Vinicios Torres

Ensinando os Filhos

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Pv 22:6 ARA)

Estava estudando este versículo e notei uma coisa interessante. A maioria das traduções diz “ensina a criança”, que dá um sentido genérico de gênero. Mas o texto original diz “ensina o menino” ou “ensina o jovem”, aquele que está na fase de transição para a idade adulta. Nos nossos tempos modernos, chamamos de adolescentes.

Algumas traduções em inglês traduzem o verbo “ensinar” por “treinar”. Não é apenas o ensino teórico mas o acompanhamento da prática da vida diária.

A ideia do autor bíblico é que os pais (homens) deveriam ensinar, por meio do treinamento, os seus filhos (homens) a viver. Deveriam ensiná-los a trabalhar, tornar-se exímios em sua profissão, fazer os negócios com honestidade, cuidar responsavelmente de suas famílias. Ou seja, treiná-los para serem homens íntegros e produtivos. Este é o pressuposto do versículo (na verdade de todo o livro de Provérbios), pois ele adverte que, uma vez aprendido, não haverá desvio desse padrão.

Infelizmente, a pressão dos padrões mundanos faz com que fiquemos tão sobrecarregados que, como consequência, somos levados a deixar de lado o padrão bíblico. Delegamos à escola a educação moral e profissional de nossos filhos. Você acha que lá eles serão “treinados” para a vida com esse padrão de excelência? Você acha que a escola se preocupará especificamente com o seu filho? (Por melhores que sejam os profissionais e suas intenções, esta não é a função deles).

Pergunte a qualquer psicólogo ou educador e ele confirmará: as crianças aprendem muito mais por imitação do que por discurso. A Bíblia não apenas confirma isso mas nos adverte a usar esse princípio trazendo nossos filhos para aprenderem a viver da mesma maneira que nós vivemos.

“Deus querido, ajuda-nos, como pais, a vivermos vidas que valham a pena ser imitadas pelos nossos filhos e dá-nos coragem para convidá-los a serem nossos imitadores.”

Vinicios Torres

Vinicios Torres

Aniversário de Casamento

Eu e minha esposa comemoramos 26 anos de casamento semana passada. Foram tempos de alegrias, dificuldades, sonhos realizados e outros ainda não, e muito trabalho.

Pensando no que nos permitiu chegar a esta marca, que está cada dia mais difícil de encontrar casais que também chegam lá, imagino alguns motivos.

O primeiro, e mais importante no meu ponto de vista, é que abrimos mão de buscar a satisfação pessoal em primeiro lugar e buscamos a satisfação do outro e da família. Cada um de nós abriu mão de sonhos e desejos, que certamente poderiam ser conseguidos, para investir nos filhos e um no outro (1 Co 10:24).

O segundo é que mantivemos valores que nortearam nossos comportamentos e decisões (Lc 10:27). A prioridade na saúde e educação dos filhos, por exemplo, foi um valor que nos levou a tomar decisões que, se por um lado limitaram algumas coisas, por outro nos dá enorme satisfação ao ver os resultados na vida de filhos que se mantém íntegros e cheios de possibilidades. Os mesmos valores nos impediram de tomar “atalhos” ou aceitar “negócios” que poderiam comprometer a nossa integridade.

O terceiro é que apesar de errarmos um com o outro, de termos tempos de dificuldades no relacionamento, mantivemos a consciência alerta de que deveríamos perdoar e esperar o trato de Deus na vida um do outro (Ef 4:32). Descansamos no fato de que não importa o quanto um tente mudar o outro, se a motivação da mudança não vier do coração não surtirá efeito duradouro. Só Deus pode mudar o coração do ser humano.

O quarto é que continuamos a dizer “eu te amo” um ao outro todos os dias, mesmo naqueles em que nossas emoções parecem não condizer com a frase. Fazemos isso porque decidimos amar independentemente das circunstâncias, dos sentimentos, do saldo da conta bancária ou da previsão do tempo. Sabemos que todos os problemas e dificuldades são transitórios, mas o amor permanece (1 Co 13:8).

Como disse o apóstolo Paulo, “não julgamos ter alcançado, mas prosseguimos para o alvo” (Fp 3:13,14) pois ainda há muitos anos e desafios a frente.

Vinicios Torres

Vinicios Torres

Construa Sua Cela

Acompanho as notícias do trabalho da missão Portas Abertas desde meus tempos de adolescente (e olha que já faz tempo!). Recentemente, recebi um e-mail com o seguinte texto:

“Wang Mingdao foi o pastor e evangelista mais famoso da China. Ele ficou 23 anos na cadeia por crer em Deus. Durante uma entrevista, um jornalista da Portas Abertas lhe fez a seguinte pergunta:

– Nunca serei posto numa cadeia como o senhor. Como a sua fé pode impactar a minha?

