Mário Fernandez

Sobrenome

“Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus,” (Romanos 1:1 ARA)

Quando se é líder de uma igreja grande ou empresário/executivo de alguma empresa conhecida, é fácil dizer “quem fala é o Pr Mário da igreja tal” ou ainda “sou o engenheiro Mário da empresa X”. Ao perder este status, a alma trinca de cima embaixo como um vidro fraco, e suportar com paciência passa de desafio a desaforo. Isso é o que chamamos de “perder o sobrenome”.

Paulo adotou uma abordagem de grande mérito e totalmente acertada quando escreveu aos Romanos, não adotando o sobrenome que fosse mesmo que tendo direito. Ele poderia ter se nomeado doutor da lei, cidadão romano, pregador de multidões, missionário para todos os povos e por aí adiante. Mas não o fez, preferindo antes ser simplesmente servo de Jesus Cristo, por mais que os outros títulos seria seus por direito. O verdadeiro servo de Cristo sabe e pratica que antes dele vem o seu Senhor.

Se nós em pleno século XXI fizéssemos assim, certamente alguns estranhariam mas com toda certeza não ficaríamos mais expostos a perder o sobrenome. Imagine seu celular tocando, você atende um 0800 qualquer, ligando para oferecer alguma coisa, e você responde “aqui é Mário, servo de Cristo”. Ou então procurar um cliente em seu escritório e apresentar-se à secretária dele dizendo “diga que aqui está o engenheiro Mário, servo do Deus Altíssimo”. O mais importante de tudo certamente é agradar àquele que nos chamou e nos amou primeiro. Todo resto pode ficar para depois, inclusive nosso sobrenome.

Faz parte desta filosofia responder “Glória a Deus” ao invés de “Obrigado” quando alguém elogia uma palestra ou uma música executada. Não apenas é a semente da humildade como ainda dará bom testemunho. Quem sabe não seja isso que esteja faltando numa época tão repleta de títulos e honrarias…

“Deus e Pai, eu não tenho condições por mim mesmo de fazer nada, nem mesmo manter um sufixo no meu nome. Dá-me a coragem necessária para colocar o Teu nome como meu sobrenome.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Prática da Paciência

“Pois que glória há, se, pecando e sendo esbofeteados por isso, o suportais com paciência? Se, entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência, isto é grato a Deus.” (1 Pedro 2:20 ARA)

Suportar aflição é um assunto que o Senhor vem nos ensinando ao longo dos anos com muito cuidado. Já houve fase emocional, de saúde, com problemas familiares, com problemas financeiros seríssimos, falência, traição nas amizades e negócios e outras coisas. Não murmurar é parte do processo, como integrante de suportar com paciência. Mas nem sempre as aflições serão tão visíveis e permitirão algum tipo de audiência externa. Há situações onde nossa alma sofre e nosso coração partido se inclina para o grito de desespero – mas a esperança está lá.

Suportar com paciência é sempre mais fácil quando o assunto é público do que quando é interior. Ter paciência numa crise financeira não é fácil (sei do que falo), mas exceto por alguns que desesperadamente dão cabo da própria vida, a maioria perde a dignidade social sem perder a honra diante de Deus. Não queira experimentar passar por humilhações contínuas, perda da auto-estima, do reconhecimento, do nome limpo na praça, das amizades. Ser traído e decepcionar-se, não pelo cônjuge, mas pelos melhores amigos. Ou, a pior das experiências emocionais para um cristão sério – ser traído e injuriado pelas pessoas da igreja que servem ao seu lado.

Não estou dizendo para se resignar com a situação contrária, aliás, reaja. Mas não perca a paciência, pois Deus se agradar de você é mais importante que tudo. A paciência produz frutos de vida e embora seja um cultivo doloroso, estes frutos permanecem ao longo de toda nossa vida e nos torna pessoas melhores. Suporte, meu irmão, suporte.

“Deus amado quero ser paciente ao ponto de não murmurar, não perder a linha da ética, não Te desagradar nem pecar. É difícil, e preciso da Tua ajuda.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Aos inimigos… amor 3

“Persegui os inimigos e os alcancei, os consumi os atravessei, aos pés do Senhor caíram, não mais se levantaram” (Trecho de uma música evangélica)

Se você está acompanhando as duas últimas mensagens pode não ter visto a relação entre a primeira (Aos inimigos… amor) e a segunda (Aos inimigos… amor 2). Vamos ver se conseguimos mostrar como elas se encaixam.

