Mário Fernandez

Armadura/Fé – Vivendo o Evangelho

Eu nunca fui militar e não sei se seria muito bom estrategista, mas tem algumas coisas que são patentes. Uma delas é o conceito de ataque e defesa, que para mim parece ser de senso comum. A mim parece que um escudo seja pouco proveitoso como arma de ataque, mas muito importante como item de defesa. Se assim é de fato, nossa fé está aqui para nos proteger e defender, não para atacar.

Viver um tipo de evangelho barato, superficial, sem tutano algum, pode ser que seja algo fácil e conveniente. Mas um estilo de vida que está acima de um conjunto de regras e comportamentos, vai nos colocar em apuros – talvez até de forma frequente. O motivo é simples: existe uma tensão permanente (e crescente) entre o bem e o mal, o céu e o inferno, a luz e as trevas, Deus e o diabo. Não tem como ficar no meio nem agradar a ambos. Portanto, meu querido, seremos atacados. Quem optar por servir ao diabo explicitamente, eu temo, será vítima do chamado “fogo amigo”.

Servir a Deus exige atitude, coragem, determinação e claro, muita fé. Essa fé atuante e relevante vai nos proteger como um escudo. O inimigo lança dardos inflamados de enfermidade e precisamos crer na cura que foi comprada na cruz – com fé. Lança dardos de amargor e temos de ter fé para encontrar doçura no perdão. Lança dardos de crise de relacionamentos e sem fé acabaremos solitários e amargurados. Lança dardos de desesperança e somente com fé ficaremos abrigados na doce esperança da justiça divina. Lança dardos de tristeza e depressão, dos quais só estamos protegidos pela fé na redenção vindoura.

Em resumo meu precioso leitor, para cada dardo flamejante, podemos nos defender tendo fé ou costurar cortes e buracos depois – só que na nossa pele. As pessoas andam deprimidas, desanimadas e com pouco motivo para viver. A fé no Filho Unigênito de Deus é a cura para isso e proteção contra recaídas. É um item de proteção da armadura que devemos vestir diariamente.

No meu conceito, pastoral e cristão, viver um evangelho autêntico é viver protegido (escudado) pela fé e tornar isso conhecido de tantos quantos tenhamos contato. Menos que isso, temo ser pouco.

Mário Fernandez

Relevância – Vivendo o Evangelho

O próprio conceito de paz está bem abalado no nosso tempo, pois a maioria das pessoas vive atualmente em cidades. No caso do Brasil, mais de 20 capitais têm população superior a 1,5 milhão de pessoas na região metropolitana. Isso significa casas e terrenos cada vez menores, grades cada vez mais firmes, medo crescente e diversos problemas inerentes ao crescimento e concentração. Cade a paz? No nosso interior.

Se olharmos ao nosso redor não tem como termos paz alguma, entre inflação, violência urbana, assaltos, poluição de todos os tipos, congestionamentos, e até mesmo pelo esfriamento das relações entre as pessoas. Tudo contribui para que não consigamos dormir bem, não temos o merecido descanso e isso tudo rouba nossa paz.

Mas quem vive um evangelho legítimo, tão genuíno quanto simples, consegue encontrar paz em seu interior pelo simples motivo de que é o Espírito Santo que vive (dentro) que promove a paz. E este é o tipo de pessoa que, de forma relevante, contribui para que outras pessoas encontrem paz. O Príncipe da Paz luta em nosso favor, mas é preciso que isso seja vivo. Independentemente de fatores externos, é a nossa paz interior que faz de nós pessoas relevantes.

Alguns procuram ser relevantes com poder (social, político, econômico, comercial, etc), outros com influência, outros com ação social, e assim por diante. Quem realmente chama a atenção e faz diferença por onde anda não é o influente ou o poderoso, mas aquele que não se deixa abalar com que ocorre ao seu redor. É o que enfrenta enfermidade na família mas fica firme, passa aperto financeiro mas não se desespera, vive dificuldades de todo tipo mas continua dando Glória a Deus.

