Luis Antonio Luize

A Fé Começa Em Casa – Intimidade

“Tanto o homem como a sua mulher estavam nus, mas não sentiam vergonha.” (Gênesis 2:25)

O casamento tem uma implicação extremamente comprometedora mas necessária para todo ser humano – a intimidade.

Esta fusão de vidas implica uma total intimidade, mas sem constrangimento. Muitos casais podem ficar nus diante um do outro, mas sua “roupa” emocional pode estar completamente fechada, cobrindo toda sua vergonha ou o receio de ser rejeitado pelo cônjuge.

Um casal, para experimentar o que Deus tem para o casamento, precisa estar nu física, emocional, mental e espiritualmente sem se envergonhar.

O exercício da intimidade com lealdade necessita de um amor ativo que não desiste nas dificuldades e nem nas circunstâncias, o que leva à cumplicidade.

Falando em cumplicidade, logo que casamos, Telma e eu, voltávamos do trabalho de ônibus, descendo algumas quadras a pé, passando em frente a uma lanchonete que sempre íamos.

Certo dia, eu passava em frente e tive certeza de que a Telma queria comer cachorro-quente. Parece que a gente conseguia conversar à distância, como até hoje. Pois bem, entrei e comprei logo quatro cachorros-quentes, pois estava com muita fome.

Peguei a sacolinha e desci a rua até a casa da mãe dela, onde ela me esperava para irmos para nossa casa.

Logo que saímos, falei para ela assim:

— Bem, adivinha o que comprei pra gente comer?

Ela responde:

— Ah! Você também comprou cachorro quente? Eu comprei três, um pra mim e dois pra você, pois achei que estava com muita fome. E você?

— Eu comprei quatro porque estava mesmo com muita fome e por garantia dois pra você!

Foi a maior gargalhada. A gente tinha acertado o que cada um desejava, mas exagerado na quantidade.

De qualquer forma, a intimidade havia proporcionado que pudéssemos exercer o amor um ao outro.

Para nos despirmos é preciso não ter medo ou sentimento de rejeição em relação ao nosso cônjuge. Os valores do nosso cônjuge devem ser parecidos com os nossos, as opiniões e preferências conhecidos.

Aprender a amar nosso cônjuge desta maneira é uma dádiva de Deus ao casamento centrado Nele. E, se alguém me ama nesta proporção, sem medida, certamente assumirei uma postura equivalente, e então inicia-se uma espiral crescente de bênção, graça e amor.

A intimidade precisa, portanto, ser exercitada em todas as áreas da nossa vida conjugal.

A intimidade emocional é obtida quando nossos sentimentos e emoções são compartilhados e aceitos pelo nosso cônjuge. Ao sabermos de tudo isto, podemos ferir de morte nosso cônjuge, mas escolhemos depor nossas armas e aceitá-los como são.

A intimidade mental pressupõe que podemos compartilhar raciocínios, ideias e planos. Passamos a entender os pensamentos do outro, o que facilita compreender suas motivações e ações.

A intimidade espiritual é o exercício e prática da fé, seja orando juntos, seja indo juntos à mesma igreja. Fiz o casamento de um casal abençoado e muito ativo na igreja, mas cada um na sua congregação. Acabaram tendo que escolher um local único para estarem, pois não faz sentido se juntar a alguém para viver separado espiritualmente.

Já a intimidade física é algo plenamente entendido e muito colocado em prática. Aliás, hoje em dia o mundo venera exatamente isto, como o livro e filme recente “50 tons de cinza”. Neste, um casal utiliza de muitas formas e situações diferentes visando obter intimidade e prazer, mas sem alcançar aquilo que é planejado por Deus.

Soube que uma senhora de idade fez um comentário nas redes sociais a este respeito, em que disse que os jovens não sabem nada sobre um bom sexo.

Seguramente ela disse isto por ter experimentado a intimidade com seu esposo em todas as áreas da vida, o que torna simplesmente desnecessário qualquer tipo de auxílio para obter prazer.

A harmonia nestas áreas leva à intimidade e ao prazer mútuo, algo que o sexo por si só não consegue resolver.

PARA EXERCITAR COM SEU CÔNJUGE

  • Em quais áreas estamos tendo intimidade e em quais áreas precisamos avançar?
  • O que introduzimos no nosso casamento para suprir a falta de intimidade?

“Pai celestial, que meu relacionamento conjugal seja harmonioso em todas as áreas e que possamos alcançar a intimidade que o Senhor planejou para o casamento. Que eu possa lançar fora tudo que introduzi no casamento para satisfazer a falta de intimidade. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa Em Casa – O Casamento Traz Felicidade

“Seja bendito o teu manancial e alegra-te com a mulher da tua mocidade.” (Provérbios 5:18)

Muitas vezes ouvimos alguém dizer assim:

— Vou me casar no próximo final de semana. Diz o noivo aos amigos.

