Mário Fernandez

Hombridade – Autoridade

“Por isso, nem me considerei digno de ir ao teu encontro. Mas dize uma palavra, e o meu servo será curado. Pois eu também sou homem sujeito a autoridade, e com soldados sob o meu comando. Digo a um: ‘Vá’, e ele vai; e a outro: ‘Venha’, e ele vem. Digo a meu servo: ‘Faça isto’, e ele faz”.” (Lucas 7:7-8)

Eu conheço muita gente, graças a Deus, desde pessoas praticamente sem posse alguma neste mundo, até homens realmente muito, muito ricos. Interessante notar que, ao menos via de regra, um homem bem posicionado na sociedade tem dificuldade de receber ordens e um homem simples, de pouca preparação, tem dificuldade para liderar. Este centurião demonstrou bem as duas virtudes.

Tavez seja mérito de quem está no meio de uma hierarquia, nem muito acima nem muito abaixo. Mas para que sejamos homens que cumprem o propósito de Deus na Terra, temos de aprender nosso papel nos dois sentidos.

Sendo líderes, teremos pessoas sob nosso “comando” por assim dizer, ainda que muitas vezes seja muito subjetivo. Já tive funcionários mais experientes que eu, mais capazes do que eu e muito bem preparados. Ocasionalmente, até mesmo funcionários cuja remuneração era superior a minha, mas eu era o chefe e em momento algum me esqueci disso. É preciso manter a equipe coesa, tudo funcionando, as ordens sendo cumpridas e os resultados sendo obtidos. Isso vale para empresas e grupos eclesiásticos, por certo. Métodos diferentes, alvos diferentes – mesmos parâmetros.

Sendo liderados, devemos aprender a confiar na capacidade e autoridade daqueles que estão posicionados sobre nós. Tenho aprendido que quem obedece nunca está errado e está de certa forma protegido. Pode ter errado quem mandou, quem obedeceu está sempre certo. Exceção feita a desobedecer a Palavra de Deus seja na empresa ou na igreja.

Um homem reto diante de Deus pode até nunca chegar a liderar, mas tem de ser um liderado de excelência. Se liderar, deve ser um líder tão bom quanto foi como liderado – ou melhor.

Estamos muito carentes de homens assim – nas empresas, governo, sociedade e na igreja.

“Senhor, obrigado por me ensinar como devo me comportar e como devo resgatar minha hombridade. Quero ser o homem que Tu esperas de mim e agradar Teu coração. Fortalece-me, por favor.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Hombridade – Honestidade

“Mas, para não escandalizá-los, vá ao mar e jogue o anzol. Tire o primeiro peixe que você pegar, abra-lhe a boca, e você encontrará uma moeda de quatro dracmas. Pegue-a e entregue-a a eles, para pagar o meu imposto e o seu” (Mateus 17:27)

Se tem alguem que não precisaria pagar o imposto era Jesus, tanto é que no verso anterior Ele diz que os filhos da terra seriam isentos e corrobora isso dizendo que era para não escandalizar. Mas, como homem íntegro que era, preferia pagar.

É imperativo que nós homens, humanos do sexo masculino, resgatemos a hombridade há muito esquecida na sociedade e sejamos honestos acima de suspeita. Muito mais do que não roubar, não usurpar, não isso ou aquilo, precisamos fazer. O ‘não’ é insuficiente para quem quer atingir o padrão de Jesus, é preciso ir além.

Se em nossos dias temos autoridades estabelecidas que não correspondem às expectativas de grande parte do nosso povo, devemos nos perguntar como era nos dias de Jesus.

Hoje temos serviços públicos como saúde, segurança, transporte, educação, justiça. Podemos (e devemos) questionar a qualidade do serviço que nos é dado, pois não é gratuito como muitos pensam, apenas não é pago imediatamente quando usado. Mas temos de concordar que o serviço existe. Alguns dizem que é como se não tivesse, mas têm. Nos dias de Jesus provavelmente não havia nada disso, nem bom nem ruim. Era um tempo de opressão, de tirania, de dominação. Ainda assim Ele pagou o imposto.

Note que fazer o certo para quem tem hombridade não depende de satisfação nem de concordância, é meramente um senso de justiça. Não se iluda meu irmão, eu pago todos os impostos que tenho que pagar, mas isso não me agrada. Acabo contratando tudo de novo (saúde, segurança, educação), insatisfeito e contrariado, mas sigo as regras vigentes. Para ser sincero, a margem dos impostos usualmente é maior que o lucro da operação em muitas situações. Mas eu não sou juiz nem legislador, sou cidadão. Se quero ser digno, tenho de me comportar como tal.

