Mário Fernandez

Liberdade

“Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres?” (João 8:33 ARA)

Ótimo exemplo de um diálogo mal sucedido – Jesus falando de uma liberdade e eles de outra. Para piorar, os judeus aqui em questão falaram uma bobagem de ordem histórica. Já haviam sido escravos do Egito, da Assíria, da Babilônia e naquele exato momento eram oprimidos por Roma. Como assim “jamais fomos escravos”? Nem mesmo no sentido literal isso seria verdade.

O que acontece é que eram pessoas que estavam tendo um primeiro contato com Jesus e ainda despreparadas, falavam coisas que eram mera inércia de suas tradições. Assim também muitos hoje, em nossas igrejas, na melhor boa vontade do mundo (quero eu crer) acabam falando e se comportando como sabem, por falta de mais tempo de caminhada com Cristo.

O problema todo é que o rumo da conversa se perdeu horrivelmente nos próximos versículos, pois o que deveria ser um ensino virou um debate. O cerne da questão foi o assunto de sempre – não reconhecer o pecado como pecado. Para aqueles homens, Jesus estava errado e eles estavam certos. Chegaram a dizer que ele tinha demônio, uns 15 versos adiante. Prisioneiros do pecado agem como prisioneiros, não conhecem a verdadeira liberdade.

Precisamos tirar disso duas lições importantes: primeiro, nem sempre o que sabemos e temos por convicção será de Deus e portanto precisa ser examinado diante da única régua que mede fielmente as coisas de Deus – a Bíblia, a Palavra de Deus. Isso pode acontecer com qualquer um de nós que prefira prevalecer com sua palavra sem atentar para a Sua Palavra. Segundo, quem é liberto pela verdade de Cristo, pratica as obras de Cristo. O texto todo é muito claro em relação a isso – ser de Jesus não é frequentar igreja, nem dar dízimo, nem orar e nem mesmo ser pastor. Ser de Jesus é fazer as coisas como Jesus quer que sejam feitas, mesmo tentando e nem sempre conseguindo por não ser perfeito.

Vida com Deus é vida de liberdade para agir certo, livre da escravidão do erro.

“Pai, mostra-me o que devo mudar em meu modo de viver e em minhas atitudes para que eu, de fato, transpareça que sou Teu. Ensina-me a andar nos Teus caminhos.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Escondido

“Nada há oculto, que não haja de manifestar-se, nem escondido, que não venha a ser conhecido e revelado.” (Lucas 8:17 ARA)

Ainda que o assunto tenha tendência a ser polêmico, precisamos mencionar que há pessoas que desconhecem este versículo, ou julgam que a elas ele não se aplica. Digo isso porque tenho ouvido e testemunhado incontáveis vezes em que pessoas tem grande cuidado em não falar palavrão e não se comportar mal diante de mim, afinal sou pastor. Mas tem a maior cara-de-pau de aprontar de tudo diante do Pai que tudo conhece, tudo vê e tudo sabe.

Se os nossos atos íntimos depõe contra nossa santidade e nossa retidão diante de Deus, que diferença faz alguém mais saber? A quem será que pensamos estar enganando se agirmos assim? Se considerarmos que o salário do pecado é a morte, não podemos evitar pensar que pecar em oculto é como tomar veneno sem ninguém saber e achar que, com isso, não fará mal. Tolice.

Quando agimos assim fazemos um mal tremendo a nós mesmos. Devemos buscar retidão diante de Deus primeiramente na intimidade, onde só Ele nos vê, para depois buscar aceitação e aprovação por parte das pessoas que nos cercam – primeiro o mais importante. Se alguém mais ficou sabendo ou não, é um detalhe de aparência e nada tem a ver com a essência do problema.

Isso nos ajuda a entender porque Jesus nos diz que desejar a morte de um irmão é homicídio e cobiçar a mulher alheia já é adultério. O estado pecaminoso da alma, para Deus, já consiste em pecado mesmo que o ato não seja concretizado. Ademais, sempre temos de lembrar que circunstancialmente o ato não aconteceu AINDA, mas está a caminho. Para alguns mais afortunados, talvez tenha Deus provido um enrosco ou desvio para não permitir a consumação.

O que resta a nós é uma mensagem muito conhecida: santificai-vos pois amanhã o Senhor fará maravilhas. Se não der tempo e formos arrebatados antes, a maravilha será maior ainda. Se der tempo, que bom. O que não podemos é ficar parados no meio do caminho.

