Mário Fernandez

Único

“Vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR, o meu servo a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que sou eu mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.” (Isaías 43:10 ARA)

Eu aprecio as qualidades que uma pessoa possa ter, mas se tem algo que admiro é a fidelidade. E se tem uma coisa que uma testemunha precisa, acima de tudo, é ser fiel e verdadeiro. O texto é claro quando diz “antes de mim” e “depois de mim”.

Parece óbvio e pode parecer bobagem, mas nunca devemos subestimar quando Deus fala algo pessoalmente, como falou pela boca do profeta Isaías. Essa palavra não era dirigida a uma pessoa específica em seu contexto, mas é um princípio eterno amparado pelo restante das Escrituras Sagradas. Não há, nem houve, nem jamais haverá outro Deus.

Mas a gente vive no século XXI e sabe tudo, entende de tudo, domina tudo. Com isso, acha que pode tudo. Ouso discordar. A gente continua sendo o que sempre foi: humano, falho e dependente. Nisso, a gente tropeça facilmente.

Amar ao dinheiro é raiz de todos os males; avareza é idolatria (olha outro deus aí); não se pode servir a Deus e a Mamom; onde estiver o tesouro estará o coração. Junte tudo isso e perceba – o mundo dinheirista em que vivemos tem seu deus. Que este não seja o nosso. Mas não é facil, afinal os encantos, os confortos e os brilhos são tentadores, eu reconheço.

Tomei um único exemplo de tantos que poderia, mas o recado é simples: tudo que tomar o trono e reinar, se candidata a deus de sua vida. Espante esse invasor, pois o assento ali está ocupado desde os dias de Isaías. Isso vale para seu ego, seu emprego, seu carro, sua familia e tudo (eu disse tudo) que mandar em você que não seja o Todo Poderoso Senhor.

“Senhor, eu reconheço que facilmente podemos perder o rumo e por isso clamo por misericórdia. Me ensina a ter realmente um único Deus na minha vida, sem concorrentes.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Curvar

“para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra,” (Filipenses 2:10 ARA)

Volto ao texto para complementar o que compreendo ser um joelho dobrado, ou um ser humano que se curva diante de Jesus Cristo. Se fosse meramente uma questão de flexionar o corpo, seria simples e seria fácil. Mas eu vejo muito mais do que isso no ato de dobrar seus joelhos, principalmente:

  • Reduz a altura, nos coloca no devido lugar
  • Demonstra confiança ou obediência
  • Não tem como sair andando
  • Muda a perspectiva das coisas, a visão é outra
  • Reduz a força, não tem como carregar um peso
  • Gera dependência pois a mobilidade reduz
  • Encurta o alcance para tudo
  • Reconhece o valor e posição Dele
  • Submete à vontade Dele
  • Cedo ou tarde, fica desconfortável
  • Contraria a posição mais natural de ficar em pé

Não bastasse tudo isso, que já seria muito, temos de continuar tendo em mente que enquanto nos curvamos, Ele continua de pé. Jesus não se curva diante de ninguém, pois Ele é o Senhor dos senhores. Não se curvou ao diabo na tentação do deserto, não se curvou diante dos poderosos de Seu tempo. Quem se curva é o servo, não o Senhor.

Entender isso nos coloca no nosso devido lugar. Como já mencionei, tenho antecipado o evento e me curvado de todas as formas que eu encontro. Os primeiros efeitos são que vejo tudo diferente, me obrigo a parar e perco minha autonomia.

Não subestime o quanto o ato de se ajoelhar pode produzir em sua vida. Te convido a tentar, ao menos por fé tentar, orar ajoelhado, curvar o joelho de suas idéias e valores, entender o que significa realmente estar curvado.

“Pai, que meus joelhos sejam mais do articulações do meu corpo e sim demonstrações de meu amor, sujeição e obediência a Ti.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Joelhos

“para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra,” (Filipenses 2:10 ARA)

Eu tenho mente fértil e sou muito visual, até meio cinematográfico, para ser sincero. Eu visualizo e contemplo imagens como esta mentalmente com grande facilidade. Tem uma cena de um filme (prefiro não mencionar qual) em que todo mundo se ajoelha diante de um rei e associo muito com este versículo.