Não é, nem tem qualquer familiaridade com falsidade. Não é dualidade nem esquizofrenia. É fé, é paz interior que só pode vir de Deus. Vivi momentos na história recente da minha família em que enfermidades fizeram grande estrago nas pessoas, nas finanças e, de certa forma, até nos relacionamentos. Nossa capacidade de manter a paz foi testada ao limite. Foi tenso, mas serviu para testificar do Deus a quem servimos e até com o privilégio de levar nossa fé às pessoas ao nosso redor.

Viver a paz de Cristo através do Espírito Santo que vive em mim é benefício para min, e é benefício aos que me rodeiam. Mas acima de tudo, é diagnóstico de um nível minimamente profundo de intimidade com Deus.

Viver o evangelho simples e prático é encontrar paz. Não nas circunstâncias, não na capacidade pessoal nem nas pessoas que apoiam ou deixam de apoiar. No interior, de maneira invisível e individual. Isso faz de nós pessoas relevantes e demonstra um evangelho real.

Luis Antonio Luize

Imagens – A Mudança Começa em Mim

As imagens são muito importantes para nossa vida, sobretudo as imagens que formamos em nossas mentes a nosso próprio respeito.

Segundo os especialistas, dois terços das idéias e noções que absorvemos na vida acontecem até os sete anos. É nesta fase da vida que muita coisa importante ocorre.

Por outro lado, os conhecimentos práticos são absorvidos até os dez anos. Aprender nossa língua materna nesta fase parece simples, aprender uma nova língua também. O que diria de ler e escrever? Muito mais fácil quando criança.

Os anos como criança é o período que desenvolvemos o que, como adultos, nos acompanhará por toda a vida, mantendo uma relação próxima até nossa velhice.

Os problemas da fase adulta também nascem na infância. Eu e minha esposa somos voluntários num lar de crianças abandonadas e também trabalhamos com a cura da alma em nossa comunidade cristã. Frequentemente as pessoas abusadas na infância tornam-se abusadores, a menos que permitam que Cristo entre em suas vidas mudando sua história para melhor.

O que vivenciamos em nossos primeiros anos formam imagens em nossa mente e isto é o que nos leva a experimentar estresse, tensão e ansiedade no futuro.

Os pais são fundamentais na formação de boas ou más imagens nos seus filhos. É muito comum os pais falarem aos filhos que não devem fazer algo porque senão Deus deixará de gostar deles, ou cometerão o pecado que Deus não perdoa.

Isto cria uma imagem na mente da criança ou adolescente de que, se errar, já estará longe de Deus e portanto não precisa mais andar nos seus caminhos, não tendo mais como voltar.

Lembro-me quando na década de 80 estava fazendo evangelismo na rua XV em Curitiba. Naquele dia abordamos uma moça, que recebeu a Palavra, mas chorava muito por não se achar digna de receber a salvação. Depois de muito insistir ela revelou que era uma prostituta e que Deus não a aceitaria mais.

O maligno usa contra nós duas armas, a tentação e a acusação. Quando uma falha ele usa a outra. Quase todos nós já nos sentimos acusados de algo que fizemos.

Quando faço aconselhamento, uma das questões mais importantes é derrubar as imagens negativas que as pessoas possuem na sua mente e recriá-las partindo da visão de Deus para sua vida. Porém, reconstruir uma imagem é mais difícil do que criar do zero.

Jesus sempre evangelizou por parábolas, o que criava imagens mentais em quem ouve, sabendo que seria um fator motivador em quem a escutasse. O rádio e os livros também nos levam a formar imagens mentais.

É por isso que a televisão e a internet possuem um apelo tão forte hoje em dia. As imagens vêm prontas. Ao assistir um filme romântico, sempre tem o rapaz e a moça namorando que vão e voltam no relacionamento, criando uma trama que desejamos seguir. Quando finalmente ficam juntos, aparecem as famosas letrinhas ‘FIM’.

