Sandra Torres

Indo Para o Quarto Além de Ir Para a Rua

“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” (2 Crônicas 7:14)

Sempre gostei de história, creio que esta foi minha matéria predileta nos tempos de escola. Me encanta conhecer países, lugares, povos através dos fatos relatados da sua história. A história do nosso país, uma nação com grandes riquezas, com um potencial enorme de crescimento e desenvolvimento, mas desde o descobrimento foi erguida com muita corrupção, roubos, conchavos, falcatruas, uma sequência de mal caratismo e de acordos ilícitos, podridão. Podemos dizer que nada mudou, só aumentou.

Nos últimos dias tenho, particularmente, olhado para a Igreja em nosso país. Somos um país reconhecidamente cristão. E quando falo de Igreja Cristã, falo de evangélicos e católicos. Como cristãos, somos aqueles de deveriam viver como Cristo, exemplificar sua vida na terra.

Mas, qual tem sido a nossa influência neste país?

Infelizmente, temos nos deparado com pastores, padres, líderes que têm engrossado as fileiras de corruptos e desonestos. Escândalos em nossos púlpitos borbulham como água fervente. E nos bancos das nossas Igrejas, tristemente, não é diferente, pois, em nome de sobreviver às constantes crises e em busca de um modo de vida mais digno para nossas famílias, muitos de nós abrem mão de um viver digno de filho de Deus e negociam suas posturas, crenças, caráter, se amoldando ao mundo em que vivem. Acabam por se assemelharem àqueles que tanto criticam. Como diz o ditado: “é de pequeno que se inicia”, e isso vale para muitas coisas.

Nesta semana, ouvindo uma mensagem, cujo o tema não tinha nada a ver com isso, mas lá pelas tantas o pregador disse a frase que despertou minha atenção: “a culpa do Brasil estar como está é nossa, como igreja”. Opa! e não é que é verdade. Não costumamos dizer que nós somos a igreja, que cada membro é parte do corpo que forma a igreja de Cristo? Da mesma forma cada brasileiro é parte do corpo que forma esta nação brasileira.

Eu sou responsável, perante Deus por esta nação. Ao ser lembrada desta responsabilidade iniciei, tardiamente, minha mea culpa e passei a clamar a Deus pelo seu perdão e misericórdia para minha nação.

Quero ir para a rua sim, me opor a toda a corrupção e dizer que não aceito a forma como as coisas têm sido conduzidas em meu país, que quero mudanças. Mas vou para meu quarto também clamar o perdão de Deus, me humilhar e reconhecer os meus erros que possam estar alimentando a situação que hoje vivemos. Quero converter meus caminho ao Senhor, voltar a Ele e buscar direção, a integridade e retidão e ser guiada por Ele em meu dia a dia. Quero que Deus sare minha nação através de mim.

Deus perdoe e sare minha nação e levante homens e mulheres, segundo seu coração, íntegros, honestos que amem a verdade e que, principalmente, te amem mais que a si mesmos.

Mário Fernandez

Poder da Palavra – Vivendo o Evangelho

“Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.” (João 17:17)

Muito negligenciado em nossos dias, o poder da Palavra de Deus é uma ferramenta extremamente poderosa na vida da Igreja de Cristo, por mais que alguns nem acreditem mais nisso. Veja que é muito trabalhoso separar o agir e o poder do Espírito Santo da Palavra de Deus. Temos na Bíblia base de texto suficiente para crermos que nada substitui a Palavra de Deus. Orar é fundamental, mas não substitui. Assim como boas obras, santidade, fugir do pecado, evangelismo – tudo isso são coisas boas em sua essência, coisas necessárias para nossa edificação mas não substituem a Palavra de Deus expressa no texto Bíblico.

