Mário Fernandez

Vida Normal 4

“Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus.” (Lucas 9:62 ARA)

Tem pessoas que se contentam em levar uma vida normal. A mim não parece ser isso que Deus espera de nós…

Gente que quer levar Deus a sério precisa terminar o que começa. É tão normal começar e não terminar que quem faz isso está apenas levando uma vida normal, e na vida normal o sobrenatural de Deus não se manifesta.

Tantos iniciam o ano com programas de perder peso, ler a Bíblia inteira, terminar um curso, ler um livro, consertar um relacionamento, ganhar pessoas para Jesus (quando é no plural já me admiro), e tantas outras coisas que lá pelo carnaval já começam a embaçar e na Páscoa se desvaneceram…

Para levar Deus a sério tem de olhar somente para frente, mantendo na memória apenas aquilo que dá esperança. Uma noite destas eu não consegui dormir antes das 4h30 e passei todas aquelas horas da madrugada pensando em 999 coisas diferentes. Destas, 998 não prestavam para nada mais do que alimentar rancor por uma ou duas pessoas, ou nem para isso porque eram inúteis. Devo ter clamado sinceramente, pelo menos umas 50 vezes – “Deus, tem misericórdia de mim e me dá foco” ou “Pai: foco, foco, foco”. Depois de muitas horas suplicando que Deus me fizesse entender porque o sono me fugia e a mente estava enfurecida num turbilhão de inutilidades pensei assim “acho que sou um cara normal”. Dormi.

Que noite para ser esquecida. Não sou normal em nome de Jesus, sou raça eleita e sacerdócio real, propriedade particular do Deus Todo Poderoso. Normal coisa nenhuma. Fraqueza pura. O dia seguinte foi um tal de olhar para frente e tratar de terminar o qu tinha começado… Temos de ter atitude, reagir, enfrentar o medo e o susto.

Ou a gente acorda do sono da mesmice, marasmo e mornidão, ou a gente cai na mediocridade (vida normal que não dá resultado para Deus).

“Deus meu Pai, só Tu podes fazer isso por mim. Impele-me a agir de forma diferente e tirar de mim este conformismo de deixar tudo pela metade. Quero terminar tudo o que começar e sair da mediocridade.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Vida Normal 3

“Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer.” (Lucas 17:10 ARA)

Tem pessoas que se contentam em levar uma vida normal. A mim não parece ser isso que Deus espera de nós…

Tem dois tipos de gente que não servem pra andar com Jesus: os que não fazem o que Ele manda e os que só fazem o que Ele manda, e nada mais.

Isso não significa que devamos inventar coisas ou ter revelações além da Bíblia, no sentido de estender ou contrariar, mas significa sim que não precisamos ficar esperando um anjo aparecer para dizer o que fazer.

Gente, eu fico pasmo, confesso. Jovens nos procuram para perguntar se ir para o motel com a namorada é pecado, com o pretexto de que a Bíblia não diz nada. Claro que não diz, como também não fala sobre ser estagiário, usar celular, dirigir automóvel, assistir TV, ouvir músicas em iPod, ter energia elétrica em casa, pagar contas com cartão de crédito, fazer cirurgia plástica… Por favor, vamos ter bom senso. A Bíblia terminou de ser escrita há quase 2.000 anos, nada disso podia estar escrito. Nem precisa, porque a vida com Deus se rege por princípios e não por letras.

Tem modos práticos de fazermos mais do que apenas o que foi ordenado. Trocar 15 minutos de TV por 3 minutos de oração, ou 10 minutos de videogame por 3 de oração. Dizer um palavrão a menos e se comprometer a passar mais 3 minutos orando para da próxima vez não ter vontade de falar o que não deve. Oferecer ajuda antes de alguém pedir, ou ficar 3 minutos orando para ter vontade de fazer isso. Perdoar antes de ter vontade de fazê-lo. Podemos dar 12% de dízimo e ainda arredondar para cima. Ou perguntar em que podemos abençoar as pessoas antes delas pedirem ajuda. Podemos dizer “Glória a Deus” ao invés de “obrigado” quando elogiados. Podemos agir diferente, tenho certeza…

Mas, claro, isso não é para os que querem apenas uma vida normal.

