Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Identidade e Destino – Parte 2

“Em seguida o Diabo levou Jesus até Jerusalém, a cidade Santa, e o colocou no lugar mais alto do Templo. Então disse: Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui.” (Mateus 4:5, 6a)

Depois que aceitei a Cristo como meu Salvador e Senhor, Deus Pai passou a ser quem preencheu todos os vazios que existiam em mim. A tal ponto, que certo dia, quando já estava noivo e indo arrumar a casa onde iríamos morar, cheguei certa vez sozinho lá e enquanto esperava a Telma que estava com a chave, fiquei contemplando a casa pela frente e comecei a imaginar como seria a vida de casado.

Foi neste momento que ouvi uma voz muito forte me falando:

— A partir do dia em que você casar eu o terei como homem adulto! Como adulto e esposo você terá responsabilidades. Terá que amar sua esposa e filhos. Terá deveres de homem adulto, como pagar as contas da casa e honrar seus compromissos. Algumas vezes terá dificuldades, mas eu estarei contigo em cada situação, te apoiando!

Queridos, esta palavra que ouvi foi muito forte para mim. O Pai Celestial, que nos ama com amor infinito, estava se importando comigo, com meus sentimentos, ensinando meus deveres e sobretudo afirmando que estava comigo em todas as situações. Era tudo que eu precisava naquele momento.

Tive a alegria de ser afirmado em minha identidade e destino por Ele. Depois disto nunca senti dúvidas de quem eu era. Tanto é que a Telma e eu decidimos afirmar a identidade e destino de nossos filhos entre 12 e 15 anos, conforme o coração de cada um deles.

Foi interessante a forma como os amigos de nossos filhos foram impactados por isto. Alguns diziam a eles:

— Mas daí você vai ser um adulto e não vai mais jogar bola com a gente?
— Não vai mais conviver conosco?
— Agora vai ficar junto dos adultos?

Este questionamento os fez amadurecer. Fizemos então uma cerimônia para cada um deles. Para a filha mais velha foi num clube social em que estiveram muitas pessoas presentes. Para os filhos homens fizemos no salão social da igreja que frequentamos, uma festa muito linda. A de um deles foi em estilo havaiano, porque ele curte surfar. Os amigos da igreja fizeram uma música instrumental linda e a decoração era com pranchas, coqueiros e muitas frutas tropicais para sobremesa. Para os meninos nós entregamos uma medalha com corrente e para a menina um anel com a data em que os abençoamos.

Em todos os casos nós fizemos um culto breve com algumas músicas de louvor e adoração, uma palavra sobre a importância dos pais abençoarem seus filhos e reunimos as crianças e jovens de um lado e do outro as pessoas que cada um deles considerava como adulto e como referências para suas vidas.

Em seguida, eles saiam de um lado e se deslocava para o outro lado, em direção aos adultos, à vista de todos, significando sua mudança de situação. É algo equivalente ao casamento, pois quando há a cerimônia, ninguém tem dúvidas de que casou. Eles não têm dúvidas de que são abençoados pelos pais.

Quando nosso primeiro filho decidiu se casar nós fizemos questão de sentar com ele para conversar sobre tudo que ele desejava. Expliquei todos os deveres do esposo para com sua esposa e acima de tudo lhe passei a confiança de que estava com ele apoiando em tudo, que se casar não significava sair da família e do apoio do pai, que ele não estava sendo abandonado à própria sorte.

Assim, para nós foi natural termos abençoado nosso filho durante a cerimônia de casamento da forma que explanei num artigo anterior. (A Fé Começa em Casa – Abençoando os Filhos)

“Senhor, firma meus passos e afirma minha identidade, para que possa criar filhos abençoados e de acordo com o teu propósito. Para isto eu perdoo meus pais por não terem tido este entendimento, também os perdoo por todos os sentimentos que isto despertou em mim até hoje, assim como os perdoo por todas as consequências sobre a minha vida. Usa-me como teu instrumento para transmitir a identidade e destino corretos aos meus filhos. Amém!”

Luis Antonio Luize

2 thoughts on “A Fé Começa em Casa – Identidade e Destino – Parte 2

  1. Avatar Airton disse:

    Pastor Luiz:

    A presença do pai, seja ela física ou não, é significativa para o filho. É alguém com quem o filho pode compartilhar a própria vida, dividir os momentos doces e azedos da existência. Por meio da amizade que se instala entre os dois, a personalidade é moldada; o caráter é aperfeiçoado. E o mais importante: a relação com Deus se torna mais estreita e profunda. Por isso, convém nutrir amizade com o filho, o que concorre grandemente para a formação sólida de sua identidade.

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