Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Como Religar Gerações

“Mas, antes que chegue aquele grande e terrível dia, eu, o Senhor, lhes enviarei o profeta Elias. Ele fará com que pais e filhos façam as pazes para que eu não venha castigar o país e destruí-lo completamente.” (Malaquias 4:5,6)

A mais poderosa arma que existe para religar gerações é o perdão. Alguns podem ficar chocados com esta afirmação e retrucar que a mais poderosa arma é Jesus ou o amor.

Mas eu digo a vocês que muitos que se dizem cristãos possuem um coração amargurado e triste, carregam muitas dores em si mesmos, andam pela vida quebrando relacionamentos e sem comunhão e quando caem em si não possuem amigos ou familiares por perto, tudo porque não perdoam.

Afirmo, novamente, que uma pessoa perdoadora possui amor-próprio e pelos demais e se não conhece Jesus, certamente Ele irá se apresentar a ela e passarão a ser bons amigos.

Uma pessoa perdoadora torna-se um missionário, pois fala das bênçãos que recebeu a todos que encontra, já que o remédio do perdão cura muito mais do que imaginamos.

Tudo começa com a conscientização de que você não é o centro do universo e, portanto, algumas vezes toma atitudes que não são corretas. Por não trilhar o caminho do perdão as pessoas ficam desesperadas e algumas dão fim à sua vida, pois acreditam que não tem mais jeito. Fizeram tanta coisa errada que não tem como consertar.

Isto não é verdade. A Palavra de Deus diz “eis que tudo se fez novo”. Se há quem possa tornar tudo novo é Jesus, através do reconhecimento e do perdão. A primeira coisa a ser feita é reconhecer que é falho e que suas atitudes não são suficientes para corrigir tudo. Correr para os braços de Jesus e deixar Ele assumir suas dores e erros e tornar tudo novo.

Auxiliamos no caso de uma jovem senhora que, quando o seu relacionamento conjugal foi estremecido, acusou-se de tal maneira que estava a beira do desespero. A orientação dada foi bem simples, perdoe.

Ela assim fez. Gostou tanto do resultado que procurou todos os relacionamentos quebrados para pedir perdão e acabou por unir com laços de amor todos à sua volta. Ela está bem consigo mesma, já não sente mais a culpa em seu coração mas uma paz duradoura proporcionada por Cristo Jesus.

Telma teve uma experiência própria com o perdão. Ela teve uma criação bastante dura por parte dos pais, principalmente por parte de sua mãe. Quando casamos ela possuía marcas emocionais fortes que precisavam do bálsamo de Gileade.

Foram muitas as noites de conversa, escutando seu coração ferido e orientando para o perdão. A mágoa era grande o que a impedia de ministrar o perdão imediatamente.

Foram necessários períodos de jejum e de oração, até que o Espírito Santo falou diretamente com ela e disse:

— Você precisa perdoar sua mãe.

— Até você está contra mim Deus? Ela respondeu indignada.

Ainda com o coração ferido mas disposta a agir conforme esta orientação ela propôs um desafio para fortalecer a sua fé.

— Está bem, então eu vou pedir perdão. Como ela me ofendeu publicamente, eu vou perdoar a ela em público também. Farei assim, vou no culto de quinta-feira na igreja que ela dirige e se é o Senhor que fala comigo e se é o perdão que preciso dar, então a missionária Maria Rosa estará lá, vai ser chamada para cantar e vai cantar tal música, ao final ela mesma irá me chamar para dar uma saudação ao povo.

Desafiar a Deus é pedir para ser abençoado, Jacó lutou com o anjo e ganhou um novo e poderoso nome, Israel. Moisés salvou o povo da destruição. Como seria este caso?

Pois bem, na semana seguinte ela vai ao culto. Chega lá com o culto já iniciado e senta-se discretamente para ninguém notar.

Em alguns minutos chega a missionária Maria Rosa, que é chamada à frente para saudar a igreja.

— Boa tarde irmãos! Diz ela. É um prazer estar aqui com vocês. Como sabem estou morando em Cuiabá, mas o Espírito Santo me tocou a semana passada para que viesse para Curitiba e estivesse aqui no culto hoje.

— Eu vou louvar a Deus com uma música, pode soltar o playback irmão!

Telma levou um susto, era a música que ela tinha pedido a Deus e pensou: – Vou ter que perdoar.

Concluída a música ela procura por uma pessoa no meio do povo e parece encontrar.

