Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Legado

“Mas, antes que chegue aquele grande e terrível dia, eu, o Senhor, lhes enviarei o profeta Elias. Ele fará com que pais e filhos façam as pazes para que eu não venha castigar o país e destruí-lo completamente.” (Malaquias 4:5,6)

Quando Telma e eu começamos a namorar, conversamos sobre como seria nosso lar. Após analisar toda a nossa situação familiar, decidimos que queríamos uma família abençoada e segundo o coração de Deus.

Posso dizer que trilhamos este caminho continuamente e que somente chegamos até aqui porque buscamos a restauração de nossos relacionamentos, confiando na operação de Deus em nossas vidas. Foi um trabalho árduo de unir gerações, reparando as brechas que nos distanciavam.

Tudo que não reparamos em nossa geração será repassado à geração seguinte, isto é legado. Eu bem sei que ninguém quer passar aos seus qualquer coisa ruim, entretanto, tudo que passamos na vida e não buscamos conserto, os atingirá, cedo ou tarde.

O melhor legado que podemos deixar aos nossos filhos é saberem que tiveram um pai e uma mãe tementes a Deus.

Uma equipe de sociólogos americanos fez uma pesquisa para saber se um legado positivo ou negativo poderia influenciar as gerações seguintes ou não, sendo transmitido de geração em geração. Pois bem, foram em busca de famílias do século 18 para as quais haviam registros suficientes e fizeram uma busca até o século 20.

A primeira família descendia de Max Jukes, ateu, assim como sua esposa. Seu legado gerou:

  • Dos 1.200 descendentes, 400 viviam em completa libertinagem
  • 310 eram muito pobres ou vagabundos
  • 190 eram prostitutas
  • 130 foram condenados como criminosos
  • 100 eram alcoólatras
  • Mais de 100 eram ladrões contumazes
  • 55 sofriam de doenças sexualmente transmissíveis
  • 7 eram assassinos.

A outra família descendia de Jonathan Edwards, pastor, teólogo e missionário, reitor de uma universidade e sua fiel esposa. Esta família gerou o seguinte legado:

  • Mais de 300 eram pastores, missionários ou teólogos
  • Mais de 120 eram professores
  • Cerca de 110 eram advogados
  • 60 eram médicos
  • Outros 60 eram autores de livros bons e úteis
  • 30 eram juízes
  • 14 eram reitores de universidades
  • Muitos eram gigantes da indústria
  • 3 eram membros do congresso americano
  • Um deles foi vice-presidente dos Estados Unidos.

É um fato que quando vamos para a batalha da vida com as gerações desconectadas, o preço a ser pago é bem alto. Temos exemplos bíblicos disto e a pesquisa acima confirma.

Para obter um legado abençoado é necessário religar as gerações através do perdão e do mover de Deus.

Moisés, por exemplo, quis resolver pela violência matando um egípcio mas, depois de reconciliado com Deus, foi o homem mais manso da terra. Davi era excluído e rejeitado, mas ao confiar em Deus tornou-se rei.

Muita gente despreza seus pais porque entende que eles não podem ajudá-los ou ainda, que eles pedem que se faça algo que não é mais importante. Outro tanto se ressente pelo que eles fazem ou como julgam os atos dos filhos.

Esta situação lembra a passagem do Velho Testamento em que Josué está lutando enquanto Moisés ficava no monte com os braços levantados. Quando Moisés abaixava os braços os inimigos avançavam, quando ele levantava os braços Josué e seu exército prevalecia sobre o inimigo. Então Arão e Ur seguraram os braços de Moisés no alto e o mantiveram assim até que a batalha foi vencida.

Resta-nos a pergunta: Qual geração é mais importante, a velha ou a nova?

Resposta: As duas são. Enquanto uma intercede a outra avança pela vida obtendo vitórias e acrescentando um legado positivo à sua geração.

Talvez neste ponto você possa estar com sentimento de culpa e remorso. Você não pode voltar atrás, mas seguir em frente.

A boa notícia é que você acertar daqui para frente. Arrependa-se de seus erros e confesse aos seus filhos a decisão de mudar, melhorar e seguir em frente de maneira diferente. Poderá levar tempo para que a situação volte ao que Deus planejou, mas se você regar as boas sementes que Deus lhe deu – os seus filhos – bênçãos virão para eles e para as gerações seguintes.

Confie em Deus e siga em frente.

