Mário Fernandez

Filhos: Criação e Relacionamento – Herança

“Jesus lhes deu esta resposta: “Eu lhes digo verdadeiramente que o Filho não pode fazer nada de si mesmo; só pode fazer o que vê o Pai fazer, porque o que o Pai faz o Filho também faz.” (João 5:19)

Vivemos num tempo em que ao falar de herança imediatamente as pessoas pensam em propriedades, imóveis, empresas, dinheiro, enfim, bens materiais. Mas vemos na Bíblia que Jesus é herdeiro do Reino de Deus e nós co-herdeiros com Ele.

De igual sorte nós, como pais neste mundo, devemos ensinar nossos filhos que eles podem receber herança de nós, sem que isso os deixe abastados financeiramente. Não é errado deixar uma casa ou dinheiro de herança. Eu até este momento não recebi nada de meu pai, que faleceu em 1997, e pra ser sincero, só sinto falta dele e não de algum bem. Herdei de meu pai um senso de honestidade ímpar, uma virtude para o trabalho que tem me feito destaque e um coração generoso. Deixou-me bem escolado (o melhor que pode) e me mostrou valores como pontualidade, retidão, nunca mentir e jamais desrespeitar um superior ou mais velho.

Jesus diz neste versículo que fazia o que Pai faz. Assim aprendemos que podemos herdar e deixar herança de um ofício, de uma atividade, mas também de uma unção. Eu estou deixando meus filhos com pouca esperança de herdar fortuna, mas eles já entenderam que há uma unção a herdar. Minhar filha aos 16 anos já é reconhecida como intercessora e tem sido saliente em sua escola pela fidelidade a seus valores e princípios entendidos pelos de fora como “religião”. Colegas e professores têm sido impactados em algum grau. Deus vai usá-la muito ainda.

Isso, meu querido, é uma herança que não se passa por escritura ou por cartões, mas por convívio, amizade, ensino, exemplo, respeito e principalmente fazendo junto para que aprendam. Glória a Deus que nos capacita para termos herança para deixar.

“Senhor, obrigado pela herança que vem do céu por meio de Jesus Cristo pelo Espírito Santo. Obrigado por me permitir receber e repassar a meus herdeiros algo que vai além dos números.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Orando Como Convém – Intimidade

“Certa vez Jesus estava orando em particular, e com ele estavam os seus discípulos; então lhes perguntou: “Quem as multidões dizem que eu sou?” (Lucas 9:18)

Uma coisa que precisamos aprender é a escolher quem partilha de nossa intimidade. É inevitável ser decepcionado pelas pessoas, ser machucado em relacionamentos, magoar outros, tudo isso faz parte da vida neste mundo. Mas quando estamos na intimidade de alguns assuntos, devemos ter sabedoria e escolher direito.

Jesus andou com multidões, andou sozinho, andou com dois, andou com doze, andou com setenta. Note a diferença do seu ensino, da sua postura, das suas perguntas. Para cada situação a sabedoria do céu mostra o que pode e o que não pode ser tratado. Neste versículo em particular havia algo crucial a ser conversado, pois um estudo relativamente simples mostra ser este momento o divisor das águas do ministério de Jesus. Até o Diabo percebeu que depois de Jesus ser reconhecido como o Filho do Deus vivo as coisas mudaram. Leia o texto com cuidado e perceba.

Num momento de virada, num momento de mudança, de decisão, de apuro, num momento de intimidade, só os realmente íntimos devem participar. Eu confesso que sou completamente incapaz de fazer algumas coisas sem orar um bom tempo antes e sou mais do que incapaz de fazer isso sozinho. Mas isso não significa que eu pego um microfone e chamo uma multidão para orar comigo. Há os “escolhidos” que Deus direciona no meu coração para estarem comigo. Por vezes são dois, por vezes são 20. Se Jesus precisou de 12 eu precisaria mesmo de um exército, mas cada coisa no seu tempo.

Quando vamos orar por algo realmente sério e decisivo não convém fazermos sozinhos, nem convém fazer público. É algo coletivo mas com intimidade. Mais importante do que tudo, é sermos nós referenciais para os menos experientes quando sentirem ser um momento de impasse. Que vitória ser escolhido para estar junto.

