Mário Fernandez

Orando Como Convém – Continuidade

“Dou graças a Deus, a quem sirvo com a consciência limpa, como o serviram os meus antepassados, ao lembrar-me constantemente de você noite e dia em minhas orações.” (2Timoteo 1:3)

Como eu acho lindo ter uma história para contar, não só para alegrar seus filhos e amigos, mas para edificar. Acho belo haver conquistas no Senhor que permitem que nos assentemos e compartilhemos tantas maravilhas. Servir a Deus de consciência limpa, como disse Paulo, já seria algo maravilhoso. Agora imagine fazê-lo tal como foi feito pelos anteriores ou antepassados.

Dar continuidade é algo que exige de nós desprendimento pois muitas vezes sufoca nosso sucesso aparente. Mas isso é superado e talvez até esquecido se não fazemos isso para nosso deleite e para nossa glória. Se tem EU no centro de todas as frases, tendemos a sufocar o dEUs que deveria ser glorificado. Se tem Deus a mais no centro das frases, é inspirador observar e aprender com quem fez primeiro do que eu, não para copiar mas para aprender. Por quê? Por que não importa o que eu quero ou desejo, importa que Ele seja glorificado.

Dias atrás participei de um treinamento e a pessoa falando de missões dizia que temos sido, muitas vezes, missionários com foco errado. Estamos tão focados nos perdidos que esquecemos muitas vezes que o que importa é levar a glória de Deus aos perdidos. Talvez por isso algumas iniciativas do passado deram tão certo e outras tão em nada. Se aprendemos com os erros e acertos do passado podemos dar um resultado melhor para Deus.

Sirvamos ao nosso Deus de forma tranquila, de consciência limpa, aprendendo com os que vieram antes de nós. No lugar do desprezo pela história, vamos aprender com quem deu certo – e com quem deu errado. Eu não acredito que a história nos deixe herança sem atentarmos a ela e ao que ela nos ensina – pois a herança da história é somente aprendizado.

“Senhor, me ajuda a aprender com os que vieram antes de mim para que eu legitimamente glorifique o teu nome. Faz com que, na minha vida, Te glorificar seja sinônimo de vida e serviço a Ti.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Frutos do Espírito – Santidade

“Se continuarmos a pecar deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados,” (Hebreus 10:26)

O maior e mais notório fruto que um homem ou mulher de Deus pode produzir de maneira visível é a santidade pessoal. Ainda que alguns considerem a santidade como algo interior e invisível é preciso destacar que há um aspecto que pode ser exteriorizado e portanto tornar-se visível. É nisso que quero meditar contigo a seguir.

Não vou tentar estabelecer regras e doutrinas aqui, mas simplesmente entender o que podemos fazer para frutificar. Deixar de pecar deliberadamente, é o ato de dizer “NÃO” quando tem vontade de fazer algo que não deveria. Ou dizer “SIM” diante de algo que a vontade não quer fazer mas que é necessário. Até mesmo fazer o que nunca havia feito antes mas que sabidamente deveria fazer – apenas por ser o certo e não por dar algum resultado.

Quando assumimos essa atitude e entendemos que isso é fruto e resultado da santidade, não precisamos olhar para o invisível pois podemos facilmente ver os frutos. Não encontrei nenhum versículo bíblico que diga “se tu me amas profetize” ou mesmo “se tu me amas fale de mim para todo mundo”. Mas encontrei vários com “se tu me amas cuida das minhas ovelhas” ou “apascenta meus cordeirinhos”. O nosso amor pelo Pai deve se expressar nas vidas que ganhamos e cuidamos para Ele. Mas isso não nos isenta de andarmos em retidão de caráter e fugindo do pecado deliberado.

Não devemos cair no engano de achar que algum resultado visível, ou fruto, substituirá outro. Há uma distância entre o que cremos, ou falamos que cremos, e o que praticamos. Essa distância pode ser grande ou pequena mas sempre existe. Pode ser minúscula, mas existe. Ela revela muito sobre nós e sobre nossos frutos.

O desafio diante de nós é viver em santidade interior que produza os frutros espirituais que possam ser vistos exteriormente. Do contrário, meu querido(a), é nadar cachoeira acima.

“Senhor, me capacita para que possa eu viver longe daquilo que sei que não devo fazer ou viver. Enche meu coração de desejo por Tua presença para eu dar frutos que Te agradam.”

