Mário Fernandez

Novidade de Vida – Fé

“Então Jesus lhe disse: ‘Porque me viu, você creu? Felizes os que não viram e creram'” (João 20:29)

Um dos aspectos que eu considero mais interessante da fé é o “crer para ver” – afinal ver para crer não é fé, pois esta se trata do firme fundamento justamente do que não se vê. Mas esse texto me chama a atenção com uma coisa pouco saliente, que é o fato de que Jesus não condenou Tomé pela falta de fé, pelo contrário, apenas abençoou os demais que creram sem ver. Por este caminho que eu gostaria de caminhar nessa meditação.

No tempo em que vivemos eu fico chocado de ver as propagandas de determinados grupos, principalmente na TV, dizendo “venha ver os milagres” ou “venha provar de Deus” ou coisas semelhantes que nitidamente passam uma mensagem do tipo “veja”. Não sou contra milagre, nem prosperidade, nem cura, nem libertação – não sou contra o que creio ser de Deus e portanto não sou contra ver o que Deus faz. Mas pensemos juntos: se a chamada fosse “venha crendo sem ver nada e talvez veja” será que as multidões se amontoariam? Será que os prédios seriam assim grandes? Sirvo em igreja grande com milhares de pessoas, não critico isso. Apenas quero refletir no que está sendo dito e pregado.

Sendo bem idealista, quase extremista, a chamada da igreja deveria ser “venha e aproxime-se de Deus por que Ele é bom”. Ponto final. Se Ele te curar curou, se te prosperar prosperou e se não te der mais nada Ele te salvou, estamos todos no lucro. Isso seria uma prova forte e suficiente para cumprir o “crer para ver”.

Uma vida em novidade precisa ser norteada por fé e não por vista ou fatos. Novidade de vida é fazer sem ver, é pilotar o avião de olhos fechados em noite escura, é correr primeiro para depois perguntar para onde. Se Deus manda a gente obedece e é só isso, não tem muito mais para fazer. Os dias em que vivemos são de muito mais cinza do que branco, ou seja, as coisas tendem a não ser pretas nem brancas. Os homens não são mais tão homens, os valentes são meio valentes, os honestos são quase honestos. Com fé isso não funciona, uma fé cinzenta produz uma vida cinzenta diante de um Deus reluzente sem nada de trevas.

Precisamos resgatar uma fé que mostra a presença do Deus Todo Poderoso em nossas vidas, sem desfocar de uma fé, que não precisa de provas por que ela é a prova, saliente em uma vida continuamente renovada pelo Espírito Santo. Deus seja louvado, só isso. Se for de Deus eu creio, só isso. Se foi Deus que fez, aleluia, só isso. Se tiver “me mostre” se referindo a qualquer coisa de Deus, é passo na direção errada. Podemos e devemos resgatar a nossa conduta de fé, anunciando a um mundo cinzento que preto é preto e branco é branco.

Só o Senhor é Deus e só Jesus é o Filho Unigênito do Pai.

“Senhor, me perdoe por me deixar contaminar pela coisa indefinida que esse mundo se tornou. Me ajuda a ter posicionamento claro do que sou e do que creio em Ti. Todo louvor seja a Ti.”

Mário Fernandez

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Quando Erramos na Educação I

“Filhos, o dever cristão de vocês é obedecer sempre ao seu pai e à sua mãe porque Deus gosta disso. Pais, não irritem os seus filhos, para que eles não fiquem desanimados.” (Colossenses 3:20,21)

Quando nós erramos na educação, criamos feridas em nossos filhos. Talvez nós mesmos sejamos frutos de uma educação que nos deixou marcas.

Não quero dizer que nossos pais foram maus ou falharam na nossa educação, mas, quem sabe, apesar de todo seu esforço, não conseguiram atingir o coração do seu filho ou filha, deixando marcas, feridas e ressentimentos.

O fato é que, se estas marcas não são tratadas, elas farão com que o filho reproduza isto também nos seus filhos e, com isso, continua um ciclo de feridas e maldições.