— Não costumo fazer isto irmãos – diz ela – mas o Espírito Santo insiste comigo que é para eu chamar a irmã Telma para dar uma saudação ao povo. Estou vendo ela ali, vem aqui irmã Telma.

Pronto! Desafio cumprido, não tinha outro jeito senão ir em público e perdoar à sua mãe. Era esta a vontade de Deus para ela.

— Boa tarde irmãos. Ela inicia dizendo meio sem jeito. Bem, eu estou aqui hoje para perdoar a minha mãe.

E explica por que precisa perdoar e como Deus a havia dirigido a fazer desta forma. Chama a sua mãe, abraça-a e perdoa-a. Imediatamente sente um alívio intenso, como se um peso houvesse sido tirado das suas costas. Ela está bem.

Terminada sua saudação e perdão e ainda abraçada à sua mãe, Telma lhe passa o microfone. Abraçadas, naquele clima terno, todos esperavam um gesto de carinho dela, mas ao contrário:

— Estão vendo irmãos, quem fala de mim Deus manda aqui no púlpito para pedir perdão – disse ela de maneira altiva.

Poderia ser uma decepção. Telma havia acabado de perdoar e novamente era ofendida, mas desta vez esta atitude da sua mãe não mexeu mais com suas emoções, ela estava curada. Pela primeira vez ela pode enxergar sua mãe como uma pessoa humana com falhas, assim como todas as demais e teve compaixão dela. Passou a orar por ela para que Deus pudesse tocar seu coração e transformar suas atitudes.

Hoje, são amigas e confidentes, o relacionamento foi restaurado e as atitudes são novas, da mesma maneira como as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã.

“Pai amado, Graças te dou por me orientar em cada passo da minha vida. Faz com que eu tenha um coração perdoador, assim serei um mensageiro de boas novas e restaurador de gerações. Desejo que a minha família seja restaurada, a comunhão entre nós, a amizade e o companheirismo. Ajuda-me nisto. Amém!”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Novidade de Vida – Adoração da Meia-Noite

“E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam.” (Atos 16:25)

Eu sou um adorador na essência de tudo que sou e que faço, portanto quero usar de muita liberdade nessa meditação. Adorar vai além de cantar, de declamar um poema, ou de qualquer expressão artística que aponte para Deus. Adorar é colocar Deus no lugar Dele e eu ir para o meu lugar. É reconhecer Sua Essência Divina, é se perder no tempo e no espaço para desfrutar da Face do Todo Poderoso, é esquecer de pedir, é sentir a Presença Dele de forma sobrenatural. Adorar é o mais perto que podemos chegar do Pai Celeste enquanto ainda nesta vida.

Podemos usar a ferramenta da música para adorar, mas é apenas um meio. Paulo e Silas foram presos, maltratados e ainda assim encontraram forças para orar e cantar ao Senhor em plena meia-noite. Talvez você, como eu, viva dias de meia-noite em sua vida, mas creia em mim: toda noite passa e, ao amanhecer, as misericórdias se renovam, a alegria vem, algo acontece. As madrugadas às vezes são longas, o choro dura mais do que as forças, mas nada, absolutamente nada, impede meu sentimento de adorar. É a prioridade. É o que faz acontecer.

Paulo e Silas poderiam estar gritando, lamentando, chamando anjo, criticando o governo ou, como eu e você geralmente fazemos a meia-noite, dormindo. A maioria de nós a essa hora estará dormindo, coisa normal, natural. Mas um adorador, esse não tem hora para isso, não tem cansaço que o vença.

Minhas maiores experiências de sentir a Presença de Deus, sem dúvida, foram adorando – às vezes entre lágrimas sofridas por dificuldade financeira, enfermidade, desapontamento, traições, fracasso em cima de fracasso, desânimo, cansaço, lutas e mais lutas. Mas Aquele que Era, que É e que Há de Vir, sempre veio em meu socorro, nunca me deixou na mão, jamais me abandonou nem me desamparou. A Ele meu fôlego, minha vida, minha voz e minha força até que venha o Senhor. Outras vezes era tanta satisfação e alegria, tanta vitória, tanto o que agradecer, que eu nem conseguia fazer isso, era só reconhecer a Santidade Dele, a Santidade Dele, a Santidade Dele. A Ele minha adoração, meu reconhecimento, minha gratidão, todo meu fôlego e todo meu vigor, até que venha o Senhor.