Vinicios Torres

Mário Fernandez

Frutos do Espírito – Reações

“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.” (Gálatas 5:22-23)

Dos frutos que são apresentados textualmente neste versículo tão conhecido, gosto de entender que alguns nos qualificam para agir, enquanto outros nos ajudam a reagir. Note que paciência, amabilidade, mansidão e domínio próprio tem muito mais a ver com reagir do que com agir. Quando falo em reagir falo naquele momento espontâneo, imprevisto e sem tempo de preparo.

Olhando por este prisma, não precisamos, nem devemos, estabelecer uma doutrina, mas podemos meditar em como nos comportamos. Se reagirmos de maneira paciente, demonstraremos o fruto do Espírito, por exemplo. No nosso cotidiano, haja paciência. É preciso exercitar paciência para agir, mas muito mais necessário para reagir.

Talvez o mais saliente de todos os frutos seja o domínio próprio, que se faltar nos faz presenciar cenas de explosão emocional, gritaria, agressividade, palavras pesadas ou coisas piores. Quanto dissabor, quanto amargor, quanta mágoa semeada, quanta encrenca, quanto perdão para ser buscado depois. Poderia ser evitado cultivando um fruto espiritual que nos capacita a reagir.

Produzir fruto é algo que implica em investir, semear, adubar, regar, cuidar, espantar predadores e tudo mais. É assim numa árvore, é assim no nosso espiritual. Temos de desenvolver estes frutos mesmo que isso nos custe algo. Os frutos que chamo de reação são aqueles evidenciados na hora de reagir, sem ensaio – eles precisam estar prontos para serem usados.

Eu tenho convicção de que se todo homem temente a Deus se esforçar pode desenvolver estes dons independentemente de seu temperamento natural, que, obviamente, precisa ser respeitado e vai influenciar no quanto ele terá manifestação de uma reação mansa e amável. Para alguns é moleza. Para outros, misericórdia. Mas todos podem conseguir, eu creio nisso.

“Senhor, obrigado por me ensinar que preciso ser Teu para agir mas também para reagir. Ensina-me e fortalece-me para que eu reaja de maneira que Te glorifique em todas as situações.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Orando Como Convém – Morte

“Digo-lhes verdadeiramente que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto.” (João 12:24)

O amor pela própria vida parece não ser prioridade no Reino de Deus, principalmente quando se trata do sobrenatural. Mas eu gostaria de meditar nessa “morte” de um ponto de vista menos físico, por que não dizer, menos óbvio.

Será que é nosso corpo que precisa morrer, todas as vezes? Claro, morreremos. Mas muito mais do que isso, quem deve morrer é minha opinião, minha vontade, meu ego, meus desejos, minha carne – enfim minha natureza terrena, como Paulo falou em Colossenses 3:5.

O grão de trigo é uma semente e me ensina que se eu deixar morrer minha opinião ela produzirá frutos no Reino, do contrário só ela permanecerá ali. Mas preciso admitir e confessar que isso é mais do que difícil. Tomara que seja somente para mim, mas quando tenho de abrir mão de minha opinião em prol de algo do Reino, principalmente naquelas situações em que tanto faz do meu jeito ou do outro… Quando não se trata de certo e errado mas de adequado ou de estilo… Meu Deus, misericórdia.

Quando eu aprender a orar assim, certamente minhas orações produzirão frutos, num vocabulário no qual o “eu quero” e o “me dá” serão substituídos por “se Tu queres” e “nos dê, por favor”. O agradecer e o pedir na oração são influenciados pelo que eu quero e pelos meus desejos. Eu não costumo agradecer pelo que não pedi, mas se tem uma coisa que acho que nunca agradeci na vida foi por algo ao contrário do que pedi, seja em essência ou estilo. Sou naturalmente incapaz disso.

Quando eu aprender a orar pedindo a morte para as “sementes de trigo” da minha vida, serei sobrenaturalmente frutífero. Só preciso descobrir de onde tirar coragem pra fazer isso, pois sei claramente o que precisa ser feito…

“Senhor, agradeço Tua bondade me ensinando a orar de maneira melhor e produzindo frutos espirituais. Me fortalece naquilo que sei que preciso fazer mas não consigo.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Fruto do Espírito – Responsabilidade

“Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários” (1 Coríntios 12:22)

Aprendi com um homem de Deus muito respeitado em minha cidade algo que quero compartilhar contigo. Qualquer um de nós, por pequeno que se julgue ou por fraco que demonstre ser, tem um papel a cumprir no Reino de Deus e, portanto, no Corpo de Cristo expresso na igreja local. Ao não fazer isso, ao não desenvolver seu dom, não dá fruto espiritual. Este homem (ou mulher), portanto, está roubando do corpo. Vamos entender.