Muitos cristãos não vivem a vida abundante que Jesus disse que viveríamos por causa de feridas. Outro tanto não desfruta de uma vida emocional saudável e produtiva por causa de feridas. E alguns destroem seus relacionamentos, ministérios e carreiras por causa de feridas.

O principal motivo de abertura de feridas são as falhas na paternidade e rebelião.

Quando há um jugo nas rejeições familiares, e isto pode ocorrer de muitas formas, como por exemplo: nasce o segundo filho e o primeiro acaba sendo colocado de lado e responsabilizado pelo que não lhe compete.

Ou ainda se ocorrem decepções com os modelos de autoridade significativos na vida, seja o pai, autoridades espirituais, parentes, patrões, professores, enfim, pessoas que estão próximas de nós e nos influenciam.

Ainda quando os pais se dirigem aos filhos com ira, esta abastece a rebelião dos filhos.

Há também o conflito de gerações, em que os pais não falam a linguagem dos filhos e vice-versa, podendo causar toda forma de transtornos, tais como: abandono, rejeição, correção injusta, desrespeito, desprezo, etc.

Os pais precisam compreender a dinâmica cultural da sua geração para a próxima, para que a relação entre eles não seja cortada no coração.

Quando se rompe este laço dos pais com os filhos, estes passam a ver a autoridade como uma ameaça e a opção para esta quebra é a rebelião. Se para a rejeição não houver perdão, então é estabelecida a rebelião, que leva a feridas ainda maiores.

A epidemia de famílias destruídas em nossos dias denuncia a nossa geração. E o que leva um filho a amaldiçoar seu pai podem ser as falhas na paternidade.

Quando nós como pais não temos um legado a deixar a nossos filhos, então estabelece-se uma ruptura de gerações, seja na forma de pensar ou de agir.

Uma pessoa que passou por isto poderá se tornar um adulto impelido, que fará qualquer coisa para obter o respeito do pai, para mostrar que tem valor e merece a bênção do pai, além de querer demonstrar e se convencer de que é um adulto e não uma criança.

Poderá ainda se tornar um adulto passivo, que desiste facilmente de tudo, não se envolve emocionalmente com seu pai ou com qualquer outro adulto, como seu cônjuge e filhos. Se for homem será do tipo: vai para casa, janta, assiste televisão e vai para cama. Se for mulher: levanta tarde, não faz nada em casa e não cuida dos filhos.

Há algum tempo li um artigo que falava do dia das mães e como muitos presos ansiavam por verem suas mães, mas o mesmo não ocorria quando chegava o dia dos pais. Ao ser perguntado porque disto, muitos dos presos diziam que tinham raiva de seus pais, ou que haviam sido abandonados, rejeitados e agredidos. Não tinham a menor vontade de verem seus pais.

Desta forma encontramos muitas pessoas pela vida, que necessitam receber a cura em suas emoções para que possam desfrutar da vida abundante que Jesus nos assegura.

A única forma de recebermos esta bênção é exercitando o perdão em nossa vida, seja perdoando, seja pedindo perdão pelos nossos atos. Ao fazer isto, Cristo Jesus se apresenta e tira-nos daquele estado de prisão emocional e enche de abundante vida.

“Pai celestial, muitas vezes minhas necessidades emocionais, físicas e espirituais não foram atendidas pelo meu pai, o que me trouxe dores e feridas. Da mesma forma tenho agido com meus filhos, reproduzindo estas feridas. Desejo perdoar meu pai por estes atos, pelos sentimentos que me despertou e pelas consequências em minha vida. Assim também peço perdão por ter reproduzido em meus filhos. Senhor Jesus, cura meu coração e o dos meus filhos e nos dê a tua unidade e paz. Amém!”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Novidade de Vide – Cordeiro e Leão

“Depois ouvi todas as criaturas existentes no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo o que neles há, que diziam: ‘Àquele que está assentado no trono e ao Cordeiro sejam o louvor, a honra, a glória e o poder, para todo o sempre! ‘” (Apocalipse 5:13-14)

No versículo 5 deste mesmo capítulo Jesus é chamado de Leão da Tribo de Judá. Ali ele recebe a prerrogativa de abrir os selos. Neste verso 13 Ele é chamado de Cordeiro e recebe adoração. Cada figura tem seu simbolismo, seu significado, suas características, e quero meditar no fato de que o mesmo Jesus teve diferentes papéis e a nós cabe adorá-lo.