— Meus pêsames. Dizem seus amigos a ele, devido a uma vida de pseudo-alegria de solteiro que se perde ao casar. É como se a alegria estivesse longe do casamento.

Mas não é isto que vemos durante a narrativa da criação da mulher, nela vemos um Adão alegre. No livro de Gênesis quando Deus apresenta a mulher a Adão, a sua expressão é de profunda alegria, a ponto de dar seu nome a ela. Ele se chamava varão e lhe chamou varoa. Esta alegria vem do fato que ele se sentia só e a mulher foi apresentada a ele como alguém para estar ao seu lado, viverem juntos, em harmonia e alegres.

A satisfação humana advinda da união física de um homem e de uma mulher no casamento foi algo a mais dado por Deus em resposta a um problema, a solidão.

Quando a motivação do casamento é pela necessidade de apoio e comunhão e um homem e uma mulher encontram-se com este propósito, iniciam um relacionamento com satisfação emocional, que culmina na satisfação física e muita alegria.

Deve ser este o melhor caminho para o casamento, aliás, parece ser o caminho pensado pelo Criador.

Por outro lado, observamos que os casamentos que iniciam pela satisfação sexual, muitas vezes levam a desencontros emocionais graves. Nesta caminhada de muitos anos orientando casais, minha esposa e eu temos observado muitos casamentos em que os cônjuges se dão muito bem na área física, mas na área emocional se desentendem frequentemente.

Este fato, certamente, não inviabiliza um relacionamento, mas evidencia a necessidade de ajustes. Se o casal está disposto a isto, facilmente superarão esta etapa e entrarão num período muito agradável do relacionamento conjugal.

Nestes casos, iniciamos ensinando ao casal que devem começar a dar-se a conhecer pelo seu cônjuge, ou seja, precisam externar seus sentimentos e preferências com amor e respeito para que possam assentar seu casamento sobre a base correta, que é um fundamento emocional sadio.

Quando Telma e eu iniciamos nosso namoro, começamos a avaliar todos os aspectos da criação de um e de outro e optamos por reter tudo que havia de bom em cada família e ajustarmos aquilo que não nos agradava ou que nos parecia estar fora da Palavra de Deus.

Passávamos horas conversando e definindo como seria nossa casa quando estivéssemos casados. É claro que, após casarmos, cada um com sua bagagem educacional e cultural, tivemos choques, mas sempre houve o desejo de cultivar a paz e a harmonia entre nós.

Tão logo casamos, me senti o próprio Adão vendo a sua bela Eva, muito alegre e satisfeito, pois havia encontrado alguém que me completava emocional e fisicamente, e tem sido assim desde então.

A cumplicidade surge logo em seguida, e mais a frente citarei alguns fatos pitorescos neste sentido.

Agora que estamos casados há quase trinta anos e amadurecemos em muitos aspectos, temos colhido as bênçãos que semeamos ao longo do nosso casamento e temos nos alegrado como marido e mulher. Dos nossos filhos, um já casou, o outro está com o casamento marcado e os dois outros estão sendo formados. Enquanto isto, nós dois estamos começando a ter mais tempo um para o outro e a desfrutar a cada dia mais do casamento como uma fonte de vida, alegria, prazer e refrigério de alma.

PARA EXERCITAR COM SEU CÔNJUGE

  • Como iniciou o nosso relacionamento?
  • Temos falado das nossas preferências e sentimentos?

“Pai celestial, que meu relacionamento conjugal seja ajustado ao Teu plano. Amplia minha visão para que possa compreender no que preciso melhorar e como posso auxiliar, em amor, o meu cônjuge nesta caminhada. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa Em Casa – O Casamento como apoio emocional

“Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.” (Gênesis 2:18)

Mesmo estando no Jardim do Éden, Adão tinha um problema. Um lugar perfeito em que ele tinha tudo de que necessitava, dirigia todas as coisas, nomeava todos os animais, falava com Deus a todo momento, mas ele estava se sentindo só.

Deus observou isto e disse “não é bom que o homem esteja só”. Então, partiu do coração de Deus dar ao homem uma companheira. É interessante notar que os seres celestiais não vivem em par, não há isto nos céus. Enquanto isto, no reino animal estes se relacionam, mas não possuem a vida espiritual que possa dar um novo sentido a esta união.

O homem, portanto, é um ser singular, feito de carne e osso mas possuindo vida espiritual. A única criatura de Deus que é assim.