Acabamos de formar a imagem mental de que casar é a solução e o fim por si mesmo. Mas nós sabemos que não é o fim, mas apenas início de uma vida a dois. A televisão nos levou a criar uma ilusão em nossa mente. E as gerações atuais acreditam muito nessas imagens e as reproduzem.

Precisamos renovar a nossa mente e rejeitar as imagens de fracasso que nos são impostas pelas pessoas e pelo mundo. Deus nos chamou para a vitória em Cristo e isso passa por ter uma mente renovada em que as imagens negativas e de fracasso tenham sido curadas e substituídas por aquelas que Deus tem para você e que Ele mesmo irá falar ao teu coração.

José tinha um sonho, uma imagem em sua mente, que o guiou por toda a sua vida, vindo a tornar-se realidade próximo dos 30 anos vida.

Quando eu era criança tinha o sonho de construir um computador, algo impensável na época dado o desenvolvimento tecnológico e pelo fato de viver no interior do estado. Ou seja, a tecnologia era pouca e existia somente nos grandes centros, eu estava fora. Mas Deus movimentou tudo a ponto de tornar esse sonho uma realidade e aos 21 anos cumpriu-se o sonho.

“Quando eu era uma criança, eu sonhava. Sonhava com um momento como esse”. Novak Djokovic, tenista sérvio, ao vencer o suíço Roger Federer e conquistar o título do ATP pela quinta vez.

PARA EXERCITAR

  • Tenho sido influenciado negativamente pelo mundo?
  • O que preciso fazer para escutar a Deus e renovar minha mente?
Mário Fernandez

Armadura Cinturão – Vivendo O Evangelho

O termo empregado pela NVI neste texto é “cinto”, embora as traduções Ferreira de Almeida empreguem “cinturão”. Olhando para as vestimentas da época, me parece mais acertado ser um cinturão mesmo, pois era bem largo e colocado na altura dos rins. Servia para firmar a região lombar nas caminhadas e viagens montado em animal, além de ajudar bastante com cargas nas costas. Tinha lá suas fivelas e enfeites, proporcionais ao orçamento do dono, e eventualmente algum bolso. A posição é sem duvida lombar, tanto que no texto grego aparece a palavra “lombos” e algumas traduções ainda o preservam.

Pergunta: e eu com isso? Pois é. O cinturão é “a verdade” na armadura. Pensemos juntos um pouco sobre a verdade tão escassa dos nossos dias, sobre o pouco amor à ela e principalmente sobre a falta de firmeza que isso tem nos causado.

Sem estar adequadamente firmado nos lombos, facilmente caimos, desequilibramos e nos machucamos. Já se sentiu desequilibrado? Talvez literalmente, talvez emocionalmente, talvez financeiramente, talvez profissionalmente. Eu já passei por todos, mas devo ser só eu que sou meio fraco. Aliás, quem me conhece sabe que sou jeitosinho feito um alazão desgovernado e meu equilíbrio é comparável ao de um bebê de dois anos. Sim, eu desequilibro e caio, ainda que com quase 50 anos e isso desde sempre. Sim, eu derrubo coisas tanto quanto meus filhos adolescentes. Sim, eu sei, isso é coisa de tonto. Mas eu sou assim. Agora imagine se eu não andasse minimamente prevenido, tomando cuidado – estaria destruído.

Assim andam muitos ao meu redor em várias áreas de suas vidas, desequilibrando com o peso que carregam nas costas. Peso de mentira, peso de traição, peso de maldição, peso de falta de retidão, peso de falta de santidade, peso disso e daquilo. Falta cingir-se com a verdade e falta o equilíbrio decorrente. Uma coisa é estar desequilibrado por uma fraqueza ou por um excesso de peso eventual. Totalmente outra coisa é não estar preparado para carregar o que tem.

A verdade está bastante fora de moda em nossos dias, mas ela ainda é o cinturão da armadura de todo cristão, discípulo de Jesus, cidadão do Reino de Deus. Sempre o será. Sem verdade somos filhos do inventor da mentira e isso não é bom, com certeza, nada bom. O equilíbrio de nossas vidas vem do cinturão da verdade nos lombos. Viver o evangelho é viver de maneira justa, sóbria e piedosa, segundo Tito. É ter esperança. É viver pela fé. Mas como isso pode ser possível desequilibrado?