“Senhor, eu não ter do que me envergonhar diante de Ti, mas para isso preciso ser purificado de dentro para fora e somente Tu podes fazer isso. Ajuda-me.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Cooperação

“E, tendo-os saudado, contou minuciosamente o que Deus fizera entre os gentios por seu ministério.” (Atos 21:19 ARA)

Eu conheço pastores que são adeptos e favoráveis ao discipulado, assim como outros que o julgam desnecessário. Da mesma forma, conheço pastores que amam cooperar com outras igrejas e receber ajuda, sejam da mesma denominação ou de outras, como há os que preferem não se misturar. A grande verdade que este texto nos mostra é que o apóstolo Paulo contou minuciosamente aos demais apóstolos o que Deus fizera por seu ministério.

Eu sempre considero que Paulo é um exemplo muito, mas muito mesmo, superior a mim na grande maioria dos assuntos. Não posso falar por mais ninguém além de mim, pois eventualmente haverá alguém que se julgue superior a Paulo. Mas tenho total certeza e convicção que ele preferiria cooperar, não apenas por causa deste versículo como por outros.

Há de se considerar que os tempos são outros, que muitas coisas aconteceram, mas é muito estranho fazer a obra de Deus no estilo “carreira solo”. Considero tão agradável e produtivo cooperar que não imagino diferente. Paulo contou minuciosamente os acontecimentos, como se tivesse obrigação de prestar contas a eles. Na verdade, por consideração ao Senhor, tinha mesmo.

Nota-se a cada dia que os grandes homens, tanto líderes eclesiásticos quanto empresariais, são participativos. Já se foi o tempo de trevas onde esconder informações e monopolizar decisões assegurava emprego para executivos e pastores. Hoje valoriza-se, novamente, a gestão do pessoal e dos conhecimentos, destacando-se aqueles que tem habilidade para mobilizar as equipes e proporcionar oportunidades. Paulo era assim? Tudo indica que sim.

O que temos a perder fazendo a obra de Deus de forma cooperativa? Penso que nada, a não ser um monopólio que, a rigor, nem deveria existir, pois o Senhor é Deus e não nenhum de nós. Se for de fato assim, então por quê? Sugiro começarmos a conversar mais, compartilhar mais e cooperar mais. Não será isso que falta para acelerar o glorioso dia que ansiamos?

“Pai, sem Tua misericórdia eu não sou nada e com certeza o Senhor ama a outros líderes como ama a mim. Ensina-me a compartilhar para edificação e a cooperar para juntos ganharmos almas para Ti.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Casamento

“Por isso, deixará o homem a seu pai e mãe [e unir-se-á a sua mulher], e, com sua mulher, serão os dois uma só carne. De modo que já não são dois, mas uma só carne.” (Marcos 10:7-8 ARA)

Quando o assunto é casamento que vai mal, geralmente o ponto central são as brigas. Há obviamente os casos de adultério, violência, bebedeira, marido que não quer trabalhar, mulher que não cumpre suas tarefas – mas as brigas são de longe a maior incidência de reclamação.

Por que brigam? Simples e cristalino como água pura. Porque NUNCA entenderam este texto bíblico. Salvo alguma esquizofrenia, uma pessoa “normal” tem um único caráter e um único posicionamento moral. Uma pessoa não briga consigo mesma, salvo algum distúrbio. Uma pessoa equilibrada vive primeiramente em paz consigo mesma e dedicada à sua própria satisfação e realização.

Assim deveria ser o casamento, pois ao me tornar um com minha esposa não tenho mais motivo pra brigar – somos um, estaria brigando comigo. Ao me dedicar à minha satisfação olho para o UM que formamos juntos e não somente para a minha metade. Ao tentar ser feliz, quero fazer feliz ao UM que formamos.

A pergunta que não quer calar é como se tornar um no mundo em que vivemos. Bem, sem Deus é impossível. O favor e a graça de Deus permitem isso, proporcionam unidade. Assumir uma missão de embaixador do Reino de Deus neste mundo, olhar para as coisas do alto, acumular tesouros no céu. Tudo isso ocupa o lugar das brigas. O resto se resume a diálogo, comunicação, troca de expectativas, e muita muita muita vontade de acertar. Trata-se de ceder, abrir mão agora para ganhar depois.

