Vinicios Torres

A Cruz da Liderança

“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16:24)

Jesus é o líder por excelência e por isso devemos aprender liderança com ele. Tenho, no entanto, visto muitos líderes que têm sobrecarregado seus liderados com uma cruz que leva-os, inclusive, a desistir de suas caminhadas.

A função do líder é inspirar e motivar os liderados a atingirem os objetivos propostos. Esses objetivos devem contribuir para que a equipe consiga implementar a visão que o líder recebeu.

O problema é que muitos líderes, por motivos os mais variados, que podem ir da dificuldade em transformar a visão em objetivos alcançáveis até a paranoia, esquecem deste princípio simples e transformam-se em algozes de seus liderados.

Quem recebe o peso da visão e da missão é o líder. Cabe a ele trazer para perto de si pessoas as quais consiga inspirar a alcançar a visão juntos e dividir com eles as tarefas, motivando-os e, se necessário, treinando-os para isso.

Tanto a visão como a missão podem e devem ser compartilhadas; é importante que o liderado entenda para que faz o que faz e saiba para onde está indo. O problema acontece quando os líderes, em vez de inspirarem os seus liderados, começam a impor sobre eles o seu peso. Peso da visão e da missão que é dele somente.

Pior ainda quando o líder acha que tem de ensinar os liderados a suportar o mesmo sofrimento que ele. Conheço líderes que, por terem optado por abandonar algumas coisas em suas vidas em prol da missão, obrigam seus discípulos a fazerem o mesmo. E quando um discípulo não reconhece essa cruz como dele é taxado de rebelde, insubmisso ou que não está alinhado com a visão. Perdem ambos, o líder por deixar de contar com o apoio e o liderado que, na maioria das vezes, tem de deixar a equipe sem realizar o potencial que poderia.

Note que Jesus não afirmou “quem quer vir após mim tome a minha cruz”. A cruz de Jesus era dele apenas. Ele sabia o que queria, para onde ia, o que tinha de fazer e o preço que tinha que pagar. Ele deixou claro para os seus discípulos que cada um tinha de tomar a sua própria cruz nesta caminhada. O verdadeiro líder consegue inspirar seus liderados a permanecerem firmes no propósito apesar da própria cruz que cada um tem que carregar.

Vinicios Torres

Vinicios Torres

Preparando o Caminho

“E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desatar-lhe as correias das sandálias.” (Marcos 1:7 ARA)

João Batista, por causa de sua origem (era filho de sacerdote), devia saber o propósito da sua vida. Muito provavelmente ele devia conhecer de cor a passagem de Isaías que profetizava o aparecimento daquele que prepararia o caminho para a chegada do messias. Ele sabia da importância da sua missão.

Curiosamente, apesar disso, ele não se aproveitava para conseguir favores ou aumentar sua influência. Os evangelistas registram que ele se vestia e comia simplesmente, vivendo apenas para cumprir o seu propósito. Ele sabia que a sua própria missão gerava a influência que ela mesma necessitava e que ele não precisava mais do que isso. A sua autoridade estava na execução do seu trabalho. Por isso, podia ser duro com os fariseus e ainda ser temido por eles; podia ser firme com os soldados e ainda continuar tendo o seu respeito; podia confrontar o pecado do seu povo e ter como resposta arrependimento e batismos para evidenciá-lo.

João podia experimentar isso porque tinha total consciência de que a sua missão era apresentar o Messias e não a si mesmo. O seu ministério era apenas o precursor e ele logo seria substituído. Não havia nele sinal de problemas com isso; na verdade, suas afirmações transpareciam o desejo de que isso acontecesse logo (João 3:30).

“Senhor, que eu tenha a humildade de me lembrar que tudo o que tenho veio de ti, e que minha vida e ministério tem o propósito de apresentar a ti somente e não a mim mesmo. Amém!”

