Mário Fernandez

Oração e os Nossos Bloqueios

“Igualmente vós, maridos, coabitai com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações.” (1 Pedro 3:7)

Quero tomar esse versículo apenas como uma referência para o que pretendo argumentar. Tenho outros na manga, mas esse foi o mais claro. Há determinadas atitudes nossas, e principalmente, sentimentos que nos levaram a cometê-las, que podem impedir ou bloquear nossas orações.

Eu estava lendo esta semana o segundo livro de Samuel e fiquei perturbado, mesmo já tendo lido esses textos. Uma sucessão de gente fazendo o que era condenado pelo Senhor, uma atrás da outra de maneira incansável. O texto várias vezes refere-se a “O Senhor os afastou de Sua presença” ou ainda “O Senhor rejeitou a Israel”. Sendo Deus imutável, deduza o que ocorreu.

Quem pratica determinadas coisas abomináveis tem suas orações impedidas. Eu já ouvi várias teorias, mas todas carecendo de respaldo bíblico. Se Deus desvia o ouvido, se são demônios que tumultuam a comunicação, se tudo funciona mas apenas o recado é ignorado, eu não sei. O que eu sei e o que a Bíbia deixa muito aberto é: “fica esperto, se não a oração não passa do teto”. Orar para o teto é triste demais…

Que coisas seriam estas? Por exemplo, um homem casado não tratar sua mulher com honra. A idolatria e a feitiçaria mostrados no segundo livro de Samuel. Mateus 23:12 fala que os fariseus fechavam o Reino de Deus para si e para os demais. Como? Boa pergunta. Seria um ensino desviado, uma negligência, um legalismo, um pouco de tudo…

O que tenho certeza é que Deus não se agrada disso e devemos desimpedir nossas orações. Isso se faz examinando o coração e pedindo perdão, mudando de atitude e buscando santidade. Deus nos ajudará quando pedirmos para Ele nos mostrar o que deve ser mudado. A chave é a sinceridade.

“Senhor, tenho suficiente em minha vida para Te pedir perdão, mas preciso ter temor para pedir mudança. Me mostra o que faço que impede minhas orações e me fortalece para deixá-lo.”

Mário Fernandez

Trabalhar Para Repartir

“Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Efésios 4:28)

Uma das coisas que a maioria das pessoas tem dificuldade de entender é que Deus não nos dá recursos materiais apenas para satisfazer a nossa própria necessidade ou prazer. Não tem nada de errado em comprar bens, ter o que necessita e desfrutar de uma qualidade de vida confortável e compatível com seu trabalho e com sua renda.

Errados são os exageros.

Um deles é não conquistar nada, como se tivesse feito um voto de pobreza informal ou involuntário. Podemos, sim, produzir riquezas neste mundo, não apenas para nosso proveito, mas para abençoar os que necessitarem, como ensina este versículo. Sempre haverá pobres e desfavorecidos no nosso meio.

Outro exagero é acumular, o que nesse tempo em que vivemos talvez seja o mais comum. Pessoas gastando sua vida para terminar com algum dinheiro e bens, mas sem sequer ter saúde para desfrutar deles. Ouvi durante anos que deixar herança para o filhos brigarem entre si era como matar um boi, jogar toda carne no lixo, e usar apenas um dente para fazer um botão de camisa. Desperdiçar a vida não é equilibrado e não há dinheiro no mundo que pague por isso.

Temos de nos render ao ensino claro de Deus na Sua Palavra. Aquele que era corrupto, furtava de qualquer forma, deve parar de fazer isso e tratar de produzir algo que possa ser repartido, como benção, com quem tiver necessidade. Sejamos, portanto, trabalhadores diligentes e generosos e prosperaremos.

“Senhor, é necessário trabalhar e eu quero abençoar quem tiver necessidade. Ensina-me a ter vontade e generosidade. Sem a Tua ajuda eu serei somente mais um na multidão.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Trabalho

“E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” (João 5:1)

Eu sou uma pessoa que aprendo muito com o exemplo dos mais experientes, mais bem sucedidos, mais dedicados, mais competentes, mais preparados, enfim, aprendo com o exemplo de quem posso aprender algo. Se Deus, o Pai, e Jesus, o Filho, constam como trabalhando, quem sou eu para não trabalhar.