“Senhor, obrigado por me mostrar como Jesus fazia na sua intimidade para que eu possa aprender como devo agir. Com Tua ajuda e direção eu sei que serei vencedor.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Filhos: Criação e Relacionamento – Perdoar

“A seguir, levantou-se e foi para seu pai. “Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou.” (Lucas 15:20)

Ser pai é muito, muito mais do que dar uma contribuição biológica, mais do que sustentar e educar, mais do que assumir a paternidade legal, mais do que assinar os papéis. Ser pai tem muito de inexplicável, como no comportamento deste pai de Lucas 15.

Essa parábola que ficou conhecida como “filho pródigo” nos mostra um verdadeiro pai, um exemplo a ser aprendido. Esse homem teria toda as razões lógicas, políticas, emocionais, familiares, financeiras e até legais para não querer nunca mais saber de seu filho. Ajudei, há alguns anos, a um amigo se reconciliar com seu pai, também meu amigo. Um pai não pensa só com a cabeça, não sente só com o coração, não analisa só com o pensamento.

Um pai de primeira qualidade não precisa ser perfeito, basta ir além. Esse pai de Lucas 15 esperava diariamente pelo retorno de seu filho, contrariando toda a lógica. Mesmo que lhe chegasse uma carta, uma notícia, nada substituía seu filho de volta em casa. Perceba que a parábola nos conta que ele, vendo o filho ainda de longe – por que o estava procurando – corre até ele. Antes de perguntar como ele estava, perguntar se ele voltou para ficar ou se era visita, antes de qualquer coisa, correu para ele. Isso é o coração de um pai.

Temos de aprender que muitas vezes nós homens, no sentido de humano masculino, temos uma atitude excessivamente machista e contundente para com nossos sentimentos. Temos esse coração mas não temos esta atitude. Tive um episódio com meu pai pouco antes de casar e sei o que me custou para reconciliar. Se pela graça de Deus sou curado, pela graça de Deus estendo a cura.

Hoje no papel de filho sem meu pai em vida, mas de pai com meus filhos ainda próximos, procuro diligentemente cumprir meu papel. Mas muito mais, procuro externar meus sentimentos por eles, sempre esperando que por pequeno que seja o estrago, eles se permitam ser consertados pelo Senhor. Isso é ser pai…

“Senhor, fortalece-me e ensina-me a ser um pai melhor ainda do que o pai que tive na Terra. Seja eu quem for, contigo eu posso iniciar uma nova geração de paternidade.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Filhos: Criação e Relacionamento – Mostrar

“Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles.” (Provérbios 22:6)

Embora este versículo seja praticamente um clássico do ensino infantil eclesiástico, muito mencionado, muito recitado, até mesmo muito decorado – creio ser ele bastante mal compreendido.

A primeira evidência disso é que as pessoas perderam a percepção da diferença entre instruir e apontar. Deus não colocou boiadeiros para cuidar de seus rebanhos, colocou pastores. Os pastores pisam primeiro no caminho, vão adiante, convivem. Os boiadeiros vão atrás estalando chicotes, é bem diferente. O filho deve ser instruído, para que se cumpra esta promessa, de forma pastoral – não empurrando ou apontando, mas demonstrando.

A segunda questão é sobre persistência, pois o texto fala “ao passar dos anos” ou em outra tradução “até quando for velho” o que mostra que vai levar tempo (muito tempo) e que não podemos desistir. Já passei dos 40 e percebo o cuidado da minha mãe em perguntar como eu me viro com algumas situações, pois ela se preocupa em aferir o que me ensinou. Não se faz nada duradouro de forma rápida.

A terceira coisa a ser considerada é que só funciona o que for verdade para mim. De nada valeria eu me “privar” de mentir, adulterar, pecar como se diz “a torto e a direito” apenas para demonstrar um procedimento correto a meus filhos. É necessário que eu o faça autêntica e genuinamente, crendo de todo meu coração naquilo que estou ensinando e instruindo. Meus atos práticos são importantes, mas o Reino de Deus é regido por um Deus que não vê com os olhos dos homens. O interior, a disposição da alma (coração), a intenção, a motivação – tudo conta.

Para criar filhos no temor do Senhor (princípio da Sabedoria) é preciso que mostemos mais do que falemos, persistamos e creiamos no que estamos ensinando. O resultado é a promessa de um Deus Fiel.

