Mário Fernandez

Cruz – Problema Seu

“Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Filipenses 2:6,7)

Já ouvi diversas vezes a frase “Deus tem mais o que fazer do que resolver os meus problemas”. Hoje quero meditar no seguinte: isso está correto!

Antes de apedrejar como herege, permita-me expor meu ponto. O texto acima nos fala que Jesus abriu mão de tudo que tinha na Glória Eterna para ser homem como nós. Escolhi este texto pois, além de meu favorito da Bíblia toda, ele demonstra um ato da parte de Deus em nosso favor para “resolver problemas”.

Em Mateus 5 ele prometeu sustento e provisão. Em Mateus 11 ele disse para lançar sobre Ele o cansaço. Isaías 53/Mateus 8 diz que Ele tomou sobre si toda sorte de enfermidade. 1 Pedro nos ensina a lançar sobre Ele a ansiedade. 1 João fala que Ele se manifestou para destruir as obras do diabo. Tito 2 diz que a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.

Pergunto-lhe: se tirar tudo isso de sua vida ainda sobra problema? Então, a resposta para o nosso enigma não é nada difícil: entregue seus problemas a Ele, confie na boa mão Dele e esqueça. Os problemas passam a ser Dele, daí ele resolve. Enquanto estiver preso na sua mão não é problema Dele, não há motivo para ele resolver. Não consigo encontrar nenhum versículo bíblico que diga “segura aí que eu resolvo”. Tem dezenas de “entregai” ou “lançai” ou “confiai” ou “trazei-me”. É simples como o evangelho: abre mão de cuidar de si mesmo e deixa Deus cuidar.

Deus tem mais o que fazer do que resolver os teus e os meus problemas: Ele tem trilhões de problemas sendo resolvidos por gente como eu e você que a Ele entregaram confiadamente seus próprios sofrimentos, dores, doenças, mazelas, enfim todos os fardos que pesavam.

Muito mais do que uma mera meditação, eu diria que isso é um convite ao aprendizado. Aprender a entregar a Ele, a confiar Nele, a depender Dele. Deus poderia fazer diferente, mas Ele optou por nos tratar assim. Se por um lado somos responsáveis pelas nossas decisões, por outro lado podemos receber alívio ao decidir por Ele.

Termino essa meditação com o texto de João 14 – Não se preocupem, eu já dei um jeito, na casa de meu Pai tem espaço para todos vocês (paráfrase minha). E isso, para variar, foi feito na Cruz.

“Senhor, obrigado por me fazer perceber o quanto o Senhor tem interesse em tomar para Si meus problemas e aflições. Aquela cruz foi um marco de esforço do Senhor para isso.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Semelhança

“Eu falo o que vi junto de meu Pai;” (João 8:38)

Quanto mais nós formos semelhantes a Jesus, menos parecidos seremos com qualquer coisa que está sendo propagandeada hoje em dia. Vi, recentemente, um pedaço de vídeo mostrando um famoso teleevangelista amaldiçoando os opositores do seu ministério. SE o vídeo for verdadeiro, é uma demonstração triste da inversão dos valores do Evangelho, já que Deus, em Jesus Cristo, ordenou claramente que devíamos abençoar os que nos amaldiçoam e orar pelos que nos perseguem.

Tristemente, vejo a mesma reação em muitos dos que estão hoje em posição de liderança. Para manter os seus feudos e territórios usam dos mesmos subterfúgios. Muitos dos liderados acabam sendo levados a crer que essa é uma atitude válida, já que seus incensados líderes dão este exemplo.

Às vezes é difícil perceber que alguns líderes amaldiçoam sem usar esta palavra. São mais sutis, disfarçam a intenção com atitudes dissimuladas, travestem o isolamento a que submetem seus liderados como interesse na sua proteção.

Curiosamente, em nenhum momento Jesus demonstrou interesse ou atitude de segurar alguém ou impedir que este fosse para outro lugar ou que alguém fizesse o que tivesse que ser feito. Até censurou os discípulos por quererem impedir alguém que não andava com eles de pregar em nome de Cristo.

