Mário Fernandez

Educados – Vivendo o Evangelho

Eu fui um adolescente xarope. Eu era bem gordo, bem inseguro, bem tímido, bem complicado – mas acima de tudo eu era um chato. Eu seria aquele tipo de homem adulto que jamais chegaria a lugar algum, simplesmente por não tentar de medo de dar errado. Eu tinha lá as minhas paixões, mas não lutava por elas. Eu tinha sempre um amigo (literalmente um) e de tempos em tempos alguma coisa acontecia e eu tinha de começar de novo. Não conto isso com muito orgulho, na verdade, mas é um testemunho de milagre.

Quando conheci a Cristo eu tinha meus 19 anos e tinha evoluído muito como pessoa. Um emprego me proporcionou oportunidades, mudar de escola me proporcionou aprendizado e a sucessão dos fatos foi escrevendo a história. Mas foi conhecer a graça salvadora que me educou, que me ensinou, que me doutrinou, que me adestrou. Simplesmente mudei de tal forma que nem eu mesmo me reconheço do que eu era, mas como fruto do poder de Deus em mim.

Para viver o evangelho na prática é preciso que ocorram mudanças interiores, de caráter, de disposição, de vontade, de valores. Sem olhar muito longe, em termos de tempo, os anos vão passando e o evangelho continua nos modificando. A pergunta é: como? Para que vivamos de maneira sensata, justa e piedosa.

Não podemos fugir do conceito de vida sensata sem falar de cuidado com a saúde. Vida sedentária em excesso, alimentação desregrada, estresse, hábitos viciados (incondicionalmente repetitivos), uso descontrolado de medicamentos – tudo faz parte de uma vida insensata, pois este corpo não nos pertence, pois é morada do Espírito Santo e foi comprado por alto preço. Vida sensata também é dedicar-se a quem ama. A lista poderia ser enorme, mas basta olhar para a Bíblia e ver o que é sensato para a proposta de Deus para nossas vidas. Sensatez.

Viver de maneira justa não é, no meu conceito, nem frouxo nem apertado. Demasiado frouxo não é justo. Seja na educação dos filhos, no trabalho, nos estudos, no casamento, nas relações sociais, em tudo é preciso uma certa dureza. Mas apertar demais também não é justo. Perder faz parte da vida, seja em dinheiro, opiniões, idéias, conceitos, local de férias. Desde que não seja frouxo nem apertado, será justo. Ceder pode ser justo, permutar pode ser justo, tanto quanto não ceder nem negociar. O ponteiro da justiça se chama, pasme, sensatez.

Viver de maneira piedosa, no conceito deste versículo, é basicamente praticar generosidade. Entenda-se que nada tem a ver com abundância, mas com repartir o que se tem em mãos, mesmo que seja pouco. Mesmo que não seja dinheiro, que seja só uma palavra, um ombro, um conselho, um ouvido. Piedade tem a ver com suprir necessidades, exercitar misericórdia.

Se nos deixamos ensinar ou educar pela graça salvadora de Deus, seremos transformados em semelhança de Jesus e certamente, com total certeza, viveremos um evangelho prático e relevante, que além de mudar a nossa vida vai influenciar as vidas ao nosso redor. Talvez seja isso o que mais falta na igreja de nossos dias: viver um evangelho como estilo impressionante.

Luis Antonio Luize

O Potencial de Fazer – A Mudança Começa em Mim

Quando mais jovem estudei eletrônica e no curso ensinaram sobre eletricidade, energia e conceitos de física. Um destes princípios tratava da energia potencial. Esta é uma energia que está armazenada, ainda não foi usada e, ao interagir com a gravidade, produzirá uma certa quantidade de energia.

Por exemplo, um tijolo esquecido bem na beirada do segundo andar de um prédio em construção, possui energia potencial. Quando alguém, por descuido, esbarrar nele, este iniciará sua queda e toda sua energia potencial acontecerá. Certamente cairá no chão e vai se espatifar todo ou causar um acidente.

Este conceito tem muito a ver com a fé, pois algo que não existe pode ser chamado à existência e toda sua “energia potencial” acontece, ou a realização da mesma torna-se possível.

É muito comum ouvirmos alguém dizer assim:

— No passado tive a oportunidade de comprar este imóvel bem baratinho, hoje vale uma fortuna. Se eu tivesse comprado teria me dado bem!

— Sempre quis estudar tal área, mas nunca deu certo de começar, hoje é a área que paga os maiores salários!

