Mário Fernandez

Ofertar – Vivendo o Evangelho

“Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala.” (Hebreus 11:4)

Um dos assuntos mais polemizados nos nosso dias é o que diz respeito às coisas materiais, financeiras, dinheiro, riqueza, prosperidade, etc. Nesse tema, como dizia minha avó materna, qualquer pé de galinha faz uma sopa. Há os que dão mau testemunho de todo tipo, há os que ensinam bobagens e heresias, há os que simplesmente não sabem o que pensar, há os que querem enriquecer, há os que preferem manter a pobreza – e há os indecisos, claro. Meu foco aqui é falar sobre oferta (material ou financeira) do ponto de vista de um evangelho que é estilo de vida.

Poderíamos resumir ao dizer que é questão de obediência, mas isso está muito batido e é pouco convincente. Mesmo porque é isso que alimenta a polêmica, na medida em que um entende de uma forma e outro de outra. Meu ponto é fé. O que tem fé com ofertar?

Não coincidentemente, o primeiro “herói” da galeria da fé de Hebreus 11 é um ofertante. Pela fé Abel ofereceu um sacrifício aceitável a Deus. Não coincidentemente isso lhe deu testemunho de justiça, pelo que sua memória se preserva como a de um justo. Se lermos o texto original de Gênesis 4 quando a oferta foi entregue, esta mesma a que se refere Hebreus, é uma oferta como conhecemos. Algo material, que tinha custo, foi dado a Deus de forma irreversível, não reembolsável, sem chance de retribuição.

Hoje quando alçamos ofertas em nossas reuniões, seja qual for a reunião, pouco ou nada mencionamos sobre fé. Ao entregar uma oferta eu tenho de ter fé que Deus supre minhas necessidades, não apenas entender que é uma forma de obediência ou teste de fidelidade. Nada disso está errado, mas é pouco. Preciso ter fé de que Deus aceitará minha oferta, pois Caim deu uma oferta, ao que tudo indica equivalente, mas com a disposição de alma errada e por isso não achou graça diante de Deus. Quando oferto, preciso aplicar minha fé de que aquilo é muito mais em meu benefício do que de Deus, afinal Ele não precisa de nada.

Ter fé para ofertar não significa crer que receberá algo em troca, ainda que isso seja Bíblico. Semear sempre é um ato de fé, mas ninguém semeia com a certeza de que não vai colher. Eu posso dar testemunho de dezenas de vezes que ofertei e recebi muito. Mas posso testemunhar de centenas de vezes que ofertei e nada aconteceu. Dei meus últimos R$20 de oferta e adivinha – fiquei duro, nada mais. Dei um carro e fiquei a pé. Dei mantimento e tive de comprar comida a crédito. E daí? Nada. Mas por fé – pela fé, com fé, através da fé – eu vejo o invisível, eu creio no meu bom depósito na eternidade onde a traça não corrói, eu sei que meu Redentor vive e age em meu favor, eu posso sentir o cheiro do vento que traz a chuva para minha lavoura, eu vejo o que não pode ser visto – MAS EXISTE.

Ofertar é um ato de fé GRANDE. Com a disposição correta fará revoluções na sua vida. Por que é necessário? Por que Deus nos deve isso? Por que é a única forma? Não, não e não. Porque ofertando eu encho o céu de depósitos e esvazio o inferno de expectativas. Anulo a chance do diabo usar mal meus recursos.

Se os pastores ou líderes da igreja usarem mal os recursos ofertados é problema deles. Se a organização eclesiástica não aplicar corretamente é problema dela. Eu ofertarei, eu terei fé, eu serei abençoado e meu depósito eterno está selado pela minha fé. Como se diz de onde venho “azar o deles, eu fiz minha parte”.

Viver o evangelho é mais do que seguir regras e o que faz toda diferença é justamente a fé. Se o primeiro herói da fé era um ofertante, algum dos demais nunca ofertou? Olhe bem. Todos eram generosos e desprendidos. Mas o primeiro, é sempre o primeiro.