A compreensão do que é viver neste mundo para Deus sufoca o egoísmo e faz do casamento uma aliança duradoura e prazerosa em todos os sentidos. Claro, para viver do meu jeito natural e pelos valores deste mundo, é só trabalhar para ganhar dinheiro para ter dinheiro para gastar para ter de ganhar mais ainda (não coloquei as vírgulas de propósito, isso deixa as pessoas sem ar).

“Deus amado, sei que o Senhor tem planos para todo mundo, mas as vezes não consigo entender o meu. Ajuda-me a encontrar minha linha de caminhada neste mundo para que, quer casado quer não, eu viva para Te agradar.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Educar Filhos

“Corrija os seus filhos, e eles serão para você motivo de orgulho e não de vergonha.” (Provérbios 29:17 NTLH)

Estive há pouco tempo com um casal que enfrenta problemas com os filhos. Entre uma reclamação e outra, acabamos tocando no assunto da correção e ficou bem claro que nunca fizeram nada além de dizer aos filhos o que consideravam certo ou errado. Em resumo, nunca os corrigiram.

Ensinar é válido e necessário pois do contrário os filhos nunca saberão o que os pais esperam e acreditam, mas correção é bíblica e necessária. Há os que defendem e os que são contrários ao castigo físico, com palmadas ou varinhas. Não quero entrar no mérito, mas defendo a posição bíblica de que algo desagradável deve ser infringido para ser correção, pois apenas mandar para o quarto não é bem o conceito (ainda mais se lá tiver TV a cabo e/ou computador).

Se a cada vez que um filho desacatasse seu pai ele fosse realmente corrigido, pelo meio que fosse, hoje não teríamos os escândalos de desacato que vemos nos noticiários. Se os filhos desta geração que aí está conhecessem limites, dados pela correção, haveria mais respeito e menos violência. Se em cada filho houvesse mais temor do Senhor, o mundo seria outro.

O Senhor já nos avisou de que os últimos dias seriam tempos difíceis, com pessoas de temperamento e caráter distorcidos do plano de Deus. Mas nem por isso temos o direito de desistir, até porque a correção é sim um ato de amor para com os nossos filhos. Quando a Bíblia fala em eles serem motivo de orgulho, refere-se a uma escala de valores onde o que foi alcançado era o que se desejava.

A grande verdade é que a maioria dos filhos hoje não é criada pelos pais, que se resumem a dar-lhes casa e comida, pagar as despesas e de vez em quando exibi-los como trofeuzinhos bonitos aos amigos. Depois vem a adolescência e os desajustes, que já estavam lá, se intensificam a ponto de enlouquecer os pais. Tarde demais. Entre o povo de Deus não deve ser assim – Jesus é a diferença.

“Senhor, quero contribuir para que as pessoas te conheçam, isso seja corrigindo meus filhos ou ajudando os que têm filhos mas não sabem como agir com eles. Ajuda-me a usar Tua Palavra como base para minha vida.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Dignidade

“Ao entrardes numa casa, dizei antes de tudo: Paz seja nesta casa! Se houver ali um filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; se não houver, ela voltará sobre vós.” (Lucas 10:5-6 ARA)

Muito interessante notarmos que logo depois destas palavras Jesus orienta seus enviados que não fiquem mudando de casa em casa na mesma cidade. Será que hoje seríamos achados dignos de recebê-los? Será que nas nossas igrejas haveria suficientes filhos da paz que pudessem receber os 35 pares? É algo para meditarmos.

Ser um filho da paz é muito mais do que simplesmente não brigar com ninguém, ser contra guerras, não ser violento ou até mesmo ser pacífico. O filho da paz quer honrar seu pai, portanto semeia a paz. É um pacificador. Curioso é que a ordem de Jesus deixava seus enviados numa condição estrategicamente absurda, pois eles deveriam entrar na primeira casa que quisessem e resolver se ficariam ali ou não, literalmente, no grito. O Reino de Deus tem valores muito diferentes dos nossos, com certeza.

Mais do que isso, aquela casa que os recebesse teria de arcar com o sustento deles por alguns dias, até que eles decidissem que era hora de mudar para outra cidade. Em lugar nenhum diz que eles deveriam escolher casas ricas ou abastadas, nem que eles deveriam contribuir com as despesas, até pelo contrário, não deveria levar nem bolsa. Absurdo, aos olhos humanos.