Veja que alguns atributos são citados exclusivamente com relação à Palavra de Deus, lhe conferindo poderes (ou características) únicos, singulares:

  • Santifica em João 17:17
  • Discerne pensamentos e intenções em Hebreus 4:12
  • Ilumina o caminho Salmos 119:105
  • Traz esperança Salmos 119:81
  • Opera milagres Lucas 5:5
  • Faz crer em Deus João 17:20
  • Permanece para sempre 1 Pedro 1:25
  • É a espada em Efésios 6:17
  • Semeia fé Romanos 10:17
  • Alimenta em Mateus 4:4
  • É a boa semente Lucas 8:11
  • Agiu na criação Hebreus 11:3
  • Testifica do obreiro 2 Timóteo 2:15
  • Testifica da presença de Deus na vida 1 João 2:5
  • Anuncia Salvação Atos 13:26
  • Traz ação do Espírito Santo em Atos 10:44

E a lista poderia continuar…

O importante é notarmos que sem a Palavra de Deus abundante em nós, jamais seremos as pessoas que Deus espera que sejamos. Além dos argumentos bíblicos, temos de atentar para argumentos lógicos também. Se Deus se revela pela Palavra, como conhecê-lo de outra forma? Se a Palavra é de Deus, por que rejeitá-la? Sendo a Palavra de Deus fonte de poder, o que temos a perder?

Eu conheço pessoas que dizem que ler a Bíblia demais deixa a pessoa louca. No meu caso deixou mesmo. Outros dizem que é um livro velho, antigo, ultrapassado – mas nunca leram. Outros leram como quem lê um dicionário e nada encontraram de interessante – mas nem sabiam o que estavam procurando. Já outros fugiram dela com vigor e tudo que encontraram foi vazio, desânimo, falta de sentido. O que eu nunca encontrei na minha vida foi alguma pessoa que tenha se desapontado tentado ler a Bíblia de fato com a intenção de conhecer pessoalmente o Seu Autor, o Deus Todo Poderoso. Quem o fez, assim como eu e tantos outros, hoje são pessoas melhores, mais felizes, com sentido para suas vidas, com bom relacionamento com Deus, com um Pai Celestial em suas vidas, com certeza de sua vida eterna.

A Palavra de Deus é o poder de Deus expresso a nós de forma plena, completa, imaculada, perfeita. Negá-la é negar o próprio Deus. Não se dedicar a ela é negligenciar a amizade de Deus. Não tê-la no centro de sua vida é, pelo mínimo do mínimo, tentar viver sem poder (capacidade) de fazer o que o povo de Deus na Terra deveria fazer. Não me admira os doentes ainda doentes, os cegos ainda no escuro, os sofridos ainda a sofrer, bem como toda anarquia que vemos ao nosso redor. Nos falta, a todos nós, mais do poder transformador da Palavra de Deus. A uns falta um pouco, a outros falta bem mais, e a muitos falta tudo.

Sejamos anunciadores e ensinadores da Palavra de Deus, afinal ela nunca volta vazia.

“Senhor, desperta em mim um desejo pela Tua Palavra que beire o desespero. Eu entendo que sem ela não posso andar contigo e não devo permitir que as correrias deste mundo me engulam. Ajuda-me.“

Mário Fernandez

Poder do Espírito – Vivendo o Evangelho

“E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam.” (Atos 19:6)

Nada no Universo é mais poderoso do que o Espírito Santo de Deus, nada, nada, nada. Por que? Simples: ELE É DEUS. Não podemos confundir O criador com UMA criatura e isso é mais comum do que admitimos, pelo menos na prática da vida de muitas pessoas. Dizer que o Espírito Santo é coisa do Novo Testamento é fazer com que Ele seja criado em algum momento – errado. Ele é o agente da criação de Deus, está de Gênesis a Apocalipse, estava lá no momento do HAJA LUZ e estará lá por toda eternidade com o Pai.

Na vida da Igreja (me refiro aqui ao povo escolhido de Deus que vive para honrá-lo e que legitimamente tem herança eterna) o Espírito Santo desempenha um papel único, em dois sentidos. Único no sentido de que outro não o poderia desempenhar. Único no sentido de que tem seu momento e depois na eternidade não terá mais sentido. Explico. Cabe ao Espírito Santo conduzir a igreja na Terra, os eleitos de Deus, em poder e autoridade, para “treinar” este povo a viver na Nova Jerusalém. Escatologias e demais teologias à parte, resumo dizendo que cabe ao Espírito Santo capacitar a igreja em sua caminhada.

