Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Quando Erramos na Educação II

“Acima de tudo, amem sinceramente uns aos outros, pois o amor perdoa muitos pecados.” (1 Pedro 4:8)

Uma pessoa que foi rejeitada ou que sofreu a ausência do pai, normalmente sofrerá de carência crônica. Esta carência distorcerá sua personalidade, pois ela fará de tudo para obter a atenção, afeto e carinho das pessoas, levando-a a fazer até o que não gosta muito, só para obter atenção.

Estará com uma falta emocional que não consegue suprir por si só, como se algo lhe corroesse por dentro, levando-a a se depreciar e julgar-se inferior às demais pessoas.

Esta insatisfação crônica leva muitas pessoas a buscar satisfação em algo ou alguém, podendo levar a um vício ou a um relacionamento emocional doentio, em que ambos acabam se machucando em vez de se edificarem.

Esta carência destrói a visão de vida e muitas pessoas se aproveitam disto para retirar dela o pouco que possui em troca de atenção. Seus projetos pessoais não avançam e sua perspectiva de vida parece tão pequena e distante que desanimam diante desta situação.

Este quadro que descrevi é muito comum para filhos de pais que não se casaram, ou para aqueles cujos pais tiveram um relacionamento proibido, como prostitutas, garotos de programa, estupro e incesto.

Muitos pais se separam por volta da época em que os filhos atingem os 12 anos, que é quando se forma a personalidade do adolescente, ou mesmo passam por uma situação familiar crítica e um quase rompimento.

Estas situações criam uma ferida na alma que precisará ser curada ou então a pessoa racionalizará esta ferida, trazendo outras consequências para a sua vida e para os que a cercam.

A rebelião que estes filhos expressam é um pedido para serem amados, mesmo quando nos machucam. Só há um modo de quebrar este espírito, e fazemos isto usando a poderosa arma do amor.

Para isto, estabeleça referenciais de afeição e confronto, carinho e limites, ternura e firmeza. O amor de Deus venceu todo o pecado através da morte de Cristo, e vencerá toda a rejeição e distância entre as gerações.

Tenha a mesma atitude de Cristo que nos amou e deu a Sua vida por nós.

“Pai celestial, desejo perdoar meus pais por todas as vezes em que me senti rejeitado e colocado de lado. Da mesma forma, peço perdão por quando reproduzi isto na minha vida e na dos meus filhos. Que o amor produzido pelo perdão converta todas as feridas e mágoas em grande comunhão e amizade e que as minhas atitudes sejam sempre no sentido de amar. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Quando Erramos na Educação I

“Filhos, o dever cristão de vocês é obedecer sempre ao seu pai e à sua mãe porque Deus gosta disso. Pais, não irritem os seus filhos, para que eles não fiquem desanimados.” (Colossenses 3:20,21)

Quando nós erramos na educação, criamos feridas em nossos filhos. Talvez nós mesmos sejamos frutos de uma educação que nos deixou marcas.

Não quero dizer que nossos pais foram maus ou falharam na nossa educação, mas, quem sabe, apesar de todo seu esforço, não conseguiram atingir o coração do seu filho ou filha, deixando marcas, feridas e ressentimentos.

O fato é que, se estas marcas não são tratadas, elas farão com que o filho reproduza isto também nos seus filhos e, com isso, continua um ciclo de feridas e maldições.

Muitos cristãos não vivem a vida abundante que Jesus disse que viveríamos por causa de feridas. Outro tanto não desfruta de uma vida emocional saudável e produtiva por causa de feridas. E alguns destroem seus relacionamentos, ministérios e carreiras por causa de feridas.

O principal motivo de abertura de feridas são as falhas na paternidade e rebelião.

Quando há um jugo nas rejeições familiares, e isto pode ocorrer de muitas formas, como por exemplo: nasce o segundo filho e o primeiro acaba sendo colocado de lado e responsabilizado pelo que não lhe compete.

Ou ainda se ocorrem decepções com os modelos de autoridade significativos na vida, seja o pai, autoridades espirituais, parentes, patrões, professores, enfim, pessoas que estão próximas de nós e nos influenciam.

