Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Pais e Filhos

Ele fará com que pais e filhos façam as pazes para que eu não venha castigar o país e destruí-lo completamente. (Malaquias 4:6)

Logo que a Telma e eu nos casamos, percebemos que havia algumas questões em nosso relacionamento com nossos pais que precisavam ser tratados para que pudéssemos desfrutar um do outro inteiramente.

Estas questões estavam relacionadas com nossa criação e as marcas que haviam sido colocadas em nós. Passei muitas noites com a Telma deitada em meu colo ouvindo os acontecimentos da sua vida e orientando-a. Após algum tempo superou estes fatos, não sem antes ir até a sua mãe e perdoá-la por algumas situações marcantes em sua vida.

Imediatamente após ela fazer isto, uma grande carga saiu de suas costas e sentiu-se leve e livre. Agora, os mesmos comportamentos e atitudes de sua mãe já não a afetavam mais. Hoje ela e sua mãe são grandes amigas e confidentes.

A verdade é que chegamos ao casamento com uma bagagem, fruto da nossa criação. Nossos pais, com as melhores intenções de criar filhos ajustados, podem ter cometido excessos ou omissões, ambos ruins para seu filho.

Talvez, você, neste momento, pense em seus pais e como eles te criaram, mas quero te convidar a pensar em como você está criando seus filhos. Estará reproduzindo as mesmas situações em seus filhos ou trocou estas situações por novas situações que possam trazer dificuldades futuras a ele?

Dificilmente alguém acertará completamente na criação dos filhos, pois somos falhos por natureza. Podemos, sim, tentar minimizar estes efeitos através do amor e do perdão.

Certa vez errei na correção dos filhos, no que fui chamado à parte pela Telma e orientado a respeito do meu erro. Imediatamente fui até eles e pedi perdão pelo que tinha feito e pela injustiça que havia cometido. Inicialmente fiquei receoso de que perderia a autoridade, mas a verdade é que ganhei ainda mais respeito, admiração e amizade deles.

Para criarmos filhos saudáveis emocional e espiritualmente primeiro precisamos tratar o nosso relacionamento com nossos pais. E foi o que a Telma e eu fizemos, orientados pelo Espírito Santo apenas.

O diálogo é fundamental para que o casal possa tratar estes aspectos de maneira sadia. Uma outra maneira é a discussão, o que levará a uma situação em que um está certo e o outro errado, e o problema persiste, até que um dia caiam em si e resolvam estas situações de maneira madura.

Recentemente celebramos Bodas de Prata e escrevi um texto para a Telma para ser lido no momento da cerimônia, que dizia assim:

“Telma, neste 21 de junho de 2011 comemoramos vinte e cinco anos de feliz matrimônio – bodas de prata. Olhava para casais com estas alianças que contêm ouro branco e sempre imaginei que eram muito bem sucedidos, davam-se muito bem e eram felizes.

Agora que chego nesta data, entendo o que ela significa e vejo que estava certo. Bodas de prata é a conquista de um casal que leva a sério a Aliança Matrimonial citada pelo pastor no momento do casamento. Pois naquele momento o pastor pronuncia os votos “Promete amá-la, honrá-la, consolá-la e protegê-la na enfermidade ou na saúde, na prosperidade ou na adversidade, e manter-se fiel a ela enquanto os dois viverem?“.

Para mim, estes votos pareciam simples, mas ao longo destes 25 anos de casamento entendo perfeitamente a importância dos mesmos. Saúde e Prosperidade parece ser mais suave e amoroso, mas é na enfermidade e na adversidade que o verdadeiro amor aparece, e hoje compreendo todo seu amor e cuidado para comigo.

Este amor é fruto de duas histórias, duas vidas e uma única e abençoada visão.”

Finalizando, o último versículo do Velho Testamento trata da questão de pais e filhos e que Deus enviaria um profeta para que as gerações fizessem as pazes. Este profeta é Jesus, que veio religar as gerações, pais com filhos, tanto pais e filhos terrenos quanto o pai celestial com seus filhos humanos.