Se lermos o texto escolhido para meditar podemos tirar deles pelo menos 5-6 pregações. Vou compartilhar meu pensamento favorito a respeito dele: O Espírito Santo de Deus age trazendo capacitação especial dos céus. Neste versículo as pessoas falavam e profetizavam. Em outros textos curavam, ressuscitavam mortos, expulsavam demônios, tinham discernimento, eram transportadas de onde estavam, falavam com autoridade. Ou seja, faziam o que nunca fizeram. Faziam o que não tinham capacidade de fazer anteriormente. Faziam o improvável. Faziam o impossível. FAZIAM.

Não consigo ver biblicamente nenhuma (no sentido de NEM UMA) maneira de ser povo de Deus, sem ter o Espírito de Deus no comando. É um enigma para a minha alma entender como podem alguns grupos negligenciar a pessoa e a atuação de Deus na pessoa do Seu Espírito. É mais ou menos como comprar um carro e não colocar gasolina no tanque – ser igreja (ou povo de Deus) negligenciando o Espírito Santo é tentar andar de tanque vazio. Minha escola eclesiástica e teológica foi bem tradicional, sei bem do que estou falando.

Mas o principal efeito dessa negligência é um evangelho resumido, aguado, sem poder algum. Gente que não pode dizer “não tenho ouro nem prata” para mim é circunstancial, mas não poder dizer “levanta e anda” é estrutural, é essencial, é na medula, é o que nos tornamos em nós mesmos. Se temos ou não temos recursos financeiros é discutível, é polêmico, mas é assunto de conversa. Para mim não ter o poder do Espírito Santo “bagunçando” nossa lógica, nossas teorias e nossa vida é inaceitável. O impossível e o sobrenatural PRECISAM fazer parte do nosso cotidiano, precisa ser o sinal que nos segue.

Minha oração por este povo que se chama pelo Seu Nome é que mereçamos o estandarte que carregamos, que ousemos e sejamos usados, que deixemos de lado o “faz sentido” em troca do “faz milagre”. Ou isso, ou esse mundo continuará nos confundindo com eles e seremos apenas os esquisitos que andam pela Terra.

“Senhor, perdoa minha negligência e me mostra claramente como devo agir para que Teu Espírito Santo tenha liberdade na minha vida, não quero ser confundido com os deste mundo.“

Luis Antonio Luize

Paz a Qualquer Preço – A Mudança Começa em Mim

“… Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; …; e José trazia uma má fama deles a seu pai.” (Gênesis 37:2)

Hoje nossa sociedade tem prestado um verdadeiro culto à felicidade e para isso procura isolar as tristezas ao invés de resolvê-las.

O fato de José levar as questões dos irmãos ao seu pai demonstrava seu amor por eles, ao contrário do que possa parecer.

Mas quando temos um senso distorcido do certo e do errado, não compreendemos o que se passa. Foi assim com Deus Pai que enviou Jesus para nos dar vida abundante chamando-nos ao arrependimento. O convite de amor foi não foi entendido, culminando com a morte do Salvador e a completa redenção aos que creem.

O arrependimento é o primeiro passo para podermos iniciar uma vida de paz verdadeira.

Entretanto, nossa cultura atual prefere não interferir na vida dos outros. Devemos nos relacionar bem e sermos bonzinhos, não quero dizer educados e gentis, mas não questionar os atos de injustiça do nosso próximo.

E numa sociedade em que há um culto à felicidade e que nas redes sociais só se mostra o que é bom, gerando ciúmes e inveja nos mais próximos. Por isso enviamos longe todo sofrimento e tristeza e queremos viver na mesma falsa paz e alegria.

Olha, não é problema ter momentos de tristeza na vida. São esses momentos que irão preparar e dar significado aos momentos de alegria seguintes. Digo isso pelo seguinte, o momento de tristeza é quando algo nos ocorre ou que praticamos e não gostamos.