Mais do que isto, alguns chegam a agir com medo ao invés de fé, e apesar de obterem algo, tem medo de perdê-lo ou de que algo ruim lhes sobrevenha. Tanto a fé quanto o medo possuem capacidade de atração. A fé é crer que o que não vemos irá acontecer, enquanto medo é acreditar que o que não está ocorrendo nos sobrevirá.

Um casal tem o potencial dado por Deus de se relacionar bem, pois o casamento é uma dádiva de Deus. Entretanto, se ficarem só de sarcasmo, amargura, ressentimento e rancor um com o outro. Um fizer algo desagradável e o outro retornar com algo ruim, acontecerá o chamado círculo vicioso, e o medo de um mal relacionamento se concretizará.

Porém, ao perceberem que podem agir diferente, se mudarem suas atitudes um para com o outro e agirem de maneira amável, e o outro demonstrar mais amor, se manifestará o círculo virtuoso, e a fé de que é possível um bom casamento torna-se realidade.

Dias destes veio em casa um rapaz para me ajudar a carregar duas caixas bem pesadas. Pois bem, ao entrar ele demonstrou medo às duas cachorras que temos, que raramente mordem alguém. Seu medo de ser mordido por elas fez com que elas avançassem nele, a tal ponto que tive que deixá-lo para fora e carregar as caixas sem a sua ajuda.

Quando não investimos bem nosso tempo e talento, nosso potencial não se desenvolve. Ficamos só falando e nunca colocamos nossa fé em movimento para alcançar o potencial que Deus colocou em nós.

Muitos de nós ficamos nos lamentando de não ter recursos e dinheiro suficiente para abrir um novo negócio ou mesmo meios de iniciá-lo. Outros, entretanto, começam aonde estão e com o que tem ao alcance das mãos.

Todos os casos de sucesso no mundo e na bíblia são assim. Eliseu só tinha um punhado de sal, Moisés apenas uma vara, Davi uma pedrinha, Abraão uma palavra de direção e José um sonho. O interessante é que sempre ocorre assim nos momentos de maior dificuldade.

A diferença entre todos eles não era o que tinham na mão mas o que tinham no coração e não se deixaram limitar pelo que viam, mas usaram todo seu potencial dado por Deus e fizeram algo extraordinário.

Creio que chegou o momento de você também fazer algo extraordinário.

PARA EXERCITAR

  • Tenho usado todo o meu potencial?
  • O que posso fazer para colocar em prática o que Deus tem para mim?
Mário Fernandez

Armadura/Capacete – Vivendo o Evangelho

Os itens da armadura para mim são pouco explorados ou pouco explicados, motivo pelo qual vejo tantas pessoas dentro da igreja mas que não fazem ideia do que se trata. Também presenciei cenas de dar pena, com pessoas orando fervorosamente para “colocar” a armadura mas sem a menor noção do que se trata. Digo “dar pena” não no sentido pejorativo, mas literalmente me penaliza ver que estas pessoas são bem intencionadas e poderiam ir além no Reino de Deus, na prática do evangelho vivido cotidianamente – não me alegro na insegurança ou ignorância, meu coração de mestre grita por compartilhar.

Aqui gostaria de tomar um tempo para meditar sobre o capacete, item tão precioso e importante.

Primeiro, é necessário entender que o capacete serve para proteger a cabeça. Não é penico, não é para as costas, não protege as mãos – cabeça. Nossa cabeça é o símbolo do nosso pensamento, capacidade de tomar decisões, das memórias, lembranças, esperanças, escalas de valores e até mesmo de moralidade. Se tudo isso fica realmente na cabeça eu não sei, mas o cérebro está ali e precisa ser protegido. Nunca fui militar nem policial, mas penso que o tiro mais mortal seja na cabeça. A pancada mais fatal deve ser na cabeça. Certamente a dor mais terrível não é a da cabeça, mas dói e pode incapacitar. Resumo: a cabeça precisa e merece proteção.

Agora note a conexão que deveria ser evidente: o capacete é a salvação, dada pelo poder de Deus para todo aquele que crer. O evangelho portanto é como que o fornecedor, o entregador, o dispensador do capacete. É o evangelho que salva, pois ele é o poder de Deus para salvação. Sem o evangelho, portanto, não havendo salvação, nossa mente (cabeça) está a perigo, desprotegida, desarmada, vulnerável.

Siga esta linha de raciocínio tão simples e me responda duas perguntas bem simples:

  1. ao olhar ao redor não parece que as pessoas estão cada vez mais confusas?
  2. não temos pessoas aos montes dentro da igreja com a mente abalada?