A grande verdade é que poucos de nós hoje temos o desprendimento de ceder espaço em nossa casa. Dentre estes poucos, muitos ainda não seriam encontrados dignos de receber os enviados. Em outras palavras, hoje está mais complicado que nos dias de Jesus.

Não deveria ser assim. Temos tanta informação, tanto esclarecimento, tanta coisa que pode nos ajudar para que entendamos melhor as coisas de Deus, mas o que fazemos? Corremos, enchemos nossa agenda e vendemos nossos talentos para empresas e instituições, deixando muitas vezes a obra de Deus na mão.

Não deveria ser assim. Vale a pena pensarmos sobre isso.

“Pai, naquilo que estiver ao meu alcance eu quero contribuir para que Teu Reino seja divulgado, principalmente sendo de fato um filho da paz. Ensina-me.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Discipulado

“Tu, porém, tens seguido de perto o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança,” (2 Timóteo 3:10 ARA)

Nitidamente palavras de um discipulador preocupado com seu discípulo, dedicado a ensiná-lo e motivando-o para que continue. Palavras de um líder comprometido com a obra para qual foi arregimentado. Paulo merece nosso reconhecimento, não apenas por este texto, mas pela sua postura ensinadora.

Não sei por quanto tempo ainda viveremos nesta Terra até a volta de Jesus, mas digo com sinceridade de coração: quanto menos melhor. Cada dia é mais raro encontrar homens que tenham a disposição e a transparência de Paulo para discipular outros, como ele fez com Timóteo. Tive o privilégio de andar com homens de Deus em fases da minha vida que, com certeza, me marcaram para sempre. Dediquei e ainda dedico uma parcela significativa do meu tempo ministerial buscando edificar meus Timóteos. Mas não sou Paulo, nem de longe. Mas a julgar pela escassez de discipulado genuíno, estamos no fim dos tempos.

Não quero dizer que quem não esteja envolvido em discipulado, nas mais variadas formas e métodos, não tenha salvação ou não seja de Deus. Longe disso, a questão é de proclamação e não de salvação. Tem a ver com propagar o ensino e investir na vida de pessoas que como eu, não merecem mas precisam. Jesus fez isso com 12 que fizeram isso com inúmeros, como Paulo fez com Timóteo e outros.

Até mesmo no meio empresarial, fora do círculo eclesiástico, é tido hoje por sinal de sabedoria formar seus sucessores muito antes do final da carreria, coisa que 20 anos atrás seria loucura.

Obviamente, devemos estar dispostos a perder tempo, investir na pessoa errada, ser traído, se decepcionar, errar nos conselhos, não dar o melhor exemplo possível – ou seja, corremos o risco de agir como seres humanos. Se Deus quisesse diferente disso, teria nos avisado. Vamos investir enquanto ainda é tempo.

“Pai, sou grato por aqueles que me ensinaram e quero retribuir ensinando como puder, mesmo que não seja de uma forma muito didática. Mostra-me as oportunidades certas e dá-me coragem e desprendimento.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Louve

“Bendirei o SENHOR em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios.” (Salmo 34:1)

Você está feliz hoje? Louve.
Está triste, pois as coisas não saíram como você queria? Louve.

Está com saúde? Louve.
Está doente e enfraquecido? Louve.

Está bem empregado? Louve.
Está desempregado e lutando pelo sustento? Louve.

Está tendo sucesso no trabalho? Louve.
Foi mal avaliado pelo chefe e está tentando reverter a situação? Louve.

Está apaixonado e vivendo o melhor momento amoroso da sua vida? Louve.
Está passando pelo deserto da solidão e só tem Deus por companhia? Louve.

Seu ministério está crescendo e as pessoas estão sendo abençoadas? Louve.
As pessoas estão fugindo por você ter feito o compromisso de dizer a verdade conforme a Bíblia? Louve.

Está cercado de amigos que o incentivam e apóiam? Louve.
Está cercado de inimigos que querem tirar o que você tem? Louve.

Muitas vezes nos esquecemos de louvar a Deus nos bons momentos achando que eles são consequências naturais da nossa capacidade. Ou então, deixamos de louvá-lo nos maus momentos por acharmos que não é a hora certa para isso.

Mas louvá-lo nos bons momentos é reconhecer a Sua bondade e a nossa necessidade dEle. E louvá-lo nos momentos difíceis é a evidência da nossa confiança em Seu poder e autoridade.

“Senhor, que meus lábios estejam constantemente cheios de louvor e gratidão a ti.”

Vinicios Torres