Ainda quando os pais se dirigem aos filhos com ira, esta abastece a rebelião dos filhos.

Há também o conflito de gerações, em que os pais não falam a linguagem dos filhos e vice-versa, podendo causar toda forma de transtornos, tais como: abandono, rejeição, correção injusta, desrespeito, desprezo, etc.

Os pais precisam compreender a dinâmica cultural da sua geração para a próxima, para que a relação entre eles não seja cortada no coração.

Quando se rompe este laço dos pais com os filhos, estes passam a ver a autoridade como uma ameaça e a opção para esta quebra é a rebelião. Se para a rejeição não houver perdão, então é estabelecida a rebelião, que leva a feridas ainda maiores.

A epidemia de famílias destruídas em nossos dias denuncia a nossa geração. E o que leva um filho a amaldiçoar seu pai podem ser as falhas na paternidade.

Quando nós como pais não temos um legado a deixar a nossos filhos, então estabelece-se uma ruptura de gerações, seja na forma de pensar ou de agir.

Uma pessoa que passou por isto poderá se tornar um adulto impelido, que fará qualquer coisa para obter o respeito do pai, para mostrar que tem valor e merece a bênção do pai, além de querer demonstrar e se convencer de que é um adulto e não uma criança.

Poderá ainda se tornar um adulto passivo, que desiste facilmente de tudo, não se envolve emocionalmente com seu pai ou com qualquer outro adulto, como seu cônjuge e filhos. Se for homem será do tipo: vai para casa, janta, assiste televisão e vai para cama. Se for mulher: levanta tarde, não faz nada em casa e não cuida dos filhos.

Há algum tempo li um artigo que falava do dia das mães e como muitos presos ansiavam por verem suas mães, mas o mesmo não ocorria quando chegava o dia dos pais. Ao ser perguntado porque disto, muitos dos presos diziam que tinham raiva de seus pais, ou que haviam sido abandonados, rejeitados e agredidos. Não tinham a menor vontade de verem seus pais.

Desta forma encontramos muitas pessoas pela vida, que necessitam receber a cura em suas emoções para que possam desfrutar da vida abundante que Jesus nos assegura.

A única forma de recebermos esta bênção é exercitando o perdão em nossa vida, seja perdoando, seja pedindo perdão pelos nossos atos. Ao fazer isto, Cristo Jesus se apresenta e tira-nos daquele estado de prisão emocional e enche de abundante vida.

“Pai celestial, muitas vezes minhas necessidades emocionais, físicas e espirituais não foram atendidas pelo meu pai, o que me trouxe dores e feridas. Da mesma forma tenho agido com meus filhos, reproduzindo estas feridas. Desejo perdoar meu pai por estes atos, pelos sentimentos que me despertou e pelas consequências em minha vida. Assim também peço perdão por ter reproduzido em meus filhos. Senhor Jesus, cura meu coração e o dos meus filhos e nos dê a tua unidade e paz. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Sarando as Feridas

“Tudo o que aprendi se resume nisto: Deus nos fez simples e direitos, mas nós complicamos tudo.” (Eclesiastes 7:29)

Temos visto muitas famílias cristãs que passam por dificuldades em muitas áreas. Alguns passam por dificuldades em sua vida e desejam que isto nunca aconteça mais, mas quando menos esperam veem seus filhos passando pela mesma situação.

Dia deste falava com uma mulher que havia concebido fora do casamento com um homem que seus pais não haviam abençoado. Este homem acabou sendo preso por algumas coisas erradas que fez, tendo sido solto mediante fiança. Eles acabaram se separando, ela conheceu a Jesus e mudou sua vida.

Entretanto, sua filha, fruto daquele primeiro relacionamento, mostra um comportamento rebelde, não ouve a mãe e nem o padrasto. Acabou por se envolver com um rapaz e concebeu. Este, por sua vez, acabou se envolvendo com pessoas erradas, foi preso e posteriormente solto mediante fiança. Exatamente a mesma situação.