“Senhor, eu quero aprender a desenvolver uma fé bíblica que vai além de obter favor de Ti. Quero ter fé suficiente para semear no meu futuro eterno ainda nesta vida. Me ensina a ver o invisível.“

Mário Fernandez

Oração Máxima – Vivendo o Evangelho

“Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;” (Romanos 12:12)

Não tem o menor sentido, não tem fundamento, não condiz, não tem nada a ver. Esse é meu conceito sobre tentar viver um evangelho mínimo, raso – sem uma vida de oração máxima e profunda. O apóstolo Paulo sabia perfeitamente bem o quanto é importante estar na busca constante de Deus através da oração, de forma persistente, perseverante.

Eu acho que nunca encontrei um “cristão” ou termo equivalente, que diga que simplesmente não ora nada. Mas a esmagadora maioria dos que conheço tem na oração uma prática distante, irregular, desprovida de satisfação e que não permeia sua vida, suas decisões, suas atitudes. Igualmente, não lembro de ter encontrado alguém que seja contra a oração, mas os persistentes são minoria.

O resultado disso é um completo afastamento das bênçãos que Deus tem para nós, pois neglicenciar a oração é como esvaziar o tanque do carro ao último gole e reclamar que não anda. Tudo que fazemos e deixamos de fazer tem consequências, diretas ou indiretas, imediatas ou tardias, pessoais ou coletivas. Orar e deixar de orar também. MAS a advertência ou ensino deste texto é mais forte do que isso – persista orando.

Perseverar, sinônimo de persistir, é mais do que não desistir. É gostar de tentar, é amar mais o resultado do que o processo em si, é desejar tanto conseguir terminar o que começou que não para, é desconsiderar a desistência como uma opção. Perseverar é saber o motivo e o resultado do que está fazendo, é enxergar o alvo mesmo que distante. Ou seja, é ter fé no fim da história.

Perseverar na oração é orar quando não faz sentido continuar, é orar quando o resultado é impossível, é orar quando ninguém mais está orando, é orar quando a circunstância deixa bem claro que o fracasso é garantido.

Não é preciso ter muita fé para orar pelo alimento com ele diante de si – ora pela refeição quando não tem o que comer e te direi que isso sim é fé. Ore agradecendo por uma cura que não tem chance de chegar. Ore pela conversão de um desgraçado (desprovido de graça) que não dá sinal de querer mudar de vida. Ore por um relacionamento que não tem mais cacos para juntar do chão. Isso, meu querido, é perseverar.

Tive grandes lições sobre isso na minha vida. Conheci uma senhora com quase 70 anos que acordava todas as madrugadas as 4h para orar. Um dia cruzei com ela orando, sou de pouco sono. Me juntei a ela. Orava pela conversão de seus irmãos. Pela manhã no desjejum lhe perguntei algumas coisas e fiquei envergonhado com as respostas. Já orava há mais de 40 anos, faltavam dois se converterem e um estava mal de saúde, mais velho que ela. Orava diariamente neste mesmo horário fazia mais de 25 anos e só falhava quando adoecia. Só ia parar ou com a conversão ou com a morte de seus irmãos. Isso é perseverar. Me senti um bolha.

Viver o evangelho, por mínimo que seja, exige uma vida de oração máxima. Se o evangelho fosse um mero conjunto de regras teria métricas de oração bem claras e numéricas. Mas não é, pois trata-se de um estilo de vida, portanto “tudo” é o mínimo.

“Senhor, me ensina a perseverar em oração, aplicando fé naquilo que não posso ver ou sentir, mesmo quando isso fuja da lógica. Me fortalece para eu crescer nisso ao ponto de te agradar.”

Vinicios Torres

Obediência e Autoridade

“Estes sinais acompanharão os que crerem: EM MEU NOME…” (Marcos 16:17a)

“Há um relacionamento direto entre a nossa obediência e a manifestação da autoridade de Jesus Cristo em nossas palavras e ações. Se vivemos em desobediência, as nossas palavras são nulas e vãs, mas, se andamos em obediência, agindo através do Espírito Santo, aí então há autoridade no nome de Jesus.” – J. Gunnar Olson

Mário Fernandez

Mudança – Vivendo o Evangelho

“Você sabe muito bem que ele é bom e que quer fazer com que você mude de vida.” (Romanos 2.4, NTLH)

Estou pasmo, admito. Sou um crítico confesso e convicto de pessoas que dizem ter se convertido, recebido a Jesus, se vinculado à uma igreja, etc – mas a vida e as atitudes não mudaram, não mudam e não dão sinal de mudança. Sempre fui e sempre serei crítico disso. Mas agora estou pasmo, pensei que tinha visto de tudo… Agora eu vi gente defendendo abertamente que mudar de vida não é necessário, ou não faz parte da vida cristã. Não posso concordar com isso. Para ser sincero, me revolta ouvir isso.

