Mário Fernandez

Com Clareza ou Pela Metade?

“Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei;” (Gênesis 12:1 ARA)

Interessante que, para Noé, Deus deu tantos detalhes sobre sua missão e para Abrão foi na base do “corre, rapaz!!!”. Totalmente diferente com um e com outro. Noé, faz um barco com tantos metros de comprimento, da madeira tal, com altura tal, com uma porta, pinta de tal cor… Com Abrão é apenas “se manda”.

Como Deus trata com você? Suas missões são sempre claras e detalhadas com todas as especificações que um engenheiro poderia desejar? Ou nem sempre? Ou nunca é assim?

Nem um nem outro é melhor, entenda. O importante é que Deus tenha falado com eles e conosco, indiferentemente de ter dado mais ou menos detalhes, de ter sido genérico ou específico. Dureza é nunca ouvir nada, não saber nem se tem algo para fazer muito menos do que se trata. Na minha experiência com o Pai, ao longo de já uns 24 anos, muito mais fui tratado como Abrão do que como Noé. Já recebi ordens claras, mas foram menos do que as que vieram pela metade. Muito menos.

Na minha mente exata, matemática, engenheirística, cheia de pensar… Que desafio! Quanta ansiedade à toa, se tanto conheço o Deus a quem sirvo. Mas dou-me conta de que Abrão estava sendo preparado para ser Abraão, nada mais nada menos que o pai da fé (certeza do incerto). Para quem tem fé, não é necessário explicar muita coisa, ou talvez nada. Aleluia, se estou sendo preparado pra qualquer coisa com Deus, estou dentro! E feliz!

Não estou dizendo que Noé não tinha fé, pois isso seria uma bobagem tremenda. Mas ele recebeu mais detalhes por que Deus quis assim. Será que ele teria tido dificuldade de fazer a arca com menos informações? Nunca saberemos, mas podemos ter certeza de uma coisa: Deus queria uma arca e conseguiu. Queria um homem de fé em outra terra e conseguiu. Comigo Ele há de conseguir o que deseja. E com você? Vai ser difícil?

“Pai, nada se compara a andar contigo, ter a Tua mão nos guiando e sabendo que estamos fazendo a Tua vontade. Faz de mim alguém obediente e confiante independente de quantos detalhes eu tenha.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Matar

“O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10:10 ARA)

O conceito de morte é bastante comum, em termos de senso popular. Tirar uma vida é matar, tornar algo inutilizável é matar, anular é matar. Podemos matar um ser vivo (animal, planta, ser humano) como podemos matar algo inanimado (um pneu, um microondas, um computador) e até mesmo coisas abstratas (um namoro, uma sociedade). Chama-me a atenção que aqui aparece na voz ativa, ou seja, a ação de tirar a vida é executada e imposta e não permissiva. O ladrão não vem te convencer a se deixar morrer, ele vem para matar.

Nossa vida pode ser terminada a qualquer momento e me é assombroso como o corpo humano é frágil e há diferentes formas de morrer – ou matar. Mas o ladrão vem matar o corpo? Certamente que sim, mas não somente isso. Vem matar seus relacionamentos, seus sentimentos, sua santidade. Vem trazer morte eterna, muito mais prejudicial do que a morte física.

Nosso corpo pode ser morto de várias formas – impacto, pressão, eletricidade, calor ou frio excessivo, sufocação, etc. E nossa alma, pode receber morte eterna como? Penso que mais ou menos da mesma forma – sendo espancada, sendo esmagada, sendo eletrocutada, sendo queimada ou congelada, sendo sufocada… Acho que os detalhes e explicações são dispensáveis.

Devemos sempre perceber que Deus tem vida e vida abundante para todos aqueles que Nele crerem, mas não segui-lo é sentença de morte, à semelhando de um naufrágio. Não culpe o piloto do barco salva-vidas se você voluntariamente não crer nele e não quiser subir a bordo. Se prefere se afogar do que se arriscar no bote, fique à vontade. O aviso é simples, é claro e é definitivo – o ladrão está aí; ou sobe no barquinho ou se afoga.

Não é preciso escolher o ladrão, basta não escolher ao Senhor. Eu tomei essa decisão há mais de 24 anos, não me arrependi nem por um único dia e não retrocedo. Junte-se a mim.