“Deus querido, às vezes me sinto perdido. A vida normal é confortável, mas não pode ser o que eu quero – porque Tu não queres. Dá-me forças para iniciar uma caminhada em outra direção com minhas atitudes.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Vida Normal 2

“E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, qual é a vossa recompensa? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto.” (Lucas 6:34 ARA)

Tem pessoas que se contentam em levar uma vida normal. A mim não parece ser isso que Deus espera de nós…

Gente que leva vida normal faz o que todo mundo faz, segue a onda. Isso significa que, conforme aprende, reproduz. Mas gente que leva Deus a sério não segue nem a lógica nem copia os demais – preocupa-se em ser imitador de Cristo. De que vale fazer o que todo mundo faz só para ficar na média? Você sabia que “medíocre” vem daquilo que não passa da média, ou como define o dicionário – algo sem merecimento, nem bom nem ruim, sem valor agregado, de pequenez espiritual. Ora, a mim parece que isso nada tenha a ver com o Deus em quem creio, portanto imitá-lo…

O texto acima nos dá um exemplo típico, aliás, exemplarmente contemporâneo. Conheço pessoas que realmente emprestam sem receber de volta. Outros, por outro lado, ameaçam e atormentam por causa de um valor que mal paga uma marmita. O problema não é o valor e sim a atitude. Agir como os pecadores, como Lucas no ensina aqui, é apenas imitar o modelo errado, pura e simplesmente. E talvez o menor de nossos problemas seja com o dinheiro, na maioria dos casos.

Vamos analisar o perdão – perdoamos como Cristo ou como os demais ao nosso redor? Ou a tolerância – como agimos? Ou o diálogo – nosso palavreado é santo ou podre (torpe)? Quantas bençãos proferimos em um dia – e quanto palavrão escapa neste mesmo dia? Quantos e-mails lemos e respondemos em um dia – comparado com quantos versículos bíblicos lemos ou quantas vezes paramos para orar por 1 único minuto? Quantas vezes somos gentis com os chatos – e quantas vezes nos iramos? AFINAL, SOMOS IMITADORES DE QUEM?

Gente que quer levar apenas uma vida normal vai levar uma vida medíocre. O sobrenatural de Deus não se manifesta na normalidade, ou não seria sobrenatural. Isso só vai mudar mudando – que tal agirmos diferente ao invés de ficar falando?

“Deus e Pai, eu quero ser muito mais do que medíocre na vida contigo, porque isso não me serve e não te agrada. Ensina-me a agir diferente e me dá forças para fugir da média, mas fugir para cima.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Vida Normal

“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.” (João 15:16 ARA)

Tem pessoas que se contentam em levar uma vida normal. A mim não parece ser isso que Deus espera de nós…

Ainda que sejamos pessoas comuns em uma série de sentidos, fomos escolhidos por Deus para darmos frutos. Ao contrário do que muitos pensam, não fomos nós quem escolhemos ao Senhor, e isso por um motivo facilmente compreensível, ainda que não explícito neste versículo bíblico: estávamos mortos em nossos pecados e morto não escolhe nada.

Mais do que isso, fomos escolhidos com uma finalidade bem clara, um objetivo bastante acertado – dar frutos. Ainda que possamos filosofar muito sobre o que poderiam ser estes frutos, um complemento desta colocação deve alinhar os entendimentos. Os frutos devem permanecer, então não adianta divagar sobre frutos terrenos, obras, prédios, escolas, pessoas que foram abençoadas de uma ou de outra forma material. Estas coisas passam e fazem parte da vida aqui, devem ser secundárias. Aliás, fazem parte de uma vida normal.