O cristão e o trabalho envolvem-se numa constante tensão que facilmente derrota alguns. Uns por que não ligam para o trabalho e deixam suas famílias em situação desajustada, para não dizer coisa pior. É um erro. Outros trabalham demais e embora supram todas as necessidades materiais de sua família, deixam seus filhos órfãos de pais vivos. É um erro. Já outros, mais medianos, não deslancham no que fazem e ano após ano testificam um progresso nulo. É um problema sério.

O ponto de equilíbrio na relação de um servo de Deus com seu trabalho (sua fonte de sustento) é quando não há idolatria (nem do cargo, do salário do dinheiro, do poder, da posição). Também não pode haver preguiça ou desleixo, mas dedicação e bom testemunho. Uma relação equilibrada prioriza a família e o relacionamento com Deus. Uma relação equilibrada leva ao sucesso, a satisfação e ao ajuste familiar, com um suprimento digno, embora nem sempre luxuoso.

De um modo muito sábio o Senhor instituiu o trabalho e por isso nós devemos trabalhar. Alguns afirmam que o trabalho foi a maldição de Deus para o homem quando o expulsou do jardim em Gênesis 3, mas isso é um equívoco. Dentro do jardim o homem já tinha afazeres, ainda que seu sustento não dependesse disso. O trabalho estava lá, a remuneração e a dependência do trabalho para sobreviver é que não. “Meu Pai trabalha até agora”, vindo da boca de Jesus, deve ser definitivo para quem pensa que trabalhar é desnecessário. Deus nos ajude com isso.

“Senhor, eu não quero temer ou desprezar o trabalho como forma e força do Senhor em minha vida, seja para aprimoramente pessoal, desenvolver relacionamentos ou simples sustento. Ajuda-me.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Oração e Gratidão

“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” (1 Tessalonicenses 5:18)

Quem não tem gratidão para expressar a Deus não entendeu o que significa redenção. Ter um dono é muito mais do que ir de vez em

quanto na frente Dele e contar algumas coisas que aconteceram ou pedir alguma coisa que esteja querendo ou precisando.

O fato incontestável é que a maioria das pessoas gasta 80% do tempo que está orando pedindo coisas. Eu creio sinceramente que não deveria ser assim, pois a gratidão deveria ocupar o espaço maior, independente do que estejamos vivendo ou sentindo. Já recebemos muito mais do que merecíamos e não reconhecer isso é cruel. Aliás, nem merecemos nada se não for por graça e favor de Deus, pura misericórdia por mim e por você.

Se analisarmos o modelo de oração ensinado por Jesus em Mateus 6:9-13, veremos que temos 6 manifestações de gratidão e adoração para 4 pedidos. Números são frios, eu sei, mas com eles entendemos melhor muitas coisas. Pode ser que isso pareça excessivamente matemático para alguns. Para mim não.

Quem não sabe agradecer não está nem perto de saber orar. Aliás, isso é pouca prioridade na vida cotidiana da maioria das pessoas que eu conheço, convivo ou observo. É entrar e sair do elevador sem nem olhar para o funcionário ali. É comprar, pagar e sair em silêncio. É estranho para mim, mas é assim. Imagino o aborrecimento do coração de Deus com o bando de pidões que acabamos nos tornando em algumas fases da vida. Quem não tem gratidão não tem moral para pedir nada.

Talvez o mais difícil para a maioria das pessoas nem seja usar palavras de gratidão, mas ter um coração agradecido. É um exercício, é um constante treinamento e crescimento.

Vamos praticar?

“Senhor, muito obrigado por que mesmo que não sabendo orar como convém o Senhor me abençoa. Obrigado por que mesmo não merecendo nada eu recebi tanto. Obrigado por me ter por filho.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Santificação e Integridade

“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5:23)

Ser santificado deve ser algo global, integral, sem distinção de alcance. É possível estar com o corpo em santidade mas a alma na lama. Igualmente o espírito pode estar bem mas o corpo não se rende à santidade. Ou o ser humano se entrega por completo a ser santo, ou vai continuar sendo repreensível.