Uma vida de Cordeiro levou-o a um Reino onde Ele é o Leão, por mais que na Sua vida terrena Ele tenha feito muita coisa digna de um leão. Mas nasceu humildemente, viveu de maneira simples, seu ministério foi na maior simplicidade, morreu como ovelha muda cumprindo a profecia. Por que será que nós humanos, que deveríamos ser seus imitadores, vivemos de forma tão complicada?

A vida de um Cordeiro não é exatamente fácil. Ouve ordens, segue direções, tem limites, não tem voz ativa – tudo se resume a esperar o momento oportuno para cumprir seu papel. E a vida de um imitador, o que é?

Uma pessoa que anda em novidade de vida precisa focar em ser o que foi chamado por Deus para ser. Se Jesus tivesse invertido os papéis e decidisse viver como Leão não teria morrido naquela cruz e a estas horas a festa estaria sendo no inferno, mas aleluia, não foi o que Ele fez! Meu querido, nós temos um papel a cumprir na nossa vida e não é apenas uma profissão, uma família, uma congregação, um ministério. Tudo isso são coisas importantes, lícitas e necessárias. Mas não são a nossa vida, apenas fazem parte dela. Não incentivo ninguém a largar tudo que está fazendo simplesmente para ficar só adorando e pregando a Palavra de Deus, só deve fazer isso se o próprio Deus mandá-lo e isso será uma questão pessoal, não serei eu a opinar. MAS tenhamos cuidado com nosso foco. Os dias passam rapidamente e quando nos apercebemos já ficamos velhos, cansados e desorientados.

O maior sinal que podemos dar de uma vida renovada é demonstrar em nosso caráter os traços do caráter de Cristo – caráter de Cordeiro. Quer herdar uma vida de Leão? Pois invista em viver como Cordeiro. É outro daqueles mistérios do Reino de Deus que parecem invertidos – perder a vida para ganhar, o último será primeiro, dar para receber, crer primeiro para ver depois.

Se tivermos oportunidade de escolher, devemos decidir por moldar nosso caráter e produzir frutos por que é disso que se trata. Não seremos adorados por aqueles seres viventes citados em Apocalipse – aliás, leia de novo o verso 13 e verá que estamos no meio deles adorando pois ali estão todas as criaturas, o que penso que nos inclui. Mas podemos desfrutar de Sua Eterna Presença e prestar essa adoração interminável, pois ELE é merecedor dela e de muito mais. Sou grato a Deus por me permitir viver dia após dia, por acordar ao lado da minha esposa quando não estou viajando, de poder ter dois filhos, de ter amigos. Serei eu grato apenas do que quero ser; ou devo eu ser grato por tudo que Ele me deu? Vida que reflete o caráter de Cristo é vida de Cordeiro. Que assim seja.

“Senhor, não me permita desviar do Teu foco para minha vida com coisas deste mundo. Eu quero aprender a viver como o Senhor deseja, pois meu ego não deseja uma vida de cordeiro.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Liderando Com o Coração – Expressando os Sentimentos

“Então Davi e seus soldados choraram em alta voz até não terem mais forças… Davi, porém, fortaleceu-se no Senhor seu Deus.” (1 Samuel 30:4,6b)

Este capítulo (1 Samuel 30) conta a história de como as mulheres e crianças de Davi e seus soldados foram levadas pelos amalequitas. Aproveitando que Davi e seus homens estavam fora, estes atacaram a cidade e levaram o que tinha valor. Quando Davi voltou encontrou a cidade queimada e vazia.