A vida de um cristão sério vai além do normal; vai ao sobrenatural, onde os frutos são duradouros ou permanentes. Frutos de vida eterna, frutos de arrependimento, frutos de vida em Deus. Frutos que levam pessoas à salvação, que mudam vidas, que curam enfermos, fazem cegos verem e aleijados se endireitarem. Parece um discurso triunfalista barato? Parece, mas não me culpe, isso é obra de alguns exibicionistas que fazem estas coisas para se promover. Isso de fato não é normal.

A nossa vida não deve ser normal. Deve ser a vida de um imitador de Jesus Cristo de Nazaré, homem nada normal. Vamos subir nosso padrão, vamos aumentar nosso critério. Vamos marcar este mundo com generosidade ao invés de prosperidade, com cura ao invés de dor, com louvor ao invés de lamento, com perdão ao invés de vingança e com intercessão ao invés de crítica. Nada normal…

“Deus, pra mim é impossível ser mais do que normal. Se o Senhor agir em mim e me transformar, sairei da normalidade e serei mais parecido contigo. Ajuda-me.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

O Cesto e a Água

Dizem que isto aconteceu em um mosteiro chinês muito tempo atrás.

Um discípulo chegou para seu mestre e perguntou:

– Mestre, por que devemos ler e decorar a Palavra de Deus se nós não conseguimos memorizar tudo e com o tempo acabamos esquecendo? Somos obrigados a constantemente decorar de novo o que já esquecemos.

O mestre não respondeu imediatamente ao seu discípulo. Ele ficou olhando para o horizonte por alguns minutos e depois ordenou ao discípulo:

– Pegue aquele cesto de junco, desça até o riacho, encha o cesto de água e traga até aqui.

O discípulo olhou para o cesto sujo e achou muito estranha a ordem do mestre, mas, mesmo assim, obedeceu. Pegou o cesto, desceu os cem degraus da escadaria do mosteiro até o riacho, encheu o cesto de água e começou a subir de volta. Como o cesto era todo cheio de furos, a água foi escorrendo e quando chegou até o mestre já não restava nada.

O mestre perguntou-lhe:

– Então, meu filho, o que você aprendeu?

O discípulo olhou para o cesto vazio e disse, jocosamente:

– Aprendi que cesto de junco não segura água.

O mestre ordenou-lhe que repetisse o processo de novo. Quando o discípulo voltou com o cesto vazio novamente, o mestre perguntou-lhe:

– Então, meu filho, e agora, o que você aprendeu?

O discípulo novamente respondeu com sarcasmo:

– Que cesto furado não segura água.

O mestre, então, continuou ordenando que o discípulo repetisse a tarefa. Depois da décima vez, o discípulo estava desesperadamente exausto de  tanto descer e subir as escadarias. Porém, quando o mestre lhe perguntou de novo:

– Então, meu filho, o que você aprendeu?

O discípulo, olhando para dentro do cesto, percebeu admirado:

– O cesto está limpo! Apesar de não segurar a água, a repetição constante de encher o cesto acabou por lavá-lo e deixá-lo limpo.

O mestre, por fim, concluiu:

– Não importa que você não consiga decorar todas as passagens da Bíblia que você lê, o que importa, na verdade, é que no processo a sua mente e a sua vida ficam limpos diante de Deus.


Esta estória ilustra o que o apóstolo Paulo queria transmitir quando escreveu aos Romanos: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente” (Rm 12:2, NVI).

A única maneira da nossa mente ser renovada é quando deixamos a Palavra de Deus limpar as coisas que o mundo coloca nela. Se você perceber, o mundo garante que as suas mensagens sejam constamente repetidas a fim de que elas sejam inculcadas em nossas mentes. Mesmo que não concordemos, acabamos como que dessensibilizados para o pecado que o mundo está promovendo.

Mas Paulo nos diz que não devemos deixar que sejamos moldados por esses padrões, mas devemos renovar a nossa mente. O que é renovar? É fazer com que algo velho volte a ser novo; é restaurar a forma de algo que foi deformado.

