Mário Fernandez

Educar Filhos

“Corrija os seus filhos, e eles serão para você motivo de orgulho e não de vergonha.” (Provérbios 29:17 NTLH)

Estive há pouco tempo com um casal que enfrenta problemas com os filhos. Entre uma reclamação e outra, acabamos tocando no assunto da correção e ficou bem claro que nunca fizeram nada além de dizer aos filhos o que consideravam certo ou errado. Em resumo, nunca os corrigiram.

Ensinar é válido e necessário pois do contrário os filhos nunca saberão o que os pais esperam e acreditam, mas correção é bíblica e necessária. Há os que defendem e os que são contrários ao castigo físico, com palmadas ou varinhas. Não quero entrar no mérito, mas defendo a posição bíblica de que algo desagradável deve ser infringido para ser correção, pois apenas mandar para o quarto não é bem o conceito (ainda mais se lá tiver TV a cabo e/ou computador).

Se a cada vez que um filho desacatasse seu pai ele fosse realmente corrigido, pelo meio que fosse, hoje não teríamos os escândalos de desacato que vemos nos noticiários. Se os filhos desta geração que aí está conhecessem limites, dados pela correção, haveria mais respeito e menos violência. Se em cada filho houvesse mais temor do Senhor, o mundo seria outro.

O Senhor já nos avisou de que os últimos dias seriam tempos difíceis, com pessoas de temperamento e caráter distorcidos do plano de Deus. Mas nem por isso temos o direito de desistir, até porque a correção é sim um ato de amor para com os nossos filhos. Quando a Bíblia fala em eles serem motivo de orgulho, refere-se a uma escala de valores onde o que foi alcançado era o que se desejava.

A grande verdade é que a maioria dos filhos hoje não é criada pelos pais, que se resumem a dar-lhes casa e comida, pagar as despesas e de vez em quando exibi-los como trofeuzinhos bonitos aos amigos. Depois vem a adolescência e os desajustes, que já estavam lá, se intensificam a ponto de enlouquecer os pais. Tarde demais. Entre o povo de Deus não deve ser assim – Jesus é a diferença.

“Senhor, quero contribuir para que as pessoas te conheçam, isso seja corrigindo meus filhos ou ajudando os que têm filhos mas não sabem como agir com eles. Ajuda-me a usar Tua Palavra como base para minha vida.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Dignidade

“Ao entrardes numa casa, dizei antes de tudo: Paz seja nesta casa! Se houver ali um filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; se não houver, ela voltará sobre vós.” (Lucas 10:5-6 ARA)

Muito interessante notarmos que logo depois destas palavras Jesus orienta seus enviados que não fiquem mudando de casa em casa na mesma cidade. Será que hoje seríamos achados dignos de recebê-los? Será que nas nossas igrejas haveria suficientes filhos da paz que pudessem receber os 35 pares? É algo para meditarmos.

Ser um filho da paz é muito mais do que simplesmente não brigar com ninguém, ser contra guerras, não ser violento ou até mesmo ser pacífico. O filho da paz quer honrar seu pai, portanto semeia a paz. É um pacificador. Curioso é que a ordem de Jesus deixava seus enviados numa condição estrategicamente absurda, pois eles deveriam entrar na primeira casa que quisessem e resolver se ficariam ali ou não, literalmente, no grito. O Reino de Deus tem valores muito diferentes dos nossos, com certeza.

Mais do que isso, aquela casa que os recebesse teria de arcar com o sustento deles por alguns dias, até que eles decidissem que era hora de mudar para outra cidade. Em lugar nenhum diz que eles deveriam escolher casas ricas ou abastadas, nem que eles deveriam contribuir com as despesas, até pelo contrário, não deveria levar nem bolsa. Absurdo, aos olhos humanos.

A grande verdade é que poucos de nós hoje temos o desprendimento de ceder espaço em nossa casa. Dentre estes poucos, muitos ainda não seriam encontrados dignos de receber os enviados. Em outras palavras, hoje está mais complicado que nos dias de Jesus.

