Vinicios Torres

Respostas

“Pedi, e dar-se-vos-á;…” (Mateus 7:7)

Você já pediu algo a Deus e depois percebeu que não foi uma boa ideia? Pareceu-lhe que a resposta veio de uma maneira que não era a que você esperava? Quem não ouviu a advertência: não peça paciência para Deus pois ele, junto com a paciência, lhe dará os problemas para exercitá-la?

Pediu perseverança e teve de enfrentar um desafio longo; pediu mais amor e parece que todos os chatos se apegaram a você; pediu coragem e todos os medos se manifestaram. A impressão é que você está recebendo o contrário do que pediu.

Por incrível que pareça este é o tipo de oração que Deus responde sempre, e com muito prazer. Nós é que não compreendemos o método que Ele usa e ficamos achando que a resposta veio equivocada. Vamos entender como Deus faz isso?

Deus nos ama e quer ter conosco um relacionamento. Ele não quer ser uma divindade longínqua nem um ídolo mudo a quem apenas fazemos pedidos e Ele, como um despachante celestial, fica enviando os produtos das nossas respostas. Ele quer que tenhamos consciência da Sua presença e do Seu amor em nossas vidas.

Ele prometeu que estaria conosco todos os dias até o fim dos tempos (Mateus 28:20) e por isso, muitas vezes, responde nossas orações com situações e circunstâncias nas quais só será possível vitória se nos mantivermos em Sua presença, orando sem cessar. Ou seja, mantendo comunhão com Ele.

“Senhor, quero ter comunhão contigo sempre e mesmo em meio às dificuldades quero te buscar incessantemente.”

Vinicios Torres

Mário Fernandez

Ingratidão

“Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos;” (Lucas 15:29 ARA)

Se eu ganhasse uma moeda para cada vez que me comportei como este jovem, estaria rico. Para piorar, já fiz isso com pessoas humanas e com Deus. Incontáveis vezes entrei na onda de “eu mereço”, esquecendo ou agindo como se tivesse esquecido que alguém morreu por mim e não mereço nada. Já fui pedir aumento ao patrão com esta linha de argumentos tipo “sou um bom funcionário”. Já orei a Deus com colocações no tom de “o Senhor me conhece”. Pode até ser justo, mas não é apropriado e nem tampouco adequado.

A arte de ser pai não é fácil e talvez este senhor rico tenha de fato esquecido de presentear seu filho mais velho, como ele reclamou. Talvez ele falasse a verdade. Talvez até o filho mais novo tenha jogado isso na cara dele, não sabemos. Mas nem por isso murmurar muda alguma coisa.

A pergunta que não se cala: o que este filho ganhou com isso? Não muito mais do que um puxão de orelha do pai, no verso seguinte. Não era isso que ele queria, nem o que ele esperava, mas foi o que ganhou. Isso deve nos servir de lição, pois facilmente este texto pode ser interpretado como sendo o pai (Deus), o filho mais moço (nós) voltando arrependidos do mundo (perdição) para viver de novo com o pai (conversão). Nesta linha, o filho mais velho muito bem podemos ser eu e você enquanto resistimos ao chamado de Deus.

O prazer do pai ao ver seu filho regressando inteiro demonstra quanto o amor ministra perdão e cobre uma multidão de pecados. Só por isso, esta parábola já demonstra seu valor. E nos ensina, de uma linda maneira, que sempre teremos lugar ao lado do Pai, desde que dispostos a buscar perdão.

Busquemos ao Senhor enquanto é tempo.

“Senhor, eu agi com ingratidão muitas vezes e reconheço isso. Ensina-me a ser mais grato e a encontrar em ti a minha segurança, meu descanso e minha confiança.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Tempestades

“E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro; eles o despertaram e lhe disseram: Mestre, não te importa que pereçamos?” (Marcos 4:38 ARA)

Jesus tinha ordenado aos discípulos para atravessarem o lago, indo para a outra margem. Ele tinha alguns experientes pescadores no grupo, que certamente já tinham enfrentado mudanças de tempo enquanto estavam na água. Mas o tempo mudou de maneira diferente naquele dia. Pela descrição do evangelista a mudança foi repentina e violenta.