Implícito neste versículo está a conclusão que as famílias que sofrem com problemas entre as gerações, sofrem consequências como se uma maldição os afetasse. Que não sejamos nós afetados por isto.

“Senhor Jesus, peço que teu Santo Espírito possa agir em meu coração e me despertar para tudo que preciso levar a Ti para perdoar e pedir perdão. Religa-me contigo e com a minha família, pois desejo receber todas as tuas bençãos e promessas para que até a minha milésima geração seja abençoada por Ti.”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Duas Culturas

“Acima de tudo, amem sinceramente uns aos outros, pois o amor perdoa muitos pecados.” (1 Pedro 4:8)

Os aspectos envolvidos na herança comportamental são bastante profundos e impregnam nossas vidas de uma maneira que muitas vezes sequer percebemos.

Em cada casa a família tem seu próprio jeito de ser e de agir. Alguns pais são conservadores, enquanto outros liberais e um outro tanto moderados. O produto da sua forma de ser e agir são os modos dos filhos.

Se há um filho que sente a necessidade de espaço para poder agir e pensar e está inserido numa família rígida, provavelmente terá dificuldades. Se possuir um certo “jogo de cintura”, vai conseguir absorver estas situações e comportar-se de maneira adequada.

O fato é que cada pessoa é de um jeito e seus filhos não necessariamente possuem temperamento e gostos semelhantes aos dos pais. Isto tudo pode ser fonte de tensões no relacionamento entre pais e filhos e entre os filhos.

Quanto mais pessoas na casa, mais comportamentos diferentes existem, mais relações devem acontecer e mais conflitos podem surgir. Temos dois modos de enxergar isto, por um lado podemos dizer que uma casa em que tenham mais pessoas há mais conflitos e dificuldades ou olhando de um modo diferente e melhor, dizer que numa casa em que há muitas pessoas há mais variedade de situações que proporcionam um crescimento social mais rápido para quem está lá.

Naturalmente, o modo de enxergar vai depender do temperamento e comportamento de cada um de nós.

De qualquer forma, estas interações familiares irão moldar as pessoas da família, de forma a que terão o jeito de agir, pensar e comportar-se semelhantes.

Você já observou uma família que tenha uma característica bem definida e que você poderia dizer qual é a qualidade que marca a todos naquela casa?

É disto que estamos tratando, comportamentos semelhantes de todos os familiares. Estes comportamentos podem ser bons ou ruins, e saiba que todos nós teremos os dois tipos de comportamento em nossa casa. Temos que manter os bons comportamentos e melhorar os comportamentos ruins, assim iremos crescendo.

Quem nos ajuda muito nesta área é o Espírito Santo, que está realizando em cada um de nós o processo da santificação, que nada mais é do que o aperfeiçoamento dos crentes em direção à Jesus. Precisamos deixá-lo agir em nossa casa para que nosso lar cresça a cada dia de forma que, ao olharmos para trás, podemos ver que estamos melhores do que ontem e olhando para a frente tenhamos um objetivo de melhorar ainda mais.

Tendo tudo isto em mente, ao nos casarmos, iremos encontrar uma pessoa que foi criada numa cultura familiar totalmente diversa da nossa.

O convívio do namoro e noivado não é suficiente para entender todos os aspectos desta cultura, mesmo envolvendo-se com a família do futuro. Pensando melhor, a gente até percebe, mas nossos olhos estão fixos no nosso par, a tal ponto que tudo que está em volta é esquecido.

Algumas pessoas chegam a olhar apenas para a beleza externa, esquecendo-se de olhar para a beleza interna, para alma da pessoa. Quem ela é, quais suas qualidades e defeitos e perguntar-se se é o tipo de pessoa com o qual deseja passar junto o resto de sua vida.

