paulo se referia quando falou que “o fim da lei é Cristo” (Romanos 10:4).

No entanto, o autor de Hebreus diz que como houve uma mudança no tipo de sacerdócio (do levítico para o de Cristo) também houve mudança de lei.

Ou seja, não deixou de ter lei, ela só mudou. Se tem lei então há mandamentos para serem obedecidos.

Se você ler atentamente os evangelhos verá que Jesus falou várias vezes “ouvistes o que foi dito aos antigos”, ou seja, o que era dito na Lei de Moisés. E ele continuava “mas eu porém vos digo”. Em todos essas passagens Jesus transformou uma lei que apontava para aspectos externos ampliando seu alcance para dentro do indivíduo.

Ele aprofundou o alcance do mandamento até onde só seria possível a obediência através de uma transformação interior, ou seja, como Ele mesmo explicou para Nicodemos em João 3, através um novo nascimento.

A obediência à lei de Cristo só é possível para aqueles que renderam suas vidas à Ele para que Ele viva dentro deles e podem dizer como Paulo: “Já não sou eu quem vive mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:20).

Somos salvos por Cristo, que se sacrificou por nós, pela graça mediante a fé.

Não obedecemos a lei de Cristo PARA sermos salvos. Obedecemos PORQUE FOMOS salvos por Ele graciosamente.

“Senhor, ajuda-me a compreender que mesmo no ‘tempo da graça’ devo obedecer tua lei e ter prazer nela.“

Vinicios Torres

Gratidão Contínua

“Sejam agradecidos a Deus em todas as ocasiões” (1 Tessalonicenses 5:17)

Aprendi muito cedo na vida cristã que um dos segredos do crescimento espiritual é a obediência a Deus, conforme seus mandamentos e preceitos expressos em Sua Palavra, a Bíblia. Certas coisas são fáceis de obedecer, particularmente aquelas que são alinhadas ao meu temperamento e ao meu caráter.

Mas existem algumas que, eu confesso, são mais difíceis. Por exemplo, sou um reclamão por natureza e isso sempre foi algo que tive de ficar atento para não extrapolar e acabar azedando relacionamentos ou estragando o ambiente de trabalho. Muito treinamento e exercícios de auto-controle para pensar antes de falar me ajudaram a diminuir os problemas.

Um dos exercícios mais difíceis para mim, mas por incrível que possa parecer, mais eficientes foi obedecer este mandamento de Paulo: Ser grato a Deus em todas as ocasiões, mesmo aquelas que não me parecem boas.

  • Recebi um elogio: obrigado Senhor!
  • Recebi uma crítica do chefe pelo mau desempenho: obrigado Senhor! (Não acredite que foi tão fácil assim)
  • Fui livrado de uma cilada em um mau negócio: obrigado Senhor!
  • Esperava que o negócio prosperasse mas uma mudança na lei quebrou a empresa: obrigado Senhor!

Muitas pessoas não compreendem que o verso que diz para agradecer a Deus em tudo vem logo após: “Alegrai-vos sempre. Orai sem cessar.” É difícil se alegrar e reclamar ao mesmo tempo, são atitudes contraditórias. Você se alegra em Deus, ora a Deus confiando no seu cuidado e agradece a Deus por tudo que recebe. Este pacote completo faz a coisa toda fazer sentido.

Você confia em Deus e crê que Ele está lhe conduzindo pelo melhor, ainda que aos seus olhos as coisas pareçam estranhamente fora de controle.

Você acha que Paulo e Silas (Atos 16:16-40), após libertarem uma jovem do poder demoníaco, imaginavam que por causa disso seriam presos e açoitados? Não é o resultado que se espera por fazer o bem. Mas, em vez de reclamar e perguntar a Deus porquê, a Bíblia diz que eles “oravam e louvavam a Deus” quando um terremoto aconteceu e os levou à próxima etapa da sua aventura.

Se você é filho de Deus e ora a Ele pedindo sua bênção e direção, por que reclama e murmura pela vida que tem? Experimente agradecer a Deus o que tem agora e onde está agora e mantenha a expectativa pelo que Ele fará em seguida.

“Senhor, ajuda-me a manter meus olhos em ti e te agradecer por tudo, mesmo que eu ache que não mereça ou não entenda o que estou passando hoje.“

Vinicios Torres

Insatisfação Midiática

“Sejam agradecidos a Deus em todas as ocasiões” (1 Tessalonicenses 5:17)

Às vezes a gente recebe sabedoria de lugares inusitados. Hoje recebi um e-mail do blogue do Set Godin, guru de marketing americano, que me fez pensar. Traduzi rapidamente para você aqui:

O motor do nosso descontentamento

“Quando a TV foi adotada pela primeira vez, foi um presente mágico. Os shows uniram nossa cultura e os anúncios alimentaram um boom consumidor aparentemente infinito.

