“Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha.” (Lucas 11:23 ARA)
Tive o privilégio de viajar à Alemanha dias atrás e fiquei hospedado na casa de um pastor russo. ‘Línguas’ a parte, foi uma estada edificante junto a um povo diferente, com costumes diferentes, comida diferente, fuso horário diferente – e igreja diferente. Absolutamente o oposto do que estou acostumado em minha igreja em Curitiba, os irmãos ali são muito, mas muito, diferentes em estilo. Culto em alemão, intérprete me traduzindo para inglês, enfim, uma salada de verbos.
Aquele irmão que me hospedou, nascido no atual Kazaquistão, pai de 7 filhos, quase 60 anos de idade, por profissão é motorista de caminhão. Totalmente diferente de mim. Mas vocês não imaginam como aquele irmão ama Jesus e Seu Reino. Causou-me espanto. Nosso diálogo era mediado pelo computador que traduzia de inglês para o russo ou para o alemão a maior parte do tempo. As trivialidades eram difíceis de alinhar, mas quando falávamos de Cristo tudo ficava fácil.
Uma noite o filho dele me contou que ele havia passado a noite inteira em um velório de um incrédulo, a pedido de um parente que era convertido ao evangelho. Ficou lá lendo a Bíblia, consolando pessoas, tocando violão. Na manhã seguinte, foi trabalhar normalmente – dirigindo caminhão. Fiquei impactado com aquilo. Aquele irmão não era eloquente, não era agitado, não era falador, não era como EU. Mas fez o que eu não faço há um bom tempo.
Por ser apaixonado por Jesus, saí daquela casa edificado ao ver que pode-se servir ao Senhor de formas diferentes do que compreendemos. Uns não dispensam o falar em línguas; outros nem creem nisso. Uns precisam gritar; outros fazem silêncio. Uns se reúnem; outros ficam a sós. MAS TODOS devemos orar a Deus e, se norteados pelo amor aos perdidos, TODOS ajuntam e contribuem. Quem sabe esse irmão tenha ganho mais almas que eu; não sei. Mas sei de uma coisa: não tenho a petulância de duvidar do quanto ele ama Jesus.
Pense nisso.
“Pai, eu quero aprender a tolerar e conviver com os que me são diferentes. Quero ter o direito de te servir como creio ser o melhor, mas quero ter a liberdade de dar este mesmo direito aos meus irmãos.”
Mário Fernandez