Interessante notar que com Deus é tudo ou nada e Ele nos fez assim também. Se somos compostos de corpo, alma e espírito como este versículo nos mostra, faz todo sentido que sejamos santificados nas três esferas para que possamos ser encontrados plenamente conservados.

Ser santificado no corpo significa mais do negar-se à prostituição, mas controlar seus impulsos, dar-se ao cuidado físico, zelar pela saúde, valorizar as capacidades físicas que tem e, claro, não se dar a promiscuidade.

Ser santificado na alma nos fala de emoções e sentimentos curados, de perdão, de relacionamentos alinhados (saudáveis), de vontade e disposição sarados para servir ao Reino de Deus. Talvez seja a santificação mais difícil de se atingir, pois é a mais subjetiva e a menos ensinável de todas.

Ser santificado no espírito está no âmbito sobrenatural, nos ensina sobre uma ligação direta com Deus de forma santificada. Isso é, na minha opinião, resultado direto de uma vida de oração e de uma alma rendida a Cristo.

Para completar, lembremos que o alvo disso tudo, especialmente da santificação, é estar preparado para o dia do Grande Encontro com o Senhor, aquilo que todo cristão deve aguardar ansiosamente, incansavelmente, mas também preparadamente. A única preparação necessária, das quais todas as outras são consequência, salvo eu ter deixado passar alguma coisa, é a santidade.

“Senhor, ajuda-me a andar no caminho da santidade de forma integral, no corpo, na alma e no espirito.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Santificação e Participação

“Disse Josué também ao povo: Santificai-vos, porque amanhã fará o SENHOR maravilhas no meio de vós.” (Josué 3:5)

Eu considero muito errado uma pessoa querer servir a Deus, ser instrumento de Deus, seja da forma que for, e correr para se preparar momentos antes de começar a atuar. Se um pregador passou a semana na carne não vai ser nem em 15 nem em 60 minutos antes de pregar que ele vai se arrumar. Ele precisa de uma vida reta diante de Deus o tempo todo. É isso que é santificação. Por outro lado, este texto nos mostra a santificação como preparação para o que Deus fará em seguida, neste texto chamado de “amanhã”.

Neste versículo eu não vejo aspecto condicional, ou seja, o povo santificar-se não parece ser uma condição para as maravilhas que Deus faria no dia seguinte. Mas, apesar disso, a diferença seria para as pessoas e não para os fatos. Quem vê as maravilhas de Deus acontecendo e está santificado, participa mais do que assiste. Fazer parte é muito mais do que estar presente. Quem se santificou pode ser usado como instrumento operante das maravilhas e não apenas ser platéia. Além disso, nunca devemos descartar o aspecto da justiça de Deus, que eventualmente poderia consumir algum infeliz que ali no meio estivesse no mesmo caminho de pecado dos que Deus iria eliminar. Misericórdia.

Para quem está contente em ver Deus agir, isso não é necessário, mas existe o sério risco de ficar assistindo tudo sem participar. Eu não sou assim, literalmente “Deus me livre” disso. Quero ser tocado, quero fazer parte, quero ser usado, quero estar em todas e receber de tudo. Isso fará em mim algo que jamais seria feito se eu somente assistisse. Se eu faço parte acontece comigo. Se eu fico olhando pode ser que aconteça – mas é difícil.

Se buscarmos santidade, o Senhor fará maravilhas no nosso meio, em nós e através de nós. O quanto faremos parte disso dependerá de quanto nos santificarmos. Simples assim. Fazemos nossa parte e Deus faz a Dele.