O texto de Romanos que escolhi para esta meditação não tem como ser mais claro. Dois conceitos estão ali interligados visceralmente – Deus é bom e quer mudar nossa vida. Faz parte da sua bondade ou é demonstração de bondade? Não faz diferença. Quer nos mudar por causa da bondade ou é bom porque quer nossa mudança? Indifere.

São duas coisas, são dois fatos. Fato 1 = Deus é bom. Fato 2 = Ele quer mudar nossa vida.

Mudança de vida é sinônimo de evangelho, é inseparável do conceito de boas novas, de salvação e de novo nascimento. Se Deus quer isso, não querermos isso é pecado. Não tem outro nome para ser colocado. Eu leio a Bíblia quase que diariamente faz praticamente 30 anos e nunca encontrei nada que sugira que eu posso mudar de vida se eu quiser ou não. Pelo contrário, vejo listas enormes de recomendações acerca de mudanças. Aquele que mentia mão minta mais, o que roubava não roube mais, amem os inimigos, quem está em Cristo é nova criatura, renovai a vossa mente, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, não vos conformeis a este mundo. Evangelho é mundança.

Mesmo me restringindo a uma análise lógica e racional, temos que mudar de vida. Pense comigo. Se eu ganhar na loteria e ficar milionário vou continuar vivendo igualzinho? Se um jovem se casa vai continuar vivendo igual? Se um senhor de idade fica viúvo continua vivendo igual? Ao se formar na faculdade nada muda? Se trocar de emprego ou se mudar de casa nada muda? Se alguém fizer um transplante ou for curado de uma doença séria, nada muda? TUDO muda o tempo todo, dizem que a única constante deste mundo são as mudanças. Agora, me responda com sinceridade: como é que receber a Cristo ou conhecer o evangelho não vai mudar minha vida?

As mudanças podem ser para melhor ou para pior, mas precisam acontecer. No caso específico do evangelho as mudanças devem ser para melhor, ao menos na maioria dos aspectos. Nossa falha de caráter ou nosso pecado pode nos piorar em alguma coisa, mas a culpa não é do evangelho e sim do pecado em nós. E nem isso é desculpa para não melhorarmos a pessoa que somos.

Mudemos irmãos, mudemos. Mudemos para melhor, sejamos transformados por Deus em algo e alguém que Ele aprova, deseja e recomenda. Deixemos de mentir, façamos o bem, estendamos nossas orações a todos, aprendamos a perdoar, melhoremos o trato com as pessoas, sejamos empregados melhores, purifiquemos nossas conversas, escolhamos melhor o que vemos e ouvimos, santifiquemos nossos relacionamentos, sejamos mais leais e mais fiéis, oremos mais, meditemos mais na Palavra de Deus, ajudemos mais aos pobres do que temos ajudado, anunciemos a salvação a todos que conosco convivem, tratemos melhor nossos filhos e cônjuges, sejamos menos materialistas, aprendamos a entregar nossos anseios ao Senhor, sejamos mais mansos e pacientes… preciso continuar? Acho que não. Já ficou bem claro que tem muito para ser mudado.

Viver o evangelho não é um conjunto de regras, mas SE fosse, provavelmente a primeira regra seria algo assim “Ame a Deus acima de tudo” e a segunda seria “MUDE, por favor, mude para melhor”.

“Senhor, eu não quero me conformar a este mundo, mas quero mudar de vida e me tornar mais e mais semelhante a Jesus em caráter e bondade. Me ensina e me fortalece pois sozinho não vou conseguir.“

Luis Antonio Luize

Liberte-se – A Mudança Começa em Mim

“Assim direis a José: Perdoa a transgressão de teus irmãos, e o seu pecado, porque te fizeram mal. Agora, pois, rogamos-te que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. E José chorou quando eles lhe falavam.” (Gênesis 50:17)

Muita gente carrega dentro de si culpa por algo que fez. Foi o caso dos irmãos de José, que tanto mal lhe fizeram. Os irmãos de José achavam que seu pai Jacó era o motivo pelo qual ele não se vingava deles.

