Mário Fernandez

Último Grande Dia

“No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba.” (João 7:37 ARA)

No Reino de Deus o calendário é sempre meio invertido em relação ao nosso aqui deste mundo. Aqui a gente faz festa quando passa no vestibular, quando nasce um filho, quando casa, quando muda para uma casa melhor, quando começa as coisas. Pois a dinâmica de Deus é de fazer festa no final das coisas e não no começo. Isso faz um certo sentido, pois no contexto de uma batalha não se comemora antes de vencer e o Reino de Deus tem algo de luta espiritual.

O texto acima está falando de uma festividade em particular, mas o senso de que a festa fica boa no final, continua sendo válido. Alem disso outros textos mostram esse mesmo toque, como quando Jesus fez seu primeiro milagre, transformando água em vinho, o que deixou o melhor para o final.

O grande dia de festa é o último. O Senhor vai voltar, vem nos buscar para ficarmos com Ele para sempre, vai consumar todas as coisas. Eu anseio por este dia, como todos aqueles que amam verdadeiramente ao Senhor. Este sim é o dia da grande festa. Até lá, teremos pequenas vitórias e pequenas comemorações, sabendo que nossa luta não é nem contra carne nem contra sangue.

Sugiro encarar esta nossa caminhada na Terra e nossa batalha contínua como uma forma de treinamento para o mundo vindouro. Portanto, aprenda a celebrar e comemorar todas as vitórias, grandes e pequenas. Aprenda a caminhar com gratidão continuamente, para que quando o grande dia chegar esteja afiado. Valorize cada pequeno passo na direção correta, pois nossa jornada aqui é feita de passinhos.

Pelo princípio que nos ensina a parábola dos talentos, quem é fiel no pouco sobre muito será colocado. Eu considero que ser co-herdeiro com Cristo é muito e quero ser merecedor disso fazendo minha parte. Ainda que dependa muito mais da graça de Deus do que de qualquer outra coisa, Deus espera algo de mim e não serei omisso. Serei fiel em cada motivo de festividade, até o grande dia.

“Senhor, obrigado porque tenho motivos de comemoração ainda nesta vida e terei ainda mais na eternidade. Fortalece-me para eu olhar o lado bom dos fatos.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Ungido, mas Esperando

“A Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar.” (1 Reis 19:16 ARA)

Até que ungir Jeú como rei sobre Israel deve ter sido relativamente tranquilo para Elias, especialmente neste momento em que ele acabara de dar cabo dos profetas de Baal no Monte Carmelo. Mas fico imaginando o que deve ter sido ungir Eliseu no seu lugar. Note que o texto diz claramente: “no teu lugar”. Não era um mero discípulo, não era um amigo seu, não era alguém do seu relacionamento. Era um estranho que iria ficar posteriormente em seu lugar. Quantos de nós temos maturidade para ungir nosso sucessor?

Não sou juiz da vida de ninguém e sou conhecido por não ter uma auto-estima muito valorosa. Mas acho que eu teria entrado em crise ou ficado depressivo com uma ordem destas. Deus parece que tem senso de humor de vez em quando. Depois de vencer a batalha mais difícil vou me encostar e colocar outro em meu lugar? Se você for um pouquinho parecido comigo, vai entender do que estou falando. Eu quero a unção para mim e fico resistindo a repartir, quanto mais a repassar. Mas sou mais obediente do que egoísta ou teimoso, então obedeço.

Mas olhe ao seu redor e avalie quantos homens do nosso tempo estão edificando algo para si de uma forma que não dá nenhum sinal de preparar o próximo ungido. Não é questão de julgamento, mas de entendimento. Nós, que somos menos expoentes em termos de liderança, temos a oportunidade de preparar nosso próximo de maneira mais tranquila. O que é mais fácil, ungir o próximo líder de célula ou o próximo pastor de uma igreja com 5.000 pessoas? E 20.000? E 50.000?

Não discuto questão de competência ou de preparo, mas da obediência mútua. Se por um lado Elias foi obediente ungindo seu sucessor, Eliseu foi obediente atendendo ao chamado de um estranho e indo com ele. Como ele saberia as maravilhas que Deus faria por seu intermédio no futuro? Não sabia como eu também não sei. Quem sabe quem eu ou você podemos ser em 5 anos?