“Pai amado, Graças te dou por tudo que tem feito em minha vida e pelas boas sementes que proporcionou ao meu lar. Peço perdão por todos os meus atos que lançaram sementes ruins sobre meus filhos e sobre minha casa. Abençoa-me para que possa restaurar a ponte que me liga aos meus pais e aos meus filhos para que a bênção de gerações se instale na minha família. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Aprendendo a Orar Como Convém

“Um dia Jesus estava orando num certo lugar. Quando acabou de orar, um dos seus discípulos pediu: — Senhor, nos ensine a orar, como João ensinou os discípulos dele.” (Lucas 11:1)

Quando criança, minha família era muito católica, como é a família da maioria dos imigrantes italianos. É praticamente uma tradição, não necessariamente o conhecimento de Cristo. Desta forma também era eu.

Eu estava com muita sede de conhecer a Deus verdadeiramente, mas as rezas que tinha aprendido não me ajudavam a ter contato com Ele, achava tudo tão mecânico, repetitivo e sem vida. Eu tinha algo dentro de mim que pedia por mais. No meu coração entendia Deus como uma pessoa com a qual eu poderia me relacionar e não estava conseguindo me expressar e tampouco ouvir o outro lado.

Eu orava toda noite antes de dormir agradecendo pelo dia e pedindo para guardar a noite de descanso.

Certo dia, por volta dos meus 12 anos, chamei a minha mãe e lhe disse:

— Mãe, eu queria falar com Deus, contar algumas coisas para Ele e não sei como fazer.

— Meu filho – disse ela. Faça sua primeira reza, dai fale para Deus o que você quer e depois faça a outra reza que costuma fazer.

— Mas Ele vai me escutar? Perguntei.

— Deus escuta tudo que falamos e vê tudo que fazemos – ela me disse.

Aquela orientação me tocou profundamente, pois tinha acabado de entender uma verdade espiritual e se abriu no meu entendimento algo muito sublime.

Agradeci a ela e imediatamente comecei a rezar, aguardando para entrar na parte tão esperada, falar o que estava no meu coração, o que sempre me enchia de alegria quando fazia.

A partir daquele dia eu ansiava por orar, me relacionar com Deus. Passei a lhe contar tudo sobre minha vida e pedir que me orientasse sobre como proceder.

Por outro lado, a linha de agir do meu pai era mais rígida, pois cria que deveríamos fazer sacrifícios para alcançar a Graça de Deus. Um dia, minha mãe foi a um encontro da igreja e nós ficamos com ele, que para interceder a Deus por ela pediu que déssemos as mãos estendidas em cruz como sacrifício em oração, e assim ficamos muitos minutos rezando. Aquilo me causou muita dor nos braços além de estranheza, pois não testificava em meu coração, mas atendi o meu pai e fiz como nos pediu.

Mas orando da forma como havia sido ensinado é que Ele começou a falar comigo. Uns dois anos depois enquanto orava eu ouvi a sua voz falar comigo de maneira forte, como uma pessoa fala com a outra.

— Eu quero que você cuide da minha casa – Deus me disse.

Fiquei assustado ao ouvir a voz e principalmente com o pedido que me fez. Eu poderia atender seu pedido, mas no meu coração tinha o desejo de ter uma família, esposa e filhos e viver bem com eles, em harmonia e felicidade. Assim, o pedido me chocou, pois eu era católico e, nesta doutrina, eu entendia que deveria ser um padre, não poderia me casar e deveria sacrificar meus desejos pela igreja.

— Eu posso – disse àquela voz. Mas eu quero ter uma esposa e filhos.

Nosso pequeno diálogo terminou assim. Depois de muitos anos conheci a Telma e fui a uma igreja evangélica com ela. Eu era católico não praticante naquela época, estava bem morno, para não dizer outras coisas.

Ao entrar naquela igreja, com o culto já iniciado, levantou-se uma profeta de Deus e disse apontando para mim:

— Eis que entrou aqui o ungido do Senhor!

Telma brinca dizendo que eu perguntei a ela, o que é ungido? O fato é que eu ainda tinha um longo caminho a percorrer para cumprir o propósito de Deus na minha vida, que olhando para o desejo do meu coração me concedeu uma esposa maravilhosa, quatro filhos lindos e abençoados e, atualmente, cuido da sua casa (igreja) como Pastor.

Oro a Deus todos os dias por seu cuidado a cada um dos meus filhos e que possam glorificar a Deus com suas vidas, assim como seus filhos e os filhos dos seus filhos, até a milésima geração.

Este relato nos leva a entender que precisamos deixar de querer cumprir as promessas de Deus pelo nosso próprio esforço e sacrifício, deixando Ele nos conduzir pelo Seu caminho, que nos levará à vitória sem desgastes e machucados desnecessários.