Quanto mais semelhantes a Jesus menos apegados seremos a coisas e pessoas, já que estaremos, como Ele, descansando na confiança do poder e do amor de Deus,o Pai.

Jesus não se preocupava com os que o perseguiam. Sabia que quando a hora decidida pelo Pai chegasse, tudo aconteceria como Ele planejara. Assim, Ele sabia que se não fosse a hora, a perseguição cessaria ou o levaria para a próxima oportunidade.

Os que vivem na presença de Deus podem viver tranquilos que todas as coisas cooperam para o bem e que nada está fora do controle dEle.

Viver esta realidade de comunhão com o Pai nos leva ao patamar onde oraremos aquilo que Ele coloca em nós. Se for para pedir, pediremos; se for para ordenar, ordenaremos; se for para determinar, determinaremos; se for para confessar, confessaremos; se for para lutar em oração, lutaremos; se for para nos calar, calados ficaremos.

Deixamos de viver a pressão de estar lutando constantemente, amarrando o Diabo todos os dias e vivendo em vigilância paranóica. Vigiaremos sim, mas vivendo com a alegria da presença e do cuidado do Pai.

Jesus disse que fazia o que via o Pai fazer e dizia o que ouvia o Pai dizer. Assim nós também devemos ser semelhantes a Ele. Ouvir o que o Pai fala e falar e obedecer conforme for o caso.

“Senhor, faz da minha boca manancial de bênção vindo da Tua presença.”

Vinicios Torres

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Casamento é Interdependência

“Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo.” (Efésios 5:21)

Muito se tem dito e escrito a respeito do casamento, sendo que algumas vezes se chega a conclusões erradas devido à análise isolada dos papéis e responsabilidades do marido e da esposa.

O texto do capítulo 5 de Efésios é muito rico sobre este tema e deve ser analisado na sua completude e não de forma isolada.

Bastante se fala sobre a submissão da esposa ao marido, mas antes de tratar das responsabilidades de cada um o apóstolo Paulo inicia tratando da submissão mútua, ou seja, que ambos são iguais diante de Cristo Jesus e devem se submeter um ao outro.

Se não houver esta sujeição à Cristo, tudo o mais que possa ser dito a este respeito não passa de um acumulado de regras sem sentido que somente nos levará à ruína.

Além disto, este conjunto de orientações é analisado de forma intercalada pelo apóstolo. Por exemplo, não há como entender a submissão da esposa ao marido sem analisarmos o caráter de liderança que se exige do marido.

O fato é que a vida conjugal com seus princípios e mandamentos para o marido e para a esposa não podem ser tratados de forma isolada, pois são a face de uma mesma moeda. Uma face de uma moeda não pode existir sem a outra face – sem uma das faces não há moeda.

Tanto esposo quanto esposa possuem a mesma posição em Cristo, são filhos de Deus, claro que, desde que sejam cristãos autênticos, tendo nascido de novo em Cristo. Portanto, são iguais em Cristo, sem distinção, podendo também cada um ter os seus dons espirituais. Naturalmente, o Deus Todo-Poderoso lhes dará dons complementares para que possam fazer mais no Reino de Deus quando em unidade.

Relativamente a isto, são irmãos em Cristo e devem também amar-se com a característica do amor fraternal, que é bastante tratado na Palavra de Deus. Significa que no dia bom, os cônjuges devem amar-se um ao outro com alegria. No dia mal, devem exercer o mesmo amor de Deus Pai que nos concedeu Jesus quando éramos inimigos Dele e estranhos. Quando fazemos isto acumulamos brasas vivas sobre a cabeça do nosso cônjuge, o que será benção para nós e para o casamento.

Quando chegamos às funções e responsabilidades, começa uma distinção. A Palavra cita o marido como cabeça do lar e a esposa como auxiliadora. Observe que há uma necessidade natural de que as funções sejam distintas, senão não se conseguirá obter a unidade. É assim em qualquer local onde reúnem-se algumas pessoas para realizar algo.