Uma vida renovada por Cristo encontra forças para adorar, ainda que esteja falido, com câncer, solitário, decepcionado, traído, encurralado – por que tudo isso passará, mas O Senhor Todo Poderoso nos deixou uma Palavra que jamais passará, ainda que os montes sejam abalados e os céus deixem de existir, que evaporem os mares e desabem as estrelas, que o sol se enegreça e a lua se torne em sangue. Nada importa, Ele é e Ele continuará sendo e eu vou morar com Ele para sempre.

Que sentido há nessa fumacinha de vida passageira, se não me servir de ensaio para a eternidade? Agora pense comigo: o que fazemos aqui e continuaremos fazendo lá? Será que vamos pregar, evangelizar, curar enfermos, usar dons? Duvido. O que vejo é adoração eterna e ininterrupta.

Aliás, ainda em tempo: Santo, Santo, Santo é o Cordeiro!

“Senhor, minha prioridade é Te adorar diante dos desafios ou em meio às vitórias. Não há outro Deus além de Ti, nem em cima no céu nem embaixo na Terra e nem debaixo da terra. Aleluia!”

Mário Fernandez

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Legado

“Mas, antes que chegue aquele grande e terrível dia, eu, o Senhor, lhes enviarei o profeta Elias. Ele fará com que pais e filhos façam as pazes para que eu não venha castigar o país e destruí-lo completamente.” (Malaquias 4:5,6)

Quando Telma e eu começamos a namorar, conversamos sobre como seria nosso lar. Após analisar toda a nossa situação familiar, decidimos que queríamos uma família abençoada e segundo o coração de Deus.

Posso dizer que trilhamos este caminho continuamente e que somente chegamos até aqui porque buscamos a restauração de nossos relacionamentos, confiando na operação de Deus em nossas vidas. Foi um trabalho árduo de unir gerações, reparando as brechas que nos distanciavam.

Tudo que não reparamos em nossa geração será repassado à geração seguinte, isto é legado. Eu bem sei que ninguém quer passar aos seus qualquer coisa ruim, entretanto, tudo que passamos na vida e não buscamos conserto, os atingirá, cedo ou tarde.

O melhor legado que podemos deixar aos nossos filhos é saberem que tiveram um pai e uma mãe tementes a Deus.

Uma equipe de sociólogos americanos fez uma pesquisa para saber se um legado positivo ou negativo poderia influenciar as gerações seguintes ou não, sendo transmitido de geração em geração. Pois bem, foram em busca de famílias do século 18 para as quais haviam registros suficientes e fizeram uma busca até o século 20.

A primeira família descendia de Max Jukes, ateu, assim como sua esposa. Seu legado gerou:

  • Dos 1.200 descendentes, 400 viviam em completa libertinagem
  • 310 eram muito pobres ou vagabundos
  • 190 eram prostitutas
  • 130 foram condenados como criminosos
  • 100 eram alcoólatras
  • Mais de 100 eram ladrões contumazes
  • 55 sofriam de doenças sexualmente transmissíveis
  • 7 eram assassinos.

A outra família descendia de Jonathan Edwards, pastor, teólogo e missionário, reitor de uma universidade e sua fiel esposa. Esta família gerou o seguinte legado:

  • Mais de 300 eram pastores, missionários ou teólogos
  • Mais de 120 eram professores
  • Cerca de 110 eram advogados
  • 60 eram médicos
  • Outros 60 eram autores de livros bons e úteis
  • 30 eram juízes
  • 14 eram reitores de universidades
  • Muitos eram gigantes da indústria
  • 3 eram membros do congresso americano
  • Um deles foi vice-presidente dos Estados Unidos.

É um fato que quando vamos para a batalha da vida com as gerações desconectadas, o preço a ser pago é bem alto. Temos exemplos bíblicos disto e a pesquisa acima confirma.

Para obter um legado abençoado é necessário religar as gerações através do perdão e do mover de Deus.

Moisés, por exemplo, quis resolver pela violência matando um egípcio mas, depois de reconciliado com Deus, foi o homem mais manso da terra. Davi era excluído e rejeitado, mas ao confiar em Deus tornou-se rei.

Muita gente despreza seus pais porque entende que eles não podem ajudá-los ou ainda, que eles pedem que se faça algo que não é mais importante. Outro tanto se ressente pelo que eles fazem ou como julgam os atos dos filhos.

Esta situação lembra a passagem do Velho Testamento em que Josué está lutando enquanto Moisés ficava no monte com os braços levantados. Quando Moisés abaixava os braços os inimigos avançavam, quando ele levantava os braços Josué e seu exército prevalecia sobre o inimigo. Então Arão e Ur seguraram os braços de Moisés no alto e o mantiveram assim até que a batalha foi vencida.