“Senhor, eu não quero ter parte com esse ladrão, nem com seus atos, nem com seus princípios. Livra-me de ser enredado pelos laços, enganos e mentiras desse ladrão.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Sem Desperdício

“Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que sobejaram recolheram ainda doze cestos cheios.” (Mateus 14:20 ARA)

Sou muito pouco curioso, mas algumas coisas me provocam. Poucas referências bíblicas aparecem nos 4 evangelhos e ainda assim, os detalhes geralmente divergem ou não aparecem. Este versículo aparece em Marcos 6:43, Lucas 9:17 e João 6:13 – sempre mencionando que foram doze cestos e que foram recolhidas as migalhas ou pedaços que sobraram.

Tenho servido a Deus em minha igreja local em tudo que posso (ou que me permitem) e num destes serviços trabalho em retiros de homens que chamamos de “Encontro face-a-face com Deus”. Amo esse ministério e, se posso, ajudo na cozinha. Um dia vi a quantidade de comida que 200 homens desperdiçam e jogam no lixo. Sobras que ficam no prato, excessos cometidos e comida derrubada no chão. É assombroso.

O nosso Deus não é chegado a desperdício e nos ensina a dar valor mesmo naquilo que nós não vemos valor. Se cada um daqueles cinco mil homens deixou um pedacinho de pão, foi fácil recolher doze cestos. Para cada homem, talvez apenas um pedaço de pão sem valor, sem importância. Para Deus e para uma liderança, doze cestos. Muita comida, quando reunida.

Se assim é com o pão, que foi multiplicado pelo Senhor, assim deve ser com os demais recursos dados pelo Pai. Tudo que o Senhor multiplicou pode parecer pequeno na sua mão, mas faz parte de um grande conjunto maior, quando reunido com a parte proporcional de nossos irmãos. Mais um motivo para congregarmos e nos reunirmos.

Olho para a igreja onde congrego e vejo pessoas a quem minha alma ama profundamente, por quem meus olhos se enchem de lágrimas e por quem eu me importo. Vejo outros que são indiferentes (estou sendo mais sincero do que espiritual), pois ainda estou aprendendo a amar. Vejo outros que nunca vi antes. Cada um, fico sempre imaginando, tem seu pedacinho de “pão” para juntar comigo e formar os doze cestos.

Junte-se a mim e vamos colocar nossos pedacinhos juntos para formar os nossos próprios cestos. Juntos somos o que jamais serei.

“Senhor, muito obrigado por que mesmo que o meu pedaço pareça pequeno, sou parte de um todo maior. Me sinto privilegiado de fazer parte de algo feito por Ti. Obrigado.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Desafio Final

“O último inimigo a ser destruído é a morte.” (1 Coríntios 15:26 ARA)

Inimigos devem ser enfrentados. O conceito geral de inimigo é de alguem se põe contra nós, não apenas de algo que não podemos vencer (isso seria um desafio). Se a morte é um desafio podemos ir levando a vida, um dia de cada vez, esperando o dia do encontro com ela e ver o que acontece. Mas não é isso que este texto diz. A morte é um inimigo que corre na nossa direção o tempo todo. A chance que temos de não terminar um dia vivo, é algo real e concreto, independentemente de onde ou como vivamos. Não é preciso ter medo da morte, mas é preciso entender claramente que não é meramente um desafio a ser ultrapassado.

Contudo, o texto diz que é um inimigo a ser destruído, o que nos leva a crer que não apenas não devemos temê-la, como ainda devemos ter certeza que ela será destruída. Vencer um inimigo pode significar colocá-lo para correr, expulsá-lo de algum lugar ou, até mesmo, nocauteá-lo. Não é o caso da morte, que não será derrotada, espulsa, humilhada ou nocauteada – será destruída, deixará de existir, sumirá.

A maioria das pessoas têm medo de morrer e admito que considero isso bem normal, afinal de contas é um desconhecido. MAS a nós, em quem habita o Espírito Santo do Deus Vivo, cabe entender e viver de tal modo que a morte seja apenas uma batalha em meio a tantas outras – a última neste mundo – cuja vitória está decretada. Não tema a morte, meu querido leitor, mas creia Naquele que prometeu que voltará e a destruirá. Creia que Ele prometeu isso e que é fiel e verdadeiro; não vai desapontá-lo nem deixá-lo na mão.

Uma coisa é ter respeito por um inimigo; outra é temê-lo. Ele será destruído e não se terá mais dele notícia. Eu vivo esta certeza e esperança, e te convido a entregar seu coração ao Senhor para crer também.