Vinicios Torres

Mário Fernandez

Da Boca Para Fora

“O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu,” (Isaías 29:13 ARA)

Vejo muita semelhança do texto com os dias atuais. Nunca se falou tanto de Deus, nunca houve tanta pregação em público – TV, rádio, internet, CD, DVD, show, cultos públicos, diferentes igrejas com tudo quanto é estilo. Nunca na história nações como o Brasil e tantas outras foram tão abertas ao evangelho, presidentes mandando chamar pastores para atos de posse, reuniões importantes – e não me refiro aos pastores que são políticos.

Contudo, isso nem de perto é sinônimo de espiritualidade, ainda que devamos reconhecer o crescente número de pessoas que tem manifestado uma decisão no sentido de entregar seus corações a Cristo. Como distinguir uma pessoa realmente convertida de uma “da boca pra fora” é o nosso desafio. Não para que julguemos ou façamos discriminação, antes pelo contrário, para que encontremos uma forma eficiente de confrontar aqueles que falam mas não vivem, a levarem a sério o Deus que sua boca já conhece, mas não reina em seus corações.

Ouve-se tanto “Deus abençoe”, “Amém”, “Aleluia” e por aí adiante. Mas de pessoas que dizem isso entre uma mentira e outra, entre uma tragada e outra de um cigarro, entre um gole e outro de uma bebida. Todos concordam que Deus é bom, que Deus existe, que Deus abençoa. Mas não concordam em entregar seus corações verdadeiramente a Ele. O que fazer?

Temos de reaprender nosso evangelismo, pois a ignorância total da existência de um Deus passou, pelo menos no Brasil. Precisamos partir para a confrontação saudável de apresentar um Jesus que só faz diferença por dentro, assim como um medicamento que precisa ser engolido. Na prateleira da farmácia não há cura, apenas o potencial da cura. Precisamos levar pessoas a conhecerem este Deus de quem falam. Talvez cada um de nós ao seu modo, ou em grupo, ou pelos meios que Deus nos apresentar. Mas é indispensável reconhecermos que há uma geração se perdendo ao nosso redor com Deus nos lábios, mas apenas isso, da boca pra fora.

“Pai, tem misericórdia de mim pois não sei direito como agir e preciso do teu ensino. Quero ser eficiente ao te apresentar para pessoas, que talvez até digam te conhecer, mas não se entregaram a Ti. Ajuda-me.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Grandes Trevas

“São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” (Mateus 6:22-23 ARA)

Às vezes parece que a gente só perde tempo evangelizando as pessoas, porque um não crê, outro não entende, outro não aceita, outro nem ouve… A despeito do nosso amor pelos perdidos e nosso senso de missão evangelística, nós precisamos sempre manter em mente que palavras não salvam ninguém, pois quem salva é o Senhor, e isso acontece por revelação sobrenatural e não por conhecimento intelectual.

Como alguém pode receber revelação de algo que não entende? Não dá. Por isso mesmo que é sobrenatural. Mas vamos nos manter atentos ao fato de que os olhos estão ruins, portanto há trevas predominantes. Grandes trevas, aliás.

Meus irmãos, vamos olhar para os perdidos de outro ponto de vista. Vamos deixar de olhar com olhos de condenação e olhar como quem vê pessoas em trevas, certamente porque os olhos são ruins. Isso vai produzir em nós uma percepção diferente, porque temos de aumentar o brilho do que estamos mostrando. Se há trevas, que haja mais luz em nós para compensar. Que a mensagem que temos para passar aos que se perdem seja mais iluminada. Que os nossos olhos brilhem para que, pelo menos em nós, haja luz e esta luz seja visível aos que andam no escuro.

Como fazer isso? Refletindo o brilho da luz de Cristo, que é a Luz do Mundo. Sendo farol na noite com uma luz que não é nossa. Tirando o brilho tosco do nosso ego da frente. Como se faz isso? Sendo mais humilde, orando mais, buscando mais a presença de Deus, adorando mais, se santificando mais. Todas as demais coisas Deus é quem faz.