Mas o que quero compartilhar nesta breve meditação é que eu e os que andam comigo não vão esperar pelo dia em que todo joelho se dobrará. Nós escolhemos dobrar já os nossos joelhos. Quero deixar isso bem claro e explicar muito bem do que estou falando.

Temos procurado orar de joelhos mais do que algum dirigente de culto nos oriente. No momento solitário, na intimidade, no culto, na intercessão – temos nos dobrado e declarado que é diante do Nome que é sobre todo nome.

Temos pago o preço da obediência, nos curvando à vontade Dele sempre que um impasse surge ou a carne clama por espaço. Em todas as decisões decidi perguntar o que Jesus quer que eu faça e obedecer.

Temos declarado publicamente a todos que não forem surdos (por enquanto, pois estamos vendo como resolver isso) que Jesus é nosso dono e Senhor. E com isso dizemos abertamente que a Ele servimos e diante Dele nos curvamos, a mais ninguém.

Temos humilhado e resumido tudo que de própria vontade poderia ser evocado como direito, para que a Palavra de Deus seja estabelecida e prevaleça.

Finalmente, mas não menos importante, temos ensinado a todos que quiserem aprender, que ter Jesus como Senhor não são palavas mas atitudes. Inclusive, compartilhar e ensinar.

Te convido a curvar também teu joelho enquanto não chega o dia em que não haverá opção, e todos se dobrarão.

“Pai, obrigado pelo Senhorio de Jesus de Nazaré sobre minha vida, pelo qual eu dobro meus joelhos.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Finalidade

“obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma.” (1 Pedro 1:9 ARA)

Eu nunca me imaginei com 40 anos. Talvez por trabalhar desde cedo, quando me dei conta tinha 30, daí a aceleração aumentou e quando vi, estava com 40. Agora, alguns anos depois, olho e vejo que nem tudo na minha vida foi sendo dirigido com a merecida objetividade. Seja na familia, na carreira profissional, no ministério cristão, ou mesmo no aspecto emocional, é indispensável saber onde se quer chegar.

A correria engole a gente e é preciso desacelerar e olhar para si mesmo de fora. Há poucas semanas tive oportunidade de fazer isso e agora estou espantado comigo. Primeiro, olhei e vi um paspalho correndo para fazer mais do que precisava; segundo, vi alguém que nem sempre decidiu olhando para o alvo. Este versículo ajudou numa destas vigílias noturnas de noites mal dormidas, me ensinando algo valioso que preciso repartir.

Nossa fé não é para nosso agrado e nem para servir de bandeira, mas para produzir nossa salvação. Somos salvos por fé e por fé devemos viver, desenvolvendo nossa salvação com temor e tremor. Nossa fé pode produzir muita coisa e servir para muita coisa, mas seu objetivo ou finalidade é nossa salvação.

Evidente que isso permite uma segunda interpretação, amparada pelo idioma original: nossa salvação extermina nossa fé, pois é quando ela chega ao fim. Isso se encaixa no sentimento que vivo, pois será a consumação da minha salvação que me permitirá não precisar mais de fé, pois estarei com o Senhor e lá tudo está consumado, nada está mais pendente, não há em que crer por fé – eu verei tudo, estarei Lá. Isso me conforta, me consola e me dirige para frente.

Tudo termina quando tudo começa – na eternidade. Basta a cada dia seu mal, o amanhã não nos pertence. Nesta vida precisamos de mais equilíbrio, de mais objetividade, de mais transparência com nosso alvo. Sem olhar para frente, bem para frente, tudo vira correria.

Convido a pensar na correria e no fim de tudo. No fim “objetivo” e no fim “final”. Dá na mesma.

“Senhor, que canseira. Que energia dissipada. Tem misericórdia de mim e me ajuda a ver para onde devo andar.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Sem Memória

“De todas as transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela justiça que praticou, viverá.” (Ezequiel 18:22 ARA)

Nosso Deus não é burro nem analfabeto, Ele conhece as Escrituras e não apaga de Sua mente o que já se passou. Ainda assim, este versículo ensina que não haverá lembrança do pecado (transgressão) daqueles que genuinamente se arrependem e se convertem dos seus maus caminhos.