Não deveria ser assim. Temos tanta informação, tanto esclarecimento, tanta coisa que pode nos ajudar para que entendamos melhor as coisas de Deus, mas o que fazemos? Corremos, enchemos nossa agenda e vendemos nossos talentos para empresas e instituições, deixando muitas vezes a obra de Deus na mão.

Não deveria ser assim. Vale a pena pensarmos sobre isso.

“Pai, naquilo que estiver ao meu alcance eu quero contribuir para que Teu Reino seja divulgado, principalmente sendo de fato um filho da paz. Ensina-me.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Discipulado

“Tu, porém, tens seguido de perto o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança,” (2 Timóteo 3:10 ARA)

Nitidamente palavras de um discipulador preocupado com seu discípulo, dedicado a ensiná-lo e motivando-o para que continue. Palavras de um líder comprometido com a obra para qual foi arregimentado. Paulo merece nosso reconhecimento, não apenas por este texto, mas pela sua postura ensinadora.

Não sei por quanto tempo ainda viveremos nesta Terra até a volta de Jesus, mas digo com sinceridade de coração: quanto menos melhor. Cada dia é mais raro encontrar homens que tenham a disposição e a transparência de Paulo para discipular outros, como ele fez com Timóteo. Tive o privilégio de andar com homens de Deus em fases da minha vida que, com certeza, me marcaram para sempre. Dediquei e ainda dedico uma parcela significativa do meu tempo ministerial buscando edificar meus Timóteos. Mas não sou Paulo, nem de longe. Mas a julgar pela escassez de discipulado genuíno, estamos no fim dos tempos.

Não quero dizer que quem não esteja envolvido em discipulado, nas mais variadas formas e métodos, não tenha salvação ou não seja de Deus. Longe disso, a questão é de proclamação e não de salvação. Tem a ver com propagar o ensino e investir na vida de pessoas que como eu, não merecem mas precisam. Jesus fez isso com 12 que fizeram isso com inúmeros, como Paulo fez com Timóteo e outros.

Até mesmo no meio empresarial, fora do círculo eclesiástico, é tido hoje por sinal de sabedoria formar seus sucessores muito antes do final da carreria, coisa que 20 anos atrás seria loucura.

Obviamente, devemos estar dispostos a perder tempo, investir na pessoa errada, ser traído, se decepcionar, errar nos conselhos, não dar o melhor exemplo possível – ou seja, corremos o risco de agir como seres humanos. Se Deus quisesse diferente disso, teria nos avisado. Vamos investir enquanto ainda é tempo.

“Pai, sou grato por aqueles que me ensinaram e quero retribuir ensinando como puder, mesmo que não seja de uma forma muito didática. Mostra-me as oportunidades certas e dá-me coragem e desprendimento.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Louve

“Bendirei o SENHOR em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios.” (Salmo 34:1)

Você está feliz hoje? Louve.
Está triste, pois as coisas não saíram como você queria? Louve.

Está com saúde? Louve.
Está doente e enfraquecido? Louve.

Está bem empregado? Louve.
Está desempregado e lutando pelo sustento? Louve.

Está tendo sucesso no trabalho? Louve.
Foi mal avaliado pelo chefe e está tentando reverter a situação? Louve.

Está apaixonado e vivendo o melhor momento amoroso da sua vida? Louve.
Está passando pelo deserto da solidão e só tem Deus por companhia? Louve.

Seu ministério está crescendo e as pessoas estão sendo abençoadas? Louve.
As pessoas estão fugindo por você ter feito o compromisso de dizer a verdade conforme a Bíblia? Louve.

Está cercado de amigos que o incentivam e apóiam? Louve.
Está cercado de inimigos que querem tirar o que você tem? Louve.

Muitas vezes nos esquecemos de louvar a Deus nos bons momentos achando que eles são consequências naturais da nossa capacidade. Ou então, deixamos de louvá-lo nos maus momentos por acharmos que não é a hora certa para isso.

Mas louvá-lo nos bons momentos é reconhecer a Sua bondade e a nossa necessidade dEle. E louvá-lo nos momentos difíceis é a evidência da nossa confiança em Seu poder e autoridade.

“Senhor, que meus lábios estejam constantemente cheios de louvor e gratidão a ti.”

