Vinicios Torres

Preparando o Caminho

“E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desatar-lhe as correias das sandálias.” (Marcos 1:7 ARA)

João Batista, por causa de sua origem (era filho de sacerdote), devia saber o propósito da sua vida. Muito provavelmente ele devia conhecer de cor a passagem de Isaías que profetizava o aparecimento daquele que prepararia o caminho para a chegada do messias. Ele sabia da importância da sua missão.

Curiosamente, apesar disso, ele não se aproveitava para conseguir favores ou aumentar sua influência. Os evangelistas registram que ele se vestia e comia simplesmente, vivendo apenas para cumprir o seu propósito. Ele sabia que a sua própria missão gerava a influência que ela mesma necessitava e que ele não precisava mais do que isso. A sua autoridade estava na execução do seu trabalho. Por isso, podia ser duro com os fariseus e ainda ser temido por eles; podia ser firme com os soldados e ainda continuar tendo o seu respeito; podia confrontar o pecado do seu povo e ter como resposta arrependimento e batismos para evidenciá-lo.

João podia experimentar isso porque tinha total consciência de que a sua missão era apresentar o Messias e não a si mesmo. O seu ministério era apenas o precursor e ele logo seria substituído. Não havia nele sinal de problemas com isso; na verdade, suas afirmações transpareciam o desejo de que isso acontecesse logo (João 3:30).

“Senhor, que eu tenha a humildade de me lembrar que tudo o que tenho veio de ti, e que minha vida e ministério tem o propósito de apresentar a ti somente e não a mim mesmo. Amém!”

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Arrependimento

“apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados.” (Marcos 1:4)

Marcos começa o seu evangelho contando acerca de João Batista e de sua mensagem. A mensagem de João foi a mesma que Jesus usou no seu ministério: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mateus 3:2; 4:17).

Por mais impopular que seja esta mensagem hoje, não existe evangelho sem arrependimento. Arrependimento é tradução de “metanoia” que significa mudança de mente, mudança de propósito. Significa que eu me dirigia em uma direção com convicção e que, por algum motivo, eu mudei de ideia e mudei o meu caminho.

Arrependimento não é remorso por ter dado mole e se deixar pegar no erro. Nem é mudar de comportamento por conveniência. Significa reconhecer que o caminho que eu estava seguindo com tanta convicção era errado e que o caminho que me está sendo proposto é o certo. Perceba que o caminho não precisa ser mau, basta que não seja o caminho de Deus para mim. Existem muitas pessoas que fazem o bem, porém com as motivações erradas, pelos objetivos errados ou para as pessoas erradas.

Quem se arrepende, deixa o caminho velho para trilhar o novo. Não olha para trás, não fica suspirando pelo que deixou, nem relembrando seus prazeres com desejo. Se assim é, é porque não se arrependeu de fato. Pregação do evangelho sem arrependimento faz nascer uma geração de pessoas sem compromisso com o Reino de Deus.

João Batista foi radical em afirmar que era necessário arrepender-se para experimentar o Reino de Deus. Jesus também. E nós?

“Espírito Santo, convence-me do pecado, da justiça e do juízo a fim de me arrependa de fato e possa experimentar plenamente o teu reino em mim.”

Vinicios Torres

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Evangelho

“Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.” (Marcos 1:1)

Evangelho é uma palavra de origem grega que significa “boa notícia” ou “boa mensagem”. O evangelista é uma pessoa que transmite essa boa notícia. O evangelho de Marcos começa com essa afirmação direta: “Este é o começo do evangelho de Jesus Cristo”. As boas notícias são a respeito do Filho de Deus, Jesus Cristo.

Não existe evangelho sem Jesus. Infelizmente, já fomos a algumas igrejas em que ouvimos mensagens positivas, inspiradoras, desafiantes, mas que não tinham nada de evangelho. Já ouvi pregações nas quais sequer era mencionado o nome de Jesus. Uma vez ouvi uma mensagem de uma hora inteira baseada em um capítulo de um livro de auto-ajuda de um consultor empresarial americano. Seria ótimo se fosse uma palestra da empresa, mas não era evangelho, faltava Jesus.

Por mais que a mensagem seja boa e possa ajudá-lo a resolver algum problema ou dificuldade desta vida, ela carece de uma característica importante do evangelho que é Jesus. A boa notícia que é transmitida pelo evangelho é justamente a de que Jesus veio buscar e salvar o perdido (Lucas 19:10) e dar-lhe a vida eterna (João 6:47).

Outra característica do evangelho é que ele é do Filho de Deus. Não é de um Jesus qualquer, não é de um homem comum. Se a mensagem fosse sobre alguém comum, por mais importante que a sociedade o considere, é uma mensagem limitada ao contexto e ao tempo desta pessoa. Já o evangelho do Filho de Deus, não se limita apenas aos judeus nem ao seu tempo.

E por fim a notícia é boa. É impressionante como, na tentativa de conseguir resultados, muitos pregadores transformam a pregação em um show de horrores. Por definição, evangelho é boa notícia. A notícia de que Deus se fez gente para, habitando entre nós, revelar-se a si mesmo em Jesus Cristo, e atrair-nos para Ele (João 12:32).