E o casamento tem como objetivo, entre outros, de criarmos em um lar amoroso os nossos filhos sendo exemplos de amor e compreensão mútua.

As responsabilidades também são distintas, de forma que não haja sobreposição de atividades e tampouco atividades não realizadas que deixariam lacunas no lar.

Ao esposo cabe liderar, amar, alimentar e cuidar. Hoje em dia, muitos maridos têm se esquivado desta responsabilidade, amedrontados pela incerteza futura, esquecendo-se de que este papel é comparado ao de Cristo, e que Ele mesmo auxilia o marido a cumprir seu papel.

De outra parte, à esposa cabe submissão à liderança, o respeito e a beleza interior e exterior, sendo esta semelhante à uma noiva, que se prepara para encontrar o noivo, o qual compara-se à igreja de Cristo.

Alguns podem se sentir desconfortáveis com esta lista de responsabilidades, mas explanarei cada uma delas mais à frente e ficará claro o sentido, o contexto e a importância de cada uma.

PARA EXERCITAR COM SEU CÔNJUGE

  • Tenho assumido minha função no casamento conforme a Palavra?
  • O que posso fazer para me ajustar à orientação da Palavra?

“Pai celestial, que meu relacionamento conjugal esteja plenamente alinhado à Sua vontade e à Sua Palavra. Reconheço que durante algum tempo andei longe disto e acumulei situações indesejáveis e difíceis sobre meu casamento. Que com Seu auxílio eu possa me realinhar ao teu plano. Amém!”

Luis Antonio Luize

Vinicios Torres

O Que Você Vai Fazer no Fim de Semana?

Qual seria a sua resposta agora?

A maioria dos cristãos responderá que, entre outras coisas, vai à igreja. A maioria irá no domingo. Os mais jovens podem até ir no sábado na reunião especial para a juventude e no domingo junto com a congregação toda. Nas igrejas mais tradicionais acontecerá a escola dominical no domingo de manhã e muitos ainda voltam ao culto domingo à noite.

Muitas pessoas participam da programação de suas igrejas nos finais de semana por mero costume. Simplesmente já se habituaram a fazer isso e o fazem sem pensar. Acostumaram-se a ver as pessoas do fim de semana e a assistir a uma programação diferente daquilo que fazem no dia a dia. Para essas pessoas raramente os finais de semana são significativos.

Já outro grupo de pessoas se sente responsável por estar envolvido nas atividades da congregação. Elas carregam um peso e sentem que se não estiverem lá as coisas não acontecerão como devem acontecer. Para essas, a chegada do fim de semana pode ser motivo de estresse e não desfrutam do descanso que o afastamento do trabalho semanal se propõe a dar.

Existem pessoas que não querem mais reunir-se com a igreja no final de semana, ou em qualquer outro dia. Justificam isso com todos os motivos que conseguem encontrar. Afastaram-se e, com o tempo, não sentiram mais necessidade.

Essas atitudes todas contrastam com a atitude demonstrada pelo salmista quando afirma com êxtase:

“Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.” (Salmos 122:1)

Interessante que, independentemente do seu estado emocional, você pode decidir alegrar-se. Se assim não fosse seria incoerente as tantas vezes que a Bíblia registra a ordem “Alegrai-vos”. Portanto, o salmista reage ao convite para estar na casa do Senhor com alegria.

A atitude com que você decide fazer algo determina os resultados que obterá.

Mesmo que você esteja triste, passando por dificuldades e enfrentando problemas, pode decidir alegrar-se ao se reunir com seus irmãos. Estar juntos na casa de Deus nos ajuda a entregar a Ele os problemas, orar e interceder uns pelos outros e animarmos e fortalecermos uns aos outros.

Quem se afasta do convívio dos irmãos e perde a alegria de ir à casa de Deus, vez após vez vai esfriando o amor por Deus, afasta-se da Sua Palavra e começa a achar explicações lógicas para o que antes considerava como mover de Deus em sua vida. Quando menos espera, perdeu-se pelo caminho, achando que não precisa mais de Deus, afinal acostumou-se a não sentir necessidade da comunhão com os irmãos, nem dos momentos de adoração e ministração da Palavra.