Um homem somente estará completo quando estiver ao lado de sua companheira, e ele buscará esta companheira quando se sentir só. Tomo como exemplo a minha vida.

Guardei-me para minha esposa, pois não queria que minha alma fosse machucada até que encontrasse quem seria minha esposa. Sendo assim, namorei apenas a ela, e foi uma decisão acertada esta.

Mas um dia, acordei e me senti só. Entendi que precisava de alguém ao meu lado e, ao acender esta chama dentro de mim, comecei a buscar a minha companheira.

Interessante que, ao mesmo tempo que o Espírito Santo falava comigo, também falava com a Telma, que estava buscando uma resposta de Deus para sua vida amorosa. Ela estava insatisfeita com o rumo do seu namoro e desejava conhecer aquele que seria seu esposo.

Já conhecia a Telma há quase um ano, mas estávamos sem contato fazia um bom tempo. Não muito tempo depois tivemos a oportunidade de conversar e aquele rapaz meio tímido estava cheio de disposição e coragem para pedi-la em namoro. No meu coração eu tinha convicção de que nos daríamos bem e nos casaríamos. E tem sido exatamente assim, mas tudo começou quando me senti só.

As pessoas hoje tem tantas ocupações que não conseguem se sentir só quase nunca, ou então, sentem-se assim apenas quando estão em seus quartos, sozinhas, mas quando saem dali se envolvem com tudo que há na vida, o que dissipa o desejo do seu coração.

Além disto, há hoje em dia um movimento de aproveitar o máximo que se pode, sem se responsabilizar pelo outro. A isto chamamos egoísmo.

O versículo acima também nos diz que será uma auxiliadora idônea. O Salmo 46:1 usa o mesmo termo hebraico para auxílio, com as características de socorro, refúgio e suporte. Socorro nos momentos de angústia e dificuldades; refúgio emocional mútuo; e suporte quando estamos fracos.

Este auxílio ocorre sem estar condicionado ao momento, seja de alegria ou tristeza. Isto pressupõe lealdade, companheirismo, fidelidade e aliança de compromissos.

A solidão tem causado feridas tão graves nas pessoas porque lhes falta este tipo de apoio em suas vidas, que Deus planejou recebermos dentro de um casamento em aliança.

As pessoas ressaltam a fragilidade feminina nestas áreas, sendo isto real, mas Deus deixa bem claro quanto o homem necessita que a mulher supra esta carência para ele e vice-versa. O homem carece de apoio e Deus planejou supri-lo através do casamento.

O homem deixa de ser um ente solitário para ser um ente social a partir do momento em que se une à sua mulher.

PARA EXERCITAR COM SEU CÔNJUGE

  • Você já sentiu a necessidade de ter alguém ao seu lado?
  • Como você pode auxiliar mais o seu cônjuge nas questões emocionais?

“Pai celestial, que eu possa suprir as necessidades emocionais de meu cônjuge conforme o Senhor planejou para o casamento. Que eu possa suprir todo o socorro, refúgio e suporte que meu cônjuge precisa. Para isto, que eu receba de Ti tudo que minha alma necessita. Disponho-me ao Teu agir em mim. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa Em Casa – O Casamento é um Projeto de Deus

“Façamos o homem à nossa imagem … à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou.” (Gênesis 1:26,27)

Existem muitas ideias humanas do porquê um homem e uma mulher se juntam formando um par. Uma delas diz respeito à necessidade e impulso biológico.

Naturalmente a preservação da espécie é importante e todos os animais fazem desta forma. Mas devemos observar que normalmente os animais juntam-se apenas durante o período em que necessitam procriar, depois disto, via de regra, ficam sós.

Outra explicação para esta necessidade é o condicionamento social. Dizem que a nossa cultura exige que o ser humano viva com sua esposa. Isto não me parece verdade, pois os meios de comunicação há décadas fazem intensa divulgação do modelo de vida em que o homem e a mulher podem viver apartados, chegando a influenciar e mudar o comportamento de uma parcela significativa da sociedade, mas não resolveu a questão, pois a pessoa sai de um relacionamento e entra em outro relacionamento.

Outra explicação é o condicionamento religioso, que diz que o casamento é parte da religiosidade humana. É fato que a maioria das religiões apoia o casamento, mas estas não tem como dizerem que é sua a ideia de casar.

Todas as tentativas acima desejam explicar o porquê de um homem e uma mulher quererem viver como um par, mesmo possuindo características tão diferentes um do outro. Além disto, estas ideias não respondem plenamente à pergunta.