De qualquer forma, após casarem-se estão ligados numa aliança indissolúvel entre eles e com os familiares de ambos. Mesmo que tenham levado em consideração os aspectos acima, mesmo assim ainda serão duas pessoas com culturas diferentes que passarão por um período de adaptação.

Muitos pensam que os primeiros anos de casamento são os melhores, e podem ser sim, desde que haja respeito e amor mútuo. Cada um querendo o melhor para o outro e procurando compreender suas atitudes, confrontando amorosa e pacientemente cada situação comportamental diferente e de potencial conflito.

Se esta primeira etapa for bem feita, certamente estarão lançadas as bases de uma relação profunda e duradoura em que a cultura de ambos se fundirão numa nova cultura familiar em que os filhos serão criados.

“Senhor, que eu possa a cada dia me santificar na tua presença, amando meu cônjuge e familiares cada vez mais, transformando-me na expressão viva do teu amor.”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Nossas Heranças

Hoje estou deixando que vocês escolham entre o bem e o mal, entre a vida e a morte. (Deuteronômio 30:15)

É na família que nos desenvolvemos e recebemos nossa identidade como pessoa, recebemos orientações morais e espirituais, desenvolvemos nossa capacidade de nutrir relacionamentos e recebemos herança. A isto denominamos de cobertura familiar.

Ao nascermos numa família, recebemos nossa identidade física, ou seja, nome, sobrenome, um idioma, uma nacionalidade e um certo aspecto. Dizem que puxamos para o pai mas que somos bonitinhos que nem a mamãe.

A fonte de toda certeza é Deus, que é imutável, portanto, quanto mais próximos deles, mais sabemos quem somos e quanto mais distante mais perdidos ficamos.

A pessoa pode ter nascido numa família que cristã e busca servir a Cristo ou então numa casa em que são todos religiosos ou onde cada um é do seu jeito ou até mesmo ateus. De qualquer maneira, vai sendo formada a identidade espiritual do indivíduo baseado inicialmente nos seus relacionamentos familiares.

A cobertura familiar é muito importante para nós humanos, a ponto de que, quando falha, ficamos complexados. Pode ser complexo de inferioridade ou de superioridade, humildade ou orgulho, não importa, pois estes são apenas dois extremos da mesma régua.

A identidade é algo tão importante que o próprio Deus Pai confirmou a identidade de Deus Filho – Jesus Cristo logo após seu batismo dizendo: “Este é o meu Filho amado em quem me comprazo” Mateus 3:16¨. Observe que Deus disse que era Seu filho e estava alegre por ele.

Muitos pais nunca dizem aos seus filhos que os amam e muito menos que tem alegria no que fazem ou em como são – isto é a transmissão da identidade.

Logo após Deus Pai ter afirmado a identidade de Jesus como Seu filho, ele foi tentado por Satanás na sua identidade: “Se tu és o filho de Deus, então…” (Mateus 4:3,5). Nas duas primeiras tentações Satanás usa a mesma expressão e significa colocar em prova o que Deus Pai disse a Jesus, colocar em dúvida.

Nós em nada somos melhores do que Jesus e se este foi tentado na área da sua identidade, tenho certeza que você também já foi ou será tentado nesta área, escutando algo como:

— Se você é um bom pai/mãe, então…
— Se você é um bom marido/esposa, então…
— Se você é fiel, então…

Quando você tem convicção não precisa provar nada para ninguém, mas se está em dúvida se achará tentado em fazer algo para provar a todos e então cairá na tentação.

Na família desenvolvemos a confiança mútua o que nos dá a capacidade de iniciar e nutrir relacionamentos saudáveis. A base da confiança é a integridade, ou seja, ser o mesmo em qualquer situação, seja na frente das pessoas ou sozinho.

Se você anda com dificuldade em se realizar nos relacionamentos, procure observar sua relação com seus pais, pode ser que haja algum problema, e se houver, busque o conserto o quanto antes.