Quando encontrei esta família, a mãe me disse:

— Pastor, eu não quero que meu neto passe pela mesma situação que nós passamos. Eu desejo quebrar esta maldição de nossas vidas.

Da mesma maneira há pessoas e famílias que não conseguem realizar seus sonhos e anseios. Lutam, lutam e lutam mas não alcançam seus objetivos de vida.

Às vezes são eles mesmos, às vezes os próprios filhos, que possuem estudo e capacidade, mas que simplesmente não conseguem. Parece que todas as portas se fecham à sua frente.

Acabam por se frustrar e aceitar a sua condição, resignando-se ao que entendem seja seu papel nesta vida e desistem de alcançar seus sonhos e objetivos.

Nos evangelhos também encontramos muitas pessoas que possuíam algum tipo de deficiência física, emocional ou espiritual. A passagem de Lucas 18 descreve a busca de um cego para enxergar.

“Aí o cego começou a gritar:

— Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim!

As pessoas que iam na frente o repreenderam e mandaram que ele calasse a boca. Mas ele gritava ainda mais:

— Filho de Davi, tenha pena de mim!

Jesus parou e mandou que trouxessem o cego. Quando ele chegou perto, Jesus perguntou:

— O que é que você quer que eu faça?

— Senhor, eu quero ver de novo! — respondeu ele.

Então Jesus disse:

— Veja! Você está curado porque teve fé.

No mesmo instante o homem começou a ver e, dando glória a Deus, foi seguindo Jesus. E todos os que viram isso começaram a louvar a Deus”.

O peso extra era a sequidão dos olhos, não podia enxergar como todo mundo, e isto atrapalhava sua vida e precisava mendigar.

Algumas pessoas passam por isto nesta vida: não conseguem expressar seus sentimentos e dependem de que outros os auxiliem nesta área; não prosperam e buscam alternativas ilícitas para receber a vitória; ou então não conseguem se relacionar de maneira adequada com seu cônjuge e precisam de quem os auxilie a caminhar nesta área, algumas vezes buscando muletas que lhe permitam aplacar a dor que sentem na alma, enveredando por caminhos obscuros e comportamentos muitas vezes reprováveis.

Mas a marca distintiva deste cego em relação à todas as pessoas que estavam com Jesus naquele momento é que ele tinha uma vontade – ser curado.

Se Jesus te fizer esta pergunta agora mesmo, o que você responderia? Ficaria envergonhado pela pergunta e procuraria desviar o olhar para não revelar seus sentimentos mais profundos e ser reprovado ou julgado? Teria dúvida da capacidade de Jesus resolver?

Jesus não veio julgar-nos, mas sim nos dar vida e vida abundante. A única forma de podermos colocar a nossa vida de novo neste caminho de paz é buscarmos com intensidade a cura de nossas emoções e comportamentos.

Isto demanda tempo, não é automático, pois quando semeamos uma semente é preciso esperar com paciência para que cresça e produza fruto. Se pararmos de aguar a terra ou arrancarmos a planta, não obteremos o seu fruto.

Assim também é em nossa vida, precisamos pedir perdão pelos nossos atos anteriores e semear uma nova e boa semente e, se não desanimarmos, a seu tempo colheremos.

“Pai celestial, eu quero te pedir perdão por ter andado de maneira errada durante tanto tempo. Algumas vezes cheguei a ficar enfermo na minha alma devido às minhas atitudes. Mas eu quero neste momento manifestar a minha vontade de ser curado das minhas enfermidades e decepções. Desejo colocar a minha aliança com o meu cônjuge junto a ti, de maneira que tu sejas a terceira parte dela. Deus Pai, eu consagro minha família a Ti e peço a tua bênção sobre a minha vida e a de meus familiares em todas as áreas. Tudo que me impedia de receber tua benção nesta vida está cancelado. Eu estou certo que receberei a vitória, pois Tua palavra não cai por terra, ela nunca falha. Eu sou muito grato pela Tua fidelidade a mim. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Coloque a Casa em Ordem

“Nenhum filho ilegítimo fará parte do povo do Senhor, nem ele nem os seus descendentes até dez gerações.” (Deuteronômio 23:2)

Nestes dias tivemos a oportunidade de abençoar uma família de uma maneira diferente do usual.