“Senhor, ajuda-me a instruir aqueles a quem o Senhor me confiou educar para Ti. Quero acima de tudo ser fiel a Ti em todas as coisas, para que meus filhos também o sejam.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Orando Como Convém – Tempo

“Estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era muito idosa; havia vivido com seu marido sete anos depois de se casar e então permanecera viúva até a idade de oitenta e quatro anos. Nunca deixava o templo: adorava a Deus jejuando e orando dia e noite.” (Lucas 2:36,37)

Meu querido, minha querida: onde foram parar os servos de Deus como esta mulher? Onde estão os que preferem estar no templo dia e noite há décadas (literalmente)? Onde foram parar os que, ao enviuvarem, optam pelo Senhor e não por outro relacionamento? Por quê nos nossos dias todos andam tão ocupados que não tempo nem para orar, quanto mais para gastar sua vida em adoração?

Eu me nego a crer que este exemplo esteja extinto, por mais que eu não conheça ninguém assim. Me nego a crer que esta mulher agia assim por que era profetisa – talvez o contrário seja mais verdadeiro, Deus a usava por ela agir assim.

Note que a sua tribo é mencionada, portanto fica claro que ela não era de familia tradicional da cidade, provavelmente não era nem rica nem famosa. Essa mulher passou dos 80 anos e jejuava e orava regularmente para expressar sua forma de adorar a Deus. Sinceramente, não sei se me sinto motivado ou envergonhado.

Convém aprendermos a orar MELHOR, sem sombra de dúvida. Mas é imperativo que encontremos uma forma de orarmos MAIS. A desculpa de que a qualidade supera a quantidade é inaplicável e é pretexto – no caso da oração a qualidade vai produzir quantidade. Sei disso por experiência própria, ainda que por falta de postura de minha parte eu não tenha conseguido sustentar a situação de forma tão duradoura como deveria.

O que nos cabe aprender com essa irmã, é claro e direto como o Reino de Deus deve ser. Os que fazem história não são necessariamente os mais fortes ou qualificados, mas os persistentes e bem focados. O tempo todo no templo. O tempo todo fazendo a coisa certa. Que exemplo, meu querido, que exemplo!

“Senhor, me sinto constrangido a fazer mais do que tenho feito. Se essa Ana conseguia eu também consigo, mas preciso de ajuda para sair do enrosco que eu mesmo criei.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Hombridade – Responsabilidade

“O assalariado não é o pastor a quem as ovelhas pertencem. Assim, quando vê que o lobo vem, abandona as ovelhas e foge. Então o lobo ataca o rebanho e o dispersa.” (João 10:12)

Um homem temente a Deus não pode ser como um mero assalariado, pois no Reino de Deus não há empregados. Neste mundo, nossas organizações precisam de pessoas e algumas delas serão contratadas, empregadas, ou qualquer outro modo que usemos. Mas no Reino Eterno só há o Senhor Majestoso, Seu Filho, o Espírito Santo, os anjos e demais seres celestiais… e nós. Nós, meu querido, somos todos servos redimidos pelo sangue do Cordeiro, sem direito a nada, adotados como filhos e co-herdeiros.

Tendo clara esta visão, facilmente percebemos que andamos na direção errada fazendo qualquer coisa neste mundo agindo como um empregado (assalariado) e nos intitulando tementes a Deus. Servir a Deus implica em fazer tudo para Sua Glória, como que para o Senhor e não para os homens, considerando os outros superiores a si mesmo e sem pensar de si mesmo além do que convém. Como, após cumprir tudo isso, abandonaríamos as ovelhas em fuga?

O assalariado aqui mencionado é um degrau abaixo de um pastor, pois no mesmo capítulo Jesus nos ensina acerca do bom pastor que dá a vida pelas suas ovelhas. Obviamente, nenhum pastor será bom como Ele que deu sua vida por um miserável infeliz como eu que não valia a sombra que fazia ao sol. Nós, como seus imitadores, não podemos deixar por menos e temos de nos dedicar a tudo que fizermos como realmente para o Senhor.

Sonho com um dia (admito que não sei se chegará) em que os homens de Deus serão vistos e reconhecidos como aqueles que fazem e fazem bem feito, com excelência, agindo como se fossem donos das coisas, ou melhor ainda, como se tivessem a clara sensação e certeza de estarem sendo observados – por que estão mesmo. Enquanto este dia não chega, te convido a se juntar a mim e ir adiantando o expediente e fazendo exatamente isso, no limite das nossas forças.

“Senhor, obrigado pelo exemplo de Jesus como pastor que não foge nem abandona Suas ovelhas. Eu preciso de ajuda e fortalecimento, pois não consigo ir tão longe sozinho.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Hombridade – Verdade

“Seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’, ‘não’; o que passar disso vem do Maligno”.” (Mateus 5:37)

Um homem de verdade é um homem verdadeiro, nos dois sentidos. Quero destacar o sentido de verdadeiro como quem fala a verdade, é confiável naquilo que fala, mas também de quem mantém e sustenta aquilo que fala.