Então, , o que você vai fazer no fim de semana?

Vinicios Torres

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Como Sair de Dívidas

“Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza. O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá.” (Provérbios 11:24,25)

Quando já estamos numa situação financeira complicada, a primeira coisa a fazer é parar de gastar, ou, como dizem, se estiver num buraco pare de cavar.

Na maioria das vezes que ficamos maus financeiramente é porque gastamos além da conta, raramente há outros motivos para isto. Sugiro aqui alguns passos simples para ajudar neste momento.

Procure sair da dívida – você precisa assumir o compromisso com você mesmo de querer sair da situação e pagar o preço que for necessário para isto, ou seja, viver com menos durante um bom tempo. Serão alguns meses ou anos “magros”, mas você parará de gastar e aprenderá a viver com menos. Você vai se surpreender em saber como pode viver com menos! Tenha disciplina, isto lhe ajudará nesta caminhada.

Estabeleça prioridades nas compras – jogue fora todo o orgulho e compre somente o necessário. Aprenda a distinguir entre necessidades e desejos. Faça perguntas a você mesmo:

  • Necessito?
  • Posso pedi-lo, ganhá-lo ou pegar emprestado?
  • Serviria um menos sofisticado ou mais simples?
  • Posso comprar usado?
  • Comparei preços?
  • Consultei meu cônjuge?
  • Já dei a Deus a oportunidade de me prover?

Não tome dinheiro emprestado – você está procurando sair das dívidas, não as aumente ainda mais. Viva com o que tem recebido e só.

Pague tudo que é devido – seja honesto em seus negócios e na sua palavra e pague tudo. Negocie com os credores, é muito melhor receber uma visita ou ligação de alguém dizendo que quer pagar e deseja negociar do que “sumir”. Esta fidelidade pode e deve começar a ser exercida na contribuição a Deus e sua obra.

Faça um plano financeiro familiar – envolva a família na elaboração deste plano. Discuta-o com seus familiares e apliquem o plano em conjunto. Você ficará impressionado de como até as crianças vão entender e te ajudar neste período. Esta honestidade e transparência com seus familiares fará com que te respeitem ainda mais.

Já cheguei a fazer uma planilha com 24 meses de informações de entradas e saídas para organizar nossas finanças, o que foi muito importante para nós naquele período.

Não se esqueça da Palavra de Deus e das suas promessas – o versículo acima é a chave da vitória para nós. Quando observamos algumas culturas, vemos que são muito diferentes da nossa. Aqui no Brasil, todos procuram pagar o menos possível para tudo e não se dá algo, mas ao contrário, queremos sempre receber algo. Isto é diferente na cultura norte americana, por exemplo.

Um amigo me disse que foi a um restaurante lá estes dias, e um militar reformado que havia lutado numa guerra estava jantando ali. Quando ele foi pagar a sua conta, três homens se anteciparam e não permitiram que ele pagasse, quando souberam que uma quarta pessoa já havia pago a conta dele.

Que interessante, honraram àquele que havia defendido a nação para que eles não precisassem lutar. Aqui sequer damos valor a quem nos defende.

O povo de Israel também dava voluntariamente a Deus e aos sacerdotes e eram muito abençoados. Mas nosso povo tem o entendimento de que isto será um sacrifício e retém.

Logo, siga todos os passos acima e faça um propósito com Deus de ser generoso para com o que Ele já lhe pediu e com aquilo que Ele vier a lhe pedir. Não tenho dúvidas de que você será abençoado, pois é uma promessa Dele.

PARA EXERCITAR COM SEU CÔNJUGE

  • Como as dívidas tem afetado meu relacionamento?
  • O que posso fazer para sair das dívidas o quanto antes?