“Pai, em nome de Jesus tira de mim o medo da morte e me dá, no lugar disso, uma profunda certeza de que o Senhor é dono de tudo e há de destruir a morte no devido tempo.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Serviço Visto

“Conheço as tuas obras, o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua perseverança e as tuas últimas obras, mais numerosas do que as primeiras.” (Apocalipse 2:19 ARA)

Tenho sido acometido por um desespero em oração e este versículo tem muito a ver com o que tenho sentido. Tenho clamado e implorado ao Santo dos Santos que toque minha vida e mude meu coração. Quero ouvir esta frase quando chegar na glória eterna e me pergunto se estou caminhando na direção certa. Como empresário e na faixa dos quarenta e poucos anos (nem tão poucos), me vejo trabalhando com afinco e dedicação, empenhado em manter o negócio e o sustento da familia. Não está errado, mas está me sugando. Tenho clamado para que o Eterno mude minha disposição em serviço e minha inclinação moral em amor.

O Senhor conhece nossas obras. Podemos fazer muito ou pouco, grande ou pequeno, tudo Ele conhece. Inclusive aquelas coisas indevidas que somente nós sabemos. Ele conhece nosso amor e se ele se esfriar, Ele o saberá. Tenho que reconhecer que hoje tenho mais palavras a dizer sobre os que se perdem sem Jesus, do que tinha lágrimas a derramar por eles em tempos passados.

Minha fé está firme, mas será que está inabalável? Os desafios são crescentes e ter a mesma fé de quando conheci a Jesus é perigoso e talvez mortal. Ela precisa crescer e ser desenvolvida. Meu serviço é intenso, mas também tem de ser sincero e desinteressado em vantagens ou reconhecimentos. Minhas obras devem ser para o Senhor e não para as empresas que me pagam e, com toda certeza, devem sim ser cada vez mais numerosas.

É um elogio honroso vindo da boca do Todo Poderoso, mas não quero olhar em volta para ver como estão meus irmãos. Quero olhar para mim e alinhar minha vida com o desejo do Pai. Quero ser o número um da fila e dar o exemplo para servir de referência. Quero impactar minha geração, não apenas com o que escrevo, mas com o que sinto e pratico. Se quiser juntar-se a mim, juntos avançaremos.

“Deus amado, somente pelo Teu mover em minha vida eu posso mudar e me tornar o homem que tu desejas de mim. Ajuda a mim e a meus irmãos a encontrar uma forma de melhorar e merecer estas palavras”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Lembra, Arrepende e Volta

“Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.” (Apocalipse 2:5 ARA)

Essa receita é a mesma do Antigo Testamento e continua valendo para os nossos dias: lembrar, arrepender, voltar. Toda vez que nos conscientizamos de um pecado ou atitude inconveniente, seja por iniciativa própria ou por advertência de outros, devemos seguir este roteiro.

Lembrar é o primeiro passo e talvez aquele no qual mais precisemos de ajuda pois para, espontaneamente, lembrarmos de onde caímos, a luta contra a carne (ego, alma, desejos, orgulho) é intensa. Contamos com o Espirito Santo de Deus, nosso Mestre e Consolador, que intercede por nós junto ao Pai e também nos convence do pecado. Precisamos contar humildemente com a ajuda daqueles que nos amam e nos cercam e, pra ser sincero, até mesmo daqueles que nem nos amam mas são levados por Deus a nos falar. Não creio em acusação (o acusador é outro) mas um profeta de Deus traz palavras de arrependimento.

Arrepender-se é mais difícil ainda. O conceito bíblico de arrependimento é mudança de mentalidade, não de um sentimento ruim por algo que não deveria ter sido feito. Não é nada fácil mudar a maneira de DESEJAR, por exemplo. Como fazer para não querer mais alguma coisa? Só com a ajuda do Espírito Santo.

Voltar aos velhos conceitos seria mais fácil, mas o texto manda voltar às obras (práticas). No genérico é aquele evangelismo intenso, aquele apoio sincero aos que tem fome, aquele desejo de visitar, entre tantas outras coisas. Aqui aparece a dificuldade da agenda, da dor nas costas, dos outros compromissos até mesmo na igreja. No específico de alguma coisa que nos fez cair, é voltar a agir como no início da fé. Se foi a perda da sinceridade, é retornar à ela. Se foi a omissão é retornar a servir. Se foi abandono da oração…

Penso que está claro, o que precisa agora é agir. Convide o Espírito Santo a te mostrar onde caiu e entre no circuito.

