Vinicios Torres

Afirmação

“Então, o Anjo do SENHOR lhe apareceu e lhe disse: O SENHOR é contigo, homem valente.” (Juízes 6:12 ARA)

Imagine a cena: Gideão está escondido dos inimigos, tentando rapidamente malhar o trigo em um lugar que não é apropriado para isso. De repente, alguém que ele não conhece aparece perto dele. Qual você acha que seria a reação dele?

Com certeza ele deve ter se assustado pensando ter sido surpreendido pelo inimigo. Mas os seus temores quanto a isso foram dissipados na primeira frase do estranho visitante, “Você é corajoso, e o Senhor está com você!” (Juízes 6:12, NTLH). Ao ouvir isso Gideão se abriu ao diálogo com anjo.

Qual é a primeira coisa que você fala aos seus colegas de trabalho quando os vê a primeira vez no dia? O que diz para alguém quando é apresentado a ele? O anjo do Senhor nos dá um exemplo de como deveria ser a nossa atitude nestes casos: uma afirmação.

Receber alguém de maneira positiva faz com que ela se abra e baixe a guarda que porventura ela tenha. Afirmar uma pessoa faz com que ela tenha uma visão melhor sobre si mesma e sobre quem acabou de falar com ela. As pessoas ficam mais dispostas a cooperar com aquelas de quem receberam uma afirmação.

Se queremos fazer diferença na vida das pessoas precisamos aprender a cativá-las desde o primeiro momento que elas nos encontram. Descubra um motivo para que a primeira frase para aquela pessoa seja algo positivo.

“Deus amado, ajuda-nos a demonstrar o Teu amor pelas pessoas através das nossas palavras.”

Vinicios Torres

Mário Fernandez

Discipulado

“Tu, porém, tens seguido de perto o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança,” (2 Timóteo 3:10 ARA)

Nitidamente palavras de um discipulador preocupado com seu discípulo, dedicado a ensiná-lo e motivando-o para que continue. Palavras de um líder comprometido com a obra para qual foi arregimentado. Paulo merece nosso reconhecimento, não apenas por este texto, mas pela sua postura ensinadora.

Não sei por quanto tempo ainda viveremos nesta Terra até a volta de Jesus, mas digo com sinceridade de coração: quanto menos melhor. Cada dia é mais raro encontrar homens que tenham a disposição e a transparência de Paulo para discipular outros, como ele fez com Timóteo. Tive o privilégio de andar com homens de Deus em fases da minha vida que, com certeza, me marcaram para sempre. Dediquei e ainda dedico uma parcela significativa do meu tempo ministerial buscando edificar meus Timóteos. Mas não sou Paulo, nem de longe. Mas a julgar pela escassez de discipulado genuíno, estamos no fim dos tempos.

Não quero dizer que quem não esteja envolvido em discipulado, nas mais variadas formas e métodos, não tenha salvação ou não seja de Deus. Longe disso, a questão é de proclamação e não de salvação. Tem a ver com propagar o ensino e investir na vida de pessoas que como eu, não merecem mas precisam. Jesus fez isso com 12 que fizeram isso com inúmeros, como Paulo fez com Timóteo e outros.

Até mesmo no meio empresarial, fora do círculo eclesiástico, é tido hoje por sinal de sabedoria formar seus sucessores muito antes do final da carreria, coisa que 20 anos atrás seria loucura.

Obviamente, devemos estar dispostos a perder tempo, investir na pessoa errada, ser traído, se decepcionar, errar nos conselhos, não dar o melhor exemplo possível – ou seja, corremos o risco de agir como seres humanos. Se Deus quisesse diferente disso, teria nos avisado. Vamos investir enquanto ainda é tempo.

“Pai, sou grato por aqueles que me ensinaram e quero retribuir ensinando como puder, mesmo que não seja de uma forma muito didática. Mostra-me as oportunidades certas e dá-me coragem e desprendimento.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

A Cruz da Liderança

“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16:24)

Jesus é o líder por excelência e por isso devemos aprender liderança com ele. Tenho, no entanto, visto muitos líderes que têm sobrecarregado seus liderados com uma cruz que leva-os, inclusive, a desistir de suas caminhadas.

A função do líder é inspirar e motivar os liderados a atingirem os objetivos propostos. Esses objetivos devem contribuir para que a equipe consiga implementar a visão que o líder recebeu.

O problema é que muitos líderes, por motivos os mais variados, que podem ir da dificuldade em transformar a visão em objetivos alcançáveis até a paranoia, esquecem deste princípio simples e transformam-se em algozes de seus liderados.

Quem recebe o peso da visão e da missão é o líder. Cabe a ele trazer para perto de si pessoas as quais consiga inspirar a alcançar a visão juntos e dividir com eles as tarefas, motivando-os e, se necessário, treinando-os para isso.

Tanto a visão como a missão podem e devem ser compartilhadas; é importante que o liderado entenda para que faz o que faz e saiba para onde está indo. O problema acontece quando os líderes, em vez de inspirarem os seus liderados, começam a impor sobre eles o seu peso. Peso da visão e da missão que é dele somente.

Pior ainda quando o líder acha que tem de ensinar os liderados a suportar o mesmo sofrimento que ele. Conheço líderes que, por terem optado por abandonar algumas coisas em suas vidas em prol da missão, obrigam seus discípulos a fazerem o mesmo. E quando um discípulo não reconhece essa cruz como dele é taxado de rebelde, insubmisso ou que não está alinhado com a visão. Perdem ambos, o líder por deixar de contar com o apoio e o liderado que, na maioria das vezes, tem de deixar a equipe sem realizar o potencial que poderia.

Note que Jesus não afirmou “quem quer vir após mim tome a minha cruz”. A cruz de Jesus era dele apenas. Ele sabia o que queria, para onde ia, o que tinha de fazer e o preço que tinha que pagar. Ele deixou claro para os seus discípulos que cada um tinha de tomar a sua própria cruz nesta caminhada. O verdadeiro líder consegue inspirar seus liderados a permanecerem firmes no propósito apesar da própria cruz que cada um tem que carregar.

Vinicios Torres