A nossa mente depois de “bombardeada” diariamente com os conceitos mundanos acaba “deformada”, por isso devemos fazer o esforço para trazê-la à forma correta. Paulo diz em 1 Coríntios 2:16: “Nós, porém, temos a mente de Cristo”. Esta é a forma correta que a nossa mente deve ter, a mente de Cristo. O próprio Paulo nos dá algumas dicas para renovar a nossa mente:

A primeira dica é entregar o domínio dos nosso pensamentos à Cristo (“levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo”, 2 Coríntios 10:5). Devemos reconhecer que, se Cristo é nosso Senhor, devemos a Ele a obediência em todos os aspectos de nossa vida, inclusive de nossos pensamentos. Este versículo nos diz que devemos anular todo tipo de pensamento que coloca em dúvida a soberania e o amor de Deus através de Cristo e submeter nossos pensamentos ao controle de Cristo.

A segunda dica é não deixar os pensamentos vazios, mas ativamente escolher o que pensar: “Finalmente irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Filipenses 4:8 NVI). Martinho Lutero dizia que a mente vazia é a oficina do diabo. Não deixe sua mente divagar sem objetivo, traga-a à obediência de Cristo pensando no que é bom.

A terceira dica é meditar e memorizar a Palavra de Deus. O Salmo 1 fala que o segredo do homem que é bem-sucedido no que faz é que ele tem prazer na lei de Deus e medita nela dia e noite. A meditação bíblica, no entanto, não é uma atitude passiva de concentração, mas uma uma busca ativa de oportunidades de colocar em prática a palavra que está sendo meditada e memorizada. Esta é a grande diferença entre aqueles que conhecem muitas passagens bíblicas de cor e os que colocam em prática as poucas passagens que conseguem memorizar.

Vale a pena este esforço. Ao nos apropriarmos da mente de Cristo através da renovação da nossa mente pela meditação e prática da Palavra de Deus poderemos experimentar, nas palavras do apóstolo Paulo, a “boa, agradável  e perfeita vontade de Deus para nós.” (Rm 12:2).

Vinicios Torres

(Esta mensagem foi publicada no site originalmente em 05 de Julho de 2002.)

Vinicios Torres

Bom Perfume

“Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem.” (2 Coríntios 2:15)

Gosto de perfumes. Acho que todos gostam de perfumes. Na verdade, conheço pouquíssimas pessoas que não gostam de perfumes.

Usamos perfume para que as outras pessoas se sintam bem quando estiverem perto de nós. Queremos que elas tenham uma experiência agradável por terem tido contato conosco. Sim, o perfume também tem a função de esconder algum odor que possa desagradar, mas a função primária é a de impressionar e fazer os outros se sentirem bem conosco.

No entanto, não é de todo perfume que eu gosto. Existem alguns cujos aromas não são compatíveis com o meu olfato. Estes, apesar de perfumes, para mim cheiram mal.

Paulo afirma que Deus também usa perfume. E este perfume somos nós mesmos. Assim como um perfume agradável faz com que alguém faça questão de ficar perto de nós, Deus nos usa para atrair as pessoas para Ele. As nossas vidas, nossas atitudes e nossos atos funcionam como perfumes que fazem as pessoas terem vontade e prazer em estarem na presença de Deus. Até o dia em que reconheçam a necessidade que tem do perdão de Deus e desejem, elas mesmas, se tornarem perfume de Cristo.

Para algumas pessoas, seremos bons perfumes, agradáveis e interessantes. Mas para outras, a presença de Deus e o Seu amor serão incômodos. Perfumes que não lhes agradarão.

“Querido Espírito Santo, ajuda-me a viver uma vida que seja um bom perfume de Cristo na vida de todas as pessoas ao meu redor.”

Vinicios Torres

Mário Fernandez

Certeza Furada

“Sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe e disse consigo: Certamente, está perante o SENHOR o seu ungido.” (1 Samuel 16:6 ARA)

Samuel se enganou. Bem no meio de uma missão dada por Deus, um homem de Deus sério, num momento sério, havia orado, estava consagrado, cercado de gente de Deus – e ainda assim errou feio. Notemos que a palavra chave ali é CERTAMENTE, porque ter dúvida não seria problema.