Neste ponto devemos concordar que há algo dentro de cada um de nós que nos impulsiona a viver assim, e estas respostas não encontramos em nós mesmos e tampouco naquilo que nos rodeia, como na cultura e na religião.

Logo, podemos compreender que este desejo de um homem e uma mulher estarem juntos provem Daquele que nos criou, Deus Pai Celestial. Foi Ele que sonhou, definiu, planejou e fez assim o homem e a mulher, estabelecendo em seus corações este desejo.

Esta ato de criação de Deus nos tornou diferentes dos animais em diversos aspectos. Nos relacionamos fisicamente com nosso cônjuge todo tempo, não somente para procriar, e olhamos nos olhos um do outro ao fazermos isto.

Conforme lemos no versículo inicial, o homem e a mulher juntos são a verdadeira unidade, à imagem e semelhança de Deus. Um homem com objetivos bem diferentes dos objetivos de uma mulher, unirem-se em harmonia, é uma obra divina. Não há como obter esta unidade se utilizando dos valores humanos apenas, é preciso que a mesma harmonia que há entre Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo exista entre o homem e a mulher. Isto só é possível se o próprio Deus fizer parte do relacionamento, pois então, aquele que concebeu o casamento e vive em harmonia, pode auxiliar-nos a viver assim também.

Tanto é assim que o livro de Eclesiastes no capítulo 4 versos de 9 a 12 nos mostra os benefícios de viver como casal e culmina dizendo que Deus está junto de um casal auxiliando-os a serem bem-sucedidos.

Jesus disse que onde dois ou três estiverem reunidos em nome Dele, ali ele estaria, ou seja, um casal orando junto são dois reunidos em nome Dele e, portanto, Jesus está ali.

Confie que Deus está no seu relacionamento conjugal e, caso não tenha se casado no religioso, chame seu cônjuge, ore com ele e consagrem o seu casamento a Deus. Ele manifestará sua presença em seu lar e tudo começará a ser colocado no devido lugar, trazendo harmonia e paz ao seu relacionamento e à sua família.

PARA EXERCITAR COM SEU CÔNJUGE

  • Jesus é a terceira parte do seu relacionamento?
  • Como vocês podem superar as diferenças para viver em unidade?

“Pai celestial, consagro meu relacionamento conjugal a Ti. Que o teu sonho de um casamento harmonioso se cumpra na minha casa. Portanto, que toda barreira seja derrubada, e toda dor e mágoa sejam curadas pelo Teu nome santo. Peço-te que venha trazer paz ao meu lar e à minha família para que a comunhão e o amor estejam presentes em nossa casa. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

Nasceu Um Menino

“Jesus nasceu na cidade de Belém, na região da Judéia, quando Herodes era rei da terra de Israel. Nesse tempo alguns homens que estudavam as estrelas vieram do Oriente e chegaram a Jerusalém. Eles perguntaram:
— Onde está o menino que nasceu para ser o rei dos judeus? Nós vimos a estrela dele no Oriente e viemos adorá-lo.” (Mateus 2:1,2)

A dinâmica da vida moderna tem trazido uma espécie de ativismo exagerado. Parece não haver mais tempo para celebrar com a família.

De todas as festas que comemoramos ao longo do ano, o Natal e o Ano Novo parecem ser as que mais são usados no sentido de reuniões de família.

Muitos têm se preocupado tanto em querer saber se o Natal é realmente uma festa cristã, que ficam discutindo sobre o dia correto em que Jesus nasceu, sobre a árvore de natal, o papai noel, as luzes e tudo mais que é usado nesta data.

A minha sogra nasceu num dia e foi registrada alguns dias depois, e justamente na época do Natal. Logo, tem duas datas para comemorar seu aniversário, o que não é nenhum problema para ela. O importante é que a data seja lembrada e ela receba o carinho dos seus sete filhos.

Da mesma forma, pouco importa o dia em que Jesus nasceu, o que importa é comemorarmos seu nascimento. Esta data é tão importante que nosso calendário é dividido em antes e depois de Cristo (A.C. e D.C.).

Independentemente do que é usado para lembrar seu nascimento, é importante lembrar que sua vida foi o maior presente que a humanidade já recebeu.

Quando presenteamos alguém no Natal, fazemos isso porque amamos e respeitamos essa pessoa. Foi movido por um amor que não pode ser medido que Deus Pai enviou seu único filho para morrer pelos nossos pecados. Este presente não pode ser pago por ninguém, tem um preço muito alto.

Sua vida e morte restaurou nosso relacionamento com Deus e, portanto, devemos celebrar esta data com a família e em comunhão.