No ocidente leva-se pouco em consideração as gerações, ou seja, nossa descendência, da onde viemos e para onde vamos, mas a Bíblia valoriza a família, a coletividade e as gerações. Aqui o evangelho muitas vezes é precário por causa da quebra dos vínculos familiares, o que leva ao rompimento de relacionamentos, distanciamento e falta de apoio. Mas é certo que recebemos de nossos pais uma herança, seja esta ministerial, moral, emocional ou espiritual.

A herança financeira é fácil de compreender, pois ao morrer algum ente querido, este deixa todos os seus bens a quem fica e estes são repartidos entre eles.

A herança moral e comportamental é menos falada e observada, mas basta examinar os membros de uma família e veremos que se comportam de forma parecida. Escutamos coisas como:

— Ele fala igualzinho ao pai!
— Ela tem o mesmo jeitinho da mãe!

Isto quando não falam de comportamentos ruins que herdamos. Você precisa conhecer estes comportamentos e buscar de Deus a cura para aqueles que não são adequados.

Isto não significa que o vício do pai, por exemplo, possa ser pretexto para o filho. Pode haver influência, mas não é uma obrigação.

A herança espiritual se refere a quem somos em Deus. Quando Deus se apresentou a Moisés pela primeira vez, disse que era o Deus de seus pais, e que tinha amizade com Abraão, Isaque e Jacó. É por isto que a bíblia está repleta de bênçãos e maldições para as gerações futuras, segundo o nosso comportamento hoje.

Certamente, dons e vocação poderão ser liberados ou trancados através da herança que recebemos, mas está nas suas mãos escolher o caminho da vida e do bem.

“Senhor, quero neste momento renunciar a tudo que não provenha de Ti e manifesto a vontade de me submeter inteiramente à autoridade de Jesus Cristo em todas as áreas da minha vida. Escolho o caminho da vida e do bem assim como a boa herança. Senhor, religa-me contigo e com a minha família.”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – O Papel do Pai e da Mãe

“Felizes as pessoas que têm fome e sede de fazer a vontade de Deus, pois ele as deixará completamente satisfeitas.” (Mateus 5:6)

Pai e mãe foram criados por Deus cada qual com um papel muito bem definido. Cada um deles comporta-se de maneira diferente e necessária para a formação de uma família saudável. Muitos casais, ao invés de entenderem estes papéis e trabalharem como uma equipe de uma-só-carne, passam a se machucar mutuamente por desconhecer esta dinâmica e entram num círculo vicioso, muito diferente do ciclo virtuoso projetado por Deus para o casamento.

Quando a criança nasce, é notória a diferença do papel do pai e da mãe. A mãe toma seu bebê no colo e o traz para junto de si, na maioria das vezes bem enrolado numa manta que o proteja do frio e do vento, numa demonstração clara de que a protegerá de todos os problemas do mundo e não permitirá que nada venha retirar seu bebê de perto.

Já o pai quando pega a criança, na maioria da vezes tira a manta porque lhe atrapalha segurar por debaixo do braço do filho, então, levanta ele bem alto para todo mundo ver, ou vira-o para a frente para que possa ver tudo do seu ponto de vista, numa demonstração clara de que está com ele e irá ensiná-lo a conquistar o mundo.

Quando cresce, a criança vai jogar futebol, por exemplo, e quando um dos meninos derruba seu filho, se a mãe está por perto, ela chama o menino, que começa a chorar pedindo proteção e a mãe o acolhe no colo e diz que os outros meninos são todos “malvados”, mas que ela vai cuidar dele, ninguém vai machucá-lo, isto quando não vai tirar satisfação com a outra mãe ou com o outro menino.

Já o pai na mesma situação, chama o filho, no máximo passa um cuspe no joelho dele e diz “vai lá que agora você consegue, vou te dizer como fazer desta vez. Vai!”