Depois de refletir um pouco sobre o assunto, Mingdao respondeu:

– Quando me prenderam, fiquei arrasado. Eu desejava realizar cruzadas evangelísticas pela China; queria estudar minha Bíblia e escrever mais sermões. Mas, em vez de servir a Deus dessas formas, vi-me sentado sozinho numa cela escura. Não podia usar o tempo para escrever livros – não tinha papel e caneta. Não podia estudar a Bíblia e preparar sermões; tiraram a minha Bíblia de mim. Eu não tinha uma pessoa sequer a quem testemunhar, porque o carcereiro apenas empurrava minhas refeições pela porta da cela. Tudo o que me dava sentido como obreiro cristão fora tirado de mim. Eu não tinha nada a fazer. Nada, exceto conhecer Deus. E durante vinte anos aquele foi o melhor relacionamento que tive. Fui jogado numa cela, mas você terá de jogar-se numa. Você mesmo precisa construir uma cela para poder fazer por si próprio o que a perseguição fez por mim: simplificar sua vida e conhecer Deus.”

Extraído do livro A fé que persevera.

Conheça mais sobre a missão Portas Abertas:

https://https://www.portasabertas.org.br

Vinicios Torres

Vinicios Torres

Como crescer espiritualmente

Li algum tempo atrás, em algum lugar (se alguém tiver a referência pode me mandar) uma dica de A.W.Pink:

“Nos meus primeiros anos eu assiduamente segui este triplo caminho:

  • Em primeiro lugar, eu lia toda a Bíblia três vezes por ano (oito capítulos do Antigo Testamento, e dois do Novo Testamento diariamente). Eu constantemente perseverei nisso durante dez anos, a fim de me familiarizar com o conteúdo, que só pode ser alcançado por meio de consecutivas leituras.
  • Em segundo lugar, eu estudei uma porção da Bíblia a cada semana, concentrando-me por dez minutos (ou mais) todo dia na mesma passagem, pensando na ordem dela, na ligação entre cada afirmação, buscando uma definição dos termos importantes, olhando todas as referências marginais, procurando seu significado típico.
  • Terceiro, eu meditei sobre um versículo a cada dia, escrevendo-o sobre um pedaço de papel na parte da manhã, memorizando-o, consultando-o em alguns momentos ao longo do dia; pensando separadamente em cada palavra, pedindo a Deus para revelar para mim o seu significado espiritual e para escrevê-la no meu coração. O versículo era o meu alimento para aquele dia. Meditação é para a leitura como a mastigação é para o comer.

Quanto mais alguém seguir o método acima mais deve ser capaz de dizer:

“A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho” (Salmo 119:105)

Vinicios Torres

Vinicios Torres

Vem!

“respondendo-lhe Pedro, disse: se és tu, senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. E ele disse: vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus.” (Mateus 14:28-29 ARA)

Neste final de semana tive o privilégio de ouvir um famoso evangelista que tem feito diferença no continente africano com as suas campanhas de evangelismo, e ele usou este texto em sua preleção.

Continuei meditando no texto e, de repente, algo me despertou a atenção: você já percebeu que Pedro pede a Jesus para que este lhe dê uma ordem? Pedro não pediu permissão, não perguntou se podia ou se era possível.
Eles estavam em dúvida se era Jesus mesmo e Pedro, para confirmar, pede que Jesus lhe dê uma ordem: “manda-me”.

A resposta de Jesus foi uma simples ordem: “Vem”, e Pedro saiu do barco para andar sobre a água.

Sabe por que Pedro fez assim, pedindo que Jesus ordenasse?

Porque Pedro:

  • tinha visto a lepra ser curada ao Jesus ordenar “fica limpo” (Mateus 8:3);
  • viu uma multidão de demônios sairem de um homem quando Jesus ordenou “Pois ide” (Mateus 8:32);
  • viu a paralisia desaparecer de um homem quando Jesus mandou-lhe “levanta-te, toma o teu leito, e vai” (Mateus 9:6);
  • viu cinco mil pessoas serem alimentadas quando ele ordenou “dai-lhes vós mesmos de comer” (Mateus 13:21);
  • viu a tempestade e o mar agitado lhe obedecerem quando ele mandou “Acalma-te, emudece!” (Marcos 4:39);
  • viu uma figueira secar no mesmo dia após Jesus condená-la “Nunca mais nasça fruto de ti” (Mateus 21:19).

Pedro já havia percebido que a palavra de Jesus, como filho de Deus, tinha autoridade de fazer acontecer. Sendo assim, se o vulto que eles pensavam tratar-se de um fatasma que afirmava ser Jesus, fosse realmente ele, a sua ordem teria de ser obedecida. Pedro saiu do barco para confirmar e entrou para a história.

Pedro compreendeu: se Jesus der a ordem não há a menor chance de dar errado! Sua palavra é autoridade para criar, curar, libertar, acalmar, limpar, condenar e salvar! Se ele manda, se faz!

Essa revelação me levou a examinar minha vida e me perguntar quantas das minhas iniciativas foram originadas da obediência a uma ordem de Jesus e quantas foram apenas esforços da minha pobre coragem humana.

Que tal se, antes da nossa próxima decisão, esperarmos pela ordem do Mestre?