“Senhor, já entendi que sem santidade nunca passarei de platéia. Me ensina a mudar de posição e particiar do teu mover, pois o maior beneficiado serei eu mesmo. Me ensina, por favor.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Oração e os Maus Pedidos

“pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.” (Tiago 4:3)

Tem gente sem noção para tudo, inclusive pra orar. Como eu sou meio “andado” para não dizer velho, já escutei muita coisa e, sinceramente, algumas eu poderia dispensar da memória. Já vi gente falando palavrão em oração, já ouvi gente pedindo que Deus amaldiçoasse pessoas e até já ouvi pessoas orando para Deus tirar cobrador do seu pé sem ter que pagar a dívida.

No meio de algumas aberrações têm outras coisas que a gente merece pensar. Elias pediu para si a morte, e ele era um grande profeta de Deus. Jonas também orou para morrer. Deus simplesmente disse que não, mas e se Ele atendesse? Precisamos entender que não é o que queremos que importa, mas o que Ele quer.

O nosso foco aqui é aprender a orar e para isso é necessário entender que ninguém de nós precisa adivinhar o pensamento ou o desejo específico de Deus para daí, então, orar. Temos a Bíblia como revelação dos princípios de Deus e com isso já podemos alinhar uma série de coisas.

O que é esbanjar? Eu creio que tudo que é troca ou barganha com Deus não funciona – tipo assim “Deus se o senhor me der aquele carro eu te servirei mais”. Não cola. Tem um pastor amigo meu que sempre diz que Deus não aumenta o salário de quem não dá dizimo direitinho, para não ser roubado num valor maior. Faz sentido.

Eu creio também que tudo que é passageiro demais não é do foco de Deus, especialmente em termos de bens materiais. Experimente orar por almas, por salvação de pessoas. Experimente orar para Deus abrir seus olhos para aprender as Escrituras e trazer revelação. Tente orar para ser mais útil no Reino. As respostas vêm como chuva de verão.

Este é o versículo mais claro de que me lembro neste sentido: pedis e não recebeis por que pedis mal. Quem pede bem pode ser atendido (pode ser) mas quem pede mal nem chance tem. Simples assim. Direto e claro assim.

“Senhor, o que eu mais quero é aprender a orar e se o Senhor não me ajudar eu não vou conseguir. Ensina-me a dar um passo de cada vez, para não pedir mal, e com isso crescer.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Santificação II

“Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade para maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação.” (Romanos 6:19)

É consenso que Paulo, nesta passagem, se refere a prostituição quando fala de usar os membros para imundície. Tomando isso como referência, temos um precioso ensino sobre santificação. Algumas práticas são sim incompatíveis com a santidade.

Ainda que muitos estudiosos e teólogos defendam que o pecado sempre ofende a Deus da mesma forma, portanto não existe pecadinho ou pecadão, sou forçado a admitir que nem todo pecado gera em Deus a mesma reação. A prostituição, a feitiçaria, a idolatria, a mentira – são alguns exemplos que são citados em Apocalise 21 como tendo endereço certo. Aos soberbos Deus resiste (Salmo 138:6). Deus é contra o profeta falso ou forçado (Jeremias 23). Sendo assim e não polemizando, queria resumir dizendo o seguinte: santificação implica em abrir mão de algumas atividades que são claramente contrárias à santidade.

Nesse rol eu colocaria principalmente práticas pecaminosas como adultério, prostituição, feitiçaria e estes pecados que a Bíblia claramente menciona. Cada um é livre para tomar suas decisões e viver como quiser, mas estou dizendo que estas coisas são o contrário de santificação. Fugir delas é a favor.

Poderíamos resumir dizendo que santificação é abrir mão do que eu naturalmente tenho vontade, para fazer o que Deus deseja que eu faça? Sim, eu diria que sim. É difícil? Com certeza! Possível? Igualmente certo!! Natural? De jeito nenhum, isso é sobrenatural.

Mas Deus está do nosso lado nisso e o que precisamos para abrir mão do que nos prejudica é ter vontade e dedicação. Fazendo nossa parte Deus fará a Dele, tão certo como o ar que respiro.

“Senhor, fortalece meu coração e minha mente para resistir a tudo que me tenta e que me tira do caminho da santificação. Me mostra, me ajuda a ver o que devo fugir. Preciso de ajuda.”

Mário Fernandez