Eu e você certamente já devemos ter passado por isso algumas (muitas) vezes. Repletos de convicção, cheios de razão e na maior onda do “foi Deus que mandou” nos tornamos incapazes de ver o erro que estamos cometendo. Como é enganoso o coração do homem. Como a gente embarca em situações muito sérias somente por termos convicção. Para Glória de Deus, Samuel não se precipitou e acabou por ouvir a voz de Deus a ponto de pode agir corretamente, mas comigo pelo menos nem sempre foi assim.

Evidentemente precisamos de convicção para o que estamos fazendo. Não podemos ser contra a convicção, afinal é a paz de Cristo que deve ser o árbitro do nosso coração. Mas isso não significa que, se temos convicção, tudo está certo e vai acabar bem, pois o coração do homem engana. Como devemos agir então? Como evitar de cometer um erro que poderá impactar todo um reino, como no caso do profeta Samuel?

Primeiro, devemos controlar nossa ansiedade e esperar Deus se manifestar, como Samuel fez. Enquanto Deus não falou ele não ungiu ninguém, apenas ficou com sua certeza interior ali, latente. Segundo, precisamos olhar as circunstâncias ao nosso redor. Samuel gostou de Eliabe apenas porque era o primogênito e era um rapaz forte e valente, um guerreiro. Ou seja, o retrato de Saul, a quem Deus rejeitara. Terceiro, não custa lembrar que, mesmo convicto da decisão errada, Samuel seguiu todo procedimento para chegar até ali.

Em suma, podemos e devemos ter convicção sim, mas nunca confiar nela como único critério para discernir o que Deus quer de nós.

“Pai, eu quero ter total convicção de tudo que faço pra Ti, mas nem por isso quero ter razão se o Senhor tiver outros planos. Ensina-me a ser humilde e te ouvir.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Visão Clara

“Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?” (Mateus 7:4 ARA)

Vou tomar este texto por base, ainda que o assunto seja ligeiramente fora do eixo. Tenho sido procurado ultimamente pelos inquietos membros de igrejas locais que gostam de polemizar, com o velho assunto do que pode e o que não pode no culto, o que é mundano e o que não é. Aparentemente tudo começou por conta de um grupo de coreografia.

Antes de sair tomando partido, permitam-me dizer que não tenho lado nesta questão. Não sou a favor da coreografia, na mesma intensidade que não sou contra ela. Isso vale para ritmos musicais, teatro, instrumentos musicais e etc. A questão central a mim parece ser muito mais o que nos impede de ver claramente o cisco do que o olho em si.

Se a expressão de adoração do meu irmão é de uma forma que se pode compreender e não desabona o evangelho, que lhe seja permitido, mesmo que eu não goste ou não concorde. A questão é discutir o que é moralmente correto e edificante e o que não é, não discutir se o costume A ou B é mundano ou não é. Falar ao celular e dirigir automóvel não são costumes mundanos? Quem inventou o celular ou o automóvel o fez para glória de Deus? E a internet? E as roupas de marca?

Nossa adoração deve ter expressão clara como um recado que precisa ser dado, mas a Deus. Se os demais ao nosso redor não podem dizer amém, convém fazê-lo sozinho ou não esperar apoio e participação. Se não temos o que oferecer como elemento de adoração, de nada vale discutir se é costume mundano ou não. Já vi pessoas envergonhando a Cristo enquanto oravam publicamente assim com já vi silêncios extremamente irreverentes.

A hora é de questionar a essência das coisas e não mais suas formas. O tempo é pouco e tem gente demais indo para o inferno enquanto discutimos coisas que não mudam a vida de ninguém.

“Senhor, tem misericórdia de nós, tão críticos que somos. Ensina-nos Deus a te adorar como Tu mereces sem criticar a adoração de nossos irmãos.”

Mário Fernandez