“Senhor, obrigado por me mostrar que há mais para ser feito em termos de hombridade. Não quero ser apenas mais um na multidão, quero fazer diferença para melhor e com isso Te glorificar.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Orando Como Convém – Santidade

“Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele.” (1 Coríntios 6:17)

O texto dessa meditação está dentro de um contexto bem específico de instrução e ensino sobre imoralidade. Garimpando nessa lindeza do Reino de Deus, percebi que no fundo no fundo, trata-se de um grande ensino do apóstolo Paulo sobre santidade. Neste ponto específico ele tratava da santidade em relação ao uso do corpo.

Sendo assim, por que mencionar que alguém se une com o Senhor no mesmo espírito? É um ensino sobre o corpo… Mas, como Deus é bom, podemos aprender. O homem é integral e inseparável diante de Deus, no Reino tudo é espiritual. Se contaminar o corpo, isso separa o homem de Deus no espiritual. Se unir seu corpo com Deus em santidade, une-se com Ele num só espírito.

Isso para mim é um ensino que me faz pensar que muitas vezes nossas orações não surtem o efeito que poderiam e deveriam por este mesmo motivo. Temos respaldo bíblico de que sem santidade ninguém verá o Senhor (Hebreus 12:14). Parece-me uma associação totalmente válida. Sem santidade não seremos ouvidos. Não me refiro à perfeição, pois isso está fora de nosso alcance, mas do mais básico em termos de evitar pecar.

O auge de uma vida de oração, orando como convém, envolve santidade da cabeça aos pés. Unidade espiritual é o que mais sinto falta neste tempo que estamos vivendo. Temos pastores e sacerdotes, temos pregadores, temos evangelistas, temos missionários, temos adoradores, temos músicos, temos administradores… Onde estão os grandes intercessores? Homens e mulheres que discernem o espiritual, que tem entendimento de situações como Daniel? Onde estão? Não casualmente, são poucos e os mesmos que, além de orar incansavelmente, buscam a Deus em santidade incansavelmente.

Se abrirmos mão daquilo que nossa carne clama, diminuímos a distância entre nosso espírito e o de Deus. Isso, meu querido leitor, certamente aumentará o resultado de nossas orações por dois motivos: em santidade não pedimos tão futilmente; e Deus estará unido conosco no mesmo espírito.

“Senhor, ajuda-me a compreender e crescer no Reino em termos de santidade. Mostra-me do que devo me livrar, o que devo praticar, o que devo mudar.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Discipulado – Frutificando

“Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome. ” (João 15:16)

Interessante que algumas expressões são incorporadas ao nosso vocabulário sem que a gente perceba ou questione. Jesus escolheu seus primeiros discípulos, não foi escolhido por eles. Às vezes fica parecendo que cremos no contrário.

Como fomos por Ele escolhidos, temos de assumir um papel assim compatível e igualmente assumir o objetivo para isso ter sido feito, como este versículo apresenta. Quando somos escolhidos por Ele somos chamados para dar fruto, muito fruto, mas principalmente frutos que permaneçam.

É verdade que podemos dar diversos tipos de frutos, com bastante respaldo bíblico – arrependimento (Mateus 3:8), frutos do Reino (Mateus 21:43), justiça (Filipenses 1:11), frutos do evangelho (Colossenses 1:6)… Mas qual é o fruto que permanece? E que permanecendo glorifica ao Pai? E frutos que demonstrem a qualidade da árvore que nos tornamos, que demonstram e evidenciam nosso chamado.

Na minha opinião nenhum fruto supera as almas ganhas para o Reino, cujos joelhos se dobram diante da cruz. Isso por uma série de motivos: Jesus fez muito disso (devemos dar o mesmo fruto que Ele); almas eternamente com Deus (mais duradouro impossível); a Bíblia mostra isso (Colossenses 1:6) e assim por diante.

Não creio que todos nós tenhamos chamado ou vocação para sermos evangelistas altamente produtivos do ponto de vista numérico, mas creio sim que todos nós somos chamados para frutificar. Se não nos dispusermos a dar alguns frutos, jamais cumpriremos aquilo que nos fez ser chamados. Fomos escolhidos para isso, não acredito que sejamos totalmente incapazes. Seja uma pessoa por ano, todos podemos dar fruto. Almas permanecerão, os prédios ruirão, as línguas cessarão, a sabedoria desaparecerá.

Discípulo faz o que mestre faz e o que o mestre manda. Se Jesus frutificou e disse que fomos escolhidos para isso, a mim basta. Andemos, meu irmão, andemos e frutifiquemos.