É totalmente natural que todos tenham ficado com medo, afinal eram seres humanos. Eles então se voltaram para Jesus. Eles já tinham visto ele fazer tantos milagres será que não poderia fazer outro agora?

Se você notar, os discípulos procuraram Jesus porque não havia outra coisa a fazer. Eles estavam no meio do lago, não tinham para ir, nem onde se esconder.

Curiosamente, mesmo com toda essa confusão, o Mestre está repousando, tranquilo. Ele não está preocupado com a mudança repentina que sobreveio sobre todos. Ele sabe que tem a autoridade para controlar os eventos que acontecem.

Nós hoje podemos enfrentar períodos que parece que as mudanças são tão repentinas e violentas quanto a mudança do tempo durante a travessia dos discípulos. Uma mudança sobrevêm sobre nós hoje, outra amanhã, quando achamos que é só, na semana que vem tem outra e mais outra, parece que não acabam. Uma complica outra e temos a impressão que nossa vida vai ficando sem solução.

Nestes momentos podemos até ter a impressão de que estamos sozinhos na tempestade e nos perguntamos onde está Deus em tudo isso. Por que Ele está tão silencioso e tranquilo enquanto eu estou passando por esse momento de temor? Simples é porque ele sabe que tem a autoridade para controlar os eventos que estão acontecendo.

Não há problema nenhum em fazer como os discípulos e clamar ao Senhor e pela sua intervenção. Se nos entregarmos a ele com certeza o ouviremos dizendo ao nosso coração “Acalma-te” e às nossas circunstâncias “Emudece”!

“Senhor, quero entregar a Ti meu amedrontado coração. Ajuda-me a enfrentar as mudanças na minha vida confiando em Ti.”

Vinicios Torres

Mário Fernandez

Sustento e Proteção

“O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca aos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; também contra ti, ó rei, não cometi delito algum.” (Daniel 6:22 ARA)

Já li este texto inúmeras vezes, mas só hoje me dei conta de que não vi em lugar algum Daniel orando para que Deus o livrasse dos leões, nem murmurando, nem acusando seus acusadores, nem ao menos suplicando ao rei pela sua vida. Tudo isso seria legítimo, afinal ele era de fato inocente.

O filho de Deus deve ter esta atitude, louvando a Deus em todo tempo e em toda situação, mesmo quando jogado numa cova cheia de feras famintas e coberta por uma pedra. Leia o texto e pasme, não havia fuga. Será que Daniel pediu que Deus o libertasse? Pode ser que sim, pode ser que não, mas que ele louvou a Deus por ter sido liberto, isso sem dúvida nenhuma. Assim deveríamos, todos nós.

O que acontece quando se tem uma atitude como esta de Daniel é que Deus age livremente, sem interferências do nosso eco, nem com a nossa voz estridente em Seus ouvidos gritando “me dá, me dá, me dá”. Mesmo tendo direito, mesmo sendo legítimo, mesmo podendo – é melhor louvar do que pedir, agradecer confiadamente do que suplicar. Nada de errado em pedir a Deus aquilo que é legítimo.

Por isso mesmo temos tão poucos como Daniel, já naquele tempo e menos ainda em nossos dias. Quantos de nós conseguem agir assim? Temos de aprender a lição com este irmão de quem a Bíblia não aponta qualquer falha. Note que Daniel é muito abençoado, mas isso não significa que não tenha sofrido, passado privações, foi acusado injustamente. Muito semelhante a todos nós. Um pouco, porque nem sempre somos tão inocentes assim.

Fica o desafio a cada um de nós, não apenas de louvar mais do que pedir, mas de manter o nível de santidade num ponto em que possamos ser livrados por Deus de forma sobrenatural, por termos sido encontrados inocentes, tanto diante Dele quanto diante dos homens.

“Senhor, eu gostaria de andar em retidão diante de Ti e ser muito mais grato a Ti, mas preciso de ajuda. Não sou capaz de mudar desta forma com as minhas forças.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Workaholic

“Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem.” (Salmos 127:2 ARA)

Eu já fui viciado em trabalho, então me sinto a vontade para comentar o que vejo na vida de alguns preciosos irmãos e amigos. Sem a presença gloriosa do nosso Deus, trabalhar e não trabalhar dá na mesma. Evidentemente não estamos ensinando preguiça nem comodismo, mas uma leitura deste salmo faz muito bem. Levantar de madrugada sem o Senhor, dormir tarde sem o Senhor – é correr atrás do vento.