Isto deve ser fruto de decisões, atos ou pensamentos errados que nos levaram a agir diferente do que era o melhor para nós. Pode ser um momento de doença também. Isto tudo gera tristeza.

Nas situações assim, alguns rejeitam a tristeza e enviam para longe o problema, se possível.

  • É por isso que os asilos de idosos estão cheios.

  • É por isso que o corrupto pede a prisão do juiz que o julga.

  • É por isso que os doentes ficam restritos aos hospitais e não se fala do assunto.

  • É por isso que cônjuges deixam seu(ua) companheiro(a).

  • É por isso que os filhos de Jacó venderam José.

  • É por isso que você foge dessas situações ao invés de enfrentá-las e dar novo significado à sua vida e à vida dos que estão perto de você.

Não podemos deixar de examinar o outro lado desta situação, ou seja, olhar pelo ponto de vista de José e dos demais excluídos nestas situações.

A estas pessoas são imputados os erros do outro, de forma que aqueles possam se sentir mais felizes por não sentirem culpa após jogá-la no outro.

Conheço pessoas que foram enviadas para fora de casa num relacionamento conjugal e carregam a culpa do erro quando na verdade foi a outra parte que errou e jogou a culpa sobre este. São enviados a hospitais e asilos para ficarem internados e longe daqueles que perderam o amor. São massacrados por expor a verdade e pedir justiça.

Muitos injustiçados passam a se sentir culpados e infelizes.

Recuse-se a carregar a culpa dos outros, pare de pagar pelo pecado alheio e por ser sal e luz neste mundo!

Reconheça o pecado que o outro cometeu e confesse o seu erro. Peça perdão a Deus e perdoe-se também. Restaure seu relacionamento com Deus e realinhe sua vida aos princípios da Palavra de Deus.

Paz não é sinônimo de passividade. Deus ordena que amemos nossos inimigos e não que sejamos cúmplices deles.

O lema da “paz a qualquer preço” é diabólico e não divino.

PARA EXERCITAR

  • Em que situações tenho procurado a paz a qualquer preço?
  • O que me foi imputado como erro indevidamente e preciso perdoar?

“Pai celestial, quero pedir perdão por todos os meus atos de injustiça e por ter imputado meus erros a outros em busca da minha felicidade e por falta de arrependimento. Também quero perdoar a quem assim agiu comigo e perdoar a mim mesmo por ter carregado os pecados alheios. Restaura meu relacionamento contigo e mostra-me o caminho da paz verdadeira que somente Cristo pode nos conceder. Amém!“

Luís A. Luize

Mário Fernandez

Poder do Evangelho – Vivendo o Evangelho

“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.” (Romanos 1:16)

Ainda meditando sobre as várias expressões de Deus em forma de poder, me dediquei a avaliar o que é o evangelho em si. Neste texto, é rotulado pelo apóstolo Paulo como poder de Deus para salvação. Já meditamos neste texto com outros enfoques, mas a riqueza da Palavra de Deus não se esgota.

O lado de Deus no evangelho tem ficado esquecido nos púlpitos da nossa geração e precisa ser resgatado. O poder é Dele, para salvação de cada um de nós. Fique claro: Deus não precisa ser salvo, eu é que preciso. Eu não tenho poder algum, Ele é que tem. MAS ambas as coisas fazem sentido ao se encontrarem, pois o poder de Deus para salvar não serve de nada se não houver quem seja salvo, bem como de nada vale eu precisar de salvação e não ter o poder necessário para isso acontecer.

O mistério que precisa ser desvendado é como acessar esse poder e obter seu resultado. Isso, nitidamente, é pela fé, e já tratamos disso anteriormente. Mas a fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus. Então é uma dedução relativamente simples que o poder de Deus vem da Palavra de Deus. Em miúdos, Ele se revela pela Bíblia para que tenhamos acesso ao Seu poder salvador.

Nesta linha é inseparável, indissociável. Qualquer tipo de evangelho que dispense a Bíblia ou a coloque em papel secundário, é inútil, pois dela vem a fé, pela fé vem a salvação. Círculo fechado. Tentar colocar algo ou alguém no lugar da Bíblia é anular o evangelho e com isso a salvação se vai. O poder do evangelho é o poder da Palavra e vice versa.