Entendo o cinturão da verdade como item de defesa na armadura, comparável às sandálias em sua simplicidade, utilidade e importância. É relevante, é indispensável. Viver o evangelho exige esta indumentária. Nosso equilíbrio exige esta indumentária. Tomemos a verdade.

Luis Antonio Luize

Somos Seres Sociais – A Mudança Começa em Mim

Deus nos criou como seres sociais, o que implica me relacionamento com as demais pessoas. Um ermitão não vive sozinho por muito tempo e sequer foi concebido desta forma, mas através da união de um homem e de uma mulher.

Esta nossa característica tanto nos é benéfica quando nos relacionamos com Deus e boas pessoas, quanto desastrosa quando nos relacionamos com as pessoas erradas.

Quando aconteceu aquele episódio de Watergate nos Estados Unidos, envolveram-se políticos e empresários, que a princípio possuíam bom caráter, mas este foi corroído pelo grupo, pois abdicaram de seus valores em prol do grupo e a pedido do líder.

Isto significa que muitas vezes deixamos o ambiente externo nos influenciar e mudar aquilo que consideramos certo. O fato é que nós mesmos valorizamos as pessoas ímpias de sucesso e desvalorizamos aqueles que estão tentando incutir em nós os bons valores cristãos.

Em todas as organizações é a mesma coisa, delegamos cargos de confiança a homens que possuem talento e capacidade, mas nos esquecemos de verificar se sua conduta é íntegra.

A fidelidade é o alicerce em que devemos fundamentar nosso caráter, nossa família, nossos negócios e a igreja. O único requisito de Deus para nós é a nossa fidelidade, o restante ele faz.

Quando falamos em fidelidade, os personagens bíblicos que se sobressaem agem exatamente assim, como é o caso de José. Atualmente valorizamos mais a aptidão do que o caráter. José tinha um relacionamento com Deus que falava com ele desde muito novo através de sonhos.

A vida de José foi cheia de momentos críticos, e ele manteve o relacionamento com Deus, não se rebelou e tampouco perdeu seus valores, mas sofreu até prisão por manter sua fidelidade e comunhão com o Nosso Pai.

A capacidade de ouvir a Deus não tem a ver com a idade, mas com nosso relacionamento com Deus. A única forma de aperfeiçoarmos nosso caráter e mantermos nossos valores é quando nos relacionamos com o mundo mas balanceamos com o ouvir o Espírito Santo. Este sim irá nos influenciar para sermos melhores todos os dias.

Os irmãos de José não mantinham um relacionamento com Deus, pois seu pai falava a todos sobre o que havia acontecido a Isaque e Abraão e de como Deus os havia abençoado. Somente José escutou, entendeu e aplicou na sua vida. A geração atual gosta muito de ouvir, mas pouco de aplicar.

Estes dias falava com uma pessoa que fez uma cirurgia bariátrica por questões de saúde. Seu organismo agora não consegue absorver todos os nutrientes que necessita, obrigando-o a ingerir um suplemento alimentar com vitaminas.

Quer dizer, não importa o quanto ingerimos de alimentos, o que importa é quanto absorvemos dele. Se lemos ou escutamos a Palavra e não a absorvemos, ou seja, aplicamos em nossas vidas, de nada adiantará, seremos gordos de conhecimento e raquíticos de caráter.

É assim que se encontra nossa nação nos dias de hoje após ir atrás de tantos maus líderes que estão por aí. O que é necessário é nos submetermos, em humildade, ao maior dos líderes, Jesus Cristo. Somente Ele, através do Santo Espírito pode nos orientar e dar vitória.

Relacione-se com Ele e veja a benção que virá sobre você.