“Deus amado, dá-me um olhar luminoso do Teu brilho para que as pessoas possam te conhecer e com isso ter uma vida melhor.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Arrependimento

“apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados.” (Marcos 1:4)

Marcos começa o seu evangelho contando acerca de João Batista e de sua mensagem. A mensagem de João foi a mesma que Jesus usou no seu ministério: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mateus 3:2; 4:17).

Por mais impopular que seja esta mensagem hoje, não existe evangelho sem arrependimento. Arrependimento é tradução de “metanoia” que significa mudança de mente, mudança de propósito. Significa que eu me dirigia em uma direção com convicção e que, por algum motivo, eu mudei de ideia e mudei o meu caminho.

Arrependimento não é remorso por ter dado mole e se deixar pegar no erro. Nem é mudar de comportamento por conveniência. Significa reconhecer que o caminho que eu estava seguindo com tanta convicção era errado e que o caminho que me está sendo proposto é o certo. Perceba que o caminho não precisa ser mau, basta que não seja o caminho de Deus para mim. Existem muitas pessoas que fazem o bem, porém com as motivações erradas, pelos objetivos errados ou para as pessoas erradas.

Quem se arrepende, deixa o caminho velho para trilhar o novo. Não olha para trás, não fica suspirando pelo que deixou, nem relembrando seus prazeres com desejo. Se assim é, é porque não se arrependeu de fato. Pregação do evangelho sem arrependimento faz nascer uma geração de pessoas sem compromisso com o Reino de Deus.

João Batista foi radical em afirmar que era necessário arrepender-se para experimentar o Reino de Deus. Jesus também. E nós?

“Espírito Santo, convence-me do pecado, da justiça e do juízo a fim de me arrependa de fato e possa experimentar plenamente o teu reino em mim.”

Vinicios Torres

Vinicios Torres

Distrações

“Porque o SENHOR Deus me ajudou, pelo que não me senti envergonhado; por isso, fiz o meu rosto como um seixo e sei que não serei envergonhado.” (Isaías 50:7)

Um manhã dessas, depois de Carolyn e Dana terem me vestido e me colocado em minha cadeira de rodas, nós tivemos nosso tempo de leitura bíblica juntas. Nós tínhamos terminado um hino e estávamos no meio da oração. De vez em quando eu oro de olhos abertos e nesta manhã em particular estava fazendo isso, e em minha contemplação meus olhos caíram sobre uma enorme aranha que se arrastava em direção à Carolyn, Sem pensar, eu arfei. Minhas amigas abriram seus olhos e, quando elas viram como a aranha era grande, nós três gritamos juntas.

Dana pegou seu chinelo para bater nela, Carolyn correu para pegar um maço de papel e eu mantive meus olhos na intrusa que rapidamente se escondeu embaixo do travesseiro. Segundos depois a aranha era história. Depois da confusão, nós passamos um bom tempo tentando lembrar onde nós estávamos na oração, que hino nós tínhamos cantado e qual parte da Bíblia nós tínhamos lido. Deu um branco completo em nossas mentes. Nós esquecemos tudo do nosso tempo com Deus!

Essa foi uma útil lição sobre como uma distração pode ser diabólica. Todos os dias, interrupções podem estar entre as ferramentas mais úteis para tirar a nossa atenção dos objetivos divinos.

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Comece a orar e você pode ter certeza que o microondas apitará, a campainha tocará, o telefone irá chamar, o motorista buzinará ou uma aranha aparecerá. Para mim, uma boa defesa é orar com meus olhos fechados. Meu marido e eu vamos para a sala, colocamos o telefone fora do gancho e fechamos a porta. Não permita que interrupções sejam a sua vergonha quando estiver se comunicando com seu Salvador.

“Eu e peço, amado Senhor, seja o vigia de minha mente e coração quando eu orar ou ler a Tua palavra. Isola-me de qualquer distúrbio que o inimigo possa colocar diante de mim.”