A Bíblia não pinta um quadro irreal de Davi. Na verdade ela o mostra até mais humano do que se esperaria de alguém que é celebrado como herói e rei de tanta expressão. Nesta situação, o texto diz que Davi chorou pela perda de sua família da mesma maneira que seus homens e choraram muito, a ponto do texto dizer que não tinham mais forças para chorar.

Fatalidades acontecem, calamidades se abatem sobre nós, problemas aparecem de onde menos se espera e nada disso manda e-mail avisando dia e hora em que vai acontecer. Tenho certeza que ninguém saudável está sempre se preparando para o pior. Ao constatarem a profunda perda que foram vítimas, Davi e seus homens fizeram exatamente o que se espera que seres humanos façam nessas situações: choraram e lamentaram, sentiram a dor e expressaram as emoções da sua perda.

A diferença do líder neste momento está justamente na capacidade dele entender quando o sentimento foi expressado/tratado por tempo suficiente e fazer a transição para o próximo momento. O texto diz que Davi se angustiou, pois os seus homens começaram a olhar para ele como culpado pelo desastre, já que eles o estavam seguindo quando tudo aconteceu e não estavam em casa para defender as suas famílias. Davi poderia continuar com os sentimentos de perda e dor e se afundar em desespero e, provavelmente, nem conheceríamos a sua história. No entanto, ele decidiu tirar os olhos da situação tenebrosa, acalmou seu coração e voltou-se para Deus.

Davi tirou ânimo novo do seu relacionamento com o Senhor. O mesmo Deus que tinha dado a ele coragem para enfrentar o leão, o urso e o gigante Golias. O mesmo Deus que o estava protegendo da perseguição do rei Saul.

Ele então chama o sacerdote Abiatar e juntos buscam direção de Deus para reverter a situação. Eles então recuperam tudo o que foi roubado e ainda conquistaram mais despojos.

Muitos líderes vendem a imagem de super-heróis imbatíveis que não se abatem por nada. Isso não é saudável, nem para eles nem para os seus liderados. Muitas pessoas se perdem ao descobrir que o seu líder perfeito é na verdade tão humano e falho como elas mesmas. Esses líderes vão acumulando uma tensão emocional e espiritual tão grande sobre si, até o dia que não conseguem mais suportar e caem de uma vez. Muitos acabam não se recuperando.

Davi nos ensina aqui a participar dos sofrimentos e compartilhar as emoções deles. Ao verem que seu líder tem os mesmos problemas mas que ele tem uma atitude diferente na maneira como reage e supera esses problemas, seu respeito por este líder cresce. Ao mesmo tempo o líder passa para os seus discípulos a orientação de como fazer isso. Isto é instrução pelo exemplo.

“Senhor, livra-me de parecer um líder intocável, ajuda-me a participar com a equipe tudo o que acontece de maneira sincera e verdadeira.”

Vinicios Torres

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Sarando as Feridas

“Tudo o que aprendi se resume nisto: Deus nos fez simples e direitos, mas nós complicamos tudo.” (Eclesiastes 7:29)

Temos visto muitas famílias cristãs que passam por dificuldades em muitas áreas. Alguns passam por dificuldades em sua vida e desejam que isto nunca aconteça mais, mas quando menos esperam veem seus filhos passando pela mesma situação.

Dia deste falava com uma mulher que havia concebido fora do casamento com um homem que seus pais não haviam abençoado. Este homem acabou sendo preso por algumas coisas erradas que fez, tendo sido solto mediante fiança. Eles acabaram se separando, ela conheceu a Jesus e mudou sua vida.

Entretanto, sua filha, fruto daquele primeiro relacionamento, mostra um comportamento rebelde, não ouve a mãe e nem o padrasto. Acabou por se envolver com um rapaz e concebeu. Este, por sua vez, acabou se envolvendo com pessoas erradas, foi preso e posteriormente solto mediante fiança. Exatamente a mesma situação.