Independentemente desta reflexão paralela, temos de considerar com seriedade proteger melhor nossa mente. Isso se faz colocando o capacete da salvação, dado pelo evangelho. Eu fiz uma listinha básica do que protege minha mente e quero compartilhar:

  • TV: escolher o que assistir, tanto em quantidade como em qualidade. Se eu assistir notícias o dia todo vou ter um surto de depressão agudo, pois tudo está complicado.
  • Internet: eu uso como ferramenta de trabalho, mas vejo gente que passa o dia simplesmente… olhando…
  • Redes Sociais: não sou adepto mas meus filhos sim. Chegam parecer ET se ficam dois dias sem olhar o Face.
  • Rodas: o Salmo 1 existe na minha Bíblia, e na sua? Olha onde se assenta, meu irmão.
  • Música: se eu escutar o dia inteiro algumas coisas que escuto na rua e na vizinhança vou dormir em praça loguinho…
  • Livros: pasmem, ainda existem livros de papel! Incrível, tem gente que não conhece isso. Minha filha devora uns 4 por mês, mas considero bom investimento (geralmente).

Vou resumir para não ocupar o resto da tela: eu escolho o que olho, o que escuto, o que leio e com quem/sobre o que converso.

Viver o evangelho é adotar um estilo de absorção de ideias – vistas e ouvidas.

Vinicios Torres

O Que Eu Faço

A mensagem anterior – O Que Você Faria – provocou reações variadas.

Alguns acharam que faltou a mensagem – afinal, tantas questões, onde estão as respostas?

Houve quem achasse que seria um testemunho de reviravolta fenomenal – o que desejo muito que aconteça, por sinal.

Houve quem se compadeceu e mandou palavras de esperança e consolo – obrigado, cada palavra ficou registrada no coração.

E houve quem se identificou com o momento dizendo estar passando por situação(ões) semelhante(s). A estes oramos juntos pela intervenção de Deus.

Como eu disse nas mensagens Tempo de Mudar e Tempo de Mudar 2, a passagem de Eclesiastes 3 faz me sentir melhor ao saber que todas as coisas tem um tempo determinado.

A mudança virá independentemente da nossa vontade. Mas, muitas vezes, nós podemos provocar essa mudança se, submissos à vontade de Deus, obedecermos às suas instruções e tivermos coragem de seguir em frente.

Às vezes, seguir em frente nos leva a impasses e situações difíceis. Imagine a situação do povo que havia saído do Egito, alegre com a ideia de estava indo para a liberdade, quando chega diante do mar e percebe que está em uma armadilha. À frente, água intransponível, atrás, os egípcios vingativos magoados com a perda dos seus filhos. Não dá mais tempo para uma rota alternativa. Eis, de novo, a nossa pergunta: O que você faria?

Teria Moisés entendido errado a direção dada por Deus? Teria o povo se entusiasmado cedo demais com a possibilidade de liberdade?

Quando chegamos nesses impasses temos a tendência de achar que fizemos algo errado ou que entendemos mal o que Deus nos mandou. Mas esse episódio nos ensina duas coisas através de Moisés.

A primeira foi que Moisés manteve a atitude de confiança em Deus independente do que se podia ver com os olhos físicos. Moisés, pela fé, já tinha visto a Terra Prometida e sabia que Deus levaria o povo até lá. Se esta era a promessa de Deus então aquele momento não era o fim! Por isso ele pôde dizer ao povo “Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; … O Senhor pelejará por vós” (Êxodo 14:13,14).

A segunda foi que esta atitude permitiu que ele continuasse a ouvir a Deus e a obedecê-lo, ainda que a direção parecesse loucura para a mente natural. “Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco.” (Êxodo 14:15,16).

Moisés não entendeu errado, o povo não se entusiasmou antes da hora, mas a situação chegou a um impasse. O cenário está montado e nesse momento você pode escolher:

  1. ou tenta fazer 1 milhão de pessoas nadarem até o outro lado,
  2. ou tenta fazer mulheres, velhos e crianças enfrentarem um exército furioso,
  3. ou obedece ordens inusitadas de Deus.

Na maioria das vezes, obedecer a Deus é fácil, nós é que complicamos as coisas desnecessariamente com a nossa mente elaborada. Levantar a mão não é mais fácil que lutar contra um exército? No entanto ficamos dando cem motivos porque a solução de Deus não vai funcionar.

A única coisa que precisamos é crer que Deus sabe o que está fazendo.