PARA EXERCITAR

  • Tenho sido influenciado negativamente em meus relacionamentos?
  • O que preciso fazer para escutar a Deus e realinhar minha vida com Ele?
Mário Fernandez

Moralidade – Vivendo O Evangelho

O texto em questão fala de maturidade e prossegue, nos versos 18 em diante, falando sobre os inimigos da cruz e seu comportamento condenável. Quero tomá-lo para meditar sobre moralidade, pois não há como separar tal aspecto do comportamento que ele gera.

Vivemos dias complicados em nosso país. O ano 2015 terminou, assim como 2016 prosseguiu, com o Brasil tumultuado, cenário de crise econômica, muito desemprego, preços subindo, oportunidades sumindo, mas principalmente um pano de fundo político dos mais tumultuados que nossa nação já presenciou. Independentemente de nossa simpatia ou antipatia pelos dirigentes da nossa nação, seus partidos suas ideologias, seus erros e acertos – o cenário é de tumulto. O motivo? Revolta, corrupção, questionamentos éticos, gestão pública suspeita. Independentemente do que seja verdade ou não, a questão é de moralidade.

Aqueles que nasceram de novo e vivem o evangelho devem demonstrar tal condição com sua moralidade. Não há como plantar um melão e colher um abacaxi. O que está na essência no homem carnal é carnal. O que está na essência do homem espiritual é espiritual, é sobrenatural, é de Deus. Portanto meu irmão, goste você de ouvir isso ou não, nossa conduta precisa melhorar e muito. Podemos concordar ou não sobre opiniões políticas, mas temos quee entender que a esperança do povo deveria estar em Deus e se não está, não há outro culpado senão a igreja.

Em todas as suas expressões, o povo de Deus reunido como igreja local deve ser exemplo de moralidade, de ensino de retidão, de correção, de ética, de conduta acima da suspeita e principalmente, de uma vida que inspira. Tem que valer a pena copiar esse povo. Tem que causar admiração. Tem que inspirar. Tem que, no mínimo do mínimo, gerar respeito.

Eu não vou comentar nem opinar sobre protestos públicos ou por midia eletrônica, mas quero fazer um comentário forte: qualquer um pode ir para rua manifestar sua opinião, mas só os cidadãos do Reino de Deus podem chamar a atenção do Rei com suas orações. Centenas de milhares de pessoas podem se aglomerar nas ruas das nossas cidades, mas só nós herdeiros de Deus podemos fazer com que Ele compareça e se faça presente reunindo dois ou mais. Um povo unido pode mudar um governo, derrubar um partido, mudar uma liderança por forte que seja. Mas nós, povo escolhido e sacerdócio real, podemos mudar o destino do mundo.

O que nos falta? Atitude, com certeza. Atitude de moralidade, de retidão, de ética, chamar a atenção para o que fazemos sem chamar a atenção para nós. Mostrar um Cristo ressurreto vivendo na Terra caminhando com meus pés, viajando com meu carro, comprando com meu cartão bancário, pregando com minha boca, curando com minhas mãos, abençoando através de mim.

Paulo teria dificuldade para escrever esta carta nos dias atuais, pois seria bem difícil apontar e dizer observem os que vivem de acordo com o padrão. Que tal começarmos, eu e você, a semear uma nova realidade? Talvez não consigamos mudar o mundo, mas vai ter um bando de gente a menos para ser criticada por aí. E mais: os que forem sendo salvos se farão um conosco. Está deixado o convite.

Luis Antonio Luize

Transformando-se – A Mudança Começa em Mim

Deus sempre termina bem as suas obras. Se você analisar a bíblia verá que todos os acontecimentos que estão lá, assim como os personagens citados, passam por situações difíceis, mas ao final Deus transforma o que parece muito ruim em algo extraordinário.

Temos José que sofreu muito e reinou no Egito. Temos Abraão que não tinha filhos e muito depois teve Isaque e a promessa de uma multidão. Temos o filho pródigo que literalmente torra a fortuna do pai, se arrepende, volta e recebe honrarias. Mas a situação mais emblemática é a própria vida de Jesus, em que morre na cruz sem culpa e então ressurge dos mortos para reinar à direita de Deus Pai.