Mais do que dar um presente aos nossos familiares, cônjuge, filhos ou pais, devemos amá-los e respeitá-los, pois assim transmitiremos o mesmo amor de Deus Pai ao nosso próximo.

Das lembranças dos natais da minha infância o que mais me lembro é das reuniões de família. Havia muito amor, carinho, comunhão e presentes. O engraçado é que não me lembro dos presentes que ganhei, mas me lembro da família toda reunida numa mesa simples mas grande, um almoço saboroso seguido dos adultos conversando animados e as crianças brincando em volta deles.

A cena que tenho registrado em minha mente é de uma destas reuniões que ocorreu em Mandaguaçú-PR, na casa do tio Luis, que chamamos de Neno. Ele que é hábil em manusear madeira, fez uma mesa de tábuas, bem longa, com bancos também de tábuas, e colocou a mesa no jardim na parte de trás da casa. Nós tivemos que viajar uns 120 quilômetros para chegar lá e participar da festa.

Todos puderam se sentar em volta desta mesa e comemorar o Natal. A minha prima Neidinha me deu um presente, só lembro do ato dela, mas não sei qual foi o presente que ela me deu.

Tudo muito simples, mas havia comunhão em amor. Creio que isto representa o que é esperado desta data.

Muitas famílias têm perdido o desejo de reunir-se e celebrar. Talvez porque perderam o costume ou então pelas desavenças que ocorreram durante o ano entre os familiares. De qualquer forma, é uma data propícia para dar o que você possui de mais precioso, o seu perdão, e assim restabelecer a comunhão.

Jacó desejava se reconciliar com seu irmão e foi em sua direção. Quando estava para se reencontrar com Esaú, ele enviou na sua frente algumas pessoas com presentes para entregar a ele como uma demonstração de amor e pedido de perdão. Depois disto eles se encontraram e se reconciliaram.

Hoje, Telma e eu fazemos questão de reunir nossos familiares em casa para o almoço. Como a família é grande, o almoço facilmente chega a 20 ou 30 pessoas. Este momento permite que possamos reconectar os laços e as gerações, derrubando barreiras e ministrando o amor a cada um, pois sabemos que o que ficará para cada um serão os sentimentos que expressarmos e não os presentes que dermos.

“Pai amado, dá-me um coração perdoador como o Teu. Que neste Natal meu maior presente possa ser o amor e a compreensão a todos que amo. Ajuda-me a reconciliar minha família para vivermos em comunhão. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Implicância

“Eliabe, o irmão mais velho de Davi, ouviu-o conversando com os soldados. Então ficou zangado e disse:— O que é que você está fazendo aqui? Quem é que está tomando conta das suas ovelhas no deserto? Seu convencido! Você veio aqui só para ver a batalha! — O que foi que eu fiz agora? — perguntou Davi. — Será que não posso nem fazer uma pergunta?” (1 Samuel 17:28,29)

Davi era o último de 8 irmãos em sua casa e, pelo que nos relata a Bíblia, era deixado de lado pelo seu pai e por seus irmãos. No capítulo anterior à esta passagem, observamos Samuel indo à Belém para ungir Davi como rei.

Jessé e sete de seus filhos estavam reunidos para o sacrifício, menos Davi. Entretanto, este era o escolhido por Deus, que estava trabalhando para seu pai como se fosse um empregado, pois não tinha o direito de estar junto aos demais.

Como era o mais novo, talvez fosse deixado de lado como alguém que não precisava ficar junto deles, pois era criança. Quando eu era criança os demais chamavam os pequenos que não sabiam brincar ainda de “café com leite”, pois é, Davi era mais ou menos assim naquela casa.

Pois bem, Samuel pediu que chamassem a Davi e este foi ungido rei. No episódio citado, vemos que seu pai enviou os três filhos mais velhos para lutar na guerra, ficando com os outros cinco em casa.

Observamos que quatro deles não são sequer citados, enquanto Davi é o responsável por levar alimentos e trazer mensagens ao pai, já idoso. Provavelmente os demais irmãos estavam trabalhando nas atividades da propriedade que possuíam em Belém.

Eliabe, o irmão mais velho de Davi, chama a atenção dele quando o vê conversar com os soldados e fica irado. Mas é de se pensar porque se acendeu a ira dele contra o irmão. Davi estava ali para levar alimentos para eles e levar notícias ao pai, que havia pedido isto.

Irar-se contra ele demonstra que havia uma implicância dos irmãos para com ele. Está claro que a tarefa de cuidar das ovelhas era de Davi e se estava ali as ovelhas estavam sozinhas ou com algum empregado do seu pai. O temor de que algo de errado acontecesse com as ovelhas leva Eliabe a implicar com Davi do porquê não estava em sua tarefa.

