Mário Fernandez

Santificação

“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14)

Ainda que eu já tenha lido essa interpretação em algum lugar, eu não creio nesse “ver” como algo físico ou para esta vida. Primeiro por que o texto de 1 João 4:12 diz que ninguém o viu, segundo por causa do relacionamento de Deus com Moisés a quem não quis mostrar-se diretamente, e por aí em diante.

No meu modo de entender, este “ver” se refere a comparecer diante Dele e, principalmente, aponta para a eternidade. Tudo para mim tem um toque de eternidade, mas neste caso é um grande toque. Sem santificação a eternidade não será com o Senhor, não se poderá vê-lo na eternidade sem santidade. Creio ser claro o suficiente o que isso significa e a sua implicação.

Algumas pesssoas me perguntam se eu creio que alguém realmente salvo pode não ter interesse em se santificar. Eu usualmente respondo que sim, e justifico aqui. A unção é de Deus, o toque é de Deus, a benção é de Deus. Mas o caráter é do homem e santificação é um processo sobrenatural que cabe a Deus executar nos corações que o recebem. Assim como uma emissora que não para de transmitir não tem nenhum resultado em termos de comunicação se ninguém sintonizar sua frequência, igualmente é o agir de Deus não encontrando terra fértil.

Claro que é uma resposta simplificada, pois temos de avaliar há quanto tempo o indivíduo foi alcançado pela graça salvadora, de que forma foi alcançado e principalmente que oportunidade teve para se santificar. Eu jamais emito julgamente no sentido de dizer se a pessoa é realmente salva ou não. Mas eu me sinto apto a discernir quando uma pessoa está brincando de cristão ou quando está buscando santidade com intensidade e seriedade. O Espírito Santo me ajuda nisso e me permite discernir.

O fato é que devemos despertar para a necessidade de termos desejo pela Presença do Pai, e a chave para isso é a santificação. Coloquemos isso em prática, urgentemente.

“Senhor, me ajuda a entender o que significa me santificar para que eu possa caminhar na direção de estar contigo. Torna isso uma prioridade no meu coração, por favor.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Oração e o Nosso Tesouro

“porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” (Mateus 6:21)

Uma das coisas mais difíceis que devemos aprender para ter uma vida de oração adequada é conhecer nosso coração. Eu posso testemunhar (contra mim mesmo) que muitas vezes estive orando por coisas absolutamente egoístas que na verdade nem eram boas para mim, mas ainda assim era o que meu coração desejava. Nesse ímpeto, quando menos percebemos, estamos tentando dar ordens ao Todo-Poderoso para que, numa tentativa infrutifera e vazia, Ele faça o que nós queremos e não o que Ele quer.

Onde está nosso tesouro, nossos valores, aquilo que nos é caro, aquilo de damos importância – é ali que nosso coração estará. Quando batem no seu carro e você tem uma fração de segundo de pensamento involuntário e descontrolado, sobre o que é? A extensão do dano? O preço do conserto? De quem foi a culpa? Ou é se alguém se machucou? Situações como esta ajudam a entender o que temos no coração, mais do que na mente. Racionalmente eu sempre penso nos que se machucaram, mas no impulso talvez eu pense primeiro no tamanho do estrago. Onde está meu coração? O que de fato tem valor para mim?

Quando oramos com o coração aplicado a algo, não temos certeza de que seremos antendidos no nosso pedido. MAS quando nosso coração está alinhado com o coração de Deus, na verdade estamos orando com o coração Dele aplicado. Neste caso, temos promessas inquebráveis de um prometedor infalível – seremos atendidos. A oração atendida é aquela que tem uma ligação de coração para coração, nos colocando frente a frente com o desejo do Pai, quase que se confundindo com o nosso.

Isso é tão lindo quanto difícil de colocar em prática. Para dominar o coração e aprender a desejar o que Deus deseja, só tem um caminho: muita oração, muita leitura e meditação na Palavra e muita, mas muita, mas muita força de vontade para renunciar o que só o nosso coração quer.