Mas esta diferença começa logo cedo, na verdade desde a concepção, sendo o homem que determina o sexo da criança, pois somente ele possui o cromossomo Y que junto ao cromossomo X da mãe pode gerar um menino. A presença do pai é fator determinante na boa formação da identidade do filho(a). A sua falta ou ausência emocional poderá levar a adultos com algum tipo de distúrbio na área da personalidade, identidade e/ou capacidade de desenvolver relações de afeto.

Muitas pessoas passam por uma crise de identidade hoje em dia, sendo isto fruto da ausência do pai no ambiente familiar, muito comum numa cultura em que a produção independente está na moda, assim como a falta de responsabilidade dos homens em honrar seus compromissos assumidos com sua mulher, seja ela namorada, noiva, esposa ou apenas morem juntos. Também pode ocorrer se há caso de vícios pelo pai causando uma distância emocional.

Por volta dos 12 anos é quando esta identidade é fixada, sendo o momento em que ocorre a maioria dos divórcios nas famílias. Como reflexo desta situação, temos filhos sem direção na vida, pois lhe falta o direcionamento e estímulo do pai para que possa se desenvolver adequadamente e atingir todo o seu potencial na vida.

Examinando o papel das mães, observamos que normalmente esta é responsável por alimentar, proteger e apoiar os filhos. Explico, ela mantém a criança nove meses em sua barriga e depois através da amamentação lhe transmite todos seus anticorpos, pois é da natureza da mãe dar vida e saúde aos filhos.

Mas esta vida e saúde não se resume à parte física, facilmente identificável, mas também vida e saúde emocional e espiritual.

Ao ensinar seu filho com histórias bíblicas e orando junto com ele toda noite, a mãe está lhe transmitindo vida e saúde espiritual. O pai tem papel importante na vida espiritual dos filhos, mas como normalmente fica pouco tempo com estes devido ao trabalho, deve aproveitar todas as oportunidades que surgirem para ensiná-los, seja através de histórias bíblicas ou a oração. A palavra diz que se ensinarmos ao filho quando for novo, quando for mais velho não se desviará do caminho certo.

Quando o esposo ou o filho volta de alguma atividade externa e chega em casa chateado, a pessoa que pode ajudá-los a superar esta frustração é a mãe. Se sua língua está a serviço de Deus, ela irá proferir palavras boas que serão bálsamo para eles e se sentirão renovados para ir em frente e superar os obstáculos.

Recentemente li o artigo de um cientista que estava fazendo mapeamento do cérebro humano para entender os problemas mentais e como superá-los. Usou seu próprio cérebro como modelo para comparação, pois acreditava não possuir qualquer tipo de desvio.

Pois bem, após minuciosa análise de cérebros de psicopatas, surpreso, descobriu que seu cérebro tinha o mesmo tipo de deficiência do cérebro de psicopatas e serial-killers conhecidos.

Após uma retrospectiva e entrevista com seus familiares, reconheceu que nunca havia manifestado esta deficiência porque havia sido ensinado pela sua mãe, que quando observava um comportamento inadequado, o orientava sobre como proceder de maneira correta.

A atitude desta mãe transformou um assassino em potencial em um cientista renomado.

“Senhor, apesar da maneira como sou, com falhas e defeitos, me ajude a ser um bom pai/mãe, desenvolvendo o potencial de meus filhos de maneira a estarem de acordo com a sua Palavra. Que o Teu amor inunde o meu coração cobrindo minhas falhas e eu possa então transmitir este amor àqueles que me são queridos.”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Disfunção

“Pois vocês, pela viva e eterna palavra de Deus, nasceram de novo como filhos de um Pai que é imortal e não de pais mortais.” (1 Pedro 1:23)

Os cônjuges de hoje tem à sua disposição muitos recursos que podem facilitar sua preparação no sentido de comporem famílias bem estruturadas em Cristo.