“Pai amado, sou grato por ouvir as nossas orações. Desejo colocar na tua presença todos os meus sentimentos e desejos, para que o Senhor possa agir por mim em todas as áreas da minha vida e produzir o teu fruto, que é doce e alegra o coração. Quero ouvir tua voz me orientando sobre como proceder. Ao ouvir farei a tua vontade. Ajuda-me. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Quem é que Manda Aqui?

“Que o Senhor os abençoe e os guarde.” (Números 6:24)

Temos vivido uma grande crise em várias áreas, mas principalmente na família, que chamamos “Crise de Autoridade”.

Os conceitos modernos de educação têm procurado corrigir os problemas de criação que tivemos através da entrega de poder e autoridade dos pais aos filhos.

Explico. Muitos adultos que tiveram sérios problemas de criação na sua geração, entenderam que o melhor caminho para resolver isto seria ajudando e protegendo as crianças dando-lhes mais poder.

A partir de então os filhos não são somente ouvidos mas suas opiniões são respeitadas além do que se deve. Chegamos ao cúmulo de ter leis que impedem que os pais repreendam seus filhos quando necessário, e isto com a desculpa de que os pais estão maltratando seus filhos.

A Palavra de Deus nos pede que sejamos pessoas amorosas, não somente com nossos filhos, mas com todas as pessoas à nossa volta. Os filhos, por sua vez, devem respeitar e obedecer aos pais.

Problemas acontecem quando os pais têm situações não resolvidas do seu passado e transferem aos seus filhos, gerando discórdias e desentendimentos de várias formas.

Nós, como pais, devemos ir em busca do coração de nossos filhos e abençoá-los para que possam obter vitória nas suas vidas e, como filhos, devemos nos aproximar de nossos pais e com respeito ouvir suas opiniões sobre nossas decisões, obtendo sua bênção.

Quando Telma e eu estávamos para iniciar nosso namoro, ela foi em busca da bênção do seu pai. Naquela manhã quente de fevereiro de 1984 estavam caminhando em direção ao trabalho, pois ambos trabalhavam na mesma empresa.

— Pai – disse a Telma. Eu preciso falar uma coisa. Estou namorando aquele rapaz, filho do pastor, que o senhor conhece. Mas estes dias um outro rapaz me procurou e disse que quer namorar comigo.

— E o que você lhe respondeu? Perguntou ele.

— Falei que estava namorando, que ele precisava esperar eu terminar com o outro e que iria namorar somente se o senhor deixar.

— E o que ele respondeu minha filha?

— Disse que ia esperar eu fazer isto.

— Eu te abençôo minha filha! Respondeu seu Tiago prontamente.

— Mas pai – disse a Telma – eu vou parar de namorar com um e começar com o outro em seguida.

Seu Tiago parou de caminhar, olhou para ela, colocou sua mão grande e pesada sobre sua cabeça e ali mesmo, no meio da rua orou abençoando a Telma.

Havia todo um contexto em relação ao nosso namoro, que posso escrever numa outra oportunidade, mas o importante aqui é que o namoro iniciou com a filha indo até o pai, diminuindo a distância e obtendo a bênção deste.

Muitas vezes são os pais que vão ao encontro de seus filhos, pois vêem que estão com dificuldades de se encontrarem.

Conheço um casal que teve o namoro abençoado pelos pais antes mesmo de se conhecerem. O caso foi assim: havia uma moça grávida de um rapaz que a desonrou e desrespeitou de maneira que ficou impossível manterem um relacionamento. Restou à moça cuidar de sua filha e trabalhar para poder dar sustento à ela, enquanto o rapaz se perdia pelo mundo.

Ela começou a trabalhar num escritório de contabilidade. O dono do escritório gostou do serviço da moça e via virtudes nela e seu esforço por sua filha. Ajudava ela como podia, e acabou por ajudá-la com um serviço extra para que pudesse ter um pouco mais para pagar todas as suas despesas. Ela trabalhava o dia todo no escritório e a noite pegava sua filha, ia para casa, fazia as lições com ela, o jantar, colocava para dormir e depois ia até duas três da manhã fazendo o serviço extra.

No dia do aniversário dela, o dono do escritório foi até sua casa dar-lhe um presente, uma blusa. Ao chegar na frente da casa encontrou o pai da moça e falou com ele.

— Boa tarde seu João, vim trazer um presente para sua filha, mas antes de entregar quero perguntar algo para o senhor.

— Boa tarde seu Antonio, pode dizer.

— Eu quero saber se o senhor abençoa o namoro do meu filho com a sua filha.

— O senhor está falando daquele seu filho que trabalha no escritório com o senhor? Ele é bem mais velho que minha filha.

— Não seu João, é um outro filho que eu tenho que o senhor não conhece.