Seu irmão imaginou que o objetivo de Davi era ver a batalha somente e que estava ali passando tempo, distraindo-se. É muito mais fácil criticar o outro do que olhar para si mesmo e resolver o que esteja incomodando tanto.

Davi entretanto, tinha um objetivo, queria a vitória de Israel. Devemos observar que quando Davi foi ungido rei, a Bíblia nos diz que ele foi cheio do Espírito de Deus.

A questão portanto, parece ser a de que havia desde o nascimento de Davi algo que o distinguia dos demais irmãos, que era a unção de Deus. Esta unção o levava a fazer coisas destemidas, corajosas, como outra pessoa da sua idade não faria. Isto por si só deixava as pessoas a sua volta desconfiadas, pois não compreendiam o que estava acontecendo.

Sempre que há alguém em nosso meio que faz algo inesperado, pode gerar em nós muitos sentimentos diferentes.

No ambiente do lar acontece da mesma forma. Em muitas famílias vemos irmãos, e até mesmo pais, implicando com um dos filhos. Tudo que aquela pessoa faz é errado ou tem segundas intenções.

Isto talvez se origine do fato de que amamos nossos irmãos, pais e filhos e desejamos que estes não errem como nós erramos. Em outras palavras, queremos super protegê-los e tentar impedir que cometam erros na vida.

Logo, o que está em questão não é o que a pessoa que amamos faz, mas sim o que nós detestamos em nós e vemos reproduzido no outro. É como estarmos em frente a um espelho e nos vermos agindo. Imediatamente a nossa autocensura nos freia, mas não conseguimos impedir que o outro faça, pois o indivíduo é outro, é diferente.

Nos resta criticar o ato na esperança de que não o repitam o que também reafirma nossa própria conduta atual e esperada no futuro.

Eliabe é que estava lá para assistir a batalha, pois não teve a coragem de lutar com o gigante.

Fica claro no texto que a motivação de Davi era vencer enquanto a de Eliabe era proteger a si e a seu irmão.

Parece-me melhor que em vez de implicarmos com nossos familiares e amigos, deveríamos examinar as nossas próprias motivações, algo mais ou menos na linha do que Jesus disse: “antes de tirar o cisco do olho do teu irmão, retire a trave do seu olho”.

“Pai amado, quanto mais me aproximo de Ti, mais posso examinar meu estado e ter certeza que ainda mais preciso de Ti. Perdoa-me por tantas situações em que impliquei com as pessoas à minha volta e não olhei para mim mesmo. Ajuda-me a crescer e amadurecer de forma que alcance um coração sábio. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa Em Casa – A Sabedoria Divina

“Jeová, o Senhor, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão, e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração.” (Êxodo 34:6,7)

O versículo acima foi extraído do contexto dos dez mandamentos quando Moisés intercede diante de Deus pelo povo e recebe as novas tábuas da lei.

Moisés afirma que Deus é bom, mas que a maldade dos pais recai sobre os filhos até a terceira e quarta geração. Ele não trata da culpa do pecado, mas das consequências do pecado.

Fico mais admirado a cada dia de como nosso Deus criou todas as coisas e nos deu informação de tudo de que precisamos para evitar males em nossas vidas e em nossas famílias. Atualmente tem havido muitas notícias que confirmam o que temos relatado na bíblia há milhares de anos.

Por exemplo, a revista da Academia Americana de Pediatria publicou o artigo “The Association of Telomere Length With Family Violence and Disruption”(1), ou em tradução livre, A Associação do Comprimento dos Telômeros com a Violência Familiar e Traumas.

Os telômeros (do grego telos, final, e meros, parte) são a parte final do cromossomo. Estes são proteções para garantir que o DNA seja transferido para as novas células de forma correta e não hajam mutações ou degradações. Estudos anteriores relacionaram o encurtamento dos telômeros a riscos elevados de doenças cardíacas, obesidade, declínio cognitivo, diabetes, doenças mentais e piores condições de saúde de forma geral na vida adulta.

A pesquisa foi realizada por: Stacy S. Drury, Emily Mabile, Zoë H. Brett, Kyle Esteves, Edward Jones, Elizabeth A. Shirtcliff e Katherine P. Theall. Estes atuam na Universidade Tulane, EUA, e outras.

Os cientistas selecionaram 80 crianças de 5 a 15 anos que viviam na cidade americana de Nova Orleans. Colheram amostras do DNA destas crianças e entrevistaram seus pais e mães para saber sobre como era a vida dessas crianças em seus lares e os tipos de adversidade às quais elas haviam sido expostas durante sua criação.