Apesar disto, nenhum problema é tão grave hoje quanto o problema da família. Para exemplificar, a Telma é presidente do Lar Moisés, uma casa-lar para crianças até 10 anos vítimas de abandono e/ou de abuso pelos pais que abriga até 20 crianças. Cada criança chega com uma história diferente e algumas delas muito complicadas, onde somente o amor de Deus Pai poderá tocar seus corações retirando os traumas recebidos tão cedo.

No livro O choque do futuro, Alvin Tofler diz que estão ocorrendo muitas transformações na sociedade, cultura e tecnologia, e que a família é o gigante absorvente destes choques, pois todas estas mudanças que ocorrem recaem sobre a família, que é diretamente atingida pelas mesmas.

Olhando a história, observamos a vida de Adolf Hitler, que devido a uma criação ruim, pois era filho ilegítimo e adotou o sobrenome do padrasto, com o qual teve problemas irreconciliáveis, associados à perda de 4 do total de 6 irmãos/irmã devido a problemas de saúde, e aos 19 anos era órfão, vivendo de assistência do estado.

Estes fatos o marcaram tanto que por suas ordens mais de 6 milhões morreram na segunda grande guerra, sendo que tudo iniciou por problemas familiares.

Já Winston Churchill mesmo nascendo em família nobre, também teve problemas na sua criação, repassando-os para os seus filhos. Ainda assim, contribuiu positivamente para a história no mesmo período.

Portanto, edificar famílias saudáveis deveria ser a prioridade dos governos, muito mais do que a segurança ou a economia. Uma família desestruturada é muito perigosa para os filhos, que irão mal nos estudos, terão problemas de comportamento, dificuldades de adaptar-se, muitas vezes desistindo dos estudos. Este grupo possui uma taxa maior de gravidez fora do casamento.

Isto me lembra uma estória que fiquei sabendo. Diz que uma cachorra vira-lata apareceu na casa de uma família e estava esperando filhotes. Ao nascerem, os filhotes chamavam a atenção pela maneira como andavam. Eles mexiam as patas da frente e pulavam com as patas de trás, e todos na casa riam desta situação.

Mas isto aconteceu porque certo dia, o dono da casa estava cortando a grama com um daqueles cortadores rotativos e ruidosos e a cachorra corria latindo até o cortador e saia correndo. Numa destas corridas ela escorregou e foi com as patas traseiras diretamente nas lâminas do cortador.

O homem correu ao veterinário com a cachorra e este fez o que pôde para que a cachorra não perdesse os filhotes, recompondo suas pernas, apesar do insucesso em religar os nervos das mesmas.

Mais tarde, esta deu a luz aos filhotinhos que, quando aprenderam a andar, olhavam para sua mãe para ver como ela fazia, e esta mexia somente as patas da frente e pulava com as detrás, pois já não tinha mais o movimento das mesmas.

A isto se dá o nome de disfunção ou função alterada. Filhotes normais andando de maneira diferente do normal por terem aprendido assim.

Hoje existem muitos pais com disfunção que mancam pela vida emocional, psicológica, intelectual, espiritual. O resultado trágico disto é que seus “filhotes” aprendem com eles e andam logo atrás, tropeçando na vida.

A boa notícia é que os pais podem superar as causas dos seus problemas e passar a ser pais e mães que possam transmitir força e perfeição aos seus filhos.

“Senhor, me ajuda a aprender com os que vieram antes de mim para que eu possa herdar a boa herança dos meus pais, ao mesmo tempo em que meus olhos sejam abertos e eu possa identificar as minhas disfunções e ser curado por Ti, evitando repassar isto à próxima geração. Que eu e meu cônjuge possamos superar as causas de nossos problemas e deixar uma boa herança aos nossos filhos.”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa

“Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração.
Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.” (Deuteronômio 6:6-7)

Introdução

Nosso coração se alegrou muito quando recebemos o convite para escrever no ICHTUS uma série de artigos na área de família e criação de filhos. Nós conhecemos o Vinicios e a Sandra há quase 30 anos e sabemos do seu comprometimento com o Reino de Deus e a seriedade do trabalho que desenvolvem.