“Pai celestial, te peço que me ajude a sair das dívidas. Te peço perdão por ter me envolvido em despesas desnecessárias que comprometeram minhas finanças e meu relacionamento. Tomo a decisão de rever minha maneira de agir em relação às finanças e à generosidade. Me dê toda a sabedoria e disciplina necessárias para isto. Amém!”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Cruz – Fiança

“e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.” (Colossenses 2:14-15)

Um aspecto colateral dessa “fiança” trazida por Jesus à nos na cruz, se refere nitidamente ao senso de endividamento. Na minha geração que aí está, fica muito claro que a corrupção, o senso de impunidade, o descaso com as leis, a incompetência, o descontentamento com as políticas públicas – para não ir além – são fatores comuns e da grande maioria, não apenas no Brasil mas em diversos países. Vivemos um momento histórico de instabilidade social e emocional generalizada. Isso, meu querido, me deixa claro que perdemos o senso de dívida com Deus.

Por conta destes e outros tantos fatores, nossa humanidade pós-moderna do século XXI está se achando auto-suficiente e evoluída, mas estou seguro de que aos olhos de Deus não passa de um povo “pobre, cego e nú”. Obviamente estou generalizando, pois há sim aqueles cujo mover de Deus em suas vidas faz toda diferença, para eles e para seus próximos. Mas estou certo e convicto de ser uma minoria.

Tudo isso me remete à cruz de uma forma clara e direta, no sentido dela ser o lembrete, a marca, o sinal, o referencial e até mesmo, se preferir, o símbolo. De quê? De que fomos, estivemos e continuaremos eternamente endividados. Me permita explicar.

Primeiro éramos devedores a Deus pelo nosso pecado, ou melhor, pela nossa natureza pecaminosa. Dívida impagável, sentença de morte. Esta dívida, para todos aqueles que Nele crerem, nos ensina a Bíblia, está paga. Mas não podemos esquecer que existia essa dívida; ignorá-la não é sinônimo de eliminá-la.

Depois, por conta da fiança ter sido executada, passamos a dever ao fiador, Jesus Cristo o Justo, em outra moeda. Se antes era sentença de morte, agora é uma sentença de vida – mas ainda há uma dívida a ser saldada. Uma dívida de gratidão a ser paga em liberdade e fé, para que eu faça por merecer, não a minha salvação da morte pois esta não se compra com merecimento, mas minha identidade de salvo, meu nome de salvo, meu legado e herança de salvo.

Resumo este entendimento de uma forma bem simples: Endividado? Sempre! Condenado? Nunca mais!

Deus nos ensine a viver assim, pois se a Ele entregamos nossa vida, nossa alma e nosso coração, por que ainda ficamos esperneando para usá-la como queremos?

“Senhor, obrigado por ‘trocar’ minha dívida de morte por uma dívida de gratidão. Esse preço foi muito alto, mas eu não alcanço compreende-lo. Quero apenas te pedir para me levar além em gratidão, ainda que eu não mereça.”

Mário Fernandez

Luis Antonio Luize

A Fé Começa Em Casa – Seja um Grande Credor

“O rico domina sobre o pobre; quem toma emprestado é escravo de quem empresta.” (Provérbios 22:7)

Os mais antigos são unânimes em dizer aos mais jovens que a vida hoje é mais fácil, que no passado não se tinha tanta facilidade como temos atualmente. Era difícil ter as coisas, era muito suado.

Esta facilidade deve-se às linhas de crédito que estão disponíveis ao consumidor. Antigamente os bancos eram poucos e as financeiras idem. Para ter uma casa havia uns dois bancos no máximo em que se podia financiá-la e não era nada fácil e nem barato.

Ao longo do tempo os bancos foram aperfeiçoando seus métodos, a legislação a respeito de empréstimos mudou, e as financeiras descobriram como recuperar seu patrimônio para que os bancos não perdessem dinheiro. Com isto, ampliaram-se as linhas de crédito, facilitando a obtenção de bens móveis e imóveis, duráveis e de consumo, e o acesso e disponibilidade a estes passou a ser mais comum.