Joni and Friends
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Mário Fernandez

Luminoso

“São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” (Mateus 6:22-23 ARA)

Curioso notar como cada pessoa reage diante de seus irmãos de fé quando os defeitos pessoais começam a aparecer e complicam o relacionamento de alguma forma. Isso sempre acontece, é apenas uma questão de tempo.

Entre aqueles que aprendem a amar como Jesus, os defeitos são encarados com naturalidade e produzem oração, clamor, intercessão, conversas desprovidas de acusação – e o amor de Cristo constrange a mudar. Bons olhos, boas luzes. Resultado luminoso para todos os envolvidos, Jesus glorificado.

Já para os que apenas tiveram um “upgrade” na sua religiosidade, ao invés de desenvolverem uma vida espiritual de fato, os defeitos se tornam tudo que resta na vida. A lista de “picuinhas” impede até mesmo que Deus seja louvado ou glorificado por coisas que realmente não são nem importantes nem espirituais. Maus olhos, luz ruim, trevas. Os relacionamentos se degradam e invariavelmente aqueles que tendem a só ver os defeitos das pessoas se esfriam e afastam. Ninguém sai edificado, Cristo não é glorificado.

Nossos olhos devem ser bons, trazendo boa luz. Não para que sejamos idiotas quando abusados ou para perdermos o discernimento, mas para que foquemos nosso olhar no que de fato importa que é o amor de Cristo, a santidade e a espiritualidade. O restante é apenas para tomar espaço e tirar o foco.

Posso testificar que amo tanto meu pastor que os defeitos dele me parecem naturais, fatores de convivência e alvo das minhas orações. Ponto. Não há o que me impeça de adorar, não há má intenção.

Será que estou só? Não creio. Há mais homens de Deus que amam seus irmãos com olhos de boas luzes. Como fui ser assim? Porque me amaram assim. Vamos encarar este desafio?

“Pai amado, ensina-me a ter olhos que produzem luz de boa qualidade, porque as trevas são desagradáveis e me afastam de Ti.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Evangelho

“Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.” (Marcos 1:1)

Evangelho é uma palavra de origem grega que significa “boa notícia” ou “boa mensagem”. O evangelista é uma pessoa que transmite essa boa notícia. O evangelho de Marcos começa com essa afirmação direta: “Este é o começo do evangelho de Jesus Cristo”. As boas notícias são a respeito do Filho de Deus, Jesus Cristo.

Não existe evangelho sem Jesus. Infelizmente, já fomos a algumas igrejas em que ouvimos mensagens positivas, inspiradoras, desafiantes, mas que não tinham nada de evangelho. Já ouvi pregações nas quais sequer era mencionado o nome de Jesus. Uma vez ouvi uma mensagem de uma hora inteira baseada em um capítulo de um livro de auto-ajuda de um consultor empresarial americano. Seria ótimo se fosse uma palestra da empresa, mas não era evangelho, faltava Jesus.

Por mais que a mensagem seja boa e possa ajudá-lo a resolver algum problema ou dificuldade desta vida, ela carece de uma característica importante do evangelho que é Jesus. A boa notícia que é transmitida pelo evangelho é justamente a de que Jesus veio buscar e salvar o perdido (Lucas 19:10) e dar-lhe a vida eterna (João 6:47).

Outra característica do evangelho é que ele é do Filho de Deus. Não é de um Jesus qualquer, não é de um homem comum. Se a mensagem fosse sobre alguém comum, por mais importante que a sociedade o considere, é uma mensagem limitada ao contexto e ao tempo desta pessoa. Já o evangelho do Filho de Deus, não se limita apenas aos judeus nem ao seu tempo.

E por fim a notícia é boa. É impressionante como, na tentativa de conseguir resultados, muitos pregadores transformam a pregação em um show de horrores. Por definição, evangelho é boa notícia. A notícia de que Deus se fez gente para, habitando entre nós, revelar-se a si mesmo em Jesus Cristo, e atrair-nos para Ele (João 12:32).