— Ele é um bom moço? Perguntou seu João.

— Ainda não seu João, mas vai ser.

Aquele rapaz, um tipo empreendedor, estava trabalhando com um restaurante numa cidade turística distante dali, obtendo resultado em seu negócio, mas distante de Deus. O pai estava orando por ele e sabia que aquela moça tinha todas as qualidades necessárias para seu filho, mesmo que ela ainda não conhecesse a Cristo.

— Se o senhor está dizendo eu acredito e abençôo o namoro deles.

Assim, eles foram abençoados e algum tempo depois o rapaz sentiu o desejo de vender seus negócios naquela cidade e veio ajudar o pai no escritório, conheceu a moça e depois de várias situações vieram a namorar sem a influência dos pais, mas já com sua bênção. Conheceram Jesus, casaram-se, tiveram mais dois filhos e vivem em aliança e na Graça de Deus.

A oração dos pais pelos filhos possui um poder e autoridade que muitos desconhecem, mas que quando praticada, seus efeitos mudam vidas e gerações.

“Pai celestial, desejo me aproximar de meus pais e obter sua bênção sobre minha vida e minha família. Da mesma maneira, desejo ir em busca do coração de meus filhos e proclamar bênção e vitórias sobre cada um deles. Peço teu auxílio para que seja bem sucedido nisto. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Ir Além

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (Atos 1:8)

Pelos registros que dispomos esta foi a última orientação dada por Jesus antes de subir aos céus. É interessante notar a progressão da atividade proposta por Jesus. Ele diz “ser-me-eis testemunhas tanto em … como em … e até”.

Aí está uma revelação poderosa do Senhor Jesus a nós. Jerusalém (tanto em) representa o que está mais próximo e ligado ao judaísmo e àqueles novos cristãos sendo formados. A Judeia e Samaria (como em) representava os povos judeus miscigenados, misturados pelos reis que haviam vencido Israel nas inúmeras batalhas, mas que não deixava de representar seu país como um todo, enquanto os confins da terra (e até) significando o mundo todo, qualquer pessoa, raça e credo.

Portanto, um cristão, deverá dar testemunho vivo de Cristo na sua família e igreja (tanto em), somente depois pode ser testemunho para seu estado e país (como em) e em seguida para as nações do mundo (e até).

Jesus está nos falando a respeito de integridade, pois pede para sermos a mesma pessoa em todos estes lugares para chegarmos a ir além.

Normalmente as pessoas vivem uma vida emocional pobre em suas casas, mas então se vestem de uma máscara e saem por ai mostrando-se superiores aos demais, falando de santidade mas sem vida com Deus. Desejando ir além, mas com sua vida construída sobre pilares que não podem sustentar os desafios que se apresentam diariamente.

O crescimento pessoal é progressivo e dinâmico, não podemos obtê-lo instantaneamente e nem parar achando que já obtivemos tudo que precisamos. É preciso construí-lo a cada momento e oportunidade que surgirem.

Também é assim na família. Não temos como pular degraus no relacionamento familiar e acreditar que teremos vitória. Nossa família precisa ser fundamentada na rocha que é Cristo e vivermos de acordo com a sua Palavra para o casamento.

Muitas vezes, quando nos pedem aconselhamento conjugal, numa breve análise da situação nos deparamos com cônjuges que desejam ter vitória na vida conjugal, mas que não estão dispostos a fazer o que a Palavra pede, tal como: fidelidade em aliança; viver em acordo e harmonia; ter comunhão com o cônjuge, com os filhos e com os demais familiares, e viver em novidade de vida, alegre pelo que Deus lhe concedeu.

Assemelha-se a uma pessoa ferida que apenas a cobre sem tratar. Isto me lembra da situação que minha mãe conta de um acidente que eles tiveram. Devia ser aproximadamente o ano de 1958. Meu pai e minha mãe estavam casados há alguns anos e minha irmã mais velha estava com uns 2 aninhos.

Papai tinha uma charanga, na época um carrão, e saiu com a família, muito alegre. Entretanto, um outro veículo se chocou com eles causando um acidente. Os carros daquela época eram muito fortes mas pouco seguros para os passageiros.

O vidro se quebrou e provocou muitos cortes. Minha irmã perdeu a ponta de um dos dedos da mão, algo que a incomodava, pois não conseguia alcançar as notas necessárias no piano com aquele dedo.

Mas meu pai ficou muito machucado na sua mão direita. Todos os tendões da parte de cima da mão foram cortados pelos cacos de vidro e seus dedos ficaram caídos. Ao chegar ao hospital o médico queria limpar o machucado e engessar sua mão.