Vinicios Torres

Vinicios Torres

Respostas

“Pedi, e dar-se-vos-á;…” (Mateus 7:7)

Você já pediu algo a Deus e depois percebeu que não foi uma boa ideia? Pareceu-lhe que a resposta veio de uma maneira que não era a que você esperava? Quem não ouviu a advertência: não peça paciência para Deus pois ele, junto com a paciência, lhe dará os problemas para exercitá-la?

Pediu perseverança e teve de enfrentar um desafio longo; pediu mais amor e parece que todos os chatos se apegaram a você; pediu coragem e todos os medos se manifestaram. A impressão é que você está recebendo o contrário do que pediu.

Por incrível que pareça este é o tipo de oração que Deus responde sempre, e com muito prazer. Nós é que não compreendemos o método que Ele usa e ficamos achando que a resposta veio equivocada. Vamos entender como Deus faz isso?

Deus nos ama e quer ter conosco um relacionamento. Ele não quer ser uma divindade longínqua nem um ídolo mudo a quem apenas fazemos pedidos e Ele, como um despachante celestial, fica enviando os produtos das nossas respostas. Ele quer que tenhamos consciência da Sua presença e do Seu amor em nossas vidas.

Ele prometeu que estaria conosco todos os dias até o fim dos tempos (Mateus 28:20) e por isso, muitas vezes, responde nossas orações com situações e circunstâncias nas quais só será possível vitória se nos mantivermos em Sua presença, orando sem cessar. Ou seja, mantendo comunhão com Ele.

“Senhor, quero ter comunhão contigo sempre e mesmo em meio às dificuldades quero te buscar incessantemente.”

Vinicios Torres

Mário Fernandez

Ingratidão

“Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos;” (Lucas 15:29 ARA)

Se eu ganhasse uma moeda para cada vez que me comportei como este jovem, estaria rico. Para piorar, já fiz isso com pessoas humanas e com Deus. Incontáveis vezes entrei na onda de “eu mereço”, esquecendo ou agindo como se tivesse esquecido que alguém morreu por mim e não mereço nada. Já fui pedir aumento ao patrão com esta linha de argumentos tipo “sou um bom funcionário”. Já orei a Deus com colocações no tom de “o Senhor me conhece”. Pode até ser justo, mas não é apropriado e nem tampouco adequado.

A arte de ser pai não é fácil e talvez este senhor rico tenha de fato esquecido de presentear seu filho mais velho, como ele reclamou. Talvez ele falasse a verdade. Talvez até o filho mais novo tenha jogado isso na cara dele, não sabemos. Mas nem por isso murmurar muda alguma coisa.

A pergunta que não se cala: o que este filho ganhou com isso? Não muito mais do que um puxão de orelha do pai, no verso seguinte. Não era isso que ele queria, nem o que ele esperava, mas foi o que ganhou. Isso deve nos servir de lição, pois facilmente este texto pode ser interpretado como sendo o pai (Deus), o filho mais moço (nós) voltando arrependidos do mundo (perdição) para viver de novo com o pai (conversão). Nesta linha, o filho mais velho muito bem podemos ser eu e você enquanto resistimos ao chamado de Deus.

O prazer do pai ao ver seu filho regressando inteiro demonstra quanto o amor ministra perdão e cobre uma multidão de pecados. Só por isso, esta parábola já demonstra seu valor. E nos ensina, de uma linda maneira, que sempre teremos lugar ao lado do Pai, desde que dispostos a buscar perdão.

Busquemos ao Senhor enquanto é tempo.

“Senhor, eu agi com ingratidão muitas vezes e reconheço isso. Ensina-me a ser mais grato e a encontrar em ti a minha segurança, meu descanso e minha confiança.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Tempestades

“E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro; eles o despertaram e lhe disseram: Mestre, não te importa que pereçamos?” (Marcos 4:38 ARA)

Jesus tinha ordenado aos discípulos para atravessarem o lago, indo para a outra margem. Ele tinha alguns experientes pescadores no grupo, que certamente já tinham enfrentado mudanças de tempo enquanto estavam na água. Mas o tempo mudou de maneira diferente naquele dia. Pela descrição do evangelista a mudança foi repentina e violenta.