O fato é que podemos e devemos trabalhar para ter nosso sustento, não tem nada errado em ganhar dinheiro, não tem nada errado em trabalhar bastante. Mas nem tente fazer isso sem a bênção de Deus, tirando o Senhor do trono da sua vida, que o resultado é o mesmo que trabalhar pouco. Ou pior ainda: pode ser que fique rico. Tão rico que esqueça de Deus, e nada poderia ser pior.

O ponto central é que nada deve tomar o lugar do Senhor no nosso coração, e quem fica viciado em trabalho já caiu neste ponto. Ou porque colocou o trabalho onde não devia, ou porque colocou o desejo de ganhar dinheiro neste mesmo lugar. Devemos conduzir nossa vida para ganhar o dinheiro necessário a ter uma vida digna e pacífica, e se porventura o Senhor nos permitir ganhar mais, para praticar generosidade com os necessitados, investir na expansão do Reino e, porque não, ter algum conforto adicional. Tudo que exceder isso será ganância, que é irmã gêmea da avareza, que é pecado de idolatria.

Por outro lado, devemos lembrar que o Senhor nos dá enquanto dormimos. É só observar a agricultura que vemos este milagre – as plantações não crescem nem produzem mais pelo nosso esforço, mas durante a noite o Senhor opera. Dia a dia vemos crescer aquilo que é essencialmente um milagre, de uma semente que morreu para uma planta que nasceu.

Nem precisa comentar o quanto isso é difícil na sociedade em que vivemos. Mas se Deus é por nós…

“Pai, ensina-me a ser equilibrado em todas as coisas, inclusive na minha dedicação ao trabalho, para que seja bênção sobre minha vida e não transtorno.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Pais e Filhos

“ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição.” (Malaquias 4:6 ARA)

Vivemos dias certamente dolorosos para quem é pai ou mãe, pois o afastamento dos filhos é provocado de todos os lados. A TV ensina isso, os colegas da escola pressionam, os joguinhos, o emprego dos pais, a correria da sociedade e tantas coisas. Quando eu era criança (e não sou saudosista, apenas cito) o programa de final-de-semana era piquenique ou visitar alguém, todos juntos em familia. A TV oferecia 4 canais e nem todos tinham “cores”.

É desnecessário citar outros textos bíblicos que mencionam o quanto Deus valoriza o relacionamento entre pais e filhos. Neste, em particular, temos a palavra maldição aparecendo explicitamente. Na época em que escrevo esta meditação todos estão atônitos com a gripe A, tivemos uma quebra de safra de trigo na Argentina e estamos saindo de uma seca. Será que podemos chamar isso de “ferir a terra”? A mim parece que sim.

Ainda é tempo de ouvirmos a voz de Deus e levarmos Sua palavra a sério, ensinando e praticando o básico: não levar os filhos à ira + honrar pai e mãe = vida abençoada por Deus. Conheço muitos empresários e homens de sucesso, alguns muito ricos outros nem tanto. Um bom número deles, pra não dizer quase todos, se dão bem com seus pais, sendo cristãos ou não. Da grande maioria, ou quase todos, aqueles que estão “quebrados” continuamente, têm problemas com seus pais. Coincidência ou Deuscidência?

Ainda que seja um texto no Antigo Testamento e dentro de um cenário histórico bem delimitado, outras referências confirmam o princípio de que é imprescindível que o coração dos filhos esteja voltado aos pais e o dos pais aos filhos.

É mais do que tempo de buscarmos e praticarmos o perdão, o reatar de relacionamentos, o retorno ao básico. A simplicidade tem sido uma riqueza perdida no meio cristão. Voltemos à obediência e sejamos abençoados.

“Senhor, ensina-me a honrar meus pais e a zelar pelos meus filhos como o Senhor deseja. Não como uma barganha para melhorar minha vida, mas para que se agrade o Teu coração e isso me abençoe.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Grande obra

“Enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria a obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?” (Neemias 6:3 ARA)

A maioria das pessoas com certeza não sabe, mas esta é a devocional número 751 de minha autoria no site ICHTUS. São 11 anos tentando de alguma forma contribuir para edificação do povo de Deus pela Internet. Foram anos com bons e maus momentos, alegrias e tristezas, ganhos e perdas. Mas sempre marcados pela presença e intervenção de um Deus glorioso.