“Senhor, eu quero aprender a frutificar para Ti como foi propósito desde que fui escolhido. Ajuda-me a saber como fazer isso e a ter a coragem necessária para realizar.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Discipulado – Preço

“E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14:27)

Tomar a sua própria cruz pode ser interpretado de várias formas, eu mesmo já ouvi dezenas de pregações sobre isso. Mas temos de reconhecer que o ensino fundamental e central deste versículo não é sobre a polêmica do que é a cruz. O centro da mensagem está no fato de que o discípulo, para ser discípulo realmente, deve pagar o preço do discipulado.

Cruz naquele momento fazia sentido somente no contexto deles, pois Jesus ainda não havia sido crucificado. Portanto, era como se ele dissesse “sigam o meu caminho” ou ainda “paguem o meu preço”. Não podemos comparar a crucificação de Jesus com mais nada neste mundo, nem antes nem depois – foi um evento único em todos os sentidos. Mas a moral é a mesma, se ele pagou o preço que deveria, paguemos o nosso para ser discípulos Dele. São duas condições apresentadas: tomar a cruz e seguir.

O apóstolo Paulo disse em Gálatas 2:20 que estava crucificado com Cristo, e que isso implicava em viver para Ele. Ser discípulo de Cristo é muito mais do que frequentar uma igreja ou cumprir alguns procedimentos, por válido que seja tudo isso. Ser discípulo é pagar o preço da caminhada sabendo onde vai acabar.

Seguir a Jesus vai implicar na mesma pegada. Talvez alguns tomem sua cruz de fato, mas somente no sentido de sofrimento e sacrifício, nem tanto para segui-lo.

No meu modo de entender, ainda que venham sofrimentos, eles viriam de qualquer forma, portanto isso não pode ser desculpa. Eu sigo a Jesus de todo meu coração, com todas as minhas decisões, meus gostos, minhas escolhas, minhas reações. Crucifico minhas paixões, meus desejos, minhas vontades – e faço o que Ele manda.

Ele não mandou nenhum de nós ser crucificado, mas mandou tomar a cruz e segui-lo. Deduza onde isso vai acabar.

“Senhor, eu quero ser um discípulo leal e valorozo, portanto quero aprender a andar com a cruz no ombro e Te seguindo. Seguindo nos momentos bons e ruins, entregando minha vontade a Ti.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Orando Como Convém – Sinal de Tempo

“Imediatamente sua boca se abriu, sua língua se soltou e ele começou a falar, louvando a Deus” (Lucas 1:64)

Uma das coisas que precisamos aprender com urgência é ouvir a voz de Deus quando estamos orando. É preciso quebrar o monopólio, ou monólogo, da oração. Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus (Salmo 46:10) faz parte do relacionamento.

Este versículo me chamou a atenção em dois aspectos específicos: um que Zacarias teve de ficar em silêncio até o tempo devido para que se cumprisse aquilo que estava prometido. O outro aspecto é que no devido tempo, nada precisou ser feito, ele simplesmente se soltou e falou.

Sobre o tempo devido a cada coisa acontecer em nossa vida nós temos muito, muito, o que aprender. Somos apressados, afobados, agoniados, queremos encurtar o tempo de Deus. Eu pelo menos não conheço ninguém que não seja, e se conheço não me lembro. Quando a coisa está boa, quando o mover é agradável, quando o maná tem gosto de novidade, ninguém tem a devida gratidão. Quando o deserto chega, fica clamando para abreviar o tempo. Zacarias deve ter orado por isso, mas teve de esperar.

Sobre o final do tempo, um sinal foi o suficiente. Seu filho nasceu e era necessário indicar seu nome. O tempo estando cumprido, nada mais precisa ser feito. Não precisa dar uma mão para Deus, pois Ele se vira muito bem sozinho. Entendamos que isso afeta diretamente a forma como oramos. Se formos maduros, buscaremos entender os tempos e navegar nas águas do Espírito, ao invés de ficar dando ordem às ondas. Nestas águas meu irmão, ninguém manda, por mais espiritual ou consagrado que seja.

Quando aprendemos estas duas verdades, nossa oração amadurece, nosso pedido dá lugar à gratidão, nossa afobação diminui e dá lugar a um entendimento do tempo de Deus. A leitura dos sinais complementa tudo e saímos exaltando e agradecendo muito antes da benção chegar. O nome disso é fé, lugar e estado no qual o invisível é visto, cheirado, apalpado.

