Mário Fernandez

Unidade Total

“Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos.” (Jeremias 32:39 ARA)

Apesar de ser um texto do Antigo Testamento, este versículo falou muito comigo a respeito dos dias atuais. Tenho testemunhado esforços legítimos e verdadeiros (entre outros meio circenses), para promover unidade no meio do povo de Deus. Seja no sentido de cooperação entre igrejas ou seja para não invadir o território uns dos outros, tenho visto coisa boa acontecendo.

Se isso não é fácil para ser feito fora das 4 paredes das igrejas locais, deveria se-lo pelo lado de dentro. Mas não é verdade, infelizmente. Quando Deus promete trazer seu povo de onde está exilado, espalhado e disperso, não o faz com a intenção de apenas ter todo mundo no mesmo lugar ao mesmo tempo, vai muito além disso, como este versículo em particular nos mostra.

Um só coração nos fala de intenções, de desejos, de vontades, de inclinações de alma. Isso é unidade, isso é o que faz as coisas acontecerem. É quando um líder toma a palavra e propõe uma ação que empolga a todos os presentes, não por carisma ou persuasão, mas por unidade de coração. É quando não é custoso ajudar e contribuir, mas uma alegria. Eu tenho visto isso, mas confesso que gostaria de ver muito mais.

Um só caminho fala de atitudes, fala de atos práticos e de decisões, de mudanças e de perseverança. Um só caminho é ir na mesma direção e, mesmo não chegando ao mesmo tempo, todos chegarão ao mesmo destino. Se agora vamos ganhar nossa cidade para o Reino, vamos todos. Se agora vamos construir um prédio, vamos todos. Se vamos orar por um milagre, vamos todos. Mais do que ter vontade, que cabe ao coração, o caminho é o fazer.

Podemos estar unidos de coração e de caminho, mas para isso teremos de abrir mão de alguns luxos, especialmente de fazer valer a nossa vontade individual. Quanto mais cedemos, mais nos unimos. Mas mais do que isso, precisamos aprender a ouvir e entender a voz de Deus – daí será fácil ceder.

“Senhor, tenho tanta dificuldade para aceitar algumas idéias e algumas pessoas. Preciso de tua força e de teu apoio para mudar meu coração e trilhar o Teu caminho.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Vem!

“respondendo-lhe Pedro, disse: se és tu, senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. E ele disse: vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus.” (Mateus 14:28-29 ARA)

Neste final de semana tive o privilégio de ouvir um famoso evangelista que tem feito diferença no continente africano com as suas campanhas de evangelismo, e ele usou este texto em sua preleção.

Continuei meditando no texto e, de repente, algo me despertou a atenção: você já percebeu que Pedro pede a Jesus para que este lhe dê uma ordem? Pedro não pediu permissão, não perguntou se podia ou se era possível.
Eles estavam em dúvida se era Jesus mesmo e Pedro, para confirmar, pede que Jesus lhe dê uma ordem: “manda-me”.

A resposta de Jesus foi uma simples ordem: “Vem”, e Pedro saiu do barco para andar sobre a água.

Sabe por que Pedro fez assim, pedindo que Jesus ordenasse?

Porque Pedro:

  • tinha visto a lepra ser curada ao Jesus ordenar “fica limpo” (Mateus 8:3);
  • viu uma multidão de demônios sairem de um homem quando Jesus ordenou “Pois ide” (Mateus 8:32);
  • viu a paralisia desaparecer de um homem quando Jesus mandou-lhe “levanta-te, toma o teu leito, e vai” (Mateus 9:6);
  • viu cinco mil pessoas serem alimentadas quando ele ordenou “dai-lhes vós mesmos de comer” (Mateus 13:21);
  • viu a tempestade e o mar agitado lhe obedecerem quando ele mandou “Acalma-te, emudece!” (Marcos 4:39);
  • viu uma figueira secar no mesmo dia após Jesus condená-la “Nunca mais nasça fruto de ti” (Mateus 21:19).

Pedro já havia percebido que a palavra de Jesus, como filho de Deus, tinha autoridade de fazer acontecer. Sendo assim, se o vulto que eles pensavam tratar-se de um fatasma que afirmava ser Jesus, fosse realmente ele, a sua ordem teria de ser obedecida. Pedro saiu do barco para confirmar e entrou para a história.