Precisamos resgatar urgentemente a simplicidade do evangelho, que não é um conjunto complicado de regras a serem seguidas. É mergulho e foco na Palavra de Deus que gera fé e traz o poder salvador de Deus. Só isso. Todo resto é complicação humana. O que vier “naturalmente” em decorrência do mergulho na Palavra, nunca vai gerar confusão nem dissidência. É só ler, meditar, ler de novo, meditar mais, encher e encharcar da Palavra de Deus.

Te desafio a tentar. Leia mais e mais e depois me conte. Suas orações vão mudar, suas atitudes vão mudar, sua conversa vai mudar, suas emoções vão mudar, seu pensamento vai mudar – mas principalmente seu destino eterno vai mudar. Conclusão: poder de Deus para salvação de todo aquele que crer.

“Senhor, eu entendi que preciso mudar, preciso reagir, preciso conhecer de perto o Teu poder salvador. Me ajuda a fluir em uma vida que transborda Tua Palavra em cada pensamento.“

Mário Fernandez

Poder do Sangue – Vivendo o Evangelho

“Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus” (Hebreus 10:19)

Muita gente confunde o poder do nome de Jesus com o poder do sangue de Jesus. Veja os atributos que a Bíblia apresenta para o sangue derramado em nosso favor:

  • Remissão em Hebreus 9:22
  • Ousadia em Hebreus 10:19
  • Aliança em Hebreus 12:24
  • Santificação em Hebreus 13:12
  • Justificação em Romanos 5:9
  • Propiciação em Romanos 3:25
  • Intimidade em Efésios 2:13
  • Purifica do pecado em 1 João 1:7
  • Nos garante vida eterna em João 6:54
  • Nova Aliança em Mateus 26:28

A lista poderia continuar um bom tanto, mas nosso foco é deixar claro que há poder no sangue de Jesus e esse poder é distinto do poder do Seu Nome. Uma forma simples de entender essa diferença é analisar como se fossem duas ferramentas ou duas armas.

O Nome de Jesus é uma arma de ataque, uma ferramenta ativa, uma recurso que se usa para ir e fazer. Seu poder é para expulsar demônios, curar, etc. O sangue de Jesus é arma de defesa, ferramenta passiva, um remédio para cura. Teologias e teorias à parte, precisamos entender o que nos é prático. Entendamos que o sangue foi derramado voluntariamente em nosso lugar, tem conotação de sacrifício, é um abono para nossa dívida do pecado. Sem derramamento de sangue não há remissão de pecados.

O sacrifício de Jesus por nós, evidenciado pelo sangue derramado na cruz do Calvário, é um ato político – coroou Jesus como Rei dos Reis. É também um ato sacrificial – pagou o preço do nosso pecado. É ainda um ato sobrenatural – tirou a legalidade do inferno sobre a vida dos pecadores. Foi também um ato que abalou o mundo natural – o véu do Templo se rasgou de alto a baixo. É um ato de amor – foi em meu lugar e imerecido. Mas acima de tudo e com maior valor do que tudo – foi o cumprimento de uma promessa do Pai, nos trazendo livramento e perdão e anulando nosso débito com Deus (Colossenses 2:14).

Eu termino essa meditação com foco no ponto que para mim é o mais crítico de todos: pelo sangue de Jesus somos mais devedores de gratidão a Deus do que podemos retribuir. Se desconsiderarmos tudo mais que Deus nos deu e nos fez, o que já seria basicamente ‘tudo’, o que se fez por aquele sangue derramado ainda supera tudo, é mais do que tudo, é além de tudo. Sejamos gratos por aquele sangue bendito. Não façamos parecer vão o sacrifício tão caro. Não desperdicemos o que temos de melhor que é a nossa intimidade com Deus. Sejamos gratos, muito gratos.