“Senhor, eu quero aprender a orar como convém, mas para isso preciso aprender e conhecer e dominar o meu coração. Ajuda-me a encontrar formas de colocar isso em prática.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Certeza da Salvação

“Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus.” (1 João 5:13)

Há uma polêmica teológica antiga (aliás muito antiga) sobre a perda da salvação. A pergunta “uma vez salvo, salvo para sempre?” tem atormentado teólogos e estudiosos por séculos. Claro, alguns não perdem o sono com isso mas outros fazem um cavalo de batalha por ele. Eu quero focar nossa meditação em um foco periférico, ainda que bastante relevante.

Este versículo que acabamos de ler nos ensina que podemos saber que temos a vida eterna. Ao ler este versículo e associá-lo com Romanos 8:16, entendo que existe aqui uma realidade espiritual. Deixando de lado a polêmica acalorada da perda ou não da salvação, estes dois versículos nos ajudam a entender que podemos ter certeza da vida eterna, o que para mim basta. Me permita explicar.

Se pensarmos em um líder (pastor, padre, missionário, …) que abandonou a fé e caiu nas drogas, na prostituição ou na feitiçaria (ou em todos) dificilmente não se ouve a pergunta “mas ele nunca foi convertido ou perdeu a salvação?”. Sinceramente… Tanto faz.

Se colocarmos em dúvida se nossa liderança é convertida, ficaremos o tempo todo de sobreaviso esperando o mínimo deslize mais sério para levantar o dedo em riste e dizer “eu sabia!”. Isso vai sabotar a unidade da igreja e será danoso para todos, indistintamente. Se por outro lado pensarmos que ele era salvo mas decidiu abandonar, colocamos em dúvida se amanhã outro de nossos líderes não passará por isso, e, consequentemente, lá vem o dedão levantado de novo e o “eu sabia” vai fazer eco outra vez.

O que precisamos focar, com objetividade e seriedade, é que a Palavra de Deus nos ensina, sem muita margem para duvidar, que se perseverarmos até o fim receberemos a coroa da vida, que aquele que não se corrompe é galardoado, que ao vencedor há uma linha de chegada reservada. Isso me basta e deve bastar a você também. Conserve sua fé, ande em santidade, busque a Deus incessantemente, ore e medite na Palavra. A vitória está reservada e garantida, o resto não importa.

Onde há certeza e convicção não cabe dúvida. Para mim basta.

“Senhor, ajuda-me viver de modo digno de Ti, andando como vitorioso mas em humildade, com total convicção de quem sou no Teu Reino. Obrigado por me escolher, me chamar e me capacitar.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Aprendendo a Orar II

“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos ” (Mateus 6:7)

Muitas pessoas acreditam que Deus é surdo, umas por que gritam e outras por que não param de falar. Na verdade, a Bíblia ensina, sim, que devemos persistir e perseverar nas nossas orações, mas isso não nos permite confundir Deus com algum surdo. Também, ao contrário do que já ouvi, essas ditas vãs repetições não são quando a pessoa é pouco eloquente e repete demais as palavras.

O que podemos entender como repetições vazias são aquelas que são embaladas por um coração vazio. Não adianta dizer “Deus eu te amo” se não estiver disposto a obedecê-lo, pois aquele que obedece é o que ama (João 14:21). Não adianta dizer palavras de adoração sem um coração humilde, pois Deus resiste ao soberbo (Tiago 4:6). Não adianta pedir e pedir e pedir sem crer que receberá, pois isso é falta de fé e o único resultado será uma repetição sem sentido de frases feitas.

Ser ouvido é mais do que ter sua voz reconhecida. O sentido bíblico, e principalmente neste versículo, é de ser atendido na sua petição. Temos inúmeros exemplos bíblicos de pessoas que oraram uma única vez e Deus os atendeu, e outros que ficaram orando por anos a fio sem uma resposta aparente. Alguns de fato nunca foram atendidos. Nunca podemos esquecer ou negligenciar que Deus é soberano e pedimos a Ele justamente por isso. Se Ele fosse qualquer um, para que orar para Ele? Sendo Ele quem é, pode ou não atender nosso pedido, isso não muda nada do lado Dele.

