Mário Fernandez

Culto estranho

“Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus.” (João 16:2 ARA)

Às vezes eu me pego pensando se este texto se refere a um evento futuro, no qual realmente nossas vidas serão sacrificadas, ou se é uma profecia da inquisição medieval, como alguns autores afirmam. Independentemente de ser uma ou outra coisa, fica uma lição importante a ser aprendida – nem todo mundo que julga estar servindo a Deus, por sincero que seja, de fato está.

Isso vale por princípio de ensino para todos aqueles que matam os que são hereges aos seus olhos (literalmente o que o texto diz e por isso a associação com a inquisição), mas também vale para todo tipo de ação que contrarie um princípio bíblico em nome de cultuar a Deus. Isso é sério. Se Deus ama a vida e diz “não matarás”, matar pessoas por não concordar com elas realmente é bizarro e não pode ser aceito como certo.

Ainda que algumas religiões preguem e ensinem formas diferentes de cultuar a Deus, nós, que cremos na Bíblia, devemos acima de tudo ser tolerantes e amorosos para que as pessoas sejam ganhas pelo amor constrangedor do Pai. Podemos e devemos não concordar com qualquer tipo de manifestação de culto que saia dos limites estabelecidos pela Bíblia, mas devemos lembrar que temos o mesmo direito de todos os demais. Mas daí a extrapolar é exagero. Não temos o direito de chutar, queimar ou derrubar – nem física nem verbalmente.

Sempre que agirmos ou abrirmos nossa boca para falar mal do que os outros pensam ser culto a Deus, perdemos tempo deixando de prestar o NOSSO culto. Culto é adoração e serviço em sujeição, de modo que não tem espaço para nada que não edifica. E se ao invés de criticar e fazer polêmica, orássemos? E se fossemos servir a estes que consideramos errados?

Eu tenho certeza que seria muito mais culto do que qualquer outra coisa. Pense nisso.

“Pai, ensina-me não apenas a ser sincero diante de Ti, como também e principalmente a ser servo daqueles que pensam te cultuar.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Fidelidade ao ensino

“Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos.” (Hebreus 2:1 ARA)

Como pastor e pregador da Palavra de Deus, as vezes fico me perguntando se as pessoas realmente ouvem o que falamos. Não me questiono se são surdas, mas se algo fica retido daquilo que procuramos ensinar. Há alguns dias alguém me falou que mesmo sem lembrar o que havia comido todos dias, estava alimentado e era grato por isso. É um alento…

De qualquer modo, este verso da carta aos Hebreus nos ensina algo muito valioso a respeito de fidelidade. Aquilo que talvez nunca tenhamos aprendido, ou que nunca tenha sido assimilado, nós podemos deixar para meditar depois. Mas aquilo que sabemos, que faz parte do que aprendemos, não pode ser negligenciado. Devemos ser totalmente fiéis, com nossos pensamentos e atitudes, para refletir o que sabemos. É equivalente a dizer que devemos resumir nossos erros apenas ao que não conseguirmos controlar ou desconhecemos, pois não erraremos sabendo que está errado.

O texto fala de firmeza, o que sugere esforço voluntário. De modo algum conseguiremos no apegar por acaso ao que aprendemos. Pode não ser fácil, pode não ser sempre agradável, pode nem sempre satisfazer nossos anseios, mas SEMPRE será o melhor para nossas vidas.

Ademais, devemos nos apegar às verdades e não ao que nos convém. A Palavra de Deus é a verdade e nela devemos nos apegar, sem medo de errar. Se ficarmos escolhendo o que é mais conveniente ou não, incorreremos em um dos maiores erros que a humanidade já conheceu – trocar o ensino de Deus pelo nosso ego. Não cabe na mesma algo um ego humano e a presença de Deus.

Se andarmos em fidelidade às verdades, sem desvio, mesmo que as lutas venham seremos vencedores. E como vitoriosos, poderemos andar de cabeça erguida, levando adiante o nome do nosso Senhor. Quer coisa melhor?