“Quanto maior o número de exposições que as crianças sofreram ao longo da vida, mais curtos eram seus telômeros, mesmo depois de levar em consideração fatores como status socioeconômico, educação materna, idade dos pais e idade da criança”, afirma Stacy Drury, diretora do Laboratório de Genética Comportamental e do Neurodesenvolvimento, na Universidade Tulane, nos Estados Unidos, e uma das autoras do estudo.

O resultado do estudo mostrou que crianças que vivem em famílias marcadas pela violência doméstica ou traumas como suicídio ou prisão de um dos membros pode ter seu DNA afetado pelo acontecimento. Também mostrou que eventos traumáticos eram mais prejudiciais para meninas, mais propensas a ter os telômeros encurtados. De acordo com os pesquisadores, os lares são importantes alvos para a intervenção com objetivo de reduzir o impacto biológico dos traumas em crianças.

Não é a toa que os governos têm procurado intervir na forma como as famílias criam seus filhos, pois estudos como estes mostram que o convívio familiar pode afetar até a genética dos filhos, resultando em gerações problemáticas.

Em Êxodo 20:12 lemos: “Respeite o seu pai e a sua mãe, para que você viva muito tempo na terra que estou lhe dando.” Está claro que Deus nosso pai conhece muito bem a natureza humana, afinal foi Ele quem nos criou, e há muito tempo tem nos ensinado como proceder para evitar que nós e nossos filhos sejamos atingidos de maneira negativa.

Neste momento você pode estar se perguntando:

— Mas pastor Luis, eu já agi de maneira errada, que faço agora?

Ou então:

— Pastor, meus pais deixaram marcas negativas na minha criação. O que faço?

Peça perdão pelos seus atos, pelos sentimentos que despertou em seus filhos e pelas consequências sobre suas vidas. Mas se você foi atingido pelos atos de seus pais, então perdoe-os e leve à cruz de Cristo, que sara nossas feridas.

Pois como diz em Isaías 53:5: “Mas ele [Jesus] foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.”

Ao confessarmos a Jesus nossos pecados e/ou perdoarmos nossos ofensores, no contexto desta pesquisa e do versículo acima, entendemos que até o nosso DNA é sarado. Aleluia!

Glória ao Deus Todo Poderoso que criou todas as coisas, nos ensinou e enviou Jesus para nos conceder a cura.

(1) Texto original: https://pediatrics.aappublications.org/content/early/2014/06/10/peds.2013-3415

Publicado na revista Veja: https://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/traumas-familiares-podem-afetar-dna-das-criancas

“Pai amado, a cada dia nos surpreendemos mais e mais com a Tua infinita sabedoria. Desejo me submeter à Tua sabedoria e autoridade para alcançar uma família estruturada e feliz. Tu que vais além do conhecimento e do entendimento humano, vem em meu auxílio curar minha vida e a dos meus. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Como Religar Gerações

“Mas, antes que chegue aquele grande e terrível dia, eu, o Senhor, lhes enviarei o profeta Elias. Ele fará com que pais e filhos façam as pazes para que eu não venha castigar o país e destruí-lo completamente.” (Malaquias 4:5,6)

A mais poderosa arma que existe para religar gerações é o perdão. Alguns podem ficar chocados com esta afirmação e retrucar que a mais poderosa arma é Jesus ou o amor.

Mas eu digo a vocês que muitos que se dizem cristãos possuem um coração amargurado e triste, carregam muitas dores em si mesmos, andam pela vida quebrando relacionamentos e sem comunhão e quando caem em si não possuem amigos ou familiares por perto, tudo porque não perdoam.

Afirmo, novamente, que uma pessoa perdoadora possui amor-próprio e pelos demais e se não conhece Jesus, certamente Ele irá se apresentar a ela e passarão a ser bons amigos.

Uma pessoa perdoadora torna-se um missionário, pois fala das bênçãos que recebeu a todos que encontra, já que o remédio do perdão cura muito mais do que imaginamos.

Tudo começa com a conscientização de que você não é o centro do universo e, portanto, algumas vezes toma atitudes que não são corretas. Por não trilhar o caminho do perdão as pessoas ficam desesperadas e algumas dão fim à sua vida, pois acreditam que não tem mais jeito. Fizeram tanta coisa errada que não tem como consertar.

Isto não é verdade. A Palavra de Deus diz “eis que tudo se fez novo”. Se há quem possa tornar tudo novo é Jesus, através do reconhecimento e do perdão. A primeira coisa a ser feita é reconhecer que é falho e que suas atitudes não são suficientes para corrigir tudo. Correr para os braços de Jesus e deixar Ele assumir suas dores e erros e tornar tudo novo.