Resta-nos a pergunta: Qual geração é mais importante, a velha ou a nova?

Resposta: As duas são. Enquanto uma intercede a outra avança pela vida obtendo vitórias e acrescentando um legado positivo à sua geração.

Talvez neste ponto você possa estar com sentimento de culpa e remorso. Você não pode voltar atrás, mas seguir em frente.

A boa notícia é que você acertar daqui para frente. Arrependa-se de seus erros e confesse aos seus filhos a decisão de mudar, melhorar e seguir em frente de maneira diferente. Poderá levar tempo para que a situação volte ao que Deus planejou, mas se você regar as boas sementes que Deus lhe deu – os seus filhos – bênçãos virão para eles e para as gerações seguintes.

Confie em Deus e siga em frente.

“Pai amado, Graças te dou por tudo que tem feito em minha vida e pelas boas sementes que proporcionou ao meu lar. Peço perdão por todos os meus atos que lançaram sementes ruins sobre meus filhos e sobre minha casa. Abençoa-me para que possa restaurar a ponte que me liga aos meus pais e aos meus filhos para que a bênção de gerações se instale na minha família. Amém!”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Novidade de Vida – Reflexo

“de modo que o povo também levava os doentes às ruas e os colocava em camas e macas, para que pelo menos a sombra de Pedro se projetasse sobre alguns, enquanto ele passava.”(Atos 5:15-16)

Eu, pobre de mim, sempre pensava que a sombra de Pedro curava os enfermos por causa da unção da vida daquele apóstolo. Dias atrás eu ouvia um homem de Deus a quem muito respeito falando sobre isso e dei-me conta de que era uma visão míope das coisas. Vamos ao que aprendi, para edificação de todos nós.

Primeiro, sombra não cura. O poder de Deus é que cura e, para isso, Ele pode usar qualquer instrumento, seja óleo, medicamento, palavras de ordem, sombra, o que quiser. Segundo, sombra, a rigor, nem existe, é meramente uma luz interrompida ou encoberta – é aí que eu precisava chegar.

A luz que Pedro interrompeu com seu corpo formando uma sombra, não era o sol, mas era o brilho da Glória do Deus Todo Poderoso a quem ele servia naqueles dias de forma tão intensa, marcante, contundente, relevante, transformadora. Se fosse o sol, nada feito. Se fosse o brilho de Pedro, nada feito. Era com certeza o brilho da Glória do Pai.

Agora meu querido e minha querida, medite comigo no ponto que coloca este que vos escreve em crise: por que isso não volta a acontecer em nossos dias se Deus continua sendo o mesmo? Terá se desvanecido a Sua glória? Ou não há mais enfermos para serem curados? Ou de fato vivemos outro tempo com outras manifestações? Sei lá, mas tem algo na minha cabeça que não para de martelar. Seja qual for a resposta, Deus é o mesmo e eu não sou Pedro. Fato: o brilho da Glória do Altíssimo deveria ser o mesmo, com ou sem sombra promovendo curas.

Parece que em nossos dias inventou-se uma intimidade com Deus de um tipo transitório, efêmero, volátil. Num momento parece que a pessoa tocou nas vestes do Senhor e uma hora depois está brigando com a esposa. Não sou contra ficar doidão, chorar, rolar no chão, pirar, viajar – chame como quiser, sou adepto desde que seja entre eu e Deus, sem tropas de seguidores e sem “micos de auditório”. Mas isso tem que durar. Quando eu entro num estado tão profundo de conexão e intimidade, geralmente sofro um apagão que nem lembro o que fiz, e passo pelo menos alguns dias no mesmo mover. Não consigo entender esse mesmo Pedro cuja sombra era instrumento de cura, alguns minutos depois brigando com o frentista porque pingou gasolina na lata do seu carro…

Se queremos empunhar a Bíblia como nosso escudo, alegando ser ela nosso código de fé e prática, não podemos nos afastar do brilho que provoca a sombra que provoca a cura. Ainda que ninguém seja curado dessa forma, devemos ter anseio pelo brilho. Ainda que nada de fantástico aconteça deveríamos continuar ansiosos pela Presença Dele.

Vida renovada, novidade de vida é, acima de tudo, uma vida de intimidade crescente com o Pai. Creio que o maior desserviço prestado ao Corpo de Cristo na Terra ao longo dos séculos foi a religiosidade, que no meu conceito consiste em colocar procedimentos no lugar de princípios, modos no lugar de essências, moldes em vez de resultados e, principalmente, conceitos no lugar de intimidade. Levantemo-nos e busquemos ao Senhor.