Tudo que Deus faz é perfeito, e quando a criou a humanidade era perfeita, assim como o homem e a mulher. Note que após criar tudo, Deus descansou e reinou a paz. Desde este dia a paz é o nosso árbitro e indica que estamos fazendo a vontade de Deus.

Mas o pecado é que colocou o mundo em desordem, trazendo a falta de paz. Acabou a comunhão com Deus e com a mulher, tudo tornou-se corruptível, ou seja, vai se estragando se não fizermos nada.

Para sair deste estado de desordem é preciso fazermos algo. A terra precisa ser arada, plantada, regada e cuidada para que dê fruto. Se deixarmos sem fazer nada só vai nascer erva daninha.

Com o gênero humano é igual, ninguém precisa ensinar seu filho a desobedecer, basta não fazer nada, é a natureza humana.

Como escrevi em artigo recente, as características de um grupo é compatível com as do seu líder. Ora, se nos colocamos debaixo da autoridade maligna através do pecado, então vamos demonstrar as características dele: morte, cobiça, mentira, desonra, medo e cansaço, entre outros.

Por outro lado, as características de Deus são: luz, vida, amor, verdade, honra, fé e paz, entre outros tantos. É por isso que precisamos nos converter em quase tudo: costumes, atitudes, forma de pensar e agir, sentimentos e relacionamentos.

Se olharmos nossa vida com esta natureza pecaminosa, acharemos que tudo está ruim, que as pessoas não te amam, que tudo dá errado pra você, que você não é aceito em algum lugar, etc.

Precisamos de uma transformação em nossa maneira de pensar e agir, sair desta situação negativa e olhar para Deus.

No versículo citado acima, está o padrão que descreve a natureza humana. Jesus cita o padrão pelo qual toda a humanidade passa. O jovem se revoltou contra o pai, foi e destruiu tudo que recebeu de herança, se arrependeu, se reconciliou e foi restaurado.

Quando o jovem interrompeu sua comunicação com o pai foi de mal a pior. Foi preciso cair em si e se arrepender para restaurar a comunicação com o pai.

Deus quer que sua vida termine bem. Se sua comunicação com Ele está interrompida, talvez seja necessário “cair em si” e arrepender-se para ser restaurado.

Minha esposa e eu realizamos muitos seminários de cura da alma, e um elemento constante nestes é a grande quantidade de pessoas que precisam se arrepender e pedir perdão para viverem bem.

São inúmeros casos de pais que se acham certos na sua atitude e lançam os filhos na rebeldia, interrompendo a comunicação e o convívio com eles. São esposos ou esposas que se distanciam um do outro e precisam cair em si e arrepender-se para haver a reconciliação e restauração.

Nós podemos ser bem sucedidos e Deus quer que seja assim, mas para isto mude sua atitude, caia em si em relação ao que precisa colocar em ordem na sua vida e transforme-se numa nova pessoa.

PARA EXERCITAR

  • Tenho entendido a responsabilidade dos meus atos?
  • O que preciso entender para que possa me arrepender e viver bem?
Vinicios Torres

Deus Não Nos Livra da Honestidade – O Que Eu Faço

“Senhor, quem habitará no teu santuário? Quem poderá morar no teu santo monte? Aquele que é íntegro em sua conduta e pratica o que é justo” (Salmo 15:1.2a)

Conheci uma mulher que passou pela seguinte experiência.

Ela era secretária de um executivo em uma empresa multinacional há alguns anos e, certo dia, o chefe lhe pediu para realizar um trabalho que ela identificou como uma fraude. Ela se recusou a fazer o trabalho e disse para o chefe que aquilo era errado e que ela não aceitaria participar daquilo. Ele disse que estava tudo bem, que se ela pensava assim não precisava fazer. No dia seguinte, ao chegar na empresa, descobriu que tinha sido demitida. Nem pode entrar para pegar suas coisas, que lhe foram entregues em um caixa pelo próprio RH.