Ocupo este espaço escrevendo a você, leitor, que talvez pense que jamais fará algo grande em sua vida. Eu também pensava assim, mesmo depois de o Vinicios Torres ter me convidado para escrever uma meia dúzia de devocionais, pois a fonte anterior se esgotara. Chegamos a ter 14.000 assinantes e enviar devocionais 3 vezes por semana. Nunca soubemos para quantos outros isso foi repassado de tantas formas. Leitor: não subestime o que você pode fazer.

Sem ser positivista nem tirar de Deus o Seu papel, digo com total certeza que estamos todos em uma grande obra, quer convictos disso como Neemias no versículo acima, quer anônimos em uma pequena célula de uma pequena igreja. Aos olhos de Deus, toda semente pode ser uma grande árvore a despeito do seu tamanho ou forma. Aceite o que Deus tem para sua vida e persista nisso.

Se Deus o chamar não se esconda e se tiver dúvidas opte por servir. Ao tentar chamar a atenção para si, encontrará. Mas ela passa. Ao tentar atrair a bênção da presença de Deus para si, também encontrará e esta durará para sempre.

Deus abençoe a todos aqueles que, de uma ou de outra forma, por mais ou por menos tempo, contribuíram para o ICHTUS. Alguns enviaram materiais para publicar, outros ofertaram, outros muitos oraram. Deus abençoe a todos indistintamente. Estamos todos em uma grande obra, por que cessaríamos?

“Pai, obrigado por nos usar de alguma forma para contribuir com o Teu projeto neste mundo. Recompensa aqueles, ó Deus, que nos apoiaram de tantas formas.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Mudanças

“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8:28 ARA)

Várias vezes eu falei sobre mudanças aqui. Algumas vezes falei sobre a necessidade de provocar essas mudanças, em outras de aceitar as mudanças e saber como tirar o melhor delas. Mudanças são inevitáveis na vida, elas acontecerão mesmo que você não queira.

Elas podem acontecer por causa de um planejamento nosso que prevê a sua necessidade. Essas são as mudanças mais fáceis de aceitar, visto que somos nós mesmos que a provocamos.

Mudanças podem acontecer de maneira esperada, ou seja, ao nos depararmos com uma circunstância qualquer podemos prever que uma mudança será necessária e nos preparamos para ela. Embora não a tenhamos desejado temos tempo para planejar e nos preparar para ela.

Mas existem mudanças que parece que nos atropelam. Elas vêm sem que planejemos e tão rápido que não temos tempo para nos preparar. Quando nos damos conta já não somos os mesmos ou não estamos mais na mesma situação. Restando-nos apenas a alternativa de nos adaptarmos rapidamente ao novo contexto para sofrermos menos os efeitos adversos dela.

Existem duas situações em que eu vejo que podemos sofrer sem necessidade em caso de mudanças. Uma é não aceitar a mudança e resistir a ela. Normalmente isso acontece quando não queremos mudar e Deus determina a mudança. Outra, um pouco mais complicada, é quando nós temos planos de mudança, mas Deus provoca outras mudanças em nossa vida que inviabilizam as nossos próprios planos. Ficamos frustrados com a impossibilidade de executar o que queremos e ainda temos de enfrentar a adaptação a uma mudança não desejada. Muitas vezes Deus faz isso para corrigir os nossos caminhos que, se estabelecidos, poderiam nos levar para longe dEle e dos Seus propósitos para nós.

Na história de José (Gênesis 37-45), em nenhum momento é registrado resistência, mas em todas as mudanças vemos que ele se adaptou a elas e tirou o melhor resultado que pôde. E fez isso até o dia em que Deus revelou o propósito por trás de todas mudanças que ele passou na vida.

E você, está passando por uma mudança nesse momento em que está difícil entender o que Deus está fazendo? Descanse na confiança de que Deus é soberano e está levando você pelos caminhos dEle para cumprir o propósito maior da sua vida.

“Senhor, aquieta o meu coração para que eu aceite as mudanças que estás trazendo à minha vida como manifestação do Teu amor e cumprimento do Teu propósito.”

Vinicios Torres