“Pai, ensina-me a ser fiel em firmeza a tudo quanto o Senhor me permitir aprender de acordo com Tua revelação.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Se não tiver amor…

“se não tiver amor, nada disso me aproveitará.” (1 Coríntios 13:3b)

É possível viver na igreja, executar diversas tarefas, exercer um ministério, pregar várias vezes por semana, ensinar, liderar grupos e ainda assim se tornar irrelevante?

O apóstolo Paulo afirma que se fizermos qualquer dessas coisas sem amor não tiraremos proveito delas.

Curiosamente, se você observar as pessoas que assim agem dá a impressão de que elas estão usufruindo os benefícios do que fazem: os que pregam bem acabam admirados por aqueles que os ouvem, os que ensinam ganham respeito dos que aprendem deles e os que lideram influenciam os seus liderados. Como então Paulo diz que não terão proveito?

João diz que Deus é amor e aqueles que não amam não conhecem a Deus (1 João 4:8). Afirma também que aquele que não ama seu irmão a quem vê não pode amar a Deus que não vê (1 João 4:20). O amor é a atitude que dá significado e proveito ao que nós fazemos aos outros.

Tudo o que fazemos deve ser permeado pelo amor àqueles que serão atingidos pelas nossas obras. O amor dá um significado especial para aquilo que fazemos aos olhos daqueles que o recebem. Todos percebem isso quando são atendidos por um funcionário que está apenas cumprindo as horas obrigatórias do emprego e quando o são por alguém que gosta do que faz. Todos se lembram daquele professor que dava aula apenas por que precisava e daquela professora que o fazia porque amava os seus alunos e queria ajudá-los a crescer.

Infelizmente é possível ser pastor sem amar as ovelhas, ser diácono sem gostar de ser servo, ser presbítero só pelo status, ser bispo ou apóstolo apenas para ter poder. Como Paulo diz, as obras podem até ser feitas sem amor, mas no último dia, quando prestarmos contas a Deus de nossos atos, entenderemos porque eles não tiveram proveito (1 Coríntios 3:12-15).

“Senhor, arrependo-me de tudo que fiz sem amor e te peço que o teu Espírito Santo me capacite a servir com amor.”

Vinicios Torres

Vinicios Torres

Ano novo… vida nova?

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Co 5:17 ARA)

Se você é como eu, então já está a todo vapor trabalhando neste novo ano. Fora o fato que o final do ano foi um tempo de festas e de rever parentes e amigos, nada mudou.

Sempre ouvi a expressão ano novo, vida nova e nunca entendi porque as pessoas diziam isso. Durante muito tempo achei que havia nesta expressão um que de simpatia e a evitava.

No entanto, ao parar para idealizar o que gostaria de conseguir alcançar este ano, percebi que vários de meus desejos e objetivos tinham mais a ver com mudanças de atitudes do que com bens a adquirir. Percebi que o que estava idealizando era, na verdade, uma vida nova.

É importante para o ser humano o estabelecimento de marcos e registros. Embora devamos manter nossos olhos no futuro, naquilo que desejamos alcançar, é importante olhar para trás e ver os marcos da nossa trajetória e identificar os momentos de progresso. Deus, em várias ocasiões, ordenou ao povo judeu que erigisse monumentos em lugares estratégicos. Estes marcos fariam com que o povo mantivesse vivo na memória os atos de amor e bondade de Deus para com eles.

É por isso que as mudanças de anos no calendário acabam por se tornar estes marcos para nós hoje. Olhamos para trás e nos lembramos que foi naquele ano que Deus fez isso ou fez aquilo. É por isso que no início de um novo ano olhamos para os próximos 12 meses com a esperança de alcançar o que até o ano passado ainda não havíamos conseguido.

Já se passou metade do primeiro mês deste ano. Você fez o seu planejamento para este novo ano? Quais são os seus desejos? O que o motiva a viver? As respostas a essas perguntas são mais importantes do que nós podemos imaginar. São elas que determinarão como usaremos o tempo que teremos disponível nesse novo ano.

O passado já passou e só serve para tirarmos lições para o nosso viver atual, o futuro ainda está por fazer. Saiba que, com o poder do Senhor Jesus, podemos desfrutar uma nova vida, com um interior renovado, ainda que nada tenha mudado do lado de fora.