“Senhor, humildemente peço que mostres onde tenho caído e que me ajudes com a força necessária para levantar e voltar. Não quero perder a Tua benção sobre minha vida.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Melhor Que a Vida

“Porque a tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam.” (Salmos 63:3 ARA)

Eu quero deixar claro uma coisa, todo mundo que me conhece pessoalmente ou já orou comigo sabe – eu sou um adorador. Qualquer oração minha, seja sozinho ou em grupo, é metade adoração. Não estou falando de cantar, estou falando de reconhecer a natureza e a essência Daquele que nos criou, nos deu vida e nos libertou da morte.

Meu testemunho de conversão chega a ser sem graça – eu não era bêbado nem drogado, não tinha depressão nem tentava me matar, não estava doente nem me sentia traído. Eu só ia pro inferno como qualquer infeliz que não tem noção do que é o Reino de Deus. Infeliz. Só era infeliz. Deus se apresentou a mim, me deu a oportunidade de amá-lo como Pai, eu aceitei, e eis-me aqui tantos anos depois. Fim.

Ainda assim, repito, eu ia pro inferno e era infeliz. Como não vou adorar um Deus assim? A graça (favor imerecido) de ser salvo me alcançou e obviamente é melhor que a vida, pois do modo como entendo, sem a graça de Deus, simplesmente não há vida alguma.

Amo tanto esse Pai que dedico minha vida, meu talento e meu esforço a Ele. Se necessário levo prejuízo nos negócios que faço para honrá-lo, dou boa parte de tudo que ganho por causa Dele, me importo com gente que não vale a sombra que faz pelo amor Dele, levanto mais cedo e durmo mais tarde para falar com Ele. Sou Dele e, se deixarem, largo tudo pra ficar mais tempo com Ele.

Isso meu querido leitor, é entender que a graça que me alcançou é melhor do que viver sem ela, ou ainda, é a única forma de viver de fato. Se você quer continuar apenas existindo e convertendo oxigênio em gás carbônico, é sua decisão. A minha é viver e viver muito bem, sendo cuidado e amado por um Paizão.

“Pai, não me canso de Te louvar e de Te adorar, pois sou prova viva de que Tua graça, Teu favor e Tua misericórdia são melhores que a vida com tudo que ela possa oferecer. Te amo.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Mistério do Corpo

“Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo.” (Mateus 26:26 ARA)

Dos vários mistérios que Jesus nos deixou, o do pão é um dos que me fascina mais intensamente. Note que a quantidade de simbolismos envolvidos é intrigante:

  • O pão representa o corpo de Cristo, o texto diz isso. Embora somente Mateus use a expressão “comei” nos demais relatos está subentendido;
  • O corpo de Cristo é a igreja;
  • O pão é feito de trigo moído. Jesus usa o trigo e a seara como ilustração da colheita de almas;
  • O pão precisa de calor para assar e a Biblia diz que nosso Deus é um fogo consumidor;
  • Paulo afirma aos Corintios que ao comermos do corpo (pão) anunciamos a sua volta.

Acompanhe meu raciocínio: na linha que tracei acima, Jesus usa o pão como um poderoso símbolo de unidade entre nós, cristãos, entre eu e você. Ao dividirmos um pedação de pão no memorial da ceia, estamos tomando uma das mais fortes alegorias possíveis. Moído pelo pecados de mutios, agora somos Jesus de Nazaré nos faz um. Isso é simplesmente maravilhoso.

Vivemos dias em que todo mundo quer ter razão, ninguém mais quer ser moído como Jesus foi. Eu tenho clara convicção de que Jesus tinha idéias diferentes e gostaria de algumas coisas de outra forma, mas se submetia ao desígnio do Pai. A oração no Getsemani é um exemplo disso. Mas mesmo assim, como diz a carta aos Filipenses, não tomou o fato de ser igual a Deus como algo para se prender e foi submisso até a morte, e morte de cruz.

Meu querido leitor, vou resumir o melhor que posso: ser um comigo não é fácil, mas estou disposto a me deixar moer um pouco mais. Te convido a se juntar a mim e fazer um esforço sobrenatural (literalmente) para ser mais do que sou, ao mesmo tempo que me torno ninguém pelos padrões humanos. Mais servo, menos EU.

“Pai, obrigado pelo que o pão representa para nós, igreja, e por aquilo que podemos aprender com a unidade daqueles grãos de trigo. Ensina-me a ser assim, unido, fortalecendo Teu corpo.”

Mário Fernandez