A Telma e eu temos trabalhado na área de família desde 1994, quando participamos do nosso primeiro encontro de casais, em seguida, em 1998 ministramos pela primeira vez o MMI (2=1, Casados para Sempre), depois o Aliança e posteriormente palestras em encontros de casais em diversas cidades.

Este ministério teve início de verdade quando tomamos a decisão de ter uma família segundo o coração de Deus e de nos unirmos numa aliança inquebrável, indissolúvel e como casal fizemos um acordo e decidimos educar nossos filhos usando valores cristãos em casa, na escola, na igreja e qualquer outro lugar em que estivessem.

Devido a isto, denominamos esta série de artigos de “A FÉ COMEÇA EM CASA“, o qual está perfeitamente alinhado com o que pensamos e com a maneira como as famílias passaram a enxergar a igreja.

Ao longo desta série iremos compartilhar com vocês nossas experiências nesta área, algumas vezes lembrando algum episódio pitoresco que possa retratar o tema proposto, sempre percorrendo as diversas situações que surgem no convívio familiar.

Contamos com você ao nosso lado nesta jornada, para ler, meditar, aplicar na sua família e comentar. Queremos conhecer sua opinião sobre cada artigo e estamos abertos a sugestões de temas que possam ser inseridos, sempre que possível, dentro de nosso plano de trabalho.

Apresentação

Hoje nós congregamos na IBNC – Igreja Batista Nacional no Cajuru, atuando no Ministério de Casais (AMAR – Aliança Matrimonial Restauradora) e Veredas Antigas, além do Luís Antonio ser pastor auxiliar.

O Luís Antonio também trabalha numa empresa de automação comercial e mantém seu site com artigos técnicos e teológicos, enquanto a Telma é artista plástica, ministra aulas em seu ateliê, participa de exposições e mantém seu site na área.

Quando ministramos a palestra “Pais e Filhos” no encontro de casais, nós nos apresentamos fazendo uma espécie de jogral.

Eu inicio dizendo:

— Eu sou o Luís Antonio da Telma.

— E eu sou a Telma do Luís Antonio. Diz ela.

E de forma intercalada:

— Somos Casados para Sempre,

— Firmados em Aliança,

— Pais para Toda a Vida de Bruna, Luís Felipe, Gustavo Henrique e Leonardo Augusto, e

— Restauradores de Veredas.

Estes títulos se referem aos nomes de cursos de casais e de libertação que participamos e ministramos na comunidade que participamos em Curitiba.

Como estes, hoje existem muitos cursos, treinamentos e livros. Em 1986, quando nos casamos, não havia tanto acesso a materiais como hoje, ao menos não conhecíamos, e nós não sabíamos como proceder. Nosso pastor, o saudoso Pr. Raul Weigter, um dos líderes do movimento de renovação espiritual batista no Paraná, nos ajudou dando de presente dois livros a respeito de casamento, um direcionado ao marido e o outro à esposa.

Este foi todo o nosso ensino antes de casar, ou melhor, na data do casamento. Mas nós tínhamos em nosso coração um desejo de ter uma família segundo o coração de Deus, e nos firmamos neste propósito.

O que precisamos na vida é de propósito. Para cumpri-lo buscamos e aplicamos o conhecimento, ajustando o propósito aos ensinos de Jesus para a família e então rumamos na direção correta.

Não há como ter uma família abençoada sem uma Aliança entre os cônjuges, vivendo em acordo e com um propósito bem estabelecido.

Em Cristo,

Luís e Telma Luize

“Senhor Jesus, Tu que és a terceira parte do meu relacionamento conjugal, eu Te convido a fazer parte da minha família e firmo uma aliança com meu cônjuge. Ajuda-nos a andar em acordo e firmados num santo propósito contigo. Te dou a liberdade de agir em minha família para nos alinharmos ao Teu plano para nós. Que possamos te glorificar cada dia mais.”

Luiz Antonio Luize