No coração deles era certo que uma pessoa que foi ofendida iria se vingar. Eles mesmos fariam isso se estivessem no papel dele. Normalmente somos como eles, ao fazer algo esperamos que alguém revide com a mesma intensidade ou mais.

A questão é que eles não conseguiam perceber as mudanças na vida de José que o tornavam diferente deles. Aqueles muitos anos na prisão de forma injusta não causaram em José uma revolta, mas uma certeza de que Deus estava no controle.

Essa compreensão é muito difícil de se levar em conta quando é com a gente. Imagine estar preso, entender que Deus está no comando e que é um passo necessário para a benção que se seguirá na nossa vida.

É por isso que quando Jacó morre eles se apressam a pedir perdão. Já deveriam ter feito isso há muito tempo, mas deixaram para a última hora, quando sentiram que a morte estava próxima.

Como pastor tenho contato com pessoas à beira da morte, e vejo como deixam tudo para o último instante. Têm pessoas a pedir perdão e pessoas a serem perdoadas. Privam-se de viver em comunhão com os familiares e amigos pelo orgulho de não pedir perdão, não se humilham e perdem o melhor da vida em família.

Acabam estando juntos fisicamente mas emocionalmente estão desconectados um do outro. Enfim, pedem perdão, e José chora.

Creio que ele chora porque há muitos anos esperava esta atitude deles, assim como percebe o medo que se apodera dos seus irmãos. Chora porque não pedem perdão por amor a José, mas sim por medo dele. Respeitam a sua autoridade mas não a sua pessoa.

Sempre que temos algo a pedir perdão ou a perdoar, a culpa, o medo, a raiva e a insegurança toma conta do nosso coração.

Certa vez fui enganado por uma pessoa que acabou me causando muitos problemas financeiros. Achei que o tinha perdoado e segui minha vida.

Mas Deus, que é soberano e conhece todas as coisas, sabia que não estava tudo certo. Então, começou a trabalhar na mesma empresa que eu trabalhava um rapaz que me lembrava aquela pessoa que tinha feito mal a mim e minha família.

Cada vez que ele cruzava por mim nos corredores da empresa algo ruim subia no meu coração. O tempo foi passando, até que em uma ocasião estava no supermercado comprando iogurte na seção dos gelados e quando olho no corredor procurando minha esposa vejo aquele rapaz vindo na minha direção.

Meu coração encheu-se de raiva e ódio por ele, meu punho se fechou e fui na direção dele determinado a dar-lhe um soco.

Imaginem, sempre fui uma pessoa pacífica, e lá estava eu indo para bater em alguém. Foi quando percebi que de fato não era aquele rapaz, mas alguém muitíssimo parecido com ele.

Imediatamente me recompus e fui buscar a Deus para entender o que se passava. Foi quando percebi que deveria perdoá-lo não somente pelo que havia feito a mim e minha família, ma também pelos sentimentos que havia despertado em nossos corações e pelas consequências do seu ato, que não foram poucas.

Imediatamente senti alívio e poucos dias depois cruzei de novo com aquele colega de empresa e percebi que não sentia mais nada. Me lembrava de tudo, mas não tinha mais nenhum sentimento ruim em meu coração.

José não tinha sentimento ruim nenhum em seu coração porque já havia perdoado há muito tempo. Todos os seus sentimentos sobre aquele episódio haviam sido liberados, assim como havia sido para mim.

Foi essa liberdade que José desfrutou e que seus irmãos jamais conheceram. Eu e você também podemos desfrutar desta liberdade em Cristo Jesus.

PARA EXERCITAR

  • Quais sentimentos ruins tenho em meu coração?
  • A quem preciso perdoar ou pedir perdão?