“Senhor, não quero ser religioso, nem carnal, nem distante de Ti. Tua Palavra diz para me aproximar de Ti e quero isso. Ajuda-me a aprender Contigo como buscar Tua Intimidade.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Liderando Com o Coração – Não jogue a sua equipe contra si mesmo

“Há seis coisas que o Senhor odeia, sete coisas que ele detesta… aquele que provoca discórdia entre irmãos.” (Provérbios 6:16,19b)

Certa vez, quando trabalhava em uma grande empreiteira e gerenciava a área de informática de uma das diretorias, participei de uma equipe relativamente grande. A diretoria tinha várias áreas e eu ajudava todas elas prestando-lhes o suporte necessário para que fizessem bem o seu trabalho através dos recursos computacionais. Quando a equipe foi contratada muitos bons profissionais do mercado foram atraídos visto que o desafio da nova área era grande.

Apesar de haver espaço para todos se destacarem e fazerem um excelente trabalho de equipe, certo dia uma moça foi até a nossa área e enquanto recolhia um enorme relatório na impressora começou a falar para mim:

– Sabe, eu não devia fazer isso, mas como você é meu amigo vou te contar.

Ela havia sido contratada depois de mim e nunca havíamos nos visto anteriormente, o que, obviamente, fez uma luz vermelha se acender na minha cabeça.

Ela continuou:

– Eu passei na sala do engenheiro Fulano e ouvi uma conversa dele com o engenheiro Sicrano. Eles estavam falando de você. Nossa, você não imagina como eles estavam reclamando do seu serviço. Se eu fosse você tomava cuidado com eles.

Então ela terminou de arrumar o relatório e saiu da sala.

O que ela não sabia é que eu já conhecia bem os respectivos engenheiros e tinha liberdade de conversar francamente com eles. Logo que ela saiu da sala, eu me levantei e fui conversar com o engenheiro Fulano e perguntei se havia algo do meu trabalho que o estava prejudicando e que precisava ser melhorado. Ele disse que estava tudo bem e que estava estranhando a pergunta.

Eu lhe respondi que um “passarinho verde” havia me contado que tinha ouvido ele reclamar de mim para outra pessoa. Ele deu risada e falou que aquele “passarinho” já havia passado por lá e feito um comentário parecido para ele.

Daquele dia em diante eu tomei o máximo de cuidado com o que falava ou fazia na presença daquela pessoa e contribuía com ela com o estritamente necessário para que o desempenho da equipe não fosse prejudicado. Algumas semanas adiante ela se demitiu alegando que não “havia clima de coleguismo” na empresa.

Infelizmente, isso é um defeito de caráter muito comum de ser encontrado por aí. Pessoas que parecem não entender que os outros componentes da equipe se comunicam e que aquilo que elas disserem, com certeza, será passado adiante. Principalmente em um grupo no qual o líder valorize a comunicação transparente e a construção de um resultado onde a equipe seja vencedora e não apenas o indivíduo.

Jogar as pessoas umas contra as outras é uma forma de minar os relacionamentos e a confiança entre os membros da equipe. Ao conseguir isso, a pessoa acha que consegue tornar os outros mais fracos que ela e assim prejudicar-lhes o desempenho, abrindo caminho para o seu próprio destaque. O problema desse tipo de raciocíonio é que esta pessoa pode até conseguir, a curto prazo, alguma atençao para si, mas, no futuro, quando ela precisar de uma equipe para dar respaldo aos seus novos desafios, ela não encontrará ninguém em quem possa confiar realmente. Pois, afinal, ela mesma destruiu esta confiança com os seus procedimentos.

Os líderes devem estar atentos para ver se este tipo de atitude está sendo adotada por alguém da sua equipe. Se for o caso, deve chamar o indivíduo para uma conversa e tentar fazê-lo ver que este procedimento só trará prejuízo para ele e afetará o relacionamento e resultado da equipe como um todo. Se o indivíduo entender e mudar, ótimo; se não, então será necessário afastá-lo da equipe para o bem do resultado desejado pelo esforço da equipe.

Mas e se for o líder que usar deste péssimo subterfúgio para tentar controlar os seus liderados?

Bem, eu vejo duas possibilidades.

Ou isso evidencia que o líder ainda tem sérios problemas de auto-imagem que o faz se sentir ameaçado pelos componentes da equipe; ou ele tem sérios problemas com o projeto e está tentando transferir a culpa/responsabilidade.