Minha mãe apesar de abalada emocionalmente, não estava machucada, e discutiu com a enfermeira e exigiu que o médico fizesse a sutura dos tendões e somente depois de curada desta ferida que colocasse o gesso.

Resultado, a mão do meu pai foi restaurada e ele brincava que tinha mais força nesta mão porque os tendões haviam sido encurtados. Com esta mão ele pôde trazer o sustento para nossa casa, pois trabalhou em cartório durante muitas décadas e digitava todos os dias com aquela mão, fruto da luta vitoriosa pela restauração.

Muita gente escuta o conselho de pessoas que acreditam que podem ajudá-las mas cujo fim será a morte. Mas aqueles que desejam ter vitória lutam por aquilo que é de valor em suas vidas e passam a ser testemunhas vivas do agir e do mover de Deus na família (tanto em), na igreja, no trabalho (assim como) e em todos os lugares aonde vai o respeitam (e até).

“Pai celestial, que eu possa ser uma testemunha viva do teu mover em minha vida e que a minha família seja restaurada. Faz de mim uma pessoa vitoriosa, para isto coloca em meu coração o desejo de lutar por mim, pelos meus e pela família. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Transmitindo Bênçãos

“São coisas que ouvimos e aprendemos, coisas que os nossos antepassados nos contaram. Não as esconderemos dos nossos filhos, mas falaremos aos nossos descendentes a respeito do poder de Deus, o Senhor, dos seus feitos poderosos e das coisas maravilhosas que ele fez.” (Salmo 78:3,4)

Somos formados no seio da família e produtos dela. A identidade de cada um nós é formada pelos aspectos físicos, espirituais e emocionais do contexto familiar. Inicialmente nos formamos no útero de nossas mães e, posteriormente, somos moldados pelo contexto familiar para sermos o que somos quando adultos. Neste processo alteramos algumas coisas que percebemos em nossa criação que não nos agradam e outras ficam inalteradas.

A herança física é muito simples de compreender pois, normalmente, nossos filhos se parecem conosco. Não é raro escutar alguém dizer:

— É a cara do pai!

— Tem o mesmo rostinho da mãe!

— A boca é tua e os olhos são meus! Dizem os casais românticos.

De qualquer forma, nosso aspecto físico, assim como nosso idioma, nossa nacionalidade e quem somos são heranças físicas recebidas de nossos pais.

Nossa capacidade moral e de estabelecer relacionamentos também é recebida no lar. Algumas famílias possuem muita facilidade em se relacionar com os familiares e com as pessoas ao derredor, enquanto outras possuem dificuldade.

O interessante é que raramente nasce no seio de uma família alguém muito diferente em relação ao comportamento praticado por ela. Quando isso acontece, pelo convívio, logo aprende a comportar-se como a sua família e torna-se mais ou menos comunicativo, conforme o caso.

É na família que desenvolvemos os primeiros contatos e recebemos a capacidade de iniciar e nutrir relacionamentos. Construímos esta capacidade sobre a confiança que por sua vez se apoia na integridade.

Quando temos dificuldade crônica de realização pessoal, frequentemente deve haver algum problema no relacionamento com os pais.

Vejamos o exemplo de Jacó. Ele foi preterido pelo pai e apoiado pela mãe. A mãe o orientou a mentir para seu pai e assim ele fez. Depois o orientou a fugir de seu irmão e ele novamente seguiu o conselho dela. Jacó passou muitos anos tentando descobrir qual era sua identidade e objetivo de vida, vagando por terras distantes de sua casa.

Somente quando foi em busca de restauração de seu relacionamento familiar é que recebeu a bênção e a cura para suas emoções e prosperou. Sua história mudou completamente a partir deste momento.

O terceiro ponto importante que recebemos no lar é a herança espiritual. Esta herança determina quem somos em Deus. Muitas famílias não possuem um histórico espiritual, ou o possuem de forma deturpada.

Quando nós falhamos em entregar esta herança aos nossos filhos poderemos gerar feridas em seus corações que podem levam a inferioridade ou superioridade, que são extremos de um mesmo problema.

Ao participar da Escola Bíblica Dominical, por exemplo, e levarmos nossos filhos, estamos transmitindo a eles o nosso legado pessoal e proporcionando a oportunidade para que possam experimentar a Cristo e segui-lo por conhecê-lo e não por ouvir falar.

Existe um ditado popular que diz: a primeira geração gera riqueza, a segunda geração usufrui e a terceira geração a destrói. Quando examinamos famílias cujos pais geraram grandes impérios econômicos, frequentemente descobrimos que seus filhos e/ou netos já destruíram o legado deixado.