É interessante, pois isso é uma decisão do coração do Pai. Ele nunca mais menciona, nunca mais traz à lembrança, nunca mais nos acusa. Eu fico olhando determinadas situações, por exemplo, em uma briga de casais, quando voltam-se às acusações antigas, como se fossem sementes para serem semeadas em tempo mais oportuno. Se o Pai Celestial não é assim, também nós não devemos ser. Por mais doloroso que seja o pecado, o amor cobre multidão de erros e permite que o coração de Deus abra mão de lembrar. Nós, portanto, também temos de adotar essa conduta.

Em algumas situações é difícil esquecer, se não impossível. A perda de um ente querido, uma tragédia, um ato brutal, são inúmeras coisas que nossa memória resiste em abandonar. Mas memória e lembrança não precisam andar juntas. Eu me lembro (memória) de ofensas que me foram lançadas, mas desde que perdoei perdi o direito de mencioná-las (lembrança) e isso me ajuda a colocar de lado o que atrapalha olhar para frente.

Devemos lembrar que é possível pecar sem envolver mais nenhum ser humano, mas sempre, invariavelmente, o Senhor Nosso Deus será envolvido, pois TODO pecado ofende Seu coração santo. Portanto, mesmo que seja algo que jamais alguém neste mundo fique sabendo, ou tenha conhecimento, ou seja mencionado – ao Pai está descoberto. Se Ele nos perdoa, é como se não tivesse acontecido.

Agradeçamos ao Nosso Deus fazendo algo que vai Lhe agradar – abandonemos os caminhos que O desagradam.

“Pai, obrigado porque Tua misericórdia e Teu amor por mim me levam a um lugar onde nada é mencionado e não sou acusado. Ensina-me, assim, a andar mais e mais perto de Ti.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Adoradores II

“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.” (João 4:23 ARA)

…Você é um adorador?

Assim terminei a devocional anterior, para iniciar esta continuação. Vamos em frente.

Note que todo ser humano que tem um mínimo conhecimento do Reino de Deus é uma pessoa que busca a Deus. Seja de forma voluntária, espontânea ou por que aprendeu assim, mas é a pessoa que, do seu modo e no seu ritmo, busca a Deus.

Buscar a Deus é correr atrás Dele, tentar contato com Ele, empenhar esforço para ter algo Dele, puxar conversa com Ele, aguardar o retorno Dele. Tudo apontando na direção Dele. Todo adorador é uma pessoa que busca a Deus incansavelmente, ou como alguns gostam de rotular, um caçador de Deus. Mas há algo mais a ser visto e considerado sobre o adorador, esta figura inusitada.

Este versículo diz que o adorador é objeto da busca de Deus, ou seja, Aquele que tão frequentemente é procurado também procura por alguém. E não coincidentemente é o adorador. Isso me leva a pensar e crer que Deus, sabedor de todas as coisas, considera que deve buscar aquele que mais intenta buscá-lo, como um empresário do nosso tempo que aumenta a produção do produto que lhe dá mais lucro. Claro, é uma comparação didática pois Deus não visa lucro. Mas o adorador é aquele que não se importa em ser procurado, pois é um buscador.

Na convergência destes interesses, eu vejo uma maravilhosa graça e favor de Deus. Quanto mais eu quiser estar com Ele, ainda mais se for adorador, mais Ele me buscará e desejará estar comigo. É lindo isso, afinal para algumas pessoas Deus é um mistério tão distante, tão sofrido, tão complicado, tão inatingível…

E você, é um adorador? Que tal se empenhar nisso?

“Deus amado, obrigado por responder tão amorosamente ao mais tênue esforço das pessoas em Te buscar. Ajuda-me a ser mais e mais dedicado na Tua adoração. Quero ser um adorador.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Adoradores

“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.” (João 4:23 ARA)

É interessante que quando prestamos atenção ouvimos algo que antes nos havia passado despercebido. Deus elege uns, escolhe outros, capacita outros, levanta mais uns… Mas a única referência que encontrei sobre Deus procurar é por os adoradores, o que na realidade não caracteriza, necessariamente, uma função e sim uma condição ou estilo.