Normalmente Telma e eu ministramos aconselhamento a casais durante encontros de casais e nos cursos Casados para Sempre e Aliança.

Neste caso, ministramos a este casal no Aliança há quase um ano e meio. Normalmente, ao iniciar, pedimos a cada casal que se apresente, inclusive informando há quanto tempo estão casados, quantos filhos tem, idade, etc.

Pois bem, ao chegar neste casal, o marido disse que estavam casados há 16 anos, enquanto sua esposa fazia um gesto de negação com a cabeça, e ele corrigiu dizendo que de fato estavam juntos há 16 anos, mas não eram casados nem no civil e nem no religioso.

Estavam enfrentando algumas dificuldades no relacionamento entre si e com os filhos.

Durante o curso ministramos ao coração deles a respeito de colocar a casa em ordem, no sentido de acertar a parte civil e religiosa, casando-se conforme as leis do país.

Muitos acham que isto não é necessário sendo uma mera formalidade, a tal ponto, que hoje em dia casais homoafetivos querem casar-se e casais hetero nem sempre dão valor a isto.

Ora, se entendemos a família como uma instituição divina e que o próprio Pai Celestial fez o primeiro casamento, então certamente ele deseja que casemos da maneira como a sociedade entende, o que em nosso país significa casar-se civilmente, como se diz, de papel passado.

Também devem obter a bênção espiritual através de uma autoridade eclesiástica, alcançando assim a bênção completa, ou seja, legal e espiritual sobre seu relacionamento e família.

Se entendemos que dessa maneira obtemos a legitimidade do nosso relacionamento conjugal, podemos entender que qualquer outra forma seja ilegítima.

Neste caso, o versículo que lemos acima determina que os filhos gerados fora da aliança do matrimônio são ilegítimos, outra tradução diz bastardos.

Estes não farão parte do povo do Senhor, ou da congregação dos justos diz outra versão. Podemos interpretar o povo do Senhor como sendo, primeiramente, a família, que deve viver em comunhão e a igreja com quem nos reunimos para adorar a Deus.

Temos observado muitos filhos nascidos assim que tem dificuldades de se relacionar bem com os familiares e pais, além de não se fixarem na igreja, muitas vezes mudando frequentemente de comunidade.

Os filhos podem pedir perdão a Deus por terem sido gerados assim e alcançam a misericórdia divina, ou então seus pais acertam sua situação e estendem a bênção da aliança a eles.

No caso deste casal foi o que os orientamos a fazer. Poderia ter sido feito algo bem simples, protocolar, mas ao entender o significado o esposo, sabendo que sua esposa gostaria de casar de branco numa igreja, preparou tudo para que assim fosse e sonho dela se tornasse realidade.

Quando realizei este casamento, meu coração se encheu de alegria. Não uma alegria própria, mas certamente algo que veio do coração de Deus para aquela família, pois todos no recinto foram impactados da mesma forma.

A comunidade ajudou a realizar o casamento, houve orquestra, cantora, marcha nupcial e seu filho entrou trazendo as alianças. Como ele fez uma surpresa para a esposa, esta não se conteve e se emocionou bastante, sendo cheia de alegria.

Foi um momento muito sublime na presença de Deus em que aproveitei para abençoar seus filhos e inseri-los na bênção, tornando-os filhos legítimos, e portanto, feitos participantes da herança de seus pais, seja esta espiritual, emocional, física e até mesmo financeira.

O resultado não poderia ter sido melhor. Imediatamente observamos a melhora no comportamento dos filhos e no relacionamento conjugal, que agora ao serem questionados podem afirmar com satisfação que são casados e possuem uma aliança inquebrável.