O líder que usa deste expediente dá um tiro no próprio pé, como diz o ditado popular. A primeira coisa que ele perde é a confiança daquele que o ouve. Afinal, esta pessoa vai pensar: “Se ele está falando assim de fulano para mim, o que ele não estará falando de mim para outros?” A falta de confiança traz com ela a falta de comprometimento.

Para a construção de uma equipe coesa e sadia é necessário que o líder seja confiável e a maneira como ele se comunica com a sua equipe e como ele gerencia a comunicação entre seus liderados é essencial para a construção dessa confiabilidade.

Senhor, dá-me discernimento para compreender as intenções daquilo que ouço, de maneira que eu consiga tornar a comunicação da minha equipe a mais saudável possível.”

Vinicios Torres

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Aprendendo a Orar Como Convém

“Um dia Jesus estava orando num certo lugar. Quando acabou de orar, um dos seus discípulos pediu: — Senhor, nos ensine a orar, como João ensinou os discípulos dele.” (Lucas 11:1)

Quando criança, minha família era muito católica, como é a família da maioria dos imigrantes italianos. É praticamente uma tradição, não necessariamente o conhecimento de Cristo. Desta forma também era eu.

Eu estava com muita sede de conhecer a Deus verdadeiramente, mas as rezas que tinha aprendido não me ajudavam a ter contato com Ele, achava tudo tão mecânico, repetitivo e sem vida. Eu tinha algo dentro de mim que pedia por mais. No meu coração entendia Deus como uma pessoa com a qual eu poderia me relacionar e não estava conseguindo me expressar e tampouco ouvir o outro lado.

Eu orava toda noite antes de dormir agradecendo pelo dia e pedindo para guardar a noite de descanso.

Certo dia, por volta dos meus 12 anos, chamei a minha mãe e lhe disse:

— Mãe, eu queria falar com Deus, contar algumas coisas para Ele e não sei como fazer.

— Meu filho – disse ela. Faça sua primeira reza, dai fale para Deus o que você quer e depois faça a outra reza que costuma fazer.

— Mas Ele vai me escutar? Perguntei.

— Deus escuta tudo que falamos e vê tudo que fazemos – ela me disse.

Aquela orientação me tocou profundamente, pois tinha acabado de entender uma verdade espiritual e se abriu no meu entendimento algo muito sublime.

Agradeci a ela e imediatamente comecei a rezar, aguardando para entrar na parte tão esperada, falar o que estava no meu coração, o que sempre me enchia de alegria quando fazia.

A partir daquele dia eu ansiava por orar, me relacionar com Deus. Passei a lhe contar tudo sobre minha vida e pedir que me orientasse sobre como proceder.

Por outro lado, a linha de agir do meu pai era mais rígida, pois cria que deveríamos fazer sacrifícios para alcançar a Graça de Deus. Um dia, minha mãe foi a um encontro da igreja e nós ficamos com ele, que para interceder a Deus por ela pediu que déssemos as mãos estendidas em cruz como sacrifício em oração, e assim ficamos muitos minutos rezando. Aquilo me causou muita dor nos braços além de estranheza, pois não testificava em meu coração, mas atendi o meu pai e fiz como nos pediu.

Mas orando da forma como havia sido ensinado é que Ele começou a falar comigo. Uns dois anos depois enquanto orava eu ouvi a sua voz falar comigo de maneira forte, como uma pessoa fala com a outra.

— Eu quero que você cuide da minha casa – Deus me disse.

Fiquei assustado ao ouvir a voz e principalmente com o pedido que me fez. Eu poderia atender seu pedido, mas no meu coração tinha o desejo de ter uma família, esposa e filhos e viver bem com eles, em harmonia e felicidade. Assim, o pedido me chocou, pois eu era católico e, nesta doutrina, eu entendia que deveria ser um padre, não poderia me casar e deveria sacrificar meus desejos pela igreja.

— Eu posso – disse àquela voz. Mas eu quero ter uma esposa e filhos.

Nosso pequeno diálogo terminou assim. Depois de muitos anos conheci a Telma e fui a uma igreja evangélica com ela. Eu era católico não praticante naquela época, estava bem morno, para não dizer outras coisas.

Ao entrar naquela igreja, com o culto já iniciado, levantou-se uma profeta de Deus e disse apontando para mim:

— Eis que entrou aqui o ungido do Senhor!

Telma brinca dizendo que eu perguntei a ela, o que é ungido? O fato é que eu ainda tinha um longo caminho a percorrer para cumprir o propósito de Deus na minha vida, que olhando para o desejo do meu coração me concedeu uma esposa maravilhosa, quatro filhos lindos e abençoados e, atualmente, cuido da sua casa (igreja) como Pastor.