“Senhor, entendo que pelo sangue de Jesus eu sou transformado e não tenho como agradecer por isso. Me enche de gratidão em meu coração, me ensina a valorizar Teu sacrificio.“

Vinicios Torres

Deixando de Ser Crianças

Um dia destes, eu e minha esposa levamos nossos netos para brincar em um parque perto de casa. Em um dado momento meu neto mais novo, com um ano e dois meses, cambaleando, passou sobre um morrinho com grama e saiu do outro lado sem cair. Ficou todo satisfeito e quis repetir a façanha. E depois passou de novo e ficou fazendo isso por vários minutos mostrando um sorriso enorme cada vez que conseguia subir e descer. Umas duas semanas antes minha esposa tinha contado que ele tinha feito algo parecido quando descobriu que conseguia descer um pequeno degrau entre a cozinha e a lavanderia. Ficou indo e voltando, vezes sem conta, durante vários e vários minutos.

Coisa perfeitamente natural no caso de uma criança que está aprendendo tudo e descobrindo o mundo a cada passo que dá.

Eu tinha uns seis ou sete anos de idade quando perdi o medo e aprendi a dar cambalhota. Fiz isso no sofá da sala, que era macio e se caísse não me machucaria. quando ganhei confiança comecei a variar as maneiras que fazia a cambalhota e fiz isso por várias horas. Minha mãe o tempo me mandando ter cuidado. Eu tinha descoberto uma “habilidade incrível”.

Naquela noite, por volta das quatro horas da madrugada, acordei chorando com dores no pescoço, não conseguia mexer a cabeça para lado nenhum. Como na época estava tendo um surto de meningite na cidade, meus pais ficaram preocupados e me levaram para o pronto-socorro. Depois de me examinar e fazer alguns testes para descartar um problema mais grave o médico perguntou se eu tinha feito algum esforço ou movimento diferente no dia anterior. Minha mãe imediatamente lembrou das horas de cambalhotas no sofá. Diagnóstico? Torcicolo. Uma esticada no pescoço e usar um colar cervical por uma semana resolveram o problema.

Parece que faz parte do processo de aprendizagem de uma criança esse comportamento: descoberta, repetição, domínio e evolução. Ou seja, primeiro descobre que o desafio existe, segundo descobre que consegue realizar, terceiro repete até internalizar o processo, por último, aquele conhecimento/habilidade passa a ser base para novos conhecimentos/habilidades.

O problema é quando enrosca em algum desses passos e não vai para frente.

Muitos cristãos “descobrem” coisas na vida cristã e, por algum motivo, travam em algum desses passos. Tornam-se pessoas obcecadas por algum aspecto doutrinário ou prático e tudo na vida acaba se resumindo àquilo.

Conhece a pessoa que não importa o que você fale faz a conversa cair naquele assunto que ela não para de falar?

Ou aquele que acha que todos as pessoas devem fazer determinadas coisas como ele faz porque Deus falou com ele para fazer assim. O que ele não compreendeu é que Deus falou COM ELE e PARA ELE.

Muitas vezes Deus trata uma pessoa e ela, por não compreender o processo, trava em algum ponto. O tratamento de Deus fica travado naquela vida e ela passa a dar trabalho para outros.

Certa vez, em uma igreja que participamos, uma irmã começou a insistir com todos que ela conversava que deviam parar de ver televisão, inclusive devendo tirá-las de suas casas. O pastor dela chamou-a para conversar e perguntou o que motivou aquele súbita “santificação”. Depois de deixar de argumentar ela se abriu com o pastor e contou que era viciada na televisão a ponto de ter problemas de relacionamento com o marido e os filhos e por causa da negligência com a casa. Em um momento de oração ela sentiu-se tocada por Deus e motivou-se a vencer o problema. A solução para ela? Tirar a televisão de casa e focar a atenção em outras atividades. Para ela a televisão era um problema e tirá-la de casa a sua solução. Mas, ela estava extrapolando o trato de Deus com ela para todos os irmãos à sua volta.

Examine-se e veja se você, por acaso, não se “enroscou” em algum parte de um processo qualquer que Deus tenha te colocado. Assuma a sua parte no processo e vá em frente, não fique travado. Aprenda, pratique, domine e use esta nova habilidade/conhecimento para ir adiante.