“Pai celestial, quero pedir perdão por todos os meus atos que foram em desacordo com Tua palavra, pelos sentimentos que isto despertou em mim e pelas consequências disto sobra minha vida. Também perdoo a quem me ofendeu, perdoo pelos sentimentos que despertou em mim e pelas consequências disto sobre nosso relacionamento e vida. Que o amor de Jesus possa entrar em meu coração através do perdão e libertar-me. Amém!“

Luis Antonio Luize

Prospere – A Mudança Começa em Mim

“Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar.” (1 Samuel 15:22)

Se há algo que influencia a vida de todo mundo é o dinheiro, aliás é uma das três áreas que mais geram problemas num relacionamento, as outras duas são a comunicação e o sexo.

O uso que fazemos do dinheiro é um expressão visível da nossa fé, demonstrando como tratamos nossa vida e a dimensão do valor que atribuímos a ela.

Muita gente se sente muito poderoso com dinheiro por ele permitir adquirir muitos bens. Pode comprar o sexo, mas não o amor. Pode obter o tempo de alguém, mas não sua fidelidade e lealdade. Conquista o prazer mas não a felicidade.

Nossas crenças são como forças que atraem e repelem coisas em nossas vidas. Nossa crença a respeito do dinheiro pode tanto atraí-lo quanto repeli-lo. A imagem que temos sobre o dinheiro é que nos dá as convicções a seu respeito.

O dízimo, por exemplo, não se resume a contribuir financeiramente. Do mordomo cristão requer-se que este entregue o dízimo do seu tempo também. Se todos nós fizéssemos isto, a evangelização mundial cresceria à velocidade da luz e não no ritmo em que estamos.

Alguns dos grandes influenciadores cristãos do último século surgiram ao dizimar seu tempo à obra de Deus. Se Jesus morreu por nós porque Deus, por amor, entregou tudo que tinha de mais precioso, então a medida da nossa contribuição revela a profundidade do nosso amor.

O amor deseja dar, mas a cobiça está interessada apenas em receber. O texto lido acima mostra o momento em que Saul desobedece a Deus e perde o seu reino. Um ato de desobediência fez com que passasse toda sua vida se esforçando e se sacrificando para voltar ao trilho.

Buscou em oração a Deus durante muito tempo, mas não alcançou mais. Quer dizer, nenhum esforço nosso é capaz de nos dar aquilo que perdemos por desobediência. Nós colhemos o que semeamos.

Trabalhamos o mês todo para receber um salário, e ao final quando recebemos, o que fazemos com o dinheiro revela como vivemos.

Soube de uma mulher que tinha dificuldade em aceitar a vida que seu marido estava lhe proporcionando, sentia vergonha de andar naquele carro tão bonito e até certo ponto caro. Aquela imagem de pobreza havia sido gravada na sua mente durante a parte inicial da sua vida. Pensava que se fosse rica não entraria no céu.

Certamente é difícil para o rico entrar no céu, mas a razão não está na riqueza em si, mas na confiança que se deposita nela.

Tanto a riqueza como a pobreza podem ser uma prisão para qualquer pessoa. Nestes dias, o Senhor tem feito uma desconstrução e reconstrução em minha vida financeira, mudando os valores e princípios errados e colocando-os em linha com Sua vontade.

Certo pastor tinha uma mentalidade errada sobre finanças e Deus dizia a ele para mudar para um apartamento maior, o que ele relutava em fazer. Certo dia o Espírito Santo lhe perguntou:

— Se eu lhe pedir para mudar para um apartamento menor você vai?

— Sim. Respondeu ele prontamente.

— Então por que não quer mudar para a casa maior se estou lhe pedindo isso?

O problema não era o tamanho da casa, mas se ele estava sendo obediente ou não. Se não obedecesse estaria pecando. Parece que tudo se resume em ser obediente e não se somos ricos ou pobres.

A esposa do profeta Oseias era infiel a ele. Se dava aos homens em troca de dinheiro. E prostituir-se é isso, entregar-se a alguém em troca de benefícios.

Quem se entrega totalmente ao seu trabalho esquecendo-se de Deus e da família está se prostituindo emocionalmente. Quem ama a Deus interessado apenas em receber bençãos materiais está se prostituindo espiritualmente.

O Senhor nosso Deus deseja nos prosperar, é algo próprio Dele e faz parte da Sua natureza. Mas amá-lo somente por isso é entregar-se por benefícios.