Se você observar a área de comentários da primeira mensagem (Aos inimigos… amor) verá que quase todos associaram nossos inimigos com o Diabo ou os demônios, lembrando de Efésios 6:12, onde Paulo fala que a nossa luta não é contra carne e sangue. Ou seja, nossos inimigos hoje são espirituais.

Não nego a existência do Diabo e seus anjos, nem da realidade da sua influência, mas permita-me fazer alguns questionamentos:

  • Se nossos inimigos são os demônios, onde, na Bíblia, está escrito que eu tenho de persegui-los?
  • Onde Jesus ou os apóstolos deram exemplo de que eles iam atrás dos demônios para atravessá-los e destruí-los?

Sabe o que é curioso? O que vejo é a Bíblia afirmando que Jesus veio para destruir as OBRAS do Diabo (1 João 3:8) e não o próprio.

Quais são as obras do Diabo? A pobreza, a fome, a prostituição, a corrupção, os vícios e todas as mazelas que assolam a humanidade e destroem a imagem de Deus no homem e o afastam da revelação do amor de Deus em Cristo. É contra essas coisas que devemos lutar.

Mas sabe o que nós fazemos? Brincamos de fazer batalha espiritual confortavelmente dentro das quatro paredes das nossas igrejas.

Alguns anos atrás estive em uma igreja onde o líder mandou que todas as cadeiras fossem amontoadas no centro do salão e que as pessoas formassem um círculo em volta delas. Então, em fila indiana, as pessoas andavam em círculo, repetindo as palavras de ordem que o líder gritava no microfone: “Diabo, fora daqui! Diana, fora daqui! Fulano e beltrano, fora daqui!”. Depois de mais de meia hora de marcha e de mandar embora demônios cujos nomes nem sabia que existiam, as pessoas bateram palmas com o líder afirmando que o trono do Diabo estava derrubado naquela cidade.

Sabe o que aconteceu depois?

Nada.

As pessoas continuaram as mesmas e os problemas da cidade também.

Experimente fazer batalha espiritual de verdade indo à favela para evangelizar as pessoas e ajudá-las a vencer o círculo vicioso da fome e da violência. Rapidamente, você descobrirá que os seus inimigos espirituais usarão de pessoas para lhe fazer oposição. Eles o perseguirão, o caluniarão e mentirão a seu respeito (Mateus 5:9-16) para fazer com que você desista da sua missão.

É nesse momento que você descobre o paradoxo que estamos tratando: temos um inimigo invisível que usa de pessoas de carne e osso para nos atingir. O que devemos fazer?

Segundo a Bíblia, devemos nos humilhar diante de Deus e resistir ao Diabo (Tiago 4:7). Resistimos ao Diabo não entrando no jogo dele. Ele opera por meio da violência, da vingança e do orgulho. Resistiremos a ele agindo de maneira contrária à sua provocação.

Devemos amar as pessoas que o Diabo usa para nos atacar, abençoar aquelas que ele usa para nos amaldiçoar, ajudar aquelas que nos acusam de que estamos ali por qualquer outro interesse que não o amor de Cristo por elas. É justamente essa a oportunidade de fazer a diferença praticando o que Jesus nos ensina no Sermão do Monte (Mateus 5:1-6:34).

Aos inimigos espirituais devo resistir, às pessoas que se declaram minhas inimigas devo amar. É por isso que não consigo cantar a música.

“Pai amado, dá-me a humildade necessária para depender de ti sempre que precisar resistir ao inimigo e para amar as pessoas.”

Vinicios Torres

Aos inimigos… amor 2

“O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mateus 25:40 ARA)

Recebi o seguinte e-mail em reação à mensagem “Aos inimigos… amor“. Gostaria que você fosse pensando na inquietação do coração do Rinaldo. Na próxima mensagem desenvolverei mais o tema.

Olá pessoal,

Segue, abaixo, texto da ICHTUS.

Vinicios fala, no último parágrafo, de algo que perdemos há muito tempo: discípulos (seguidores) que estejam dispostos a amar incondicionalmente como Jesus amaria se estivesse em nosso lugar.

Hoje mesmo pela manhã, quando me dirigia para o trabalho, vi uma cena que está se tornando “comum” nas grandes cidades. É bizarro e paradoxal, foi a cena de um casal dormindo em uma marquise de um imóvel desocupado…

O que mais me chamou a atenção foi o contraste que percebi: Vários carros importados parados aguardando o sinal de trânsito abrir e as pessoas olhando para esse casal…

Ver isto e perceber o quanto a gente é, e está ficando cada vez mais, insensível ao ser humano é o que mais me chocou.