Obediência, meu irmão, é melhor que sacrifício.

“Senhor, obrigado por me mostrar para onde devo caminhar. Não quero reter comigo o que o Senhor me der, nem quero me negar a um chamado Seu. Ajuda-me.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Os Leprosos

“Então, disseram uns para os outros: Não fazemos bem; este dia é dia de boas-novas, e nós nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, seremos tidos por culpados; agora, pois, vamos e o anunciemos à casa do rei.” (2 Reis 7:9 ARA)

Temos que aprender algo com estes leprosos. A frase “este é dia de boas novas” não sai da minha cabeça faz duas semanas, afinal a palavra do Novo Testamento para boas novas é evangelho. “Este é dia de evangelho”.

Te convido a ler este capítulo desde o início para entender a história, mas resumindo estes leprosos estavam para morrer e arriscando encontrar comida encontraram um tesouro. Nos seus corações, era impraticável ficar com tudo aquilo sem repartir com seus compatriotas, mesmo sabendo que por serem leprosos continuariam sendo rejeitados, imundos para a sociedade.

Meu irmão, nós que encontramos a Cristo e nos entregamos a Ele para salvação, encontramos um tesouro. Nos alegramos, nos lambuzamos todos como criança comendo mel, nadamos nas águas abundantes da paz do Senhor, navegamos pelo oceano do Espírito, participamos da maravilha do Reino vindouro, nos tornamos participantes de uma nova raça. NÃO NOS CALEMOS. Como aqueles leprosos correram para a caa do rei para anunciar que encontraram algo abundante, corramos nós também na direção de todos os famintos de alma e espírito.

Os leprosos não tinham nada a perder, iam morrer de fome. Se fossem encontrados pelos sírios seriam mortos. Não havia comida nem para os sãos, as cabeças de jumento já valiam como iguaria fina. Mas tudo mudou, encontaram muita comida. Como ficar calado? Como esperar até amanhecer?

Veja como é simbólico isso. Tem senso de urgência, tem senso de responsabilidade, tem generosidade, tem gratidão, não tem medo de rejeição. Dá prioridade para anunciar as boas novas em detrimento até do senso de auto-preservação.

Que isso nos inspire…

“Pai, quero entender o que é importante e o que não é. Quero aprender a ter uma atitude altruísta como daqueles leprosos.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Puro Foco

“Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias; e a ninguém saudeis pelo caminho.” (Lucas 10:4 ARA)

Este texto tem se mostrado emblemático para mim, especialmente nesta fase da minha vida. Na sua primeira parte, ele fala e nos ensina sobre a confiança no suprimento de Deus para nosso sustento pessoal, pois a bolsa era onde se carregava comida, o alforje onde se carregavam as roupas e ferramentas e as sandálias não precisam ser explicadas. Sem carregar isso numa viagem, ficamos totalmente a mercê de recebermos ajuda para não morrermos de fome, de frio a noite e até mesmo da necessidade de algum medicamento. Quando Jesus enviou os setenta com esta orientação, sentenciou-os a confiar em Deus para não morrerem. Eu já me senti assim muitas vezes na minha vida. Confesso que me apavorei muitas vezes, até aprender que não é a bolsa que garante que haja comida mas sim a mão do Pai. Portanto, não confiar em Deus dá encrenca, com ou sem bolsa.

Na segunda parte, Jesus não está dizendo para serem antipáticos com ninguém, não se trata de ser pedante. Trata-se de entender que a saudação envolvia uma parada, uma conversa, uma perda do foco da viagem. Pelo caminho, não pare para conversar, seria uma paráfrase bem aceitável. Isso tem me ensinado que meu caminho neste mundo não é para lazer ou bate-papos, pois meu destino está na outra ponta, do outro lado. Perder tempo pelo caminho tira meu foco.

Por outro lado, preciso ainda entender que a viagem dos 70 não tinha um único destino e portanto implicava em mais de uma missão. Estou nesta caminhada neste mundo com um destino final sim, mas tenho inúmeras paradas pelo percurso, pois se minha caminhada aqui não servir para abençoar meus compatriotas terráqueos, considero questionável meu esforço. Se for só para mim, duvido que seja de Deus.

Aqueles primeiros missionários saíram para abençoar, como eu você devemos estar. Avalie sua jornada e verifique se não há mais enroscos e paradas indevidas do que destinos intermediários. Isso pode comprometer sua viagem.