Evidenciamos isso ao continuar colocando em prática a Sua Palavra mesmo quando parece que ela não vai funcionar.

  • Continuamos a ser honestos e íntegros mesmo quando todos dizem que sem um “agrado” aquela venda não sai.
  • Continuamos a ser bondosos e a servir mesmo quando percebemos que os outros abusam da nossa bondade. (Gálatas 6:3)
  • Continuamos a agradecer a Deus por todas as coisas mesmo quando elas parecem que não são boas. (1 Tessalonicenses 5:18)
  • Continuamos a orar e a buscar a presença de Deus mesmo quando parece que Ele não nos ouve. (1 Tessalonicenses 5:17; Lucas 18:1)
  • Continuamos a amar mesmo quando aqueles a quem dirigimos nosso amor não reconhecem. (1 Coríntios 13:7)

Permanecer firme no propósito de obedecer a Deus e Sua Palavra pode nos levar a impasses e situações que parecem insolúveis. Você pode olhar à sua volta e fazer uma lista dos impossíveis que lhe rodeiam. Mas em vez de sucumbir às suas próprias e complicadas soluções, renda-se às ordens simples que o Senhor te der.

Estou rodeado pelos meus impossíveis, mas creio que Deus dará ordem para cada um deles!

“Ó Deus, meu pai amado, ajuda-me a te ouvir sem complicar as suas ordens.”

Vinicios Torres

O Que Você Faria?

O que você faria se após meses de desemprego tivesse feito muitas entrevistas onde, na maioria das vezes, o outro candidato mais velho tivesse pelo menos 20 anos menos que você, e sempre recebesse a resposta “Foi escolhido um candidato mais alinhado com vaga”?

O que você faria se após anos alugando uma casa e cuidando como se fosse a sua própria, cumprindo fiel e pontualmente todas obrigações, na hora de sair fosse achacado pela imobiliária, sendo cobrado por coisas que não deveria, e eles usando a detalhes do contrato ameaçam processá-lo e aos avalistas? E para piorar você descobre que os donos dela são cristãos.

O que você faria se após uma vida de honestidade as pessoas olhassem para você e perguntassem “Valeu a pena? Não percebe que o sistema do mundo é feito para beneficiar os espertos e os honestos como você só se dão mal?”

O que você faria se tivesse um problema de saúde e a consulta do SUS para a especialidade foi marcada para daqui a … 2 anos?

O que você faria se estivesse lutando com sentimentos de depressão e estresse há anos, e quando você acha que está vendo a luz no fim do túnel, as circunstâncias se revoltam assim?

O que você faria se tudo isso acontecesse ao mesmo tempo com você e mesmo depois de orar e clamar a Deus não sente mudanças acontecendo?

O que você faria?

Mário Fernandez

Armadura/Calçado – Vivendo o Evangelho

“e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz.” (Efésios 6:15 NVI)

Os nossos pés, simbolicamente, nos levam pelos nossos caminhos. Digo simbolicamente pois eles não tem capacidade de decisão, que é tomada pelo nosso intelecto, mas são os pés que servem de veículo para nossa locomoção. Neste item da armadura espiritual apresentada pelo apóstolo Paulo encontramos os pés calçados justamente com o evangelho – anunciação das boas novas de salvação em Deus através de Seu Filho Jesus.

Nossos caminhos são formadores do nosso caráter, da nossa mentalidade, do nosso estilo de vida, dos nossos costumes e, obviamente, definem nosso destino. Se caminhamos para o Sul não chegaremos no extremo Norte, por exemplo. Fico imaginando se um Hitler tivesse nascido na África ou se Einstein tivesse sido brasileiro. Não consigo crer que, a despeito daquilo que eram em sua essência pessoal, chegariam à notoriedade que chegaram. Somos quem somos também por influência de por onde andamos.

Nesse mote, andar com os pés do evangelho deveria (e vai) nos definir em diversos sentidos também. Eu gosto de correr de tênis, no asfalto, mas prefiro descalço na beira da praia. Prefiro tomar banho descalço e não gosto de dormir de meias. Não dirijo carro de chinelos e não consigo usar sapato sem meia. Meus pés se acostumaram comigo, sei o que esperar deles. Meus pés espirituais igualmente estão condicionados. Se eles andam por onde o evangelho é pregado, calçados pelas boas novas, revestidos pela esperança dada pela salvação, invariavelmente eles me levarão a algum lugar definido.