Histórias assim são comuns. Pessoas que pelos princípios que receberam da família ou pelas convicções formadas pela ação da Palavra de Deus em sua mente (Romanos 12:1-2) recusam-se a participar de atividades que sabem ser erradas, mesmo que fazer lhes traga lucro e/ou não fazer lhes traga prejuízo.

Ser íntegro em sua conduta, como diz o Salmo 15:2, significa que a pessoa toma a decisão de não dividir a sua conduta das suas convicções, que fará exatamente o que disse que faria. A pessoa íntegra não precisa de contratos, a sua palavra é suficiente (Mateus 5:37).

Com o passar dos séculos, a humanidade está perdendo a percepção da importância da palavra que sai da sua boca. Nos tempos antigos (e ainda em algumas sociedades não contaminadas pelo relativismo moderno) a palavra de um homem era tão importante e significativa, que este, se necessário dava a sua vida ou liberdade para cumpri-la.

É por isso que podemos confiar em Deus e na Sua Palavra. Ele, criador e sustentador de todas as coisas pela palavra que sai da Sua boca (Salmo 33:6,9, Hebreus 1:1), fez promessas e declarou mandamentos, decretos e leis. Ele prometeu, ele cumprirá (Números 23:19).

Muitas vezes enfrentamos situações em que nos passa pela mente que se dermos uma pequena “flexibilidade” ao nosso conceito de honestidade poderemos auferir uma vantagem ou escapar de um problema. Afinal de contas que mal trará uma pequena esquecida? As dificuldades que podem vir se ficarmos firmes em um posicionamento podem ser maiores do que as que estamos dispostos a enfrentar.

O apóstolo Tiago nos anima quando diz que devemos ficar felizes quando passarmos por aflição, pois ela trará benefícios da parte do Senhor, e o apóstolo Pedro nos exorta que se vamos sofrer, soframos por fazer o bem, pois então teremos “crédito” para sermos recompensados, mas se formos desonestos, o sofrimento terá sido justo e nada nos restará após ele acabar.

O pensamento de que Deus não nos livra da honestidade, me veio após ter que resolver diversos problemas que a imobiliária nos impôs na entrega da casa. Durante anos, cuidamos da casa como nossa mesma e fizemos o que entendíamos que o contrato nos obrigava. Ao fazer a vistoria de entrega, a imobiliária exigiu vários itens que não havíamos contemplado. O grande problema: não tínhamos mais orçamento para nada.

Com dor no coração, avaliamos cada item e separamos aqueles que eram abusivos e respondemos formalmente que não faríamos e por quê, e os demais demos o jeito que foi possível. Em várias coisas deu-nos a tentação de maquiar para parecer que tínhamos resolvido, mas preferimos, mesmo sofrendo com o prejuízo, substituir por itens novos ou mandar consertar.

Várias vezes orei: “Deus me faz não ter que gastar dinheiro com isso, me livra da opressão desta imobiliária.” Mas todas as vezes que assim o fazia, me lembrava do verso do Salmo 15, e dizia para Deus: “Ok, Senhor. Eu quero poder continuar entrando em tua presença com as mãos limpas.”

Confiamos na promessa de Deus (a Sua Palavra proferida): “E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos.” (Gálatas 6:9).

Ser honesto é fazer o bem. Sempre.

Ah, a mulher da história lá no começo. Quase dois meses depois de ter sido demitida, ela recebeu o telefonema da empresa pedindo para comparecer a uma entrevista com o presidente. Ela foi, mesmo sem saber por quê, confiante no fato de que nada devia. Na entrevista, o presidente lhe contou que as operações fraudulentas do seu ex-chefe estavam sendo investigadas na época em que ela foi demitida, e após a conclusão das investigações seu ex-chefe foi demitido da empresa. Por causa, da sua atitude honesta de se recusar a participar do esquema, mesmo perdendo o emprego, o presidente ofereceu a ela um novo trabalho, agora como assessora da presidência.

Se não desanimarmos, colheremos os frutos da nossa honestidade.