“Senhor, eu quero experimentar a nova vida que tens para mim neste ano. Quero permitir que teu Espírito Santo atue em mim para torná-la possível.”

Vinicios Torres

Vinicios Torres

Livres para Sermos Escravos de Cristo

“Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado.
O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre.
Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.”
(João 8:34-36, ARA)

Jesus disse que conhecer a verdade a respeito de quem nós somos nos liberta. Mas tornar-se livre em um reino de cabeça para baixo (Lucas 22:25,26) é ser livre para tornar-se um servo. Antes de ganharmos esta liberdade, nós éramos escravos de nós mesmos, isto é escravos do pecado. Agora, tendo sido libertados de nós mesmos, somos livres para sermos escravos de Cristo.

Essa recente liberdade é uma esperiência de revelação, de enxergar não apenas a nós mesmos, mas também os dons e habilidades de alguém pela primeira vez. “O que você tem que não tenha recebido?” Paulo pergunta. À luz desta nova liberdade de humildade, reconhecendo a verdade de quem nós somos, respondemos que nossos dons não são nossos, mas vieram nosso criativo Deus criador. Você e eu nos levantamos como recipientes de um dom que está além de nós mesmos.

Como você responde à idéia de ser um “escravo” de Cristo? Como servo dEle que tarefas Ele tem para você hoje? Faça estas tarefas coo para Ele e não para uma pessoa qualquer.

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Mário Fernandez

Imoralidade

“Ele castigará especialmente os que seguem os seus próprios desejos imorais e desprezam a autoridade dele. Esses falsos mestres são atrevidos e orgulhosos. Eles não têm nenhum respeito pelos gloriosos seres celestiais e os insultam.” (2 Pedro 2:10 NTLH)

Curiosamente, ou talvez nem tanto assim, os desejos imorais e o desprezo pelas autoridades parecem caminhar de mãos dadas. Isso não me espanta, pois sempre que penso em autoridade me vêm à mente submissão, que nada mais é do que abrir mão do meu desejo e da minha opinião em detrimento de alguém investido de mais autoridade. Não necessariamente isso será sempre imoral.

Ocorre que sendo imoral ou não a rebeldia é uma semente amaldiçoada, que levou o homem para fora do paraíso de Deus e é o que faz o pecado brotar em nossas vidas. É o que mais nos afasta de Deus e é o maior câncer da alma humana. Gera mágoa, dor, separação, humilhação e semeia desrespeito para si. Em outras palavras, mesmo não sendo um desejo imoral, sempre que eu deixo de lado a obediência e me dedico a meus próprios desejos, eu semeio algo de muito ruim pela rebeldia.

Falsos mestres atrevidos e orgulhosos usam deste tipo de prática e eu não me orgulho em dizer que conheço muita gente assim. É uma verdadeira lástima, mas as pessoas esqueceram de onde vieram e principalmente para onde irão se continuarem a semear este amargor. Compreendo perfeitamente que haja líderes que não mereçam respeito e que obstinadamente abusam da boa vontade das pessoas. Compreendo que vivemos num tempo onde muitos se especializaram em ludibriar os menos esclarecidos. Compreendo que a humanidade caminha para o fim, a ponto da natureza gemer como que com dores de parto. Mas não podemos estragar tudo, pelo menos não de propósito, especialmente naquilo que está ao nosso alcance.

Ou levamos Deus a sério ou Ele não levará a sério Seu projeto conosco. Este versículo fala que Ele castigará especialmente (particularmente) estes tais. Eu estou fora, e te convido a pular fora comigo enquanto há tempo.

“Senhor, se alguém precisa mudar sou eu e não o Senhor. Ensina-me a me submeter obedientemente para que esta imoralidade não tome conta de mim. Não posso fazer isso sozinho.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Abertamente

“Jesus lhe respondeu: Eu falei abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde os judeus sempre se ajuntam, e nada disse em oculto.” (João 18:20)

Se Deus quisesse agentes secretos, Jesus Cristo seria o primeiro e o mais exemplar deles. Afinal, era Ele o Filho unigênito do Pai, nosso exemplo e referencial em todas as coisas, nos dando exemplo em tantas situações. Pelo contrário, era Ele quem falava mais abertamente, nada em oculto. Mas precisamos ter cuidado para não confundir o recado com a aparência.