“Senhor, muito obrigado por me mostrar, pela vida de Zacarias, que tudo tem um tempo devido e basta entender os sinais para ser abençoado por Ti. Agradeço pela minha vida e experiências.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Discipulado – Motivos

“A assembléia estava em confusão: uns gritavam uma coisa, outros gritavam outra. A maior parte do povo nem sabia por que estava ali.” (Atos 19:32)

Um dos aspectos importantes do discipulado um a um é justamente fazer com que as pessoas não fiquem diluídas na multidão. Há pessoas diante de Paulo sem saber por que estão ali. Imagine nos nossos dias, em que me parece que a confusão é ainda maior.

Um discipulado profundo e amoroso deverá ter como objetivo colocar o discípulo em perfeito alinhamento com o propósito de Deus para vida dele. O discipulador deverá ser um facilitador, ou até um promotor do ministério de seu discípulo, no sentido de fazê-lo caminhar na direção de chegar onde Deus o quer, sem desviar nem para direita nem para esquerda – muito menos retroceder. Um discípulo comprometido não vai onde não sabe o que está acontecendo e não participa de uma confusão sem nem saber o que está fazendo ali. Incrivelmente, temos gente assim nos nossos cultos, nas nossas células, nos nossos congressos. Isso precisa mudar, estas pessoas precisam ser discipuladas.

Podemos ter um povo que se reúne em algum lugar para fazer alguma coisa, mas sem entendimento. É admissível até uma multidão sem saber o que faz ali ou por que motivo chegou ali. Mas não um discípulo, pois é o seu comprometimento com o Reino de Deus que o obriga, o constrange, o motiva. Neste sentido, tanto ir a lugares e situações inconvenientes é tão descabido quanto perder tempo em lugares e situações sem saber o que faz. O tempo de um discípulo é do Mestre, seu foco é o Mestre, seu esforço é para o Mestre.

Tenho dito a meu pastor que enquanto houver voz na minha garganta e força nas minhas pernas eu servirei. Não tenho tempo para ir onde nem sei o que acontece. E ainda assim, me sinto tão longe de onde queria estar.

“Senhor, ensina-me a andar por caminhos que me levem aonde o Senhor me quer e não para qualquer lugar. Não tenho tempo para andar errante, tem misericórdia de mim.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Discipulado – Juntos

“E Eliseu voltou, apanhou a sua parelha de bois e os matou. Queimou o equipamento de arar para cozinhar a carne e a deu ao povo, e eles comeram. Depois partiu com Elias, e se tornou o seu auxiliar.” (1 Reis 19:21)

Certamente um dos primeiros discipulados de sucesso relatados na Bíblia é o de Elias e Eliseu. O versículo em destaque nos mostra que Eliseu se desfez de tudo que possuía e partiu de sua terra para acompanhar Elias e tornar-se seu auxiliar.

Num processo de discipulado sério, profundo, sobrenatural e poderoso – como todos devem ser – tudo começa andando junto e auxiliando. O normal é que o discipulador seja um pouco mais experiente e que seja auxiliado pelo discípulo no exercício de seu ministério como forma de treinamento, para que, no tempo oportuno, o discípulo se torne também um mestre.

Das várias correntes de discipulado existentes, eu pessoalmente sou apreciador dos que ensinam e praticam que o discipulado é um processo no qual um homem de Deus ajuda outro a se alinhar com o propósito de Deus para sua vida na Terra e capacita-o a fazer o mesmo com outros. Esse senso de perpetuação do ensino e de foco no Reino de Deus me agrada sobremaneira. Note que Elias foi tão bom discipulador para Eliseu que quando da sua partida, levado por um carro de fogo, somente Eliseu estava com ele. Mais do que isso, herdou seu ministério. Mais ainda, a Bíblia documenta que Eliseu fez exatamente o dobro de sinais e prodígios registrados do que seu mestre Elias.

Se o foco de nosso discipulado estiver correto e a dedicação ao andar juntos for suficiente, certamente a bênção de Deus sobre este processo levará ambos muito além do natural. O discipulador cresce fazendo seu discípulos crescer e este, cresce auxiliando seu mestre para que ele continue a crescer. É um círculo virtuoso que vem de Deus.

O maior desafio neste processo é começar. Hoje pessoalmente cuido de 4 discípulos que amo muito e sirvo com o melhor de minhas forças. Sou discipulado por um homem que Deus de um nível que um dia anseio ser. Andamos juntos para rir e para chorar. Como costumamos dizer “conte comigo, ainda que seja para contar até um”.

“Senhor, planta em mim o desejo de cuidar de vidas como o Senhor quer que sejam cuidadas. Me ajuda a ser discipulado por alguém que faça juz ao Teu chamado. Ajuda-nos, pois dependemos de Ti.”

Mário Fernandez