Quando encontrei esta família, a mãe me disse:

— Pastor, eu não quero que meu neto passe pela mesma situação que nós passamos. Eu desejo quebrar esta maldição de nossas vidas.

Da mesma maneira há pessoas e famílias que não conseguem realizar seus sonhos e anseios. Lutam, lutam e lutam mas não alcançam seus objetivos de vida.

Às vezes são eles mesmos, às vezes os próprios filhos, que possuem estudo e capacidade, mas que simplesmente não conseguem. Parece que todas as portas se fecham à sua frente.

Acabam por se frustrar e aceitar a sua condição, resignando-se ao que entendem seja seu papel nesta vida e desistem de alcançar seus sonhos e objetivos.

Nos evangelhos também encontramos muitas pessoas que possuíam algum tipo de deficiência física, emocional ou espiritual. A passagem de Lucas 18 descreve a busca de um cego para enxergar.

“Aí o cego começou a gritar:

— Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim!

As pessoas que iam na frente o repreenderam e mandaram que ele calasse a boca. Mas ele gritava ainda mais:

— Filho de Davi, tenha pena de mim!

Jesus parou e mandou que trouxessem o cego. Quando ele chegou perto, Jesus perguntou:

— O que é que você quer que eu faça?

— Senhor, eu quero ver de novo! — respondeu ele.

Então Jesus disse:

— Veja! Você está curado porque teve fé.

No mesmo instante o homem começou a ver e, dando glória a Deus, foi seguindo Jesus. E todos os que viram isso começaram a louvar a Deus”.

O peso extra era a sequidão dos olhos, não podia enxergar como todo mundo, e isto atrapalhava sua vida e precisava mendigar.

Algumas pessoas passam por isto nesta vida: não conseguem expressar seus sentimentos e dependem de que outros os auxiliem nesta área; não prosperam e buscam alternativas ilícitas para receber a vitória; ou então não conseguem se relacionar de maneira adequada com seu cônjuge e precisam de quem os auxilie a caminhar nesta área, algumas vezes buscando muletas que lhe permitam aplacar a dor que sentem na alma, enveredando por caminhos obscuros e comportamentos muitas vezes reprováveis.

Mas a marca distintiva deste cego em relação à todas as pessoas que estavam com Jesus naquele momento é que ele tinha uma vontade – ser curado.

Se Jesus te fizer esta pergunta agora mesmo, o que você responderia? Ficaria envergonhado pela pergunta e procuraria desviar o olhar para não revelar seus sentimentos mais profundos e ser reprovado ou julgado? Teria dúvida da capacidade de Jesus resolver?

Jesus não veio julgar-nos, mas sim nos dar vida e vida abundante. A única forma de podermos colocar a nossa vida de novo neste caminho de paz é buscarmos com intensidade a cura de nossas emoções e comportamentos.

Isto demanda tempo, não é automático, pois quando semeamos uma semente é preciso esperar com paciência para que cresça e produza fruto. Se pararmos de aguar a terra ou arrancarmos a planta, não obteremos o seu fruto.

Assim também é em nossa vida, precisamos pedir perdão pelos nossos atos anteriores e semear uma nova e boa semente e, se não desanimarmos, a seu tempo colheremos.

“Pai celestial, eu quero te pedir perdão por ter andado de maneira errada durante tanto tempo. Algumas vezes cheguei a ficar enfermo na minha alma devido às minhas atitudes. Mas eu quero neste momento manifestar a minha vontade de ser curado das minhas enfermidades e decepções. Desejo colocar a minha aliança com o meu cônjuge junto a ti, de maneira que tu sejas a terceira parte dela. Deus Pai, eu consagro minha família a Ti e peço a tua bênção sobre a minha vida e a de meus familiares em todas as áreas. Tudo que me impedia de receber tua benção nesta vida está cancelado. Eu estou certo que receberei a vitória, pois Tua palavra não cai por terra, ela nunca falha. Eu sou muito grato pela Tua fidelidade a mim. Amém!”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Novidade de Vida – Causa e Efeito

“E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo” (Romanos 8:23)

A clássica pergunta é “quem veio primeiro o ovo ou a galinha?” mas neste versículo me deparei com uma situação diferente: os frutos vêm primeiro ou os gemidos interiores? Tenho visto gente bem intencionada que não cresce na vida espiritual que me dediquei a pensar ao menos um tempinho sobre isso. O que me intriga é: adianta gemer sem ter frutos?