Quando vivemos um evangelho prático de estilo e não de regras, talvez (certamente) não conseguiremos nenhuma ISO-9000 pelos nossos atos, mas teremos em nós algo melhor. Não precisamos evangelizar as pessoas por nenhum método específico, bastará sermos nós mesmos. Não precisamos de folhetos, basta vivermos com simplicidade. Dispensamos o palavreado igrejista, apenas transbordamos a Palavra de Deus que habita em nós (com satisfação inclusive). Não tem ensaio, é o tempo todo (full-time como gostam os mais técnicos).

É preciso que cheguemos num tempo de optar por caminhos e caminhadas por onde queremos andar. Não podemos ser levados de um lado para o outro nem por líderes de escrúpulos questionáveis nem tampouco pela indiferença. O povo de Deus no presente tempo carece de opinião própria, decisões próprias, estilo próprio e principalmente de caráter próprio – uso aqui a palavra “próprio” como sinônimo de apropriado ou pertinente. Tudo baseado nas Escrituras Sagradas, na Bíblia, na Palavra de Deus.

Viver o evangelho é adotar um estilo de caminhada, não é fazer uma lista de alguma coisa.

Luis Antonio Luize

Líder ou Seguidor – A Mudança Começa em Mim

A sociedade brasileira atual está carente de bons líderes. Basta abrirmos os jornais ou ouvirmos os noticiários para perceber que algo vai muito mal. A quantidade de líderes que perderam seus valores, corrompendo-se, é imensa; não se salva quase ninguém.

Enquanto isto, a maioria da população, nós, ou ficamos inertes ao que acontece ou então corrompe-se também e ainda justifica seus atos pelo comportamento coletivo.

Não é assim que deve ser e não é assim que a Palavra de Deus nos ensina.

Precisamos viver uma vida de excelência e para isto precisamos aprender com quem já trilhou este caminho. Na Palavra encontramos estas pessoas revestidas da Graça de Deus e que não se corromperam.

José foi uma delas.

Teve a coragem de não se deixar seduzir pela esposa de Potifar, o que o fez ficar preso por vários anos. Tenho convicção que muitos líderes hoje facilmente ficariam com a esposa de Potifar e ainda tomariam seus negócios. É o que temos escutado por todo lado.

Para sermos bem sucedidos precisamos do favor divino, da sabedoria e da coragem. José possuía estas três qualidades, que são obtidas no viver diário com Deus e através de uma vida reta e justa.

Deus deseja que sejamos prósperos e não que levemos uma vida de miséria, e isto não é um chavão ou uma palavra de incentivo barata.

Entretanto, nossa vida é guiada pela fé, e vivemos conforme nosso nível de fé. José mesmo na prisão manteve seu nível de fé nos sonhos dados por Deus a ele quando ainda era um menino. Durante muito tempo foi provado e testado para que desistisse da sua fé e de seus valores, mas teve a coragem de manter-se firme, sem importar o custo.

É por isso que muita gente não avança na sua vida. Deixam seus amigos e pessoas à sua volta influenciarem seus pensa,mentos e decisões, o que os impede de crescer na graça de Deus.

Estas pessoas são aquelas que não alcançaram um conhecimento mais profundo da verdade e sequer desfrutam da presença do Senhor nas suas vidas e acabam desanimando quem tem sede de Deus.

Se você atingiu um novo patamar na fé através das experiências que Deus lhe concedeu, não permita que quem não chegou a este ponto o impeça de crescer ainda mais. Não deixe que a incredulidade dos outros seja um obstáculo para a concretização dos seus sonhos.

Para vencer é preciso coragem. É preciso coragem para encarar a realidade e por isso muita gente usa de desculpas para não avançar e justifica-se pelos outros. É preciso coragem para reconhecer as nossas carências, e é por isto que muita gente diz “eu sou deste jeito mesmo” ou “eu já nasci assim”.

É preciso coragem para tomar decisões, pois junto delas vêm as conseqüências, que tanto podem ser boas como ruins. Se foram boas, parabéns, alcançou a sabedoria, se forem ruins, tanto melhor, aprenda com a situação e cresça um pouco mais para acertar na próxima.

É preciso coragem para mudar de vida e romper com o conformismo e a inércia que entorpecem a nossa alma. Saia do ligar comum, rompa com o conformismo, tome decisões, entenda a realidade dos fatos, aja no sentido de resolver a situação à sua frente.

Mas sobretudo, tenha coragem de não abrir mão de suas convicções, custe o que custar. José não abriu mão e isto lhe custou a liberdade, entretanto, depois foi alçado ao mais alto posto, abaixo apenas do faraó.