Isto ocorre porque não foram capazes de deixar a eles a herança que mais importa. Esta herança não é financeira, mas sim comportamental e espiritual.

Os pais vieram de famílias sem recursos e aprenderam a poupar, os filhos foram criados com menos austeridade e os netos já nem sabiam o que era lhes faltar algo.

Ao reunir a família e contarmos nossas histórias, estamos proporcionando que eles passem a conhecer um pouco do que vivemos e assimilem parte do que vivenciamos, moldando seu caráter e comportamento.

Estar presente e participar dos acontecimentos familiares traz firmeza e define a identidade de nossos filhos. Vejam o exemplo de Jesus. Quando ele foi batizado, Deus Pai e Deus Espírito Santo estavam presentes lá.

O Espírito Santo compareceu na forma de uma pomba branca que pousou sobre Ele, enquanto Deus Pai falou de forma audível que se agradava do ato do seu Filho, confirmando a paternidade, o ato de Jesus e que era filho legítimo.

Não por acaso, logo em seguida, Jesus é tentado pelo Diabo exatamente a respeito de sua identidade: “se és o filho de Deus”. Este tipo de questionamento não abalou Jesus, não nos abala e também não abalará nossos filhos aos quais transmitimos nossa herança.

“Pai celestial, gera em nós um coração grato pelo teu mover em favor de nossa família. Restaura nossa herança comportamental, física e espiritual. Que possamos transmitir aos nossos filhos e netos tudo de bom que temos recebido de Ti. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Reconciliação

“Tudo isso é feito por Deus, o qual, por meio de Cristo, nos transforma de inimigos em amigos dele. E Deus nos deu a tarefa de fazer com que os outros também sejam amigos dele” (2 Coríntios 5:18)

Um coração machucado e ferido gera competição e orgulho. A ferida passa a ficar explícita através de uma postura arrogante e competitiva que busca contrabalançar a insegurança interna. Estas feridas podem ser poderosa fonte de inspiração e trabalho, apesar de serem uma motivação errada.

Na Palavra de Deus nós vemos o caso de Jefté (Juízes 12), que era um guerreiro valente e corajoso, mas seu passado era muito ruim. Ele era filho de uma prostituta e foi deserdado pelo pai a pedido dos seus meio-irmãos.

Jefté tinha uma ferida muito grande dentro de si, a ponto de fazer muitas exigências quando foi chamado para guerrear em nome de Israel. A sua ferida produziu uma força extraordinária, pois dizia a si mesmo que venceria a todo custo para provar a todos de que era digno e capaz.

Outras pessoas, devido às feridas, sentem-se extremamente inferiores aos demais, sentindo-se incapazes de vencer, devido ao “peso” de suas dores.

Superioridade e inferioridade podem ser dois extremos da mesma situação, a chamada compensação da ferida.

Nós sempre procuramos compensar nossas dores em vez de tratarmos as nossas dores. Aí está a razão de tantos males que padecemos e o motivo pelo qual nossa casa e família muitas vezes sofrem tanto. É pelo simples fato de que não perdoamos e não vamos a Deus pedir perdão para termos nossa paz restabelecida.

O orgulho é a casca que cobre esta ferida não curada. Para seguir a vida, precisamos competir com os demais para que nossa balança emocional se equilibre.

Alguns gostam de sentirem-se prediletos, superiores, donos da verdade e do mover de Deus, o melhor nisto e naquilo. A competição levará à divisão como um efeito colateral do seu uso indiscriminado.

Assim é que aparecem os filhos pródigos que sacrificam toda sua herança numa síndrome de maioridade e maturidade que levam a uma vida independente.

Nosso orgulho nos leva a sacrificar a submissão a nossos pais e líderes espirituais e nos tornamos órfãos, sem identidade e sem destino. Outros crescem um pouco e se acham melhores que seus líderes e através de um processo doloroso de críticas e discordâncias vão embora e tentam reiniciar suas vidas. Quem assim faz repete o que Lúcifer fez lá nos céus.

Quando os pais estão na situação que descrevemos, há uma necessidade do marido e/ou da esposa de serem melhores do que o outro, é a competição gerada pelas feridas que carregam em seus corações.

Os filhos ficam assistindo esta situação e aprendendo com elas, num processo de propagação da ferida para a próxima geração.

Estes cônjuges muitas vezes não possuem bom relacionamento com seus familiares e acham que estão gerando uma família unida, falando de unidade mas agindo com competição e orgulho. Quando seus filhos crescem, tenderão a mostrar que são melhores que seus pais, pois competirão com estes.