“Pai Celestial, perdoa a meus pais por terem me gerado fora da aliança do casamento. Peço que eu seja incluído na Tua bênção. Da mesma forma, perdoa-me por ter gerado filhos fora da bênção da aliança do casamento. Peço-te que meus filhos sejam inseridos no povo do Senhor e sejam participantes da Tua herança. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Celebre

“Comemorem esse dia como festa religiosa para lembrar que eu, o Senhor, fiz isso. Vocês e os seus descendentes devem comemorar a Festa da Páscoa para sempre.” (Êxodo 12:14)

A celebração é uma parte importante da vida que muitos de nós simplesmente deixamos de lado quando o assunto é família.

Fazemos celebrações em nossa atividade profissional quando atingimos determinado objetivo, como por exemplo o faturamento mensal desejado, ou o novo projeto passa a se tornar realidade e ser oferecido ao mercado.

Da mesma maneira, na maioria das igrejas sempre se comemoram as datas especiais. Muitas pessoas vão às igrejas nesta oportunidade, e sua celebração limita-se ao que é feito ali.

A minha família, durante muito tempo se reuniu para celebrar a amizade entre eles. Lembro-me bem de quando meus pais combinavam com seus irmãos de se reunirem na casa de um deles. Moravam cada um numa cidade, distante em torno de 90 quilômetros de distância, mas isto não impedia de se reunirem.

Para as crianças, como eu na época, era um momento especial. Reunir com os primos e primas, brincadeiras sem hora para acabar. Fuçar em tudo na garagem do tio Jurandir, subir nas árvores que haviam na casa dele e, principalmente, comer fruta-do-conde tirada do pé.

Não havia coisa melhor. Às vezes passávamos o dia lá, outras vezes dormíamos na casa dos parentes para mais um dia de brincadeiras.

No natal sempre havia uma reunião de família e troca de presentes. Momentos especiais. As crianças sempre recebiam muitos brinquedos, o que era uma festa para todos.

Meus pais sempre participaram, mas ao longo do tempo foram deixando de lado estas celebrações, que passaram a ser mais simples, sem aquele aspecto de data importante, apenas mais um almoço em família, sem grande significado.

Depois de uma década, algumas destas reuniões já não tinham o mesmo significado, tudo tinha ficado automático. Eu não tinha recebido para mim a importância de celebrar. Nos a perdemos no meio do caminho.

Quando conheci a Telma, percebi que sua família realizava celebrações com frequência. Isto a princípio foi difícil, pois eu achava que isto não era necessário, apenas mais uma data.

A Telma teve que se empenhar para que eu pudesse passar a entender a importância de celebrar em família e desde então temos sido quem tem mantido as celebrações, chamando e reunindo todos os familiares em muitas oportunidades.

Passamos a comemorar sempre que possível, reunindo nossos filhos, familiares, amigos nossos e de nossos filhos.

Na Páscoa, sempre ensinamos nossos filhos sobre o significado da festividade e os ovos de chocolate só eram entregues depois de uma brincadeira.

Com o tempo evoluímos a brincadeira e passamos a fazer charadas bíblicas para eles responderem, uma espécie de gincana bíblica. Cada charada respondida dava uma pista sobre onde estava escondido o próximo ovo de chocolate. Depois de um tempo, a festa era a gincana, os ovos eram apenas detalhe na nossa celebração. Ao acabar as perguntas bíblicas eles queriam mais, queriam continuar a brincadeira.

Quando começaram a namorar, levaram seus pares para participar junto e aprender mais da Palavra em nosso momento de celebração.

Estes momentos marcaram a vida deles, assim como eu fui marcado pelas reuniões de família na casa dos tios, que me deixou no meu coração uma bela recordação da família. De tudo que convivi com os familiares de meus pais, as celebrações ficaram para sempre em meu coração.

Celebração e vida é o que vai ficar da vida familiar, não importa a distância ou os acontecimentos. Celebre! Viva!

“Senhor Jesus, te dou graças pelo convívio familiar e pelas belas impressões marcadas em meu coração, enquanto peço que todas as impressões negativas sejam apagadas através do perdão. Que eu possa ser um pai/mãe que celebre com meus filhos os momentos importantes da vida. Ensina-me a ser um incentivador da vida e da alegria no lar. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Fortaleça Sua Identidade

“Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele.” (Provérbios 22:6)

Certo dia meu irmão e eu resolvemos construir um carrinho de madeira. Tínhamos por volta de 13 anos e éramos muito garotos ainda, vivendo numa cidade do interior do estado.