E lembre-se: se Deus falou com você, é com você que ele está tratando.

Mário Fernandez

Poder do Nome – Vivendo o Evangelho

“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4:12)

Este é um dos textos mais marcantes do Novo Testamento, acredite em mim. Há muitos nomes, há muitas identidades, há muitas personalidades, e não somente na Bíblia. Não podemos negar que pessoas marcaram a nossa história tanto para o bem como para o mal. Podemos citar alguns apenas para ilustrar mas quem não sabe, pelo menos por alto, de Adolph Hitler, Nelson Mandela, Gandhi, Átila o Huno, Alexandre o Grande. Nenhum deles salva, nenhum deles é Filho de Deus, nenhum deles fez algo de sobrenatural por mim e por você. Não há debaixo do céu nenhum outro nome.

O poder do nome de Jesus é poder de salvação. Por causa do nome Dele somos salvos. Aqui o primeiro entendimento equivocado: o nome não é apenas a sequência de letrinhas que forma uma palavra, é muito mais do que isso. É uma identidade, uma forma pela qual somos conhecidos e identificados, uma maneira de sermos chamados, uma personalidade. O nome de Jesus, a identidade de Jesus, é muito mais do que cinco letrinhas. Ainda em tempo, o ‘nome’ de Jesus no idioma original nem era esse, nem o é em japonês ou russo ou sei lá mais qual idioma. Se a sequência de letras fosse o nome, todos nós teríamos de falar uma lingua só. Lembra quem foi que fez essa confusão de idiomas? Deduza o resto.

Ademais, o nome de Jesus é poder para autoridade espiritual como vemos em Lucas 10:17 – demônios se submetem. Não é o sangue de Jesus que expulsa demônios ou cura os enfermos, é o poder do Nome Santo do nosso Salvador. É ELE.

O nome de Jesus é o nome mais elevado do universo, como nos ensina Filipenses 2:9 – tão alto e acima dos demais que todo mundo, todas as pessoas, todos os seres vivente, todos, todos se curvarão diante Dele. Leia o texto e veja que não é diante da figura ou do trono ou da coroa. Todo joelho se dobrará diante do Nome de Jesus, ou seja, diante de Sua identidade, daquilo que Ele é como pessoa divina. Aleluia!

O nome de Jesus é fonte de cura como vemos em Atos 4:30, em meio a sinais e prodígios. Podemos elocubrar o que seriam estes sinais e estes prodígios mas para simplificar vamos apenas resumir dizendo que isso é bagunçar as leis da física, desafiar o equilíbrio do mundo natural, trazer o impossível ao nosso nível e mudar o rumo de tudo. É chover e secar, como Elias fez. É trazer mortos de volta à vida como Pedro fez. É colocar aleijados em pé como João fez. Antes de alguma estranheza, me permitam aclarar um ponto: Elias, Pedro, João, eu, você – operamos sinais e prodígios pela autoridade que nos é concedida pelo nome de Jesus. Eu posso curar um doente com o poder do Espírito Santo, em nome de Jesus, sendo e servindo de canal de Deus para isso.

_Por mim mesmo, nada posso fazer. Por Ele e através Dele, não tem nada que eu não possa fazer. _

Finalmente, o nome de Jesus é fonte de gratidão como nos ensina Efésios 5:20 – damos graças a Deus em todo tempo, em toda situação, em todo contexto. Mesmo que não tenhamos força para isso, motivação para isso ou ânimo para isso. Em nome de Jesus damos graças. Por causa do nome de Jesus damos graças. Através do nome de Jesus damos graças.

Viver o evangelho não é seguir regras. É viver carregando Jesus de um lado para o outro até ser confundido com Ele, no caráter, nas atitudes, nos sinais e na fé. Talvez até mesmo ter o nome esquecido. Quem sabe não chegarão dias em que em vez de me chamarem de “fulano” me chamem de “servo de Jesus”.

“Senhor, me ajuda e me ensina a andar de acordo com o poder do nome do Teu filho Jesus Cristo, meu Salvador e meu Senhor. Nenhum outro nome é mais importante que o Dele.“