Certo filho, nesta situação, passou a agir com rebeldia e despertar a fúria em seus pais, por destratá-los e agir com desacato e desrespeito. Na verdade sua atitude refletia seu desespero em se sentir amado e inserido no contexto familiar.

Depois de algum tempo, seu pai, desejando consertar a situação foi conversar com ele que estava de saída no momento em que era esperado que ficasse em família. A conversa foi ficando quente e sentimentos começaram a ser despertados de ambos os lados. O pai pensou que não restava outra opção senão dar um tapa no rosto do seu filho, tamanho o desacato e desrespeito.

Mas sua esposa estava observando a situação e orando por eles. Finalmente o pai conseguiu ouvir a voz de Deus que falava com ele para que não agisse com violência mas com humildade e perdão.

Através da intercessão, o pai nem chegou a levantar sua mão contra o filho, mas pediu perdão a ele por ter despertado nele sentimentos de rejeição e falta de amor.

A conversa tomou outro rumo e terminaram abraçados, orando um pelo outro em prantos.

O amor e a humildade quebram todo o orgulho e competição, gerando reconciliação, unidade e comunhão.

“Pai celestial, cura minhas feridas e dores. Desejo ser reconciliado contigo por intermédio de Cristo Jesus. Que eu também seja um reconciliador de gerações. Te peço que venha trazer paz ao meu lar e à minha família para que a comunhão e o amor estejam presentes em nossa vida. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Coloque Sua Casa em Ordem

“ … o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.” (2 Coríntios 4:4)

Há um deus agindo no mundo neste momento, o qual o apóstolo Paulo chama de deus deste século, cujo objetivo é falsificar o caráter de Deus e os valores do Seu Reino, privando as pessoas da verdade.

Este usa as feridas e debilidades emocionais para gerar a incredulidade e a cegueira espiritual, com o objetivo de terminarmos com uma fé engessada numa rotina religiosa que tenha um aspecto externo piedoso, mas onde a intimidade com o Espírito Santo e com seu poder está ausente.

Foi exatamente isto que deixou o apóstolo sem entender a obra de Cristo e perseguir os Cristãos, até ter um encontro pessoal com Ele. Paulo cria que fazia o que era certo. Havia sido ensinado pelo maior grupo religioso da época, os fariseus. Zeloso que era da lei foi levado a uma cegueira sem igual, pois a mesma lei que pregava o amor foi usada para matar.

Esta é qualidade das ações daquele que tem sua visão obscurecida pelo deus deste século. Valores e verdades absolutas expressamente descritos na Palavra passam a ser relativos, ou seja, valem apenas para alguns.

Este entendimento corrompido leva a atitudes tão loucas do qual só podemos sair ao sermos confrontados com o que fazemos. No caso de Paulo foi confrontado diretamente por Jesus, que se apresentou a ele no caminho de Damasco.

Certo dia, Telma e eu ministramos a um grupo de casais e um deles tinha um comportamento muito amigável. Durante todo o curso de casais eles se mostravam firmes, coesos e tudo mais.

Somente lá pelo final do curso quando comentamos sobre o fato de que um pecado não perdoado o qual tanto odiamos nos outros, pode acabar por se manifestar em nossa vida é que tudo mudou. Demos um exemplo sobre isto que foi certeiro à sua ferida emocional.

Ele havia sofrido com o rompimento de seu pai com sua mãe devido à infidelidade e fez com que sua família fosse privada de muitas coisas, desde a simples presença do pai até o sustento da casa.

Devido a isto não perdoava seu pai e jurou a si mesmo que não seria como ele. Quando o encontramos, ele estava fazendo exatamente como seu pai e estava caminhando para o rompimento com sua esposa e destruição da sua família e filhos.

Ele estava sendo infiel à esposa e não enxergava o mal que fazia, até que foi confrontado. Como ele não havia perdoado o pai, aquela mesma atitude o alcançou. Somente o confronto com o fato permitiu que ele tivesse seu entendimento aberto permitindo alcançar a vitória.

Logo após aquela aula ele me procurou à parte e contou o que estava ocorrendo. Sua esposa não sabia de nada e pensava que tudo estava bem, apesar de que seu radar de mulher indicava que algo não estava certo, só não sabia o que.

Mas quando ele reconheceu o erro, perdoou seu pai e confessou seu pecado à sua esposa, ele foi redimido e teve a família restabelecida.

Nestes momentos sempre vem o sentimento de que haverá a perda de tudo se houver a confissão, mas Deus não constrói nada sobre a mentira. Quem gosta de coisas ocultas e de penumbra é o maligno, Deus é íntegro e fonte de toda luz.