Oro a Deus todos os dias por seu cuidado a cada um dos meus filhos e que possam glorificar a Deus com suas vidas, assim como seus filhos e os filhos dos seus filhos, até a milésima geração.

Este relato nos leva a entender que precisamos deixar de querer cumprir as promessas de Deus pelo nosso próprio esforço e sacrifício, deixando Ele nos conduzir pelo Seu caminho, que nos levará à vitória sem desgastes e machucados desnecessários.

“Pai amado, sou grato por ouvir as nossas orações. Desejo colocar na tua presença todos os meus sentimentos e desejos, para que o Senhor possa agir por mim em todas as áreas da minha vida e produzir o teu fruto, que é doce e alegra o coração. Quero ouvir tua voz me orientando sobre como proceder. Ao ouvir farei a tua vontade. Ajuda-me. Amém!”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Novidade de Vida – Julgamento

“Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração.” (Hebreus 4:12-13)

Este versículo é muito conhecido e tem falado aos corações do povo de Deus por séculos. Talvez (não quero exagerar) eu em 100% das vezes ouvi esta citação falando sobre a Palavra de Deus. Levou-me o Senhor a meditar em outro aspecto.

Tenho convivido nos últimos anos com algumas pessoas que, falando pelo natural, eu preferia não ter nem conhecido. Não quero escandalizar ninguém nem parecer insensível a um mundo perdido e gente pecadora, mas algumas figuras são intoleráveis. Caráter completamente podre, picaretagem descontrolada, adultério como estilo de vida, mentira como prática constante, arrogância como marca registrada, abusos desmedidos, avareza extrema. Mas quem sou eu para julgá-los? Estou pecando.

Quem julga os pensamentos e intenções do coração? Sou eu por acaso um tipo de procurador da Palavra de Deus para assumir este julgamento? Misericórdia. Quero ser mais útil para Deus do que para mim mesmo.

Ao me deparar com este dilema moral, fico a pensar quantas vezes eu devo ter me colocado no papel de um deus matusquela, desqualificado e sem a menor condição de reinar. Devo ter emitido algum juízo correto, em meio a tantos equívocos. Na prática, isso me levou a um certo deserto. O deserto de não ganhar todas as almas que poderia, pois as que aparecem diante de mim são julgadas em vez de serem amadas. O deserto de perder oportunidades espirituais e receptividade das pessoas, apenas por que eu as evito e julgo em vez de amar e ajudar. O deserto de carregar um peso para o qual não fui chamado e, portanto, não fui capacitado e equipado para carregar.

Neste momento busco em meu coração uma forma prática, simples e direta de reverter este quadro. Preciso urgentemente de um meio de mudar meu coração de tal modo que a Palavra de Deus passe a ser em mim, interiormente, algo superior à minha opinião e vontade. Ela separa alma e espírito e, portanto, é ela que vai separar o natural (alma) do sobrenatural (espírito).

Novidade de vida é viver em busca de uma vida que agrade mais a Deus hoje do que agradou ontem, o que certamente implica mudar de atitude diante da Palavra de Deus. Pela Palavra de Deus eu posso discernir as coisas, portanto devo admitir que preciso dela mais do que pensava. Dependo dela de forma mais prática do que imaginava. Devo ser mudado por ela mais do que admito.

O desafio imediato consiste em parar de julgar e começar a aprender com Deus pela Sua Palavra. Falar que ela é minha única fonte e regra é uma coisa, viver assim é bem outra. Se queremos levar Deus a sério, precisamos levar Sua Palavra a sério.

“Senhor, me perdoe pela arrogância de colocar Tua Palavra abaixo da minha opinião e dos meus desejos. Muda minha disposição para que eu seja mais conforme os Teus padrões.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Liderando Com o Coração – Liderança e Reconhecimento

“Uma palavra dita a seu tempo é como maçãs de ouro em bandejas de prata.” (Provérbios 25:11)

Uma das características marcantes de todos os líderes efetivos é a capacidade de criar uma rede de liderados que os respeitam. Esses liderados não precisam, necessariamente, concordar com tudo e devem ser capazes de agir criticamente e contribuir para o crescimento do grupo e do líder, inclusive.

Uma das formas de se conquistar esse respeito é a de reconhecer os esforços e o bom trabalho realizado pelos liderados.

Esse reconhecimento é muito falado, mas são poucos os que o praticam. E os que o praticam se questionam se estão fazendo direito, já que o fazem esperando resultados que nem sempre conseguem.