O objetivo das financeiras e bancos, naturalmente, é obter lucro. Para isto, normalmente capta dinheiro de quem tem e precisa investir, pagando em torno de 0,5% a 1,5%/mês, isto para a poupança e aplicações conservadoras. Do outro lado, empresta para um financiamento a 1,7% a 14%/mês, desde financiamento de carros até cheque especial/cartão de crédito.

A diferença destes dois valores fica com o banco, que trabalha com o dinheiro destas pessoas. Não é a toa, que os bancos estão tendo lucro sobre lucro num momento em que nossa economia está vacilante e o desemprego aumentando.

Com estas facilidades de acesso ao crédito que dispomos hoje, podemos fazer um bom ou mal uso. O bom uso é poder adquirir os bens essenciais e de acordo com as nossas possibilidades, escolhendo as linhas de crédito mais baratas e que estejam de acordo com as nossa possibilidades.

Por outro lado, se não tivermos sabedoria em utilizar aquilo ao qual temos acesso, poderemos nos tornar escravos. Você já deve ter ouvido notícia de pessoas que deviam tanto que resolveram, num momento de fraqueza, dar cabo da sua vida pela impossibilidade de pagá-las; um caso extremo e que jamais deve ser seguido. Mas também ouviu ou sabe de pessoas até próximas que estão mergulhadas em compras pouco úteis, desnecessárias ou imprudentes, por exemplo: vou comprar um carro, então escolho o melhor tipo, o mais caro e parcelo a dívida com uma grande prestação.

Isto é a receita para o desastre, a menos que disponha de uma renda mensal suficiente para isto. Mas se é um assalariado, como fica caso tenha um revés? É preciso refletir para não comprometer o orçamento doméstico só para satisfazer um desejo supérfluo ou por posição social.

Ao fazer assim, muitos tem ficado “atados” ao seu credor e não conseguem mais nem dormir direito. As finanças são um dos maiores fatores de divórcio em muitos países.

Não quero com isto te dizer para não usar os recursos de crédito disponíveis, mas que faça bom uso. Por exemplo, se vai comprar um carro, guarde o dinheiro da entrada para que possa financiar o restante sem juros ou com juros muito baixos, os menores possíveis, e compre um modelo adequado ao bolso da sua família. Quer dizer, faça as contas e não compre por impulso.

Na época do Antigo Testamento, em que o provérbio acima foi escrito, já se emprestava dinheiro, e a juros altos, assim como na época em que o apóstolo Paulo escreveu o texto de Romanos 13:8 em que ele nos exorta a dever apenas o amor.

Portanto, precisamos aprender a lidar com o dinheiro e dividir nossas decisões com nosso cônjuge porque dois pensam melhor do que um, e façam tudo em acordo. Orem juntos e peçam orientação de Deus, que pode vir na forma de uma paz interior e, além disto, consulte alguém que conheça mais do assunto. Tenho certeza que vocês se sairão muito melhor na vida financeira, serão mais felizes, evitarão desentendimentos, serão menos ansiosos sobre o dia de amanhã e, sobretudo, serão servos apenas de Jesus e credor de muito amor daqueles que o rodeiam, inclusive do seu cônjuge.

PARA EXERCITAR COM SEU CÔNJUGE

  • Como minhas decisões econômicas afetado meu relacionamento?
  • O que posso fazer para ter mais sabedoria em minhas compras a prazo?

“Pai celestial, te peço que me dê a sabedoria necessária para dirigir minha vida financeira. Ensina-me e me dê a humildade de buscar conselho com meu cônjuge e com uem for necessário, antes de tomar uma decisão. Te peço perdão por todas as vezes em que não agi assim, e que tudo se torne novo em mim a partir de hoje. Quero ser livre em nome de Jesus. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Vida Simples

“Esforcem-se para ter uma vida tranquila, cuidar dos seus próprios negócios e trabalhar com as próprias mãos, como nós os instruímos; a fim de que andem decentemente aos olhos dos que são de fora e não dependam de ninguém.” (1 Tessalonicenses 4:11, 12)

O consumo é uma atividade econômica fundamental em uma sociedade que produz bens e serviços, ou seja, que produz e distribui. Os economistas desenvolveram inúmeras teorias a respeito do consumo e concluíram que há muitas pessoas que desejam algo e, se este item é escasso, então o preço será alto, se por outro lado existe em abundância, então o preço será baixo.