Pedro compreendeu: se Jesus der a ordem não há a menor chance de dar errado! Sua palavra é autoridade para criar, curar, libertar, acalmar, limpar, condenar e salvar! Se ele manda, se faz!

Essa revelação me levou a examinar minha vida e me perguntar quantas das minhas iniciativas foram originadas da obediência a uma ordem de Jesus e quantas foram apenas esforços da minha pobre coragem humana.

Que tal se, antes da nossa próxima decisão, esperarmos pela ordem do Mestre?

Vinicios Torres

Mário Fernandez

Ceia

“Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo;” (Gênesis 14:18 ARA)

A comparação entre Melquisedeque e Jesus é comum, mas é consenso entre os estudiosos e teólogos. Não estou focado nisso, mas no fato deste personagem trazer, justamente, pão e vinho. A relação disso com a páscoa, a ceia de Jesus e a ceia do cristianismo é muito evidente.

Note-se, primeiramente, que Melquisedeque era um rei e foi ao encontro de Abrão, não o contrário. Temos sempre a imagem do rei sendo visitado, sendo buscado, sendo agraciado. Não no reino de Deus, onde os valores são diferentes. O primeiro é o último e o último é o primeiro. Nosso amado Jesus sendo Rei dos Reis nos visitou e morreu por nós.

Depois, vinho e pão são símbolos de unidade, de sacrifício, de compartilhamento. Dar um pão para alguém pode ser símbolo de unidade, de generosidade, de suprimento. Dar o vinho representa festividade, intimidade, compartilhamento.

Finalmente, o versículo diz que ele era sacerdote, o que para a época não era algo comum. Onde mais encontramos um rei e sacerdote senão em Jesus? Claro, nada é tão pleno como em Jesus de Nazaré. Até mesmo ao compartilhar conosco do seu corpo, representado no pão, e do seu sangue, representado no vinho.

O Rei compartilha com você do seu pão e do seu vinho. O que você faz? O apóstolo Paulo nos esina na carta aos Coríntios que partilhar do pão e do vinho anuncia a volta do Senhor. Melquisedeque levou pão e vinho para Abrão anunciando a vinda do Senhor. O Senhor nos dá a oportunidade de partilhar do Seu pão e do Seu vinho quando compartilhamos da celebração da ceia. Não devemos ser ingratos. Se você ler o versículo seguinte verá que a próxima atitude foi abençoar Abrão. Você quer ser abençoado? Compartilhe. Participe. Congregue.

Com todas a falhas e dissabores que possam vir de congregar numa igreja local e por mais imperfeita que possa ser – lá fora é muito pior, pois a benção de Deus está onde há pão e vinho.

“Senhor, obrigado por me mostrar que desde tempos muito antigos Tua aliança conosco é a mesma e o Senhor não muda. Forma em mim um caráter agradecido.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Sol da Justiça

“Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria.” (Malaquias 4:2 ARA)

Ouvi uma frase por estes dias que me chocou e me deixou bastante reflexivo (pra não usar o termo deprê). Disse assim “onde brilha o sol da justiça não há lugar para estrelas”. Não sei quem é o autor, mas sou grato pela inspiração de Deus a ele.

Confesso que tenho visto tanta estrela no nosso meio que às vezes parece que o sol esmoreceu ou ficou nublado sobre a terra. Isso é ruim, muito ruim. O sol é justiça e as estrelas são… Bom, são outra coisa. Toda vez que fazemos alguma coisa que busca nos fazer brilhar, é estrelismo. Precisamos apenas refletir a luz e o brilho do sol da justiça. Menos do que isso é escuridão e mais do que isso é estrelismo.

Tentamos ser estrela toda vez que fazemos questão que nosso nome ou imagem apareçam. Avalie o seguinte: você faria o que faz na igreja sem o cargo? Seria talvez um pastor, missionário ou apóstolo sem o título? É algo para se pensar, pois já vi pessoas declinando de suas tarefas por que perderam o cargo. Eu tenho servido na igreja local sem nenhum “reconhecimento” há alguns anos – não tenho sustento, não ocupo nenhum cargo, nem prego no culto. Mas sirvo e faço com alegria para ressaltar o brilho do sol da justiça. Faço coisas que sei que são importantes para a congregação, mesmo que a maioria nem saiba que sou eu que estou por trás. Não é uma questão de estilo, mas de posicionamento.