Os frutos são produzidos, eles não são recebidos. O que Deus nos dá são dons e com eles produzimos frutos. Então a sequência correta e adequada deveria ser arrependimento->mudança de vida->santificação crescente->frutos espirituais->gemidos interiores. Mas afinal, que gemidos são estes?

Uma vida renovada tem um toque de esquisitice que só pode vir do Reino de Deus mesmo. Viver aqui sem pressa de ir embora mas ansiando a ida para o local e estado definitivo junto ao Pai; buscar o interesse dos perdidos enquanto eles estão atolados no lamaçal de uma vida destruída; viver para Cristo, afinal não sou eu mais quem vive mas Ele em mim; negar a si mesmo; ficar por último para ser o primeiro; dar para receber.

Se olharmos para estes critérios, a vida de um servo de Deus nesse mundo, levando seu Senhor a sério, é uma vida muito sem sentido para os padrões deste mundo. Mas para quem foi alcançado e nasceu de novo tudo faz sentido, afinal a certeza da condenação à morte e da salvação em Jesus Cristo dá sentido a tudo. Não significa que fica fácil, mas tem sentido.

Agora, meu querido leitor, pense comigo: quando olhamos para o mundo em que vivemos com conflitos, decepções e desapontamentos, enfermidades, maldade crescente, iniquidade por todo lado, injustiças em profusão, dificuldades de toda sorte, dias realmente difíceis., dá vontade gemer para que tudo isso acabe de uma vez e venham os tempos de alívio, refrigério, adoração.

Se no nosso interior não existir um gemido de ansiedade, de angústia, de desejo ardente pelo fim de tudo isso, uma vontade difícil de fazer tudo isso ficar para trás – ouso dizer que tem algo errado conosco. Não é possível alguém nascido de novo no Espírito gostar desse mundo nas condições em que está.

Ao nos apercebermos desse gemido, ou da falta dele, nós poderemos e deveremos agir em favor do cumprimento de todas as coisas para que possamos desfrutar daquilo que é eterno, agradável e verdadeiro – o Reino de Deus na Glória Eterna. Foi de lá que viemos e é para lá que devemos voltar.

Se sua alma geme por um mundo bizarro e se esfarelando em pecado; ou se sua alma geme por uma eternidade com o Senhor sem essa maracutaia toda que está aí; ou se sua alma geme para que mais e mais pessoas se juntem a este Reino – então está no caminho certo.

Se te falta isso, como eu vi que em mim faltava, te convido a investir literalmente toda sua vida fazendo com que esse gemido brote interiormente de forma espontânea a partir de atitudes de santidade, de uso de dons, de servir ao Corpo de Cristo.

“Senhor, me perdoa pelos momentos em que não tenho ansiado pelo cumprimento de Tudo. Ajuda-me a viver do modo que o Senhor deseja e com isso sentir desejo intenso pelo que é Eterno.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Liderando Com o Coração – Líderes São Corajosos

“Então, o Anjo do SENHOR lhe apareceu e lhe disse: O SENHOR é contigo, homem valente.” (Juízes 6:12 ARA)

Desde que me converti, no início da minha adolescência, tenho ouvido pregações sobre Gideão mostrando-o como um sujeito medroso e cheio de dúvidas, um covarde. No entanto, toda vez que lia sua história me chamava a atenção o fato de Deus chamar um sujeito assim para a difícil tarefa de libertar o povo da opressão dos inimigos do seu tempo.