Um adorador pode ser um recém convertido como pode ser uma pessoa madura na sua fé. Um adorador pode ser um músico talentoso, ou um músico medíocre, ou mesmo um desafinado sem nenhum talento musical. Um adorador pode ser qualquer um no nosso meio. Afinal, o que é um adorador?

Aqueles a quem o Pai busca são os que dobram seus joelhos e derramam suas lágrimas diante da presença do Pai. Basta Ele se manifestar, em silêncio ou no tumulto. O adorador é aquele que não liga para os que estão a seu redor e faz o que sente no coração para agradar e reconhecer que Seu Dono chegou. O adorador é aquele que não se prende a protocolos, modos, formatos, mas para o que Ele crê que agrada seu Senhor. É o que canta, que dança, que pula. É o que se cala, fica imóvel. É aquele que sente saudade de conversar com o Pai, de ouvir Sua voz, de sentir Seu toque. É o sujeito que talvez esteja quieto ao seu lado, derramando uma gotinha discreta de suor, como se estivesse cochilando. É o que ora, é o que busca.

Um adorador é alguém que não se contenta com menos do que ser íntimo do Pai. Não se contenta em falar de longe, nem de ser recebido na sala da casa, mas tem de entrar ao cômodo interior, conversar rindo, com roupa informal e talvez até descalço. O adorador não aceita menos, não desiste enquanto não é tocado, não liga para o prejuizo que tiver pois o real prejuízo é não adorar.

Você é um adorador?

“Pai, eu quero aprender a fazer mais do que adorar; eu quero aprender a ser um adorador. Fazer não me basta mais, eu agora quero ser. Ajuda e ensina este Teu filho.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Envelhece

“Eles, porém, não deram ouvidos a Moisés, e alguns deixaram do maná para a manhã seguinte; porém deu bichos e cheirava mal. E Moisés se indignou contra eles.” (Êxodo 16:20 ARA)

Existe um mistério de ensino profundo no maná. Nestes últimos dias, chamou-me a atenção algo a este respeito. Note que maná é alimento e não pode ser guardado. Nós nos alimentamos no corpo e no espírito. O maná era para o corpo físico mas trazia consigo um suprimento espiritual da parte de Deus para Seu povo. Entendamos: se a provisão é espiritual e não dura de um dia para o outro, como podemos querer hoje viver uma vida alimentada unicamente por um culto semanal?

Eu não sou igrejista nem igrejeiro, acho que a igreja tem o seu papel e eu sou defensor dela, mas não a tenho por solução ou caminho de nada. Jesus é o caminho, a verdade e a vida, portanto tenho a igreja como mera ferramenta, como um computador, um carro, um idioma, a internet ou qualquer outro recurso de que disponho para viver mais em comunhão com o Pai. Nada mais. Contudo, devo reconhecer que neste papel a igreja tem seu desempenho como supridora por parte de Deus.

Se a pregação de domingo não me alimentar (graças a Deus não é meu caso, estou sendo bem atendido) meu tempo devocional, minhas leituras, meu discipulador, algum outro curso, outros estudos – tudo deve ser somado para alcançar o alimento de que preciso. Se a pregação de domingo me alimentar (como é meu caso), eu preciso “comer” menos durante os demais dias, mas não vou ficar com fome ou à beira da inanição. Devo e quero me alimentar mais e mais, pois no espírito não existe obesidade, toda “proteína” que ingerirmos será transformada em musculatura e força.

Mas não podemos ter a ilusão de que vamos guardar para o dia seguinte, pois tal como o maná se estragava, ou ficava vencido, igualmente o que recebemos como alimento espiritual não deve ser estocado. Deve ser consumido continuamente, fortalecendo o nosso espírito de forma contínua. Obviamente isso dá trabalho, mas é necessário. E sejamos francos: quando nossos irmãos no passado não tinham a Bíblia, nem os demais recursos que temos hoje, era muito mais difícil. Façamos a nossa parte.

“Pai, ajuda-me a encontrar meu alimento nas formas que o Senhor estabeleceu para mim, diariamente. Não quero viver com uma refeição eventual ou espaçada, mas todos os dias.”

Mário Fernandez