Vinicios Torres

Vinicios Torres

Piadas e outros causos

“Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha.” (Efésios 5:12 ARA)

Algum tempo atrás um irmão chegou para um grupo em que eu estava e contou uma piada. Alguns do grupo riram e outros ficaram constrangidos pois a “graça” da piada era baseada em um comportamento pecaminoso.

Como eu não ri, o irmão em questão me chamou de radical e bitolado, dizendo que meu compromisso era exagerado. Eu me limitei a responder que tinha muitos outros motivos e assuntos para rir e me alegrar e que não precisava me alegrar com o pecado dos outros.

Aliás, deveria ser justamente o contrário, deveríamos chorar ao saber que uma pessoa está em pecado, pois o pecado nos separa de Deus (Isaías 59:2).

Infelizmente, não são apenas as piadas sujas que estão ficando comuns no meio dos irmãos, mas comentar abertamente os comportamentos e atos praticados pelos pecadores. Inclusive, já vi pregadores descrevendo vividamente o que alguém praticava antes de conhecer a Jesus, tentando com isso valorizar o seu testemunho.

Nesta passagem, Paulo está instruindo os discípulos a serem imitadores de Deus (v. 1) e diz que para isso “entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade … como também de nenhuma espécie de impureza e de cobiça; pois essas coisas não são próprias para os santos” (v. 3, NVI).

Sim, viver biblicamente está cada vez mais difícil em nossa sociedade que tem se tornado cada vez mais permissiva. Mas pode ter certeza, o mundo está desesperado procurando pessoas que demonstrem pela sua maneira de viver (e isso inclui aquilo que falam) que existe uma vida que vale a pena viver.

“Senhor, a fim de não me tornar cúmplice dos pecadores, faço minha a oração de Davi: Põe guarda, SENHOR, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios. (Salmo 141:3)”

Vinicios Torres

Vinicios Torres

Inspiração

“Toda a Escritura é inspirada por Deus…” (2 Timóteo 3:16 ARA)

Nesta passagem Paulo faz uma afirmação interessante. Todas as traduções que consultei em português usam a palavra inspirada para traduzir o termo grego theopneustos. O termo é formado por duas palavras theos, que significa Deus, e pneo, que significa sopro ou expiração. Ao dizer isso, o apóstolo Paulo está dizendo que a Escritura tem sua origem no próprio Deus e foi por Ele expressada.

É por isso que a Bíblia é a fonte da autoridade da vida do cristão. Por ela o cristão conhece a Deus e a Sua vontade tanto para o mundo como para ele mesmo. A Escritura reveste-se de autoridade por ter sido originada em Deus que a usa para comunicar aos homens seu caráter e seus propósitos.

Infelizmente estamos vivendo tempos que os cristãos estão trocando a leitura da Bíblia por outro tipo de literatura como auto-ajuda, filosofia, religião, psicologia,etc. Não nego o valor dessas, mas nenhuma delas é “soprada” pelo próprio Deus. Elas são resultado da experiência humana e portanto são tão falhas e limitadas como são seus autores.

Nenhum tipo de literatura substitui a leitura e estudo diário da Bíblia para edificar um cristão saudável e relevante.

“Senhor, obrigado por colocar a nossa disposição a tua palavra, pois por ela podemos te conhecer.”

Vinicios Torres

Vinicios Torres

Integridade na Oração

“Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.” (Marcos 7:6 ARA)

Um dos motivos chave por que as nossas orações não são respondidas está expresso nesse versículo em que Deus se expressa através do profeta Isaías. A falta de sintonia entre aquilo que dizemos e aquilo que nosso coração realmente acredita ou quer.

Isso demonstra, na verdade, a falta de integridade da nossa personalidade, a nossa capacidade de dissimular nossas palavras escondendo a verdadeira intenção do nosso interior. E fazemos isso, na maioria das vezes, inconscientemente. Quanto mais nos acostumamos a tentar fazer os outros se sentirem bem conosco mais tentamos fazer o mesmo com Deus, como que tentando fazê-lo ficar do nosso lado.

Quem nunca orou para Deus “fazer a sua vontade” no caso daquela doença quando na verdade o coração estava gritando por cura. Quem nunca orou para que o evangelho seja pregado, mas lá no íntimo estava dizendo “mas não mande a mim”? Qual o empresário não orou para que a empresa seja um ministério mas, no coração, estava contando que a bênção do ministério se transformasse em riqueza? Quantos já não oraram perdoando alguém e quando terminaram a oração ficaram imaginando mil e uma maneiras como aquela pessoa poderia receber a “recompensa”.

Deus nos ensina através de Samuel que Ele não se impressiona com o exterior. De nada adianta fazer orações bonitas ou repeti-las à exaustão se o que é dito não expressa o real desejo de quem ora. Não há conjunto de palavras, por mais bonitas que sejam, que chamarão a atenção de Deus se elas não condizerem com a atitude interior.

Precisamos aprender a ser íntegros com Deus fazendo com que nossas orações sejam expressão do mais profundo do nosso coração. Do contrário, continuaremos sem respostas.

“Senhor, dependo da Tua graça até mesmo para orar a Ti. Ajuda-me a ser íntegro diante de Ti.”

Vinicios Torres