Certo dia, enquanto fazia a leitura bíblica, percebi alguns detalhes no início do capítulo, que me fizeram entender o contexto em que Gideão estava vivendo. O texto informa que, por anos, quando Israel semeava os inimigos vinham e destruíam tudo e roubavam o gado, deixando o povo na miséria e fome. Depois de vários anos assim, certamente o povo estava desanimado e temeroso de tentar nova semeadura.

Nesse contexto, é de se admirar alguém que nesta situação tenha fé para semear. E o texto diz que Gideão estava malhando o trigo, ou seja, ele não apenas teve a coragem de semear mas conseguiu colher o que plantou. Normalmente, se malhava o trigo em área aberta para facilitar a separação dos grãos e da palha, mas Gideão estava malhando o trigo onde se pisava as uvas ou as azeitonas, espaço pequeno e desajeitado para a tarefa. O texto diz que ele fazia isso para manter o trigo a salvo dos inimigos, ou seja, ele se dispôs a se esforçar mais manter o fruto do seu trabalho em segurança.

Essa passagem mostra duas características de Gideão frequentemente ignoradas: coragem e responsabilidade.

Coragem de fazer o que ninguém mais acreditava que dava para fazer, insistir em arar, semear e cuidar da lavoura mesmo sabendo que os inimigos poderiam vir e destruir ou roubar tudo. Imagino Gideão orando e pedindo a Deus que o trigo crescesse um pouco mais rápido para que ele pudesse colher antes da época que os inimigos costumavam chegar. Seja lá o que for que aconteceu, Gideão conseguiu colher a sua produção.

Responsabilidade é a característica que se evidencia no fato dele se dispor a trabalhar bem mais para bater o trigo no reduzido espaço do lagar. Isso, no entanto, fazia com que ele trabalhasse com pequenas quantidades de cada vez, mantendo o restante da produção devidamente escondida. Se os inimigos chegassem naquele momento só levariam o pouco que ele estava trabalhando naquele momento. A maior parte da produção estava protegida.

Diferentemente do que muitos pregadores interpretam Gideão demonstrou coragem e fé ao fazer tudo isso dessa maneira.

Não é de se espantar, então, a primeira frase que o anjo dirigiu a Gideão na sua revelação: “O Senhor é contigo, homem valente (corajoso)”.

É interessante notar que Deus chama para sua obra pessoas que demonstram coragem e responsabilidade. Gideão semeou e colheu em época de dificuldades, Davi enfrentou um urso e um leão para proteger o rebanho pelo qual era responsável, José teve a coragem de ser fiel e responsável mesmo jogado à escravidão.

Os covardes não se expõe, não se esforçam e não se responsabilizam, por isso nunca se tornarão aptos a serem chamados por Deus para tarefas maiores. Os que fogem dos desafios e amolecem diante da prova acabam esquecidos, deixados de lado. No fim, diz o Apocalipse, deixarão de entrar no Reino dos Céus (Apocalipse 21.8)

Outro detalhe interessante de se observar é que todas essas pessoas citadas foram corajosas e responsáveis com o que estava ao seu alcance, nos seus negócios diários. Por causa disso Deus os considerou prontos para serem chamados para desafios maiores: Gideão para libertar a nação do jugo midianita, Davi para enfrentar um guerreiro gigante e José para administrar uma nação.

Está você sonhando com a liderança e desejando fazer a diferença na vida de outras pessoas? Comece por exercitar a responsabilidade pelos aspectos mais comuns da sua vida diária e por ter a coragem de fazer o que deve ser feito mesmo se as circunstâncias não se mostrarem favoráveis. Esse exercício vai desenvolver em você o caráter e as habilidades necessárias para o próximo passo que Deus tem para sua vida.

“Deus, o Senhor não nos deu espírito de covardia mas de coragem. Desperta-me para usar esta coragem em minha vida.”

Vinicios Torres

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Coloque a Casa em Ordem

“Nenhum filho ilegítimo fará parte do povo do Senhor, nem ele nem os seus descendentes até dez gerações.” (Deuteronômio 23:2)

Nestes dias tivemos a oportunidade de abençoar uma família de uma maneira diferente do usual.