Não importa se arrancamos um dente, pisamos num prego ou cortamos um dedo da mão – o sangue que sai pelo ferimento é o mesmo, temos um sangue só. Algumas pessoas agem no corpo de Cristo como se houvesse um sangue para o pé e outro para a cabeça, mas isso é mentira e engano. Um ferimento no corpo drena as forças, a saúde e o vigor do corpo todo. Assim é um membro do Corpo de Cristo que não se desenvolve, como um membro ferido do corpo físico.

Como isso pode ser? É simples, embora não seja fácil. Olhe para uma árvore frutífera e observe que na maioria delas, em época de fruta ainda verde (com o fruto em desenvolvimento) vemos que tem galhos com frutas e galhos sem frutas. Os galhos estão igualmente robustos, igualmente cheios de folhas, igualmente ligados firmemente ao tronco. Mas alguns não tem fruto. Somos assim. Alguns de nós estão firmemente ligados, tem a correta aparência (folhas), e até são robustos, mas nada de fruto.

Frutos no Reino de Deus tem de ser frutos divinos: no sentido pessoal podemos listar santidade, retidão, testemunho público da fé, vida de oração, conhecimento bíblico; no sentido externo podemos listar almas ganhas, testemunho prático, ministério, discipulado, práticas piedosas. Não podemos listar como fruto frequência de culto, fidelidade financeira e coisas assim, pois isso é apenas folha – ninguém precisa estar derramando unção de Deus para ir ao culto.

Veja, não quero semear julgamento nem discórdia, mas quero sim provocar questionamento. Roubamos vigor do corpo se fazemos parte dele somente para receber. Cadê nosso fruto?

“Senhor, perdoa-me se sou negligente com meus frutos em algum sentido ou em algum momento. Me ajuda, pelo Teu amor, a melhor quem eu sou Te servindo melhor e dando mais frutos espirituais.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Frutos do Espírito – Fé

“Então Jesus lhe disse: ‘Porque me viu, você creu? Felizes os que não viram e creram'” (João 20:29)

A Bíblia mostra mais de um tipo de fé: a salvadora (crer em Jesus para salvação), a fé operadora de milagres, a fé confiante, a fé que Deus existe, fé doutrinária… Inegavelmente, contudo, o que todas estas expressões de fé têm em comum é o fato de que todas elas vêm de Deus e são sobrenaturais. Pode haver fé natural, fruto de evidências comprovadas, que nada tem com o Reino de Deus.

Sendo a fé um dom de Deus é um dom espiritual, pois Deus é espírito e nos concede fé por meio do Seu Espírito. Na minha concepção sem fé não se desenvolvem os frutos espirituais, como sendo nosso coração a terra, a Palavra a semente e a fé a água que rega essa horta.

Temos de ter claro que frutos são produzidos pelas árvores e não o contrário, ou seja, eles evidenciam a qualidade da árvore justamente por serem produzidos por ela. Frutos não são o que somos em Deus, mas o que fazemos por Ele e para Ele. Deste modo, crer é um fruto que manifesta algo que fazemos para Deus, não algo que somos Nele.

Crer é um fruto na medida em que entendemos que vai além de simplesmente concordar com algo, mas sim que produz mudança em nós. Quando eu cri em Deus eu mudei, tornei-me outro, nasci de novo, deixei coisas velhas no passado – tanto que usamos a expressão “conversão” que implica transformação. Crer de forma salvadora é fruto pois é uma mudança de vida, de pensamento, de sentimento, de atitude, de destino eterno.

Deste tipo de crer provém frutos declarados na Bíblia como bondade, fidelidade, longanimidade, mansidão e tantos outros que nadam contra a correnteza do nosso temperamento natural. Decorrem também outros dons que produzem outros frutos. Tudo começa crendo. Crer é dar o primeiro fruto: abrir mão de sua vida para servir ao Dono (Senhor) do Reino.