Tenho convivido na minha carreira profissional com homens que falam coisas que sabem não ser verdade e o único nome para isso é mentira. Não podemos atalhar ou simplificar, é mentira sim. Se eu falar algo enganado, que eu cria ser verdadeiro ou tinha informações de que era verdadeiro, isso é outra coisa. Mas sabendo que não corresponde a verdade, é mentira.

Também tenho conhecido homens que falam a verdade, mas posteriormente não sustentam suas afirmações. Ou voltam atrás, ou negam ter dito, ou simplesmente se omitem. Isso pode até não ser mentira, mas é falta de confiabilidade e portanto fere o senso de hombridade. Está igualmente errado.

Com grande alegria testifico que também tenho convivido com homens que falam a verdade e sustentam suas afirmações, honram seus compromissos e suportam a tentação de se omitir. São homens tementes a Deus, independente de como creem.

Um homem temente a Deus tem uma única palavra para dizer sim e esta palavra é “sim”. Tenho aprendido nesse tempo que a palavra mais libertadora do nosso vocabulário é “não”. Quando dizemos um “não” claro, confiável e sustentado, estamos livres. Igualmente a palavra mais escravizadora é “talvez”. Nada como um não para nos deixar livres.

Finalmente, atentemos que Jesus disse que tudo que vai além disso, tudo, procede do Maligno. Não creio ser necessário explicar o que seja “passar” nem tampouco explicar quem é o referido. Para mim é o bastante, já sei que vem encrenca e devemos fugir disso.

Devemos ser homens cujo “sim” e cujo “não” reflitam a verdade, se sustentem e nos libertem dos compromissos indevidos. Sofreremos por isso, com certeza. Mas estamos sendo observados pelo Justo Juiz que, no devido tempo, julgará a cada um segundo seus atos.

“Senhor, obrigado por me mostrar o modo correto de expressar minhas afirmações para que eu seja abençoado e possa Te agradar com as minhas palavras.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Orando Como Convém – Prioridade

“todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”.” (Lucas 10:42)

Hoje sou um homem casado, pai de dois filhos adolescentes, no meio do caminho entre os 40 e os 50, envolvido com negócios de informática, envolvido com ministérios na igreja local… Nem sempre foi assim, já fui um jovem desfocado e sem rumo, como tantos ou talvez todos. O que mudou minha vida foi aprender o significado de prioridade.

Algumas pessoas, às vezes, por simpatizarem comigo, me perguntam como levo minha vida. Invariavelmente, ao responder eu incluo uma declaração de que o Reino de Deus tem prioridade, através de meu relacionamento íntimo com o Senhor do Reino. Para glória de Deus e pela misericórdia Dele, isso é verdade. Meu querido, sem dar prioridade, não adianta.

Orar duas horas por dia cambaleando de sono no ônibus, ou ler a Bíblia diariamente por obrigação, ou simplesmente dar suas ofertas para ser visto, ou apenas cumprir agenda indo à reuniões, ou evangelizar para participar de algum “campeonato” de quem ganha mais… Isso não é dar prioridade.

Devemos aprender que dar prioridade é colocar em primeiro lugar, portanto Deus merece o melhor do nosso vigor. Devemos orar no horário mais produtivo do dia. Devemos ler a Bíblia no horário de maior atenção e retenção do que lemos. Devemos jejuar no horário de mais fome. Certa vez, muitos anos atras, fui a um cardiologista por que o colesterol estava meio alto. Ele peguntou se eu me exercitava e eu fiz a besteira de dizer que não tinha tempo. Ele imediatamente me declarou “ok, se infartar vai ter tempo”.

Meu querido, não espere sua alma ou seu espírito infartar para dar prioridade ao Reino de Deus. Orar como convém é orar com o melhor de si, no melhor horário. Se na madrugada o sono te vence, trabalhe de madrugada e ore de dia. Se a leitura cansa e dá sono, leia ao invés de almoçar. Priorize o Deus do Reino e descubra rapidamente o que me custou muitos anos: prioridade não as são palavras mas a atitude de colocar em primeiro lugar.

“Senhor, ajuda-me a colocar o relacionamento contigo em primeiro lugar, especialmente a oração. Me fortalece para que eu encontre formas de dar o melhor de mim quando estiver orando.”

Mário Fernandez