Persistir sim, repetir de forma vazia não. Como equilibrar? É mais simples do que parece, mas não é fácil de fazer. É preciso estar de todo coração empenhado, para que a repetição persistente não seja vazia. É possível, mas somente pela fé.

“Senhor, eu reconheço que não sei orar como convém. Por favor me ensina a buscar em Ti sem o coração vazio, pelo contrário, totalmente derramado a Ti.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Salvação II

“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4:12)

Depois que a gente entende que está perdido, já começa um agir de Deus na nossa vida. Somos convencidos do pecado, da justiça e do juízo e isso é obra de Deus através do Espírito Santo. Daí, vem a questão da salvação.

Só há Um que pode nos salvar, e esse é Jesus de Nazaré, o Filho do Deus Vivo, encarnado há 20 séculos em um corpo de natureza plenamente humana. Há outros versículos que ensinam isso, mas este é cristalino. Não há outro.

Quando o assunto é salvação, no Reino de Deus não existe embaixador, nem advogado, nem intercessor, nem procurador, nem delegado, nem assistente. Pelo simples motivo fácil de entender: só Jesus deu a Sua vida para morrer em nosso lugar. Outros morreram e todos nós morreremos, mas cada um por si. Além disso, Ele morreu tendo uma vida que não tinha pecado para ser pago ou purificado, portanto foi “em vão” para Si mesmo – puramente em favor de mim e de você. Se você encontrar outro que tenha feito isso, que tenha sido santo como Ele, me avise. Mas adianto que não existe.

Podemos ser instrumentos de Deus para muitas coisas no Reino de Dele e podemos, sim, agir como embaixadores, mas para outros assuntos. Salvação é assunto exclusivo e expediente único do Único que tem autoridade para resolver.

Quer crendo nisso ou não, esta é a realidade ensinada pela Bíblia e portanto nossa opção de crer. Nada nem ninguém pode ir contra esta verdade bíblica com sucesso, ainda que alguns tentem. Não há outro nome que possa nos salvar.

“Senhor, obrigado pela morte sacrifical de Jesus em meu favor, do contrário eu estaria condenado. Ensina-me a valorizar isso da forma correta e a entender a profundidade disso.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Salvação

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” (Romanos 3:23)

Diversas coisas nesta vida são o que são, independentemente de concordarmos ou não, de crermos ou não, de entendermos ou não. Dou como exemplo a lei da gravidade: eu não sei como funciona, mas as coisas na minha casa caem para baixo. E não adianta negá-la para pular de um lugar alto, pois vai cair igual.

Assim é com a salvação. Em algum momento temos de tomar uma decisao crucial: em que vamos acreditar. Quando a minha hora chegou, eu decidir acreditar na Biblia e isso foi decisivo para mim. Ao decidir isso, as coisas ficaram claras e simples.

Eu sou pecador e estava perdido, sim. Não somos bons, por melhores que sejamos, pois a natureza do homem é perdida. Precisamos portanto de salvação sim, ainda que alguns grupos defendam que isso não seja necessário. Eu escolhi a Biblia.

A perfeição e a plenitude da profunda santidade de Deus não permite que nenhum ser humano, por sublime ou “iluminado” que se julgue, se aproxime Dele. Sem chance, não é para nós. Mas sem Ele estamos condenados ao inferno, lugar do afastamento definitivo Dele. Isso não é bom. Não tinha remédio.

A única forma de resolver isso é morrer, mas se eu morrer não desfruto do resultado. Fico de ficha limpa mas sem crédito para continuar. Não tinha remédio. A não ser que outro morresse no meu lugar, mas isso era impossível por que teria de ser voluntário para não ser assassinato. Sem remédio.

Até que Deus interveio na história cumprindo Suas promessas e profecias, mandando Um que poderia morrer por todos, voluntariamente. E mais: alguém que era tão santo quanto Ele pagaria pelo pecado de toda humanidade e não apenas por um.

Esse Um é Jesus e crendo Nele ou não, é o único que poderia ter feito isso em toda história. E é por isso que precisamos da salvação em Jesus.