Tenho ouvido muitos reclamarem da crise, da falta de dinheiro, alguns até reclamam da falta de visibilidade a médio-longo prazo. E esses miseráveis que não tem teto, comida e emprego, que será que dizem? Alguém se atreve a perguntar-lhes? Confesso que tive vontade, mas nesse caso não foi suficiente.

Nessas horas eu questiono o tipo de pregação e o tipo de evangelho que temos recebido e passado adiante.

Como é que podemos dizer que o Reino de Deus veio a nós se irmãos nossos estão morrendo de fome por todos os lados. Como é que podemos responder SINCERAMENTE com um “TUDO BEM!!!” quando nos perguntam: “E ai, irmão, tudo bem na sua comunidade?”

Como se admitir estar bem se pessoas as quais Jesus Cristo morreu por elas estão sendo consumidas pela miséria e descaso?

Talvez o choque de ter visto cenas bizarras seja o primeiro passo para minha inconformação e minha mudança. ASSIM ESPERO.

Boa leitura e excelente fim-de-semana.

Cordialement, Saludos, Best Regards

Rinaldo Camacho – São Paulo/SP

Vinicios Torres

Aos inimigos… amor

“Persegui os inimigos e os alcancei, os consumi os atravessei, aos pés do Senhor caíram, não mais se levantaram”

Embora estes versos de uma música muito cantada nas igrejas brasileiras sejam inspirados em uma passagem bíblica (2 Sm 22:38; Sl 18:37) nunca me senti confortável em cantá-los. Sempre sentia que algo não se encaixava em entusiasticamente afirmar que eu estaria consumindo meus inimigos.

Todas as vezes que ouvia esta música as palavras de Jesus ecoavam em minha alma: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste” (Mt 5:43-45).

Como discípulos de Cristo não nos declaramos inimigos de ninguém, pois temos o mandamento de amar a todos como diretriz de vida. Mas não podemos impedir que outros se declarem nossos inimigos, e é a esses que Jesus está dizendo que devemos orar e abençoar.

Paulo nos estimula em Rm 12:20,21 a fazer o bem àqueles que se dizem nossos inimigos ajudando-os nos seus momentos de necessidade. Com isso não seremos derrotados pelo mal mas venceremos o mal com o bem. Na linguagem de Paulo colocaremos a consciência do nosso inimigo para pensar em porquê, apesar da sua atitude para conosco, nós retribuímos com uma atitude totalmente diferente da que ele esperava.

Estamos precisando de um exército, não de guerreiros sedentos de consumir seus inimigos, mas de discípulos que estejam dispostos a amar incondicionalmente como Jesus, o Mestre, o fez. Com certeza isso provocaria uma revolução, não com sangue derramado, mas com corações transformados.

“Senhor, ajuda-me a amar incondicionalmente a todos assim como incondicionalemente tu me amas.”

Vinicios Torres

Vinicios Torres

Aceitando os mandamentos

“O sábio de coração aceita os mandamentos…” (Provérbios 10:8 ARA)

Muitos equivocamente entendem que liberdade é não ter que obedecer ou prestar contas a ninguém. Tivemos até uma geração inteira (hippies, década de 1960) que se revoltou contra o sistema e tentou se “libertar” de todas as amarras que a sociedade lhes impingia.

No entanto, o que vimos como resultado foi um aumento alarmante de doenças sexualmente transmissíveis, uma multiplicação de lares onde os filhos foram criados sem pais, a distorção do conceito de família e a rejeição sistemática do conceito de autoridade. Enquanto rejeitar o modelo errado de autoridade humana pudesse ter seu mérito, o que aconteceu é que todos passaram a rejeitar também a idéia de que Deus tem a autoridade final e absoluta nos destinos da humanidade.

As pessoas passaram a viver desejando não ter que obedecer a nada e a ninguém.

Porém isso é uma impossibilidade. A vida exige que obedeçamos as suas leis para conseguirmos viver. E, indo um pouco mais além, a Bíblia declara que os sábios aceitam os mandamentos. Não aceitá-los é sinônimo de falta de sabedoria e, portanto, de sofrimento.

Você pode viver a vida toda resistindo aos mandamentos e às leis, mas estará em uma batalha inútil pois passará a vida rejeitando a idéia que tem de se submeter à sabedoria de Deus.

Mas em vez disso você pode escolher aceitá-los e praticá-los. Em vez de tensão constante por ter de assumir as consequencias da resistência, passa agora a experimentar a tranquilidade de praticar os mandamentos e colher os benefícios que pode receber por obedecê-los.

“Pai amado, quero fazer a escolha consciente de aceitar os teus mandamentos e ter a alegria de obedecê-los.”