Normalmente Telma e eu ministramos aconselhamento a casais durante encontros de casais e nos cursos Casados para Sempre e Aliança.

Neste caso, ministramos a este casal no Aliança há quase um ano e meio. Normalmente, ao iniciar, pedimos a cada casal que se apresente, inclusive informando há quanto tempo estão casados, quantos filhos tem, idade, etc.

Pois bem, ao chegar neste casal, o marido disse que estavam casados há 16 anos, enquanto sua esposa fazia um gesto de negação com a cabeça, e ele corrigiu dizendo que de fato estavam juntos há 16 anos, mas não eram casados nem no civil e nem no religioso.

Estavam enfrentando algumas dificuldades no relacionamento entre si e com os filhos.

Durante o curso ministramos ao coração deles a respeito de colocar a casa em ordem, no sentido de acertar a parte civil e religiosa, casando-se conforme as leis do país.

Muitos acham que isto não é necessário sendo uma mera formalidade, a tal ponto, que hoje em dia casais homoafetivos querem casar-se e casais hetero nem sempre dão valor a isto.

Ora, se entendemos a família como uma instituição divina e que o próprio Pai Celestial fez o primeiro casamento, então certamente ele deseja que casemos da maneira como a sociedade entende, o que em nosso país significa casar-se civilmente, como se diz, de papel passado.

Também devem obter a bênção espiritual através de uma autoridade eclesiástica, alcançando assim a bênção completa, ou seja, legal e espiritual sobre seu relacionamento e família.

Se entendemos que dessa maneira obtemos a legitimidade do nosso relacionamento conjugal, podemos entender que qualquer outra forma seja ilegítima.

Neste caso, o versículo que lemos acima determina que os filhos gerados fora da aliança do matrimônio são ilegítimos, outra tradução diz bastardos.

Estes não farão parte do povo do Senhor, ou da congregação dos justos diz outra versão. Podemos interpretar o povo do Senhor como sendo, primeiramente, a família, que deve viver em comunhão e a igreja com quem nos reunimos para adorar a Deus.

Temos observado muitos filhos nascidos assim que tem dificuldades de se relacionar bem com os familiares e pais, além de não se fixarem na igreja, muitas vezes mudando frequentemente de comunidade.

Os filhos podem pedir perdão a Deus por terem sido gerados assim e alcançam a misericórdia divina, ou então seus pais acertam sua situação e estendem a bênção da aliança a eles.

No caso deste casal foi o que os orientamos a fazer. Poderia ter sido feito algo bem simples, protocolar, mas ao entender o significado o esposo, sabendo que sua esposa gostaria de casar de branco numa igreja, preparou tudo para que assim fosse e sonho dela se tornasse realidade.

Quando realizei este casamento, meu coração se encheu de alegria. Não uma alegria própria, mas certamente algo que veio do coração de Deus para aquela família, pois todos no recinto foram impactados da mesma forma.

A comunidade ajudou a realizar o casamento, houve orquestra, cantora, marcha nupcial e seu filho entrou trazendo as alianças. Como ele fez uma surpresa para a esposa, esta não se conteve e se emocionou bastante, sendo cheia de alegria.

Foi um momento muito sublime na presença de Deus em que aproveitei para abençoar seus filhos e inseri-los na bênção, tornando-os filhos legítimos, e portanto, feitos participantes da herança de seus pais, seja esta espiritual, emocional, física e até mesmo financeira.

O resultado não poderia ter sido melhor. Imediatamente observamos a melhora no comportamento dos filhos e no relacionamento conjugal, que agora ao serem questionados podem afirmar com satisfação que são casados e possuem uma aliança inquebrável.

“Pai Celestial, perdoa a meus pais por terem me gerado fora da aliança do casamento. Peço que eu seja incluído na Tua bênção. Da mesma forma, perdoa-me por ter gerado filhos fora da bênção da aliança do casamento. Peço-te que meus filhos sejam inseridos no povo do Senhor e sejam participantes da Tua herança. Amém!”

Luis Antonio Luize