Deixar brilhar o sol da justiça é ter menor EU nas frases. É falar mais do que Ele faz. É não dar importância se o executor será reconhecido, desde que Ele seja glorificado. É apontar todos crédito para Aquele que merece. Eu posso fazer mais nesse sentido. Se você tambem pode, junte-se a mim e vamos nos esforçar para que brilhe o sol – e somente Ele.

“Senhor, tentar repartir a Tua glória é algo inaceitável e que com certeza só vai nos levar ao distanciamento de Ti. Ensina-me a ser mais focado em Ti e menos em mim.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Buscas

“Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.” (Jeremias 29:13 ARA)

O ser humano está sempre em busca de alguma coisa, seja material ou não. Trabalho com pessoas gananciosas que não têm limite para seus ganhos. Muitos deles ganham por ano o que jamais ganharei a vida toda, mas continuam buscando mais. Outros buscam satisfação na bebida, sexo, drogas e outros vícios. Mas quando falamos em buscar a Deus, para muitos parece impossível, muito longe, muito trabalhoso.

Note que o trabalho que dá ser bandido justificaria arrumar um emprego. O trabalho que dá para buscar uma satisfação inatingível na bebida ou na prostituição, não é muito menor que o trabalho de buscar a Deus. É um trabalho diferente, e uso a palavra trabalho no sentido de um esforço que produz algum resultado, não de atividade remunerada.

A chave está na segunda parte deste versículo. Buscar de coração, na minha opinião, não está mais ao alcance de todas as pessoas. Para muitos, o ego é tão forte e a alma tão dominadora que tornou-se inacessível chegar ao coração. Isso nos ajuda a entender primeiro por que Deus, às vezes, parece distante de alguns. Também pode ser o motivo de tantas vezes encontrarmos resistência de algumas pessoas para entregarem-se a Cristo. Certamente, eu creio, ser também o motivo do esfriamento em tantas igrejas. O coração está inacessível.

Mas, para aqueles cujo desejo de encontrar ao Senhor é forte, para os que o ego pode ser subjugado e a alma não tem senhorio, a conversa é outra. Isso pode ser dominado e podemos, sim, buscar a Deus de todo coração. Ninguem disse que é fácil, nem eu estou dizendo. Mas afirmo que é possível, que pode ser alcançado.

O resultado? Simples e claro no texto: “ME ACHAREIS”. Experimente e depois me conte.

“Pai, o que eu mais quero é a proximidade contigo, a intimidade. Sei que isso cobra um preço mas eu também sei o resultado disso. Se para outros isso não importa, para mim é tudo que quero.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Piadas e outros causos

“Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha.” (Efésios 5:12 ARA)

Algum tempo atrás um irmão chegou para um grupo em que eu estava e contou uma piada. Alguns do grupo riram e outros ficaram constrangidos pois a “graça” da piada era baseada em um comportamento pecaminoso.

Como eu não ri, o irmão em questão me chamou de radical e bitolado, dizendo que meu compromisso era exagerado. Eu me limitei a responder que tinha muitos outros motivos e assuntos para rir e me alegrar e que não precisava me alegrar com o pecado dos outros.

Aliás, deveria ser justamente o contrário, deveríamos chorar ao saber que uma pessoa está em pecado, pois o pecado nos separa de Deus (Isaías 59:2).

Infelizmente, não são apenas as piadas sujas que estão ficando comuns no meio dos irmãos, mas comentar abertamente os comportamentos e atos praticados pelos pecadores. Inclusive, já vi pregadores descrevendo vividamente o que alguém praticava antes de conhecer a Jesus, tentando com isso valorizar o seu testemunho.

Nesta passagem, Paulo está instruindo os discípulos a serem imitadores de Deus (v. 1) e diz que para isso “entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade … como também de nenhuma espécie de impureza e de cobiça; pois essas coisas não são próprias para os santos” (v. 3, NVI).