“Pai, dá-me a capacidade de olhar para meus passos e entender o que é missão e o que é distração. Fortalece-me para que eu seja de fato uma benção.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Desculpas

“Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste, receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.” (Mateus 25:24-25 ARA)

Qualquer consultor de empresa ou gerente minimamente treinado, ao ler este versículo, diria que o rapaz fez o que pode. Estou careca de ouvir isso. Que ele poderia ter recebido um treinamento melhor, ou o seu senhor poderia ter sido mais tolerante. Discordo. O texto diz, no início da parábola, que o senhor deu a cada um segundo sua capacidade e que quando retornou pediu contas.

O fato é que pessoas que dão desculpas não dão resultados e essa é uma equação muito muito simples. 100% de desculpa é 0% de resultado, 50% de desculpa é 50% de resultado e assim por diante. Não podemos nos iludir de conseguir um resultado perfeito o tempo todo em tudo que fizermos, mas podemos contar com a inspiração de Deus para sabemos como agir e chegar ao melhor resultado que pudermos. Tão perto da perfeição quanto seja possível. Tão perfeito quanto possível. Para isso, um grande passo é não dar desculpas.

O problema da desculpa é o foco: consome energia pois precisa ser preparada, nos faz passar vergonha ao ter de apresentá-la no lugar do resultado, desaponta aqueles que estão contando conosco – nos tira do rumo do resultado.

Eu já vi das mais variadas interpretações para esta parábola, mas creio em meu coração que o sentido mais íntimo e mais sublime trata de fidelidade. Servo bom e fiel é algo que queremos ouvir a nosso respeito, independentemente do que signifiquem os talentos. Servo mau e negligente é algo que ninguém quer ouvir.

Te convido a ser alguém que concentra seus esforços em trabalhar e produzir, não gerando desculpas. Foco e concentração, meu irmão. Foco e concentração.

“Deus querido, obrigado por me alertar sobre um comportamento que não cabe àqueles que Te amam como eu. Fortalece-me e ajuda-me para eu vencer isso.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Muita Água

“e disse: Enchei de água quatro cântaros e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha. Disse ainda: Fazei-o segunda vez; e o fizeram. Disse mais: Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez.” (1 Reis 18:34 ARA)

Eu já devo ter comentado, mas este é o meu texto favorito no Antigo Testamento. Devo ter pregado acerca dele uma dúzia de vezes. Mas bem recentemente algo me chamou a atenção justamente nele. Se olharmos para o cenário histórico estabelecido era o último dia de uma seca de 42 meses. Nem chuva nem orvalho caíram sobre a terra por 3 anos e meio. Fico imaginando a sequidão.

Meu irmão: de onde este profeta tirou 12 cântaros de água? Segundo algumas referências que pesquisei isso daria pelo menos 150 litros de água. No meio de uma seca dessas. Isso deveria valer uma fortuna. Só vejo uma possibilidade: saiu do estoque real. O rei Acabe compareceu ao evento e com certeza levou água para beber, para se refrescar e para seus animais. Como é que um profeta de Deus num momento totalmente contrário convence um rei impiedoso e iníquo a lhe dar tamanha quantidade de água? E o risco do rei dizer não e mandar matá-lo ali mesmo? É no mínimo intrigante. A água não era necessária, salvo pelo aspecto simbólico, porque o fogo ia consumir o holocausto da mesma forma.

Mas nos serve para várias lições: a intrepidez de alguém que sabe estar fazendo o que Deus deseja que ele faça; o respeito e a credibilidade diante de uma autoridade civil; o capricho em fazer tudo conforme o Senhor mandou; a convicção de que a chuva viria muito em breve e a água não faria falta.

Não sei nem quantos leitores estão assinando atualmente esta devocional, mas não importa. Cada um de nós Deus tem determinadas tarefas, alimenta expectativas a nosso respeito, espera algo de nós sabendo quem somos e o que vivemos. Cabe-nos enfrentar com fé, cumprir nosso papel. Te desafio e encontrar sua oportunidade de ser relevante e fazer sua parte, mesmo que a água necessária pareça que fará falta. Nossa geração precisa de exemplos de confiança e intrepidez no Senhor.