Nos últimos 20 anos tenho visto uma enorme expansão na capacidade do ser humano se comunicar. As tvs, artigo caro e de certo luxo, hoje são comuns e relativamente baratas. Os telefones, antes um ou dois por quarteirão, agora estão em todas as casas. Os celulares, coisa que só se via no desenho dos “Jetsons” está na mão de todo mundo. A Internet, algo impensável para a época, está aí conectando pessoas mundo afora. O mundo está ‘menor’.

Contudo, o que vemos no mesmo período são pessoas e mais pessoas falando cada vez mais a respeito das coisas de Deus, especialmente na tv e na Internet. As cidades urbanas estão crivadas, especialmente as grandes, de igrejas, comunidades, congregações, denominações, grupos evangélicos e outras coisas do ramo.

Mas quantas pessoas temos visto falando abertamente DE DEUS? Da Sua pessoa, Seu caráter? Cada vez mais se fala de prosperidade, cura, bênção e nada disso está errado em si mesmo. Mas, e quanto ao dono e Senhor de todas as coisas? Cada vez menos ouço pregações sobre arrependimento, novo nascimento, mudança de vida, pecado.

Jesus falou abertamente sim, mas falou do que mudava a vida das pessoas e não apenas aquilo que enchia sua agenda ou amontoava pessoas ao Seu redor. Será que temos feito valer os recursos que temos? Será que este mundo ‘menor’ está mais alcançado?

“Pai, não permita que eu me perca nas aparências de entorno enquanto pessoas vão para o inferno por ineficiência daquilo que eu falo. Ensina-me a ser claro naquilo que falo de Ti.”

Mario Fernandez

Mário Fernandez

Impossível

“E ele estava na popa, dormindo sobre uma almofada, e despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não se te dá que pereçamos?” (Marcos 4:38)

Já vi pessoas tentando defender, com base neste texto, que Jesus pouco se importava com seus discípulos, ou ainda que Ele não ligava para as circunstâncias ao seu redor. Bobagem.

Jesus confiava no Pai como nós jamais confiaremos. Ele tinha clareza de sua missão como jamais teremos da nossa. Ele sabia que chegaria em seu destino, com uma convicção que jamais entenderemos. Ele sabia que poderia fazer o que fosse necessário, porque não fazia nada para seu próprio agrado, mas para glorificar ao Pai.

Quando entendermos que o impossível pode ser feito, tudo em nossas vidas mudará. Temos a idéia mentirosa de que impossível é o que não pode ser feito de jeito algum, em lugar algum, em tempo algum e por ninguém – mas isso é mentira. Impossível é aquilo que só Deus pode fazer, quando quiser, onde quiser, do modo que quiser.

Acalmar a tempestade e fazer os ventos e ondas do mar sossegarem é algo tão impossível quanto dormir na popa de um barquinho sem motor enquanto o mundo desmorona ao redor. O nome disso é paz. É impossível porque, se não vier de Deus, não pode ser feito. Mas temos uma vantagem que parece estar sumindo dos púlpitos, das mensagens e até mesmo dos DVDs mais vendidos. Deus é o único que faz o impossível, segundo Sua vontade.

Quando nossos desejos, sonhos, projetos, metas, ambições, planos – quando tudo que somos e fazemos apontar para glorificar o nome do Pai ao invés do nosso nome (do nosso ego), o impossível de Deus passará a fazer parte da vida de todos nós de maneira fluente, tranqüila, beirando o ‘natural’. Até lá, vamos ficar cocheando entre dois pensamentos, como aqueles que estavam no barquinho com Jesus. “Mestre, estamos com medo. O Senhor não está?”

“Pai, me ensina a depositar em ti meus sonhos e projetos para Te glorificar e com isso ver tua boa mão agindo sobre todos nós.”

Mario Fernandez