É aí que muitos candidatos a líder se enroscam: leem artigos e livros e participam de cursos de liderança buscando tornar-se líderes efetivos. Transformam a liderança em uma série de passos ou ações que devem executar para conseguir os resultados desejados. Mas se esquecem de que liderança não acontece sozinha nem mecanicamente.

Liderar é influenciar… pessoas.

Não conhecer as técnicas de liderança pode lhe fazer falta para ser um melhor líder, mas apenas conhecê-las não garante que você será um líder melhor automaticamente. Pois as pessoas não respondem como as máquinas em que você coloca uma moeda, aperta um botão e elas entregam o produto pedido imediatamente. Existe sempre o componente emocional envolvido nas interações humanas.

As pessoas só se tornarão seguidoras verdadeiras do líder em quem elas enxergarem sinceridade na aplicação de qualquer técnica de liderança. Sem isso elas até podem lhe obedecer, mas sem o verdadeiro comprometimento que leva à proatividade (conforme a definição de proatividade de Stephen R. Covey em “Os 7 Hábitos das Pessoas Muito Eficientes”).

Só quando o elogio e o reconhecimento são sinceros é que eles provocarão na pessoa elogiada uma reação que a levará a uma identificação com o líder e consequentemente a uma mudança de atitude em relação ao seu comprometimento com o trabalho e com a equipe.

O líder que distribui elogios quando os resultados do trabalho não estão satisfatórios é visto como manipulador, pois sua ação é entendida como bajulação que será seguida de uma cobrança. Nesse caso, é melhor ser objetivo apresentando a situação negativa e desafiando a equipe a mudar de atitude.

O líder que nunca elogia ou reconhece o trabalho dos liderados perde a oportunidade de conectar emocionalmente a sua equipe. E esta conexão é que permite a criação da sinergia que levará a equipe a conquistar resultados extraordinários.

Certa vez, incluíram na minha equipe um funcionário que não era considerado dos melhores. Reclamaram do seu desempenho e da falta de compromisso. No início, eu mesmo não levei muita fé que a coisa fosse dar certo. Mas alguns dias depois fiz uma relação de tarefas que estavam atrasadas e outras que precisam ser feitas para liberar evoluções em um sistema de nossa responsabilidade.

Chamei o rapaz e disse a ele que precisava da ajuda dele e que iria passar uma porção de tarefas pequenas mas que precisavam ser feitas rapidamente e estabeleci com ele um protocolo de como iria passar os detalhes de cada tarefa, e que só passaria uma tarefa após a anterior ter sido realizada e testada, garantindo que não o sobrecarregaria com mais de uma coisa para fazer por vez.

Levou alguns dias para a lista ser completada, mas foi realizada em menos tempo do que minha previsão pessimista havia estimado. Empacotamos todas as mudanças em uma nova versão e enviamos para produção.

No fim do dia, após todos os testes confirmarem que tudo estava funcionando corretamente, na hora de ir embora, ele passou pela minha mesa e sentou-se na cadeira ao lado para conversar comigo. Como eu estava respondendo um e-mail, pedi que aguardasse eu enviar apenas aquele antes de conversarmos.

Quando terminei o e-mail, fiz algo que, reconheço, não era normal eu fazer. Antes que ele dissesse qualquer coisa, pus a mão no seu ombro e olhando para ele disse: “Camarada, eu quero te agradecer pelo seu esforço nestes dias. Eu sei que passei uma quantidade grande de trabalho e que fiz marcação cerrada. Mas você fez um ótimo trabalho e a sua colaboração foi muito importante para a gente conseguir liberar tudo que estava atrasado. E eu quero muito te agradecer por isso.”

Ele ficou quieto por alguns minutos, levantou-se e foi embora.

No dia seguinte, eu já tinha chegado e estava na minha mesa quando ele entrou na sala e veio direto para mim e disse: “Eu quero te falar uma coisa. Eu quero te agradecer pelo que você fez ontem. Nunca alguém havia me agradecido por qualquer trabalho que eu havia feito. Eu nunca tinha recebido um elogio no trabalho. Eu fiquei tão chocado que não soube o que dizer, por isso fui embora. Muito obrigado pelo que você disse.”

Não preciso dizer que enquanto trabalhamos juntos pude contar com ele em qualquer tarefa que lhe passasse.

“Senhor, ensina-me não apenas a falar no momento certo, como também a ser sincero em cada uma das minhas palavras.”

Vinicios Torres