“Pai, eu quero ser o que Tu desejas de mim. Sei que para Elias não foi fácil e para mim também não é. Mas te peço que me fortaleça para ser e fazer a Tua vontade específica para minha vida.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Amar e Apascentar

“Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas.” (João 21:17 ARA)

Este versículo relata a terceira vez que Jesus pergunta a Pedro se ele o ama, e pela terceira vez lhe diz que se ama, apascente suas ovelhas/cordeiros. É bem verdade que nem todo mundo foi chamado por Deus para ser pastor, no sentido de um ofício ministerial. Mas, é difícil de não percebermos uma forte conexão com o fato de que Jesus não perguntou para mais ninguém se o amava. No texto de João 14:21 Jesus disse que aquele que pratica Seus mandamentos é quem o ama, mas não perguntou nada.

Meditei neste versículo sob uma ótica diferente. O que é pastorear? É ser pastor, no sentido eclesiástico do termo, ou é tomar conta das ovelhas? Se trilharmos o caminho de que pastorear é tomar conta das ovelhas, não vejo nenhum problema em relacionar isso com o amar a Deus. Afinal, o primeiro mandamento é amar a Deus e o segundo é amar ao próximo. Amar não é um mero sentimento platônico, mas implica em práticas de pastoreio, como cuidado, aconselhamento, suprimento, cobertura espiritual, intercessão e tantas outras coisas.

Meu irmão, se você ama a Deus deve se preocupar em pastorar Suas ovelhas. Sejam as ovelhas da sua casa (você marido ou chefe de familia), sejam as ovelhas da sua célula, igreja, ministério – ou até mesmo as ovelhas que estão apenas próximas. Não precisa ser necessariamente o pastor delas para pastorear. Apenas ame-as, como quem ama a Deus e quer repartir esse amor. Apenas seja benção na vida delas, para expressar seu amor a Deus.

Estou bem convicto de que este é um fator de mudança importante em nossas igrejas e comunidades. Amo cuidar de pessoas, mas também amo ser abençoado por elas. Isso é viver em igreja: expressar amor a Deus.

“Pai, ajuda-me a entender como devo amar as pessoas ao meu redor para que com isso possa expressar como eu Te amo. Fortalece-me Senhor.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Ou é de Deus ou Sai

“Ele, porém, respondeu: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada.” (Mateus 15:13 ARA)

Nestes tempos em que vivemos, tudo está se tornando cada vez mais confuso. Temos milhares de igrejas. Com nomes diferentes, com ênfases distintas, com estilos variados e o povo, ao meu ver, está ficando sem referências. Isso deveria ser uma benção, afinal de contas a humanidade é diversa então deveria servir para que qualquer um pudesse se enquadrar em algum lugar. Infelizmente está mais difícil.

Eu creio sinceramente que nosso papel como cristãos é claro. Devemos encontrar uma comunidade ou igreja local onde nos identificamos, onde a Bíblia é pregada e a presença de Deus é uma prioridade. No demais, o coração de cada um é que deve arbitrar. Este versículo nos ensina que aquilo que não é do Pai será arrancado, mais cedo ou mais tarde. Tudo bem que tem verdadeiros impérios centenários que ainda estão aí, mas a paciência é uma virtude. Ainda que para nós seja tardio, Deus terá seu tempo próprio para fazer justiça.

Devemos é deixar de lado as críticas e polêmicas, nos concentrando em ser a favor do que somos e não sendo contra os demais. Quem não estiver contente com a igreja onde está, se posicione. Quem está, intensifique. Quem chegou agora, se aprofunde. Todo restante deve ser deixado de lado. Os escândalos e tropeços são problema de quem está envolvido.

Tomamos uma posição em nossa igreja e decidimos não falar mal de ninguém em hipótese alguma. Isso para testemunho ao mundo e para purificação de nossa alma. Em vez de criticar a igreja vizinha, estamos focados em crescer e amadurecer. Em vez de salientar a heresia dos mal intencionados, pregamos a verdade. Em vez de discutir interpretações, ensinamos a Palavra de Deus.

Te convido a refletir se suas atitudes são ditadas pelo que você acha que os vizinhos deveriam fazer ou se é pelo que você tem a convicção de fazer.

“Pai, quero estar focado na Tua vontade específica para minha vida e não pelo que as outras pessoas deveriam fazer.”

Mário Fernandez