“Senhor, reconheço que tudo que fazes é perfeito embora eu não compreenda ou demore a concordar. Usa Tua bondade comigo e me ensina mais e mais sobre o que devo produzir para Ti.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Orando Como Convém – Provas

“Pois eu lhes digo a verdade: Muitos profetas e justos desejaram ver o que vocês estão vendo, mas não viram, e ouvir o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram.” (Mateus 13:17)

Nos dias em que vivemos, o grupo dos que professam crer em Deus está marcantemente dividido em dois sub-grupos – os que valorizam os sinais e os que não valorizam. Exageros à parte, e considerando apenas este critério, pois poderiamos classificar o povo de várias formas por vários métodos, quero meditar sobre isso.

Dentre os que não valorizam sinais há os extremos que não creem em mais nada que não faça sentido lógico. Não quero julgar, mas no meu entendimento isso é sair do foco. Jesus fez tanta coisa, eu tenho visto tanta coisa. O maior milagre é a conversão, de longe e sem dúvida. Com ele vem curas, vem vícios sendo abandonados e tantas outras libertações (mágoas, arrogância, manias, intolerâncias). Só isso já se encaixa no versículo acima – muitos quiseram ver isso e não viram. Valorizemos o que Deus faz, meu irmão, valorizemos.

Dentre os que valorizam sinais há também os extremos que acham que se a terra não tremer e não “cair fogo do céu” algo está errado. Não quero julgar, mas penso eu que isso também é sair do foco. Fé tem a ver com não ver, embora muitas vezes o milagre seja invisível de fato e vejamos somente o reflexo. Mas é tão bom testemunhar uma cura, um evento forte de perdão, um mover de Deus é algo tão gostoso…

Isso afeta nosso orar pois afeta nosso relacionamento com Deus. Eu tenho orado para ser instrumento da misericórida de Deus pelos perdidos, pelos cativos, pelos sofridos, pelos que perambulam pelo deserto. A Bíblia diz que Deus os ama e Sua misericórdia não tem fim, então me soa imaturidade pedir “tenha misericórdia deles” pois quem tem que agir sou eu. Se eu orar para ser usado e ousado para perceber as oportunidades que certamente tenho, se eu me dispuser a participar e não ficar só assistindo… A coisa muda, os sinais aparecem, veremos e ouviremos, sem exageros e de modo equilibrado.

“Senhor, obrigado por me ensinar a orar como convém, pois meu desejo é Te agradar e Te honrar. Ajuda-me agora a valorizar equilibradamente o que ver e ouvir para Te servir melhor.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Filhos: Criação e Relacionamento – Santidade e Intercessão

“Terminado um período de banquetes, Jó mandava chamá-los e fazia com que se purificassem. De madrugada ele oferecia um holocausto em favor de cada um deles, pois pensava: ‘Talvez os meus filhos tenham, lá no íntimo, pecado e amaldiçoado a Deus’. Essa era a prática constante de Jó.” (Jó 1:5)

Ainda que Jó tenha vivido muitos séculos antes de nós, seu exemplo merece ser observado. Um pai dedicado e temente a Deus valoriza muito a santidade, a purificação e a integridade de seus filhos diante do Senhor. Ao invés de nos atermos a itens polêmicos e práticas de pouco proveito, muito bem poderíamos focar, assim como Jó, na imagem de nosso filhos diante de Deus.

Me chama a atenção que Jó, com tantos filhos e sendo ele tão rico como descrito, encontrava tempo e priorizava que eles se purificassem. É importante celebrar, banquetear, divertir-se, regozijar-se pelo que Deus nos deu. Mas passado o banquete, Jó mandava chamá-los, note, não eram eles que vinham. O relacionamento saudável entre pai e filho coloca o pai no lugar de pai.

Mas o que realmente me intriga é a menção no final do versículo de que isso era uma prática constante, ou seja, era algo rotineiro. Por mais que tivesse sido feito dezenas ou talvez centenas de vezes, Jó como pai jamais desistiu ou foi relapso com isso. Nunca deixou de fazer e não assumiu a conduta que vemos em muitos pais dizendo “já são crescidos que se cuidem”. Um pai adequado é um pai persistente. Nunca é tarde, nunca será demais, não há nem pode haver exagero quando se trata de purificação, santidade e adoração.

O holocausto oferecido por Jó, mencionado neste texto, representa a adoração e as orações que conhecemos hoje. Era, na época, a forma de adorar e de se aproximar de Deus. Não precisamos ser ricos nem ter 10 filhos como ele, mas podemos cuidar da santidade dos nossos como ele deu exemplo.

“Senhor, obrigado por me mostrar pelo exemplo de Jó que é possivel e adequado que eu me preocupe com os meus filhos, tanto em purificação como em adoração.”

Mário Fernandez