O carrinho tinha uns pedaços de madeira fincados no chão como se fossem pedais do carro, um pedaço de madeira mais comprido também fincado no chão com uma tampa de lata de cera pregada na outra ponta, que era nossa direção. Tinha até um freio de mão e um banquinho para sentar.

Brincamos de maneira muito divertida naquela tarde, nós dois rimos bastante na nossa viagem imaginária por muitos lugares.

À tardinha, ainda estava claro, devia ser verão, meu pai chegou do trabalho e nos viu brincando e perguntou:

— O que é isto?

— É nosso carro! Falamos a ele.

— E vocês sabem dirigir? Ele perguntou.

— Claro que sabemos, olha só! Dissemos e um de nós sentou no banquinho e começou a dirigir o carro de brinquedo.

— Para que servem os pedais? Meu pai nos perguntava.

E assim fomos explicando a ele como se fazia para dirigir. Meu pai sempre dirigiu muito bem e me orgulhava da forma como sempre nos levava em segurança a todos os lugares.

Lembro-me de certo dia que estávamos viajando à noite numa estrada muito escura e, de repente, vimos um ônibus parado meio no acostamento meio na estrada sem iluminação e sem sinalização. O pneu do ônibus tinha furado, havia sido retirado e estava no meio da pista de forma muito perigosa. Nosso carro bateria naquele imenso pneu se não fosse a manobra de meu pai, que conseguiu virar a direção, desviar do pneu e continuar sem nos acidentarmos, o que poderia ter causado sérias consequências a nós todos. Restou um para-lama amassado no fusquinha, mas estávamos muito bem, graças a Deus e à perícia do meu pai.

Bem, depois que lhe explicamos sobre como dirigir nosso carro de madeira, ele perguntou se nós sabíamos dirigir um carro de verdade, e a gente falou que não sabia.

Imediatamente ele disse:

— Vou ensinar vocês a dirigir.

Meu irmão e eu ficamos sem saber o que dizer, mas superanimados com a ideia de aprender a dirigir. Nos próximos finais de semana ele nos levou a um loteamento novo em que quase não haviam casas, com ruas de terra onde poderíamos dirigir sem perigo.

Alguns anos depois ele nos levava em algumas viagens curtas pelas cidades do interior e quando chegava a estradas de terra ele nos deixava dirigir o carro. Um levava o carro e outro trazia, sempre nos locais em que não havia movimento.

Certo dia, eu estava dirigindo numa destas estradas e um ou dois dias antes tinha chovido muito. Em alguns locais se formaram poças de água, que ao passar os caminhões pesados formaram trilhos altos.

Na minha inexperiência na direção, quando cheguei ao local entrei com o carro e coloquei as rodas nas valetas e o fundo do carro bateu no barro duro, fazendo-me perder a direção do carro. No desespero mexi na direção e quando o carro saiu da valeta, com a força que havia adquirido subiu no morro de terra que estava ao lado da estrada.

Meu pai num reflexo rápido colocou a mão na direção e levou o carro para a estrada novamente.

Eu fiquei em estado de choque. Para mim havia acabado ali a minha aventura na direção, pois eu me encontrava arrasado, me sentindo muito mal e esperava a bronca que viria em seguida. Então eu disse:

— Pai, pegue a direção, eu não vou dirigir mais.

Então ele me disse algo surpreendente:

— Luis Antonio, o combinado é você levar o carro até tal ponto da estrada. Engate a primeira e vamos seguir.

Eu não podia acreditar no que ele havia dito. Eu tinha errado e na minha concepção devia ser repreendido, mas ele não fez isto. Ele me deu segurança.

Hoje me lembro daquele dia como uma lição aprendida com amor e não ficou nenhum temor em relação ao que aconteceu, a não ser uma doce lembrança de meu pai me ensinando a ser um homem que não abandona sua missão ao ter problemas, mas enfrenta a situação e resolve-a.