O apóstolo Paulo teve forte oposição dos próprios cristãos tão logo se converteu, mas quando entenderam que era autêntico em suas atitudes, ganhou o respeito deles tornando-se um dos principais apóstolos.

Foi fácil para algum deles? Claro que não! Exigiu coragem e disposição. Assim é com todo aquele que deseja colocar a sua vida em ordem, pode exigir esforço e determinação, mas alcançará algo muito superior ao que já possui.

“Pai celestial, desejo levar meu entendimento cativo a ti para que possa compreender as tuas verdades e restabelecer a harmonia em meu lar. Se há algo que tenho feito que te desagrada e é contrário à tua vontade (cite as atitudes que você já reconhece), que eu possa compreender quando for confrontado por Cristo. Dá-me toda coragem e disposição para mudar. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Quando Erramos na Educação III

“Há uma geração que é pura aos seus olhos, e contudo nunca foi lavada da sua imundícia.” (Provérbios 30:12)

Este versículo nos salta aos olhos, pois o que faria uma pessoa que vive na sujeira pensar que está limpa?

Seria equivalente a quem vive nas ruas, abandonado, sem condições, sem comida e sem banho, como já vimos muitos destes, acharem-se limpos.

Naturalmente que isto não parece ser adequado nem certo. O fato é que a Palavra de Deus nos diz que há pessoas assim vivendo entre nós.

Uma das causas desta cegueira espiritual é o espírito de religiosidade. Uma experiência genuína com Jesus pode se deteriorar e se transformar em religiosidade quando a nossa motivação for fundamentada em carências e feridas que não foram tratadas.

A religiosidade tem a capacidade de disfarçar a verdade íntima em busca de reconhecimento. É como uma maquiagem usada para encobrir as derrotas e feridas da alma.

Esta maquiagem quando aplicada, ao invés de ajudar a pessoa, na verdade, retarda o processo de cura, pois esconde a ferida impedindo que o remédio seja aplicado e uma ferida sem tratamento pode estabelecer um estado infeccioso.

Há três posições que podemos adotar frente as feridas. O mais desejável é que a pessoa reconheça e aceite o tratamento para a ferida, mas também é o menos aceito pelas pessoas. Às vezes tratar a ferida dói, pois é necessário mexer dentro dela e colocar remédios lá.

Outros se tornam um espinheiro, envolvendo a ferida com uma atitude de proteção a si mesmo e que faz ofender e explodir com quem chega perto de suas emoções ou motivações. É o famoso ‘pavio curto’, alguns nem tem pavio mais. Parecem minas que quando tocadas explodem, tornando-se pessoas problemáticas que são normalmente evitadas pelos demais.

A terceira forma são as pessoas polidas religiosamente, mas que não vivem de acordo com a Palavra de Deus, é o famoso ‘faça o que eu digo mas não o que eu faço’. Neste grupo acontecem as maiores imoralidades que conhecemos. Tudo é encoberto e não revelado, há muita obscuridade mesclada com bastante religiosidade.

Isto ocorre porque as pessoas começam pela carência de paternidade ou de autoridade e buscam a religião como meio de abafar suas dores e, consequentemente, a comunhão com Deus também. Como as feridas não foram tratadas, fatalmente voltam aos pecados do passado, sendo a imoralidade um pecado mais comum.

Feridas não tratadas levam a religiosidade, tornando-nos vulneráveis à imoralidade, que é compensada com mais religiosidade. Este ciclo acaba em escândalo.

Certa vez aconselhamos um casal em que inicialmente a esposa havia traído o marido e posteriormente o marido a traiu também. Enquanto ministrávamos ao coração deles, perguntei a ela porque ela havia feito isto.

Ela me disse que havia sido criada numa família religiosa e que sabia que estava fazendo errado, pois ouviu uma voz que lhe falou para não fazer aquilo. Mas em pouco tempo esta voz foi silenciando dentro dela e ela passou a achar que aquele pecado era comum e aceito e portanto não estava fazendo nada de errado.

Ela estava ‘suja’ pelo pecado mas não enxergava mais isto.

Da mesma maneira muitos pais estão carregando feridas em suas almas e por não enxergarem acabam submetendo seus filhos a uma carga indevida, que muitas vezes vão reproduzir este ciclo de feridas e dores na próxima geração.

Trate as feridas com o remédio do perdão e alcançará a misericórdia de Deus Pai.

“Pai celestial, desejo perdoar meus pais, parentes e amigos por todas as atitudes que me feriram e marcaram minha alma. Também desejo pedir perdão por todas as vezes em que reproduzi este comportamento em meu cônjuge e filhos. Que o amor de Cristo Jesus possa me alcançar e mudar o meu coração. Amém!”

Luis Antonio Luize