Vinicios Torres

Mário Fernandez

Sabedoria para o Bem

“Pois a vossa obediência é conhecida por todos; por isso, me alegro a vosso respeito; e quero que sejais sábios para o bem e símplices para o mal.” (Romanos 16:19 ARA)

Tenho viajado muito, por várias partes do Brasil e algumas vezes para fora. Me chama muito a atenção como há especialistas em todos os assuntos, por todas as partes do mundo. Recentemente, em uma ida à Argentina, tive de ficar no final-de-semana por conta de uma mudança de planos e a pessoa que me recebeu, muito gentilmente, me convidou para um passeio de veleiro no sábado ao meio-dia.

A despeito do passeio ser agradável, o piloto do barco e a esposa do meu amigo discutiram política todo passeio. Ao lado, meu amigo e um francês discutiam futebol. Eu ali, em meio ao fogo cruzado, pensava como poderia falar-lhes do amor de Deus, mas parecia impossível…

Não há nada errado em ser informado sobre os assuntos e até mesmo ter especialidades, mas Paulo nos recomenda nesta caarta que sejamos sábios para o bem. Não me recordo de ter ouvido um só comentário que fosse no sentido de ajudar necessitados, criar empregos, melhorar a qualidade do ensino público, diminuir a marginalidade, combater a miséria, incrementar a saúde preventiva ou, mesmo que fosse apenas para constar, algum comentário honroso sobre algum político ou jogador de futebol.

Ser sábio para o bem implica saber e conhecer o que se pode fazer para beneficiar as pessoas, especialmente além das fronteiras do que chamamos “EU”. Implica em abrir mão do egoísmo e em adotar uma preocupação que a mente seja preenchida com algo que abençoa. Ainda que isso seja dificílimo e, provavelmente, fora do alcance da esmagadora maioria das pessoas, devemos sim influenciar para que as situações mudem. Não dar suborno, negar-se a mentir, respeitar as leis, fugir da sonegação fiscal, fazer doações dedutíveis, cumprir os compromissos, trabalhar para ter sustento…

Mesmo que nada mude, aparentemente, se nossa mente mudar na direção da sabedoria do bem, muita coisa já terá mudado. E o melhor – para onde Deus quer.

“Pai, quero ocupar minha mente com sabedoria para o bem, tornando-me hábil para abençoar muito mais do que qualquer outra coisa.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Boca Convertida

“As palavras dos perversos são emboscadas para derramar sangue, mas a boca dos retos livra homens.” (Provérbios 12:6 ARA)

Infelizmente eu conheço muita gente que diz ser servo de Jesus mas parece que partes delas não nasceram de novo. Para alguns a carteira não se converteu e por isso não ofertam. Muitos, bem mais do que deveriam, a boca não se converteu e por conta disso falam coisas que deveriam envergonhar, até enojar, quem serve a Cristo de fato.

Neste versículo do livro dos provérbios, aprendemos que a boca convertida ao Senhor promove conciliação e paz, ao contrário da boca dos perversos que causa tumulto e violência (derrama sangue). Não necessariamente trazer emboscada significa ou implica em derramar sangue literalmente. Há muitas formas de violência e agressão que podem ser verbalizadas.

Podemos elencar inúmeros exemplos, mas devemos destacar que uma boca que não serve a Deus faz fofoca, fala amargosamente, agride, ofende, difama, acusa, fala injustiça, reclama, murmura e por aí adiante. Para resumir numa palavra só, apesar da gente não gostar muito dela, amaldiçoa. Não traz bênção, não edifica. Se falar palavrão então, fica perfeito – no sentido irônico.

Já uma boca convertida abençoa. Louva ao invés de murmurar, agradece ao invés de acusar, ensina ao invés agredir e ofender, se cala ao invés de fofocar, aconselha ao invés de difamar. Por isso mesmo os retos livram a vida dos homens com suas palavras, tiram de encrenca, perdoam.

Temos de manter em mente que não adianta nada ter vergonha de falar as coisas na igreja ou na frente do pastor, se Deus tudo ouve e tudo sabe. É a Ele que devemos ser leais, fidedignos e por causa dEle que devemos abençoar e não amaldiçoar. Nenhum de nós precisa de alguém que fique nos lembrando do nosso pecado, mas o Espírito Santo o fará se for preciso.

Convertamos nossas palavras ao Senhor e semeemos vida ao invés de sangue derramado.

“Pai, eu quero que todas as minhas palavras sejam Tuas, como o Senhor deseja que seja feito. Ajuda-me pois sozinho eu não vou conseguir.”

Mário Fernandez