Ele deseja que sejamos prósperos em todas as áreas da nossa vida. Portanto, arrependa-se dos seus atos de desobediência e prospere.

PARA EXERCITAR

  • Tenho vendido meus valores em troca de algo?
  • O que posso fazer para realinhar minha vida à vontade de Deus?

“Pai celestial, quero pedir perdão por todas as vezes em que fui desobediente. Perdoa-me e ensina-me a andar nos Teus caminhos fazendo a Tua vontade. Ajuda-me a consertar minha vida financeira e profissional e alinhar com Teus propósitos eternos. Amém!“

Mário Fernandez

Paciência – Vivendo o Evangelho

“Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;” (Rm 12:12)

Viver uma vida centrada em Deus, com busca constante de santidade, fugindo do pecado, desenvolvendo dons, evangelizando, dedicando-se ao Reino – tudo isso é apenas mera e fraca retribuição pela salvação que recebemos. Ainda ssim, para alguns é um fardo ou um fanatismo inaceitável. Para mim é um prazer e uma satisfação. Mas, isso não nos insenta de passar tribulações neste mundo. Não estou afirmando que Deus tenha prazer em nos atribular, mas é necessário para nosso crescimento e aprendizado que Ele permita que passemos por certas coisas.

Ainda que nesta vida não possamos compreender determinadas situações desagradáveis, precisamos delas para aprender algo. Eu não sei o que é, mesmo porque talvez para mim a mesma prova ensine uma coisa diferente do que para outra pessoa. Mas a mesma doença que mata um fortalece outro. A mesma traição que a um foi quase indiferente ao outro foi mortalmente insuportável. A certeza é a de que tem algo para ser aprendido, desenvolvido, algum crescimento está encomendado e a prova ou tribulação é o mensageiro.

Para quem ler este texto pode parecer que foi escrito por alguém que nunca sofreu na vida, que vive num aquário protegido de tudo e de todos. Mas pode acreditar, nada é mais falso. Sou um homem que passou por muitas situações neste mundo que para outros seriam insuportáveis. Não passei por outras que para mim o seriam, é verdade. Mas a constante nisso tudo é sempre a mesma – se perseverarmos aprenderemos. Viver um evangelho verdadeiro é a busca constante e interminável pelo aperfeiçoamento. Ser perseverante é a chave. Este texto não diz para se alegrar na tribulação, não diz para agradecer por ela, não diz para comemorar a vitória depois dela, não diz nem para enfrentar de boa vontade – tudo isso tem seu papel, seu momento e sua atitude corretos, citados em outros textos. Aqui nossa admoestação é para ser paciente, perseverante, persistente, tenaz.

A paciênica é filha da espera com a disposição. Esperar é ter paciência, mas desde que com a disposição correta. Esperar murmurando ou amaldiçoando não é paciência. Ter boa vontade com pavio curto e atropelar, não é paciência. Ser paciente na tribulação é encarar a tribulação, esperar ela dar seu tempo, mas manter a alma na disposição ou inclinação correta. Vejo e convivo com muitas pessoas que esperam a tribulação passar se martirizando, murmurando ou mesmo se rebelando. Isso não é paciência e estica o tempo de tribulação, pode acreditar.

Dias atrás ouvi uma palavra que me marcou. Um jovem dizia “eu queria estudar medicina, mas quando penso que vai levar 8-10 anos para eu ser um médico eu desanimo”. O seu conselheiro, mais velho e sábio lhe disse “e se você não estudar medicina esses 10 anos não vão passar? Sabe qual a diferença entre fazer e não fazer? O resultado. O tempo vai passar igual, se fizer outra coisa daqui 10 anos você será 10 anos mais velho, médico ou não”. Estou digerindo esta palavra desde então. Se encaramos as tribulações com paciência podemos vencer e o sofrimento será certamente abreviado. Encarar de forma impaciente só vai piorar.

Vivamos um evangelho que nos anima e motiva a prosseguir, pacientemente, mesmo diante de tribulações. O evangelho não nos vacina nem nos blinda contra elas, mas nos ajuda a vencer.

“Senhor, não consigo imaginar algum motivo para eu me alegar ou me motivar que não venha de Ti. Se o Senhor não me fortalecer qualquer desafio será grande demais para mim.“