“Senhor Jesus, te dou graças pelo meu pai e pela maneira que o Senhor o usou para me ensinar muitas verdades e princípios os quais me são úteis até hoje. Que eu possa ser sábio ao ensinar meus filhos para que possa marcá-los com boas atitudes, reforçando sua autoimagem e identidade. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Fale de Vida

“O que você diz pode salvar ou destruir uma vida; portanto, use bem as suas palavras e você será recompensado.” (Provérbios 18:21)

Muito cedo em nosso casamento fomos orientados e aprendemos que na nossa língua está o poder do bem e do mal. O verso acima nos deixa claro que assim é.

No dia a dia estamos envolvidos em tantas atividades com tanta gente que nos esquecemos disto. Nos encontramos com alguém e, muitas vezes, devido ao comportamento desta pessoa, proferimos palavras desagradáveis que causam mal-estar.

Temos, minha esposa e eu, ministrado muitas pessoas que passaram por situações difíceis em suas vidas, seja na infância seja já adultos.

É muito comum que estas pessoas tenham guardado mágoas e rancores de seus pais, mais comumente do seu pai, por este nunca ter lhe dirigido uma palavra de encorajamento ou de afirmação.

Alguns gastam muito de suas vidas querendo receber aprovação do mundo e das pessoas à sua volta procurando preencher o espaço que deveria ter sido ocupado pelas palavras de um pai que reconhece seu filho.

Recentemente, soube do caso de um pai que, sendo muito ativo na igreja, com formação secular e teológica, que quando seu filho em torno dos 20 anos lhe disse seu sonho de trabalhar como missionário em outro país, recebeu como palavra algo como:

— Você? Você não é nada! Como é que você vai conseguir fazer isto?

Outros pais e mães só sabem lançar maldições sobre seus filhos, tais como:

— Você é um pestinha!

— Você é um endiabrado mesmo!

— Você é um problema!

— Você não foi desejado, veio por acaso.

— Eu não queria você!

— Você não presta mesmo!

É muito triste saber de situações como estas. Sei que muita gente passou por isto na vida. Mesmo que, depois, seu pai tenha lhe pedido perdão, fica claro o coração de um pai amargurado e descontente com sua própria realização de vida e que está reproduzindo o ciclo da ferida no coração do seu filho, o qual tratarei nos próximos artigos.

Nós como pais precisamos curar nossos corações para podermos agir com leveza, clareza e amor para com nossos filhos, evitando descarregar nossas frustrações, medos e anseios sobre eles. Se fazemos isto é porque vemos eles como nossa propriedade, o que pretensamente nos confere autoridade e achamos que podemos falar o que quisermos e eles devem simplesmente aguentar.

Mas não é assim que Deus planejou para os pais em relação aos filhos. Precisamos apoiar nossos filhos de maneira que a cada pequena vitória sejam estimulados a prosseguir na vida.

Nós sempre procuramos afirmar aos nossos filhos que os amamos, dizendo palavras de amor e demonstrando o afeto a eles.

Percebemos que quando fazemos isto eles passam a construir sua autoestima de maneira centrada em Cristo e correta do ponto de vista humano. Sempre que há algum tipo de dificuldade em casa com os filhos, normalmente é porque está faltando atenção e afirmação.

Não importa a idade, neste momento temos filhos entre 11 e 27 anos, o princípio é o mesmo, o que muda é que cada um está desenvolvendo e quanto precisam de apoio.

Afinal, eles nos veem como espelhos, referências, modelos a seguir. Se seus atos são discriminados ou rejeitados, pode significar a eles a incapacidade de atingir a maturidade tal como são seus pais. Por outro lado, se estimulados sentem-se firmes e entendem que estão se desenvolvendo para atingir posição equivalente a nossa.

Por isto, minha esposa e eu sempre procuramos ensiná-los sobre aquilo que aprendemos na vida, para que possam continuar do ponto em que estamos, assim eles crescerão muito mais do que nós, o que será um prêmio que conquistaremos ainda nesta vida se Deus o permitir.