É totalmente natural que todos tenham ficado com medo, afinal eram seres humanos. Eles então se voltaram para Jesus. Eles já tinham visto ele fazer tantos milagres será que não poderia fazer outro agora?

Se você notar, os discípulos procuraram Jesus porque não havia outra coisa a fazer. Eles estavam no meio do lago, não tinham para ir, nem onde se esconder.

Curiosamente, mesmo com toda essa confusão, o Mestre está repousando, tranquilo. Ele não está preocupado com a mudança repentina que sobreveio sobre todos. Ele sabe que tem a autoridade para controlar os eventos que acontecem.

Nós hoje podemos enfrentar períodos que parece que as mudanças são tão repentinas e violentas quanto a mudança do tempo durante a travessia dos discípulos. Uma mudança sobrevêm sobre nós hoje, outra amanhã, quando achamos que é só, na semana que vem tem outra e mais outra, parece que não acabam. Uma complica outra e temos a impressão que nossa vida vai ficando sem solução.

Nestes momentos podemos até ter a impressão de que estamos sozinhos na tempestade e nos perguntamos onde está Deus em tudo isso. Por que Ele está tão silencioso e tranquilo enquanto eu estou passando por esse momento de temor? Simples é porque ele sabe que tem a autoridade para controlar os eventos que estão acontecendo.

Não há problema nenhum em fazer como os discípulos e clamar ao Senhor e pela sua intervenção. Se nos entregarmos a ele com certeza o ouviremos dizendo ao nosso coração “Acalma-te” e às nossas circunstâncias “Emudece”!

“Senhor, quero entregar a Ti meu amedrontado coração. Ajuda-me a enfrentar as mudanças na minha vida confiando em Ti.”

Vinicios Torres

Mário Fernandez

Sustento e Proteção

“O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca aos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; também contra ti, ó rei, não cometi delito algum.” (Daniel 6:22 ARA)

Já li este texto inúmeras vezes, mas só hoje me dei conta de que não vi em lugar algum Daniel orando para que Deus o livrasse dos leões, nem murmurando, nem acusando seus acusadores, nem ao menos suplicando ao rei pela sua vida. Tudo isso seria legítimo, afinal ele era de fato inocente.

O filho de Deus deve ter esta atitude, louvando a Deus em todo tempo e em toda situação, mesmo quando jogado numa cova cheia de feras famintas e coberta por uma pedra. Leia o texto e pasme, não havia fuga. Será que Daniel pediu que Deus o libertasse? Pode ser que sim, pode ser que não, mas que ele louvou a Deus por ter sido liberto, isso sem dúvida nenhuma. Assim deveríamos, todos nós.

O que acontece quando se tem uma atitude como esta de Daniel é que Deus age livremente, sem interferências do nosso eco, nem com a nossa voz estridente em Seus ouvidos gritando “me dá, me dá, me dá”. Mesmo tendo direito, mesmo sendo legítimo, mesmo podendo – é melhor louvar do que pedir, agradecer confiadamente do que suplicar. Nada de errado em pedir a Deus aquilo que é legítimo.

Por isso mesmo temos tão poucos como Daniel, já naquele tempo e menos ainda em nossos dias. Quantos de nós conseguem agir assim? Temos de aprender a lição com este irmão de quem a Bíblia não aponta qualquer falha. Note que Daniel é muito abençoado, mas isso não significa que não tenha sofrido, passado privações, foi acusado injustamente. Muito semelhante a todos nós. Um pouco, porque nem sempre somos tão inocentes assim.

Fica o desafio a cada um de nós, não apenas de louvar mais do que pedir, mas de manter o nível de santidade num ponto em que possamos ser livrados por Deus de forma sobrenatural, por termos sido encontrados inocentes, tanto diante Dele quanto diante dos homens.

“Senhor, eu gostaria de andar em retidão diante de Ti e ser muito mais grato a Ti, mas preciso de ajuda. Não sou capaz de mudar desta forma com as minhas forças.”

Mário Fernandez