Ora, se existe mercado para um produto ou serviço, então pode-se produzir ainda mais abrindo novas fábricas, gerando empregos e novos negócios. O passo seguinte é quando este mercado já possui muitos competidores que precisam “brigar” pelos clientes, então iniciam-se as propagandas de divulgação e a criação da “necessidade” na mente do cliente com o objetivo de que consuma ainda mais, precisando ou não.

Assistimos a novas propagandas do produto, sempre com belos atores em paisagens deslumbrantes, passando a impressão de que ao consumir aquele produto seremos iguais ou ao menos nos sentiremos da mesma forma, ou ainda, passar a imagem de que vivemos assim.

As embalagens são coloridas para chamar a atenção e serem compradas. Os aparelhos eletrônicos são aperfeiçoados a cada dia com novas funções e capacidades.

Como a marca da nossa sociedade é o consumo e o supérfluo, somos inseridos nisto com muita facilidade, de fato, as novas gerações nascem dentro deste contexto e lhes parece normal consumir.

O fato é que muita gente tem se perdido e se iludido pelas propagandas e belas embalagens, achando que precisa de algo que não tem o menor sentido para si e sua família, a não ser trazer dificuldades econômicas, dívidas, preocupações e mais trabalho para pagar o excesso de gastos.

Quem nunca comprou algo que achava tão necessário, ou que era uma pechincha, uma oportunidade e quando chegou em casa colocou num canto e usou uma vez só? Talvez não fosse tão caro, mas para não ser usado é caríssimo!

É o marido que deseja um carro novo com mais opcionais para que possa mostrar aos amigos que está bem e se sentir bem, assim como a esposa que, podendo ou não, compra aquele vestido, sapato e bolsa para um evento porque não pode ficar mal perante a sociedade ou que muda seu corpo para se ajustar ao padrão imposto pela mídia.

É o modelo novo do smartphone que passa a ser necessário, porque o anterior não traz determinada função desconhecida e desnecessária até ser lançada, mas que então é prioridade máxima.

Quem vive assim está numa espécie de escravidão. No entender da maioria das pessoas da nossa época, quem vive de maneira simples demonstra fraqueza e incapacidade.

Você pode pensar que se possui dinheiro suficiente, que mal tem em comprar muitas coisas? Nenhum mal, mas se estas compras são para saciar algo dentro de você que uma compra aplaca por um tempo apenas, precisando comprar de novo logo depois, então te digo que está numa espécie de vício de comprar, e isto se chama consumismo.

Muitas famílias já foram tremendamente prejudicadas por este vício, seja dele ou dela, levando à ruína as finanças familiares e pessoais.

Precisamos estar atentos para não cair nos apelos da mídia e buscar orientação do alto para sairmos deste círculo vicioso e estarmos satisfeitos com aquilo que temos, sem ansiedade, excessos e preocupações desnecessárias.

E lembre-se, só há uma pessoa que consegue saciar nossa sede de maneira permanente, é Aquele que nos dá a água da vida, Jesus Cristo. Como Ele próprio disse: “Quem beber desta água nunca mais terá sede”. Que estejamos saciados buscando a Ele em oração todos os dias e assim viverão bem em família e darão bom testemunho aos de fora.

PARA EXERCITAR COM SEU CÔNJUGE

  • Como o consumismo tem afetado meu relacionamento?
  • O que posso fazer para viver de maneira simples?

“Pai celestial, te louvo por suprir minhas necessidades, perdoe-me por buscar paz fora de Ti, pois somente Tu é a fonte de vida e paz. Ensina-me a depender somente de Ti e viver uma vida de acordo com a Tua Palavra, em nome de Jesus. Amém!”

Luis Antonio Luize