Tenha coragem de admitir que errou quando isto acontecer e vá em frente. Não faça como Adão, que procurou fugir da realidade de si mesmo e da responsabilidade de prestar contas de seus atos.

No passado Adão usou a mulher para se justificar, hoje, para fugirmos de algo usamos as ideologias, correntes de pensamento, inércia, desculpas, bebidas, drogas, suicídio e vários outros métodos.

O primeiro passo para amadurecermos e crescermos é reconhecer nosso erro, sendo também a solução de muitos dos nossos problemas. Tenha coragem e cresça!

PARA EXERCITAR

  • Tenho sido influenciador ou tenho sido influenciado?
  • O que posso fazer para liderar com justiça e equidade?
Mário Fernandez

Meditação – Vivendo O Evangelho

Uma característica interessante me saltou aos olhos alguns meses atrás: minha roda de amigos frequentes tem o mesmo papo, mesmo tipo de conversa, mesmos assuntos, os mesmos pensamentos (ainda que as vezes as ideias sejam divergentes). Não é coincidência, afinal tendemos a nos juntar com os que nos agradam e este é o ponto. Eu só tenho 3 assuntos na minha vida: Reino de Deus e suas coisas; familia e suas coisas; trabalho e suas coisas. Eu não sei falar de futebol, sou ruim de comentários políticos, não sou muito dado às artes, não frequento agendas sociais, não acompanho os lançamentos do cinema, mal assisto TV e francamente, pelo menos nos últimos anos, falar de notícias se tornou monótono e cansativo pois notícias boas tem sido raridade.

Isso não é nem fruto de alienação e nem tampouco displicência com o mundo em que vivemos. É que não cabe mesmo. Minha satisfação com estes 3 assuntos literalmente entupiu a minha cabeça. Já estou perto dos 50, ainda trabalho bastante, meus filhos estão saindo da adolescênciae estou constantemente envolvido com as coisas da igreja. Note que me concentrei nisso pois são as minhas maiores paixões, de longe e sem dúvida.

O texto tão conhecido do Salmo 1 faz um paralelo entre o errado e o certo, mas menciona “satisfação” ou em outras traduções “prazer”, quando fala do que faz desse homem alguém feliz ou bem aventurado. Isso é a explicação genuína e suficiente para entender, não é necessário filosofar muito mais. Eu me agrado dessas coisas portanto tomo meu tempo com elas. Isso tem um motivo.

Viver o evangelho é um estilo e não um conjunto de regras, portanto eu não fiquei intencionalmente focado nesses temas, eu apenas fui vivendo minha vida de um modo quase egoísta (no sentido de fazer o que me agrada). Deu nisso. Motivo? Essência, transformação, valores, modelagem.

O poder de Deus para minha salvação fez de mim alguém que se agrada das coisas do Reino. Qualquer reino desse mundo (e portanto o de Deus também) tem sua linguagem, suas leis, seus costumes, sua cultura, sua história, sua arquitetura, sua culinária, seus contos e mitos, seu povo (etnia) e principalmente seu governo. Se nestas coisas não estiver nossa satisfação, não vai funcionar. Não adianta ler a Bíblia porque sabe que precisa, ou porque o pastor mandou, ou porque todo mundo em redor está lendo. Pode funcionar por um tempinho, mas não dura. Só funciona se houver satisfação nisso, que pode sim ser desenvolvida.

Minha familia é minha paixão, amo ver meus filhos crescendo, descobrindo, aprendendo, rompendo, se definindo, estudando, fazendo amigos, ministrando. Lamento não ter mais tempo com eles (por enquanto), sinto falta de algumas coisas com eles, gostaria de ter dinheiro para algumas coisas – mas nada nos falta, temos satisfação em estarmos juntos mesmo na imperfeição, enfrentamos desafios juntos, venceremos juntos.

Meu trabalho é mais do que uma forma de sustento financeiro e material, eu sou apaixonado e intenso no que faço, transpiro isso e sou envolvido ao maior nível de compromentimento possível. Sou respeitado por isso, me satisfaço com isso. Obviamente, uso isso também como ferramenta de entrada e de acesso aos lugares e pessoas que como pastor eu não chegaria. Como isso não tomaria meu tempo? Imagino o desânimo e a insatisfação de quem trabalha com algo que não gosta.

Viver o evangelho é isso: é um estilo de paixão. Se suas paixões são outras, amém. Desde que o Reino de Deus esteja na lista tudo te irá bem e haverá transformação.