“Senhor Jesus, quero pedir perdão a Ti por todas as vezes em que proferi palavras de morte aos meus filhos, cônjuge e àqueles à minha volta. Manifesto o desejo de mudar meu comportamento e tornar-me numa pessoa que edifica as pessoas ao meu redor. Assim, peço que Teu Espírito Santo me auxilie nesta caminhada de renovação da minha mente e das minhas atitudes. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Divirta-se Com Eles

“Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico; então se dizia entre os gentios: Grandes coisas fez o Senhor a estes. Grandes coisas fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres.” (Salmos 126:2-3)

Em casa costumamos assistir alguns programas de televisão com as crianças, pois é o único modo de saber o que estão aprendendo e ensiná-los corretamente.

Isto tem funcionando bem. Às vezes a Telma está tão atarefada e nosso filho mais novo a chama para assistir TV com ele. Ela para tudo e senta-se na sala com ele.

Normalmente o que ele deseja é carinho, pois deita sua cabeça no colo dela e fica ali recebendo carinho e atenção enquanto assiste seu programa favorito.

Muitas vezes são programas bem tranquilos, mas às vezes são desenhos aparentemente inofensivos, mas que quando um adulto assiste entende as mensagens e conceitos sendo passados aos filhos.

Estes dias era um desenho que ensinava práticas espirituais obscuras, tais como: magia, encantamento e outras coisas com a finalidade de obter o que se deseja na vida.

A Telma imediatamente passou a explicar a ele o que significa aquilo e o que a bíblia diz a respeito do assunto. Ele aprendeu muito bem. Na verdade, tem aprendido bastante, pois possui um senso de justiça e valores muito bem aguçados e orientados à Palavra.

Com onze anos já sabe o que é certo e errado a ponto de poder emitir opinião sobre a atitude de alguém e de uma forma muito clara e correta. Ou seja, o tempo dedicado a ele está produzindo um belo fruto.

Uma certa noite de sábado eu estava preparando uma pregação para o domingo de manhã, e este filho mais novo me procurou, queria atenção, mas eu lhe disse:

— Filho, o papai tem que pregar amanhã cedo, vá para a cama e deixe-me terminar este trabalho.

Como um filho obediente ele foi mesmo se sentindo frustrado nas suas expectativas em relação ao pai, pois estava disputando com toda a igreja naquele momento.

Quando a esposa é sábia o lar é edificado, pois a Telma esperou o desenrolar da situação para daí vir falar comigo:

— Bem, se ele quer conversar com você, seja a hora que for, acho que seria melhor ouvi-lo. É o tempo de qualidade dele com você, é a hora em que ele se sente amado pelo pai.

Nem preciso dizer que ela estava certa. Fui até ele e comecei um bate-papo. Logo se levantou cheio de energia e foi falando das suas questões, desejos, anseios e esperanças em relação ao futuro.

Um tempo precioso que seria perdido caso me mantivesse fixo no objetivo.

Com isto aprendi algo muito importante. Da mesma maneira que meu filho queria minha atenção, eu estava buscando a atenção de Deus Pai para preparar um sermão, mas com a mente tão cheia de questões humanas que não escutava nem a Deus Pai e nem a meu filho.

Pois bem, tão logo pudemos nos alegrar juntos, voltei ao sermão, e para minha surpresa aquele texto, que parecia tão difícil no primeiro momento, se descortinou aos meus olhos, fui cheio do Espírito Santo e meu entendimento alcançou a mensagem que deveria ser passada aos irmãos no dia seguinte. Toda a preocupação que eu tinha havia se dissipado.

Logo, tudo que eu precisava era exatamente descansar em Deus e fazer o que era necessário naquele momento. A Palavra diz que as demais coisas serão acrescentadas, e foram realmente.

Priorize sua esposa e seus filhos, a alegria vai encher o seu lar.

“Senhor Jesus, quero me divertir com meus filhos enquanto lhes ensino a respeito das tuas verdades. Capacita-me para esta tarefa enchendo meu coração com teu amor e alegria. Amém!”

Luis Antonio Luize