“Senhor, eu entendo que não sou tão bom quanto o Senhor e por isso não posso me aproximar. Meu pecado me afasta de Ti. MAS agora o preço foi pago e posso ser chamado Seu filho.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

aprendendo a Orar

“Buscar-me-eis e me achareis quando me
buscardes de todo o vosso coração.”
(Jeremias 29:13)

Uma oração é uma conversa com Deus, independentemente de idioma, forma, duração, maturidade, intenções, fé, sinceridade, lugar, etc. Falar com Deus é uma oração. Se vai funcionar e vai ser atendida é outra discussão. Mas assim como um carro é um carro mesmo quando ninguém está usando e está guardado, uma oração é uma oração sendo absurda ou não.

Para aprendermos a orar é necessário termos em mente que esta ferramenta foi criada por Deus para relacionamento e não para relatório. Deus nunca quis, pelo que aprendemos na Sua Palavra, que orar fosse algo pesado, algo duro, um castigo ou uma imposição. Orar é uma coisa, ser atendido é outra. Ter conta bancária é uma coisa, ter dinheiro na conta é outra.

Aprenderemos a orar quando conhecermos ao nosso coração, pois muitos gastarão suas vidas buscando a Deus sem encontrá-lo, pois lhes faltará derramar todo coração. Note: TODO coração com ênfase no TODO. É uma promessa, não tem erro. Aprenderemos a orar quando nosso coração tocar o coração Dele.

Aprenderemos a orar quando entendermos que orar não é falar uns com os outros nem meditar na Palavra de Deus. Estas coisas são importantes para a vida cristã, mas não é oração.

Aprenderemos a orar quando entendermos que orar não é falar o que tiver vontade e terminar dizendo “em nome de Jesus”.

Aprenderemos a orar depois de termos começado a orar, pois teoria nenhuma neste mundo vai substituir o que a prática produzirá em nós. Aprenderemos a orar, orando…

“Senhor, não sabemos orar como convém, mas ainda assim queremos chegar diante de Ti e Te adorar. Queremos aprender a orar. Ensina-nos.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Mulheres V

“Perdoa, pois, a transgressão da tua serva; porque certamente fará o Senhor casa firme a meu senhor, pois meu senhor guerreia as guerras do Senhor; e não se achará mal em ti por todos os teus dias. Se alguém se levantar para te perseguir, e para buscar a tua vida, então a vida de meu senhor será atada no feixe dos que vivem com o Senhor teu Deus; porém a vida de teus inimigos ele arrojará ao longe, como do côncavo de uma funda.”(1Samuel 25:28,29)

Sou fã dessa Abigail. Uma mulher casada com o tal do Nabal, cujo nome signica “insensato, tolo, estúpido”. Mulher persistente. Poderia ter deixado os soldados de Davi acabarem com o marido e ter ficado com a herança. Mas intercedeu poderosamente em favor de sua casa.

O que eu mais fico admirado nesse pedido de Abigail, é que ela teve a ousadia de procurar Davi mas não teve a ousadia de enfrentá-lo, até por que seria inútil. Note que ela faz um pedido “perdoa” e gasta o resto da conversa abençoado o ungido de Deus, literalmente como se sua vida dependesse disso.

Meu querido, minha querida, uma mulher pode salvar a sua casa com sua atitude, com sua intercessão, com sua adoração. Uma mulher que abençoa até os inimigos de seu marido e de sua casa é uma mulher de grande mérito e Deus olha para isso. Este versículo me ensina muito profundamente sobre o valor de uma mulher assim.

Mas o que Deus queria me ensinar não era admiração e sim a lição de que, para ser assim, uma mulher precisa apenas de coragem e decisão. Somos donos de nossa língua e falamos o que queremos. Ela poderia xingar seu marido, poderia ficar suplicando ao rei, mas decidiu abençoá-lo para que ele derramasse favor sobre ela. Claro que funcionou.

Minha irmã, te convido e te desafio a agir e falar assim, abençoando para ser abençoada, seja você casada ou não.

Meu irmão, quero te desafiar a perceber e valorizar mulheres assim, incentivando-as e motivando-as.

“Senhor, somos pessoas limitadas e não acertamos sempre. Mas os erros que cometemos nos ensinam, assim como esta mulher ajudou seu marido. Ensina-nos a aprender de Ti como agir.”

Mário Fernandez