Hoje, porém, os comerciantes transformaram a televisão em um instrumento de insatisfação. Os shows alienam a muitos, porque eles trazem um mundo idealizado e caro para as casas de pessoas que cada vez mais não podem pagar. E os anúncios relembram quase todos que suas vidas estão incompletas e infelizes – a menos que comprem o que está sendo oferecido. Pior, as notícias por TV paga são otimizadas para chocar, assustar e dividir as pessoas que a observam.

A mídia social pode amplificar todos esses ciclos descendentes. São 1000 vezes TV.

Daí uma classe média, milhões de pessoas que seriam tão ricas como reis em qualquer outro momento ou lugar, estão angustiadas e desapontadas e se sentem deixadas para trás. Vítimas de um regime de mídia onde elas são o usuário e o produto.

Toda vez que a TV e as mídias sociais consomem um tempo significativo em uma casa, o prazer aumenta e a felicidade diminui.

A solução é simples e difícil.

Podemos desligá-la.

Se não conseguir o que você precisa ou deseja, desligue-a por algumas horas.”

Este método do marketing moderno de te tornar insatisfeito com o que você é e com o que você tem colide frontalmente com o conselho bíblico.

O Novo Testamento fala mais de uma vez sobre a necessidade de aprender a estar satisfeitos com o que temos (1 Timóteo 6:6-8; Hebreus 13:5; Lucas 3:14).

A satisfação não anula o desejo de melhoria, ela equilibra o nosso coração para não cair na ganância. A satisfação ajuda-nos a usufruir plenamente o que temos para hoje enquanto trabalhamos pacientemente pelo melhor no futuro.

O insatisfeito e ganancioso está sempre olhando para o que tem e desprezando por desejar mais.

Quando nos tornamos condicionados por este descontentamento midiático, nada nos satisfará e dará prazer por muito tempo. O único prazer experimentado pelo insatisfeito é da conquista do bem/prazer desejado. Assim que a compra termina, o prazer termina, pois a insatisfação instalada no coração já faz ele começar a desejar outra coisa.

Essa insatisfação midiática não nos deixa reconhecer a provisão de Deus. Estamos sempre pedindo, mas não entendemos o que recebemos. Não nos tornamos gratos pela vida e provisão que Deus nos dá.

Quando eu era criança havia um segmento de evangélicos conhecido pelo extremismo de proibir a TV, pois dizia que ela era instrumento do diabo para nos desviar de Deus.

Começo a achar que eles tinham razão.

“Senhor, ajuda-nos a desligar-nos do que nos afasta de Ti e ensina-nos a estar satisfeitos com o que recebemos da tua mão.“

Vinicios Torres

Oração e Relacionamentos

“Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes.” (João 13:14-17)

Uma das coisas que temos visto acontecer com muita intensidade na igreja de hoje é o uso dos relacionamentos apenas para atingir um determinado fim.

Antigamente (isso é, há uns poucos anos) éramos ensinados que somos servos de Jesus Cristo, o Senhor, e que deveríamos seguir o seu exemplo e servir ao nosso próximo em amor (João 15:12). Jesus disse que seríamos conhecidos como seus discípulos quando o mundo reconhecesse o amor com que nos amássemos uns aos outros (João 13:35).

Atualmente, somos tudo, de reis e príncipes a administradores e líderes, que temos que conquistar as pessoas para nos seguirem e fazerem parte da nossa “turma” (substitua turma pelo nome que você costuma ouvir). As pessoas devem ser convencidas a obedecerem o método que foi implantado na igreja independente de compreenderem o motivo pelo qual fazem o que fazem.

Não sou contra métodos. Ao contrário disso, estudo processos empresariais e sei a otimização e o aumento da eficiência que um método bem definido pode trazer a qualquer organização. O problema é quando o método substitui o relacionamento na igreja.

O método pode ajudar a encher a igreja. Mas o método não cura feridas, não satisfaz a solidão, não consola a tristeza, não muda o caráter. Essas coisas só acontecem com relacionamentos profundos e amorosos, que geralmente levarão bastante tempo para se consolidarem.

Junto com o relacionamento, a oração constante e consistente uns pelos outros trará a cura, o consolo e a mudança desejada diretamente do trono do Altíssimo.

Como tem sido a sua experiência de grupo na sua igreja? Tem sido de relacionamento vivo ou de processo mecânico? Você ora regularmente pelas pessoas com quem se relaciona em seu grupo?