Sim, viver biblicamente está cada vez mais difícil em nossa sociedade que tem se tornado cada vez mais permissiva. Mas pode ter certeza, o mundo está desesperado procurando pessoas que demonstrem pela sua maneira de viver (e isso inclui aquilo que falam) que existe uma vida que vale a pena viver.

“Senhor, a fim de não me tornar cúmplice dos pecadores, faço minha a oração de Davi: Põe guarda, SENHOR, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios. (Salmo 141:3)”

Vinicios Torres

Mário Fernandez

Roubar

“O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10:10 ARA)

O dicionário que consultei define o roubo como “subtração ou posse inautorizada de propriedade alheia com uso de violencia ou ameaça”. Quando Jesus se refere ao ladrão, nenhum de nós tem dúvida de a quem Ele se refere, mas podemos tentar entender melhor o que Ele quis nos ensinar com isso.

A primeira coisa que me chama atenção é o fato de que o roubo inclui violência (quando não inclui, é furto). O nosso inimigo vem tomar o que não é dele e nunca é, como dizem os mais jovens “na boa”. Nunca. Sempre há alguma ameaça, alguma imposição ou, simplesmente, alguma agressão. Veja quantas familias destruídas, quanta gente doente, quanta depressão, quanta insatisfação, quanta miséria e quanta escravidão ao pecado. Tudo isso é necessariamente coisa do diabo? Talvez não, mas todas são coisas indesejáveis e roubam alguma coisa.

O segundo ponto é justamente este: nem sempre o que se rouba é algo material, como um bem físico. O inimigo rouba paz, sossego, saúde, auto-estima, relacionamentos – e tudo de forma imposta e violenta.

O que nos resta como alvo de seus ataques é saber que há vitória Naquele que veio trazer o contrário: abundância. Na minha concepção, e falo apenas por mim mesmo, a santidade é a cura para os ataques do ladrão. Ter seu tempo a sós com Deus, manter suas orações, sua leitura e meditação na Bíblia, congregar com o povo de Deus, adorar e louvar o Nome de Deus, fazer as obras que demonstram sua fé – são itens que vão compôr sua santidade. Evitar o mal, não participar das rodas de escarnecedores, tem uma linguagem limpa e uma ética irrepreensível, tudo faz parte.

O ladrão virá, pois o Senhor nunca prometeu que haveria vacina contra o ladrão. Mas podemos resistir a ele, e ele fugirá. Podemos não “deixar” as coisas para serem roubadas. Cuide de sua paz, de sua integridade, de sua santidade. Maior é o que está em nós e Ele nos guarda do ladrão.

“Pai, obrigado por me ensinar a andar Contigo e me permitir andar Contigo. Ajuda-me a evitar as ações deste ladrão, me assemelhando em caráter com Teu filho Jesus Cristo cada dia mais”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Inspiração

“Toda a Escritura é inspirada por Deus…” (2 Timóteo 3:16 ARA)

Nesta passagem Paulo faz uma afirmação interessante. Todas as traduções que consultei em português usam a palavra inspirada para traduzir o termo grego theopneustos. O termo é formado por duas palavras theos, que significa Deus, e pneo, que significa sopro ou expiração. Ao dizer isso, o apóstolo Paulo está dizendo que a Escritura tem sua origem no próprio Deus e foi por Ele expressada.

É por isso que a Bíblia é a fonte da autoridade da vida do cristão. Por ela o cristão conhece a Deus e a Sua vontade tanto para o mundo como para ele mesmo. A Escritura reveste-se de autoridade por ter sido originada em Deus que a usa para comunicar aos homens seu caráter e seus propósitos.

Infelizmente estamos vivendo tempos que os cristãos estão trocando a leitura da Bíblia por outro tipo de literatura como auto-ajuda, filosofia, religião, psicologia,etc. Não nego o valor dessas, mas nenhuma delas é “soprada” pelo próprio Deus. Elas são resultado da experiência humana e portanto são tão falhas e limitadas como são seus autores.

Nenhum tipo de literatura substitui a leitura e estudo diário da Bíblia para edificar um cristão saudável e relevante.

“Senhor, obrigado por colocar a nossa disposição a tua palavra, pois por ela podemos te conhecer.”

Vinicios Torres