Auxiliamos no caso de uma jovem senhora que, quando o seu relacionamento conjugal foi estremecido, acusou-se de tal maneira que estava a beira do desespero. A orientação dada foi bem simples, perdoe.

Ela assim fez. Gostou tanto do resultado que procurou todos os relacionamentos quebrados para pedir perdão e acabou por unir com laços de amor todos à sua volta. Ela está bem consigo mesma, já não sente mais a culpa em seu coração mas uma paz duradoura proporcionada por Cristo Jesus.

Telma teve uma experiência própria com o perdão. Ela teve uma criação bastante dura por parte dos pais, principalmente por parte de sua mãe. Quando casamos ela possuía marcas emocionais fortes que precisavam do bálsamo de Gileade.

Foram muitas as noites de conversa, escutando seu coração ferido e orientando para o perdão. A mágoa era grande o que a impedia de ministrar o perdão imediatamente.

Foram necessários períodos de jejum e de oração, até que o Espírito Santo falou diretamente com ela e disse:

— Você precisa perdoar sua mãe.

— Até você está contra mim Deus? Ela respondeu indignada.

Ainda com o coração ferido mas disposta a agir conforme esta orientação ela propôs um desafio para fortalecer a sua fé.

— Está bem, então eu vou pedir perdão. Como ela me ofendeu publicamente, eu vou perdoar a ela em público também. Farei assim, vou no culto de quinta-feira na igreja que ela dirige e se é o Senhor que fala comigo e se é o perdão que preciso dar, então a missionária Maria Rosa estará lá, vai ser chamada para cantar e vai cantar tal música, ao final ela mesma irá me chamar para dar uma saudação ao povo.

Desafiar a Deus é pedir para ser abençoado, Jacó lutou com o anjo e ganhou um novo e poderoso nome, Israel. Moisés salvou o povo da destruição. Como seria este caso?

Pois bem, na semana seguinte ela vai ao culto. Chega lá com o culto já iniciado e senta-se discretamente para ninguém notar.

Em alguns minutos chega a missionária Maria Rosa, que é chamada à frente para saudar a igreja.

— Boa tarde irmãos! Diz ela. É um prazer estar aqui com vocês. Como sabem estou morando em Cuiabá, mas o Espírito Santo me tocou a semana passada para que viesse para Curitiba e estivesse aqui no culto hoje.

— Eu vou louvar a Deus com uma música, pode soltar o playback irmão!

Telma levou um susto, era a música que ela tinha pedido a Deus e pensou: – Vou ter que perdoar.

Concluída a música ela procura por uma pessoa no meio do povo e parece encontrar.

— Não costumo fazer isto irmãos – diz ela – mas o Espírito Santo insiste comigo que é para eu chamar a irmã Telma para dar uma saudação ao povo. Estou vendo ela ali, vem aqui irmã Telma.

Pronto! Desafio cumprido, não tinha outro jeito senão ir em público e perdoar à sua mãe. Era esta a vontade de Deus para ela.

— Boa tarde irmãos. Ela inicia dizendo meio sem jeito. Bem, eu estou aqui hoje para perdoar a minha mãe.

E explica por que precisa perdoar e como Deus a havia dirigido a fazer desta forma. Chama a sua mãe, abraça-a e perdoa-a. Imediatamente sente um alívio intenso, como se um peso houvesse sido tirado das suas costas. Ela está bem.

Terminada sua saudação e perdão e ainda abraçada à sua mãe, Telma lhe passa o microfone. Abraçadas, naquele clima terno, todos esperavam um gesto de carinho dela, mas ao contrário:

— Estão vendo irmãos, quem fala de mim Deus manda aqui no púlpito para pedir perdão – disse ela de maneira altiva.

Poderia ser uma decepção. Telma havia acabado de perdoar e novamente era ofendida, mas desta vez esta atitude da sua mãe não mexeu mais com suas emoções, ela estava curada. Pela primeira vez ela pode enxergar sua mãe como uma pessoa humana com falhas, assim como todas as demais e teve compaixão dela. Passou a orar por ela para que Deus pudesse tocar seu coração e transformar suas atitudes.

Hoje, são amigas e confidentes, o relacionamento foi restaurado e as atitudes são novas, da mesma maneira como as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã.

“Pai amado, Graças te dou por me orientar em cada passo da minha vida. Faz com que eu tenha um coração perdoador, assim serei um mensageiro de boas novas e restaurador de gerações. Desejo que a minha família seja restaurada, a comunhão entre nós, a amizade e o companheirismo. Ajuda-me nisto. Amém!”

Luis Antonio Luize