Vinicios Torres

Tempo de Mudar 2

“Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar; tempo de chorar e tempo de dançar;” (Eclesiastes 3:4 NTLH)

Como eu disse na mensagem anterior – Tempo de Mudar – esta passagem do Pregador me traz um conforto quando olho para as fases da minha vida.

Por um lado, ela diz que a fase em que estou é temporária. Às vezes, podemos querer que as coisas não mudem, por estarem, do nosso ponto de vista, boas. Por outro lado, ela diz que a fase em que estou é temporária. Graças a Deus!!! Essa fase vai acabar. Aleluia! As coisas vão mudar.

A mesma afirmação pode provocar ansiedade ou esperança, dependendo apenas do momento em que ela é proferida.

A certeza de que a mudança vai acontecer muitas vezes é o que separa alguém do desespero e o tira da depressão profunda. O salmista afirma no Salmo 42, duas vezes: “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.” (Salmo 42:5,11) Quando escreveu este salmo, certamente o salmista passava pelo “tempo de ficar triste”. Note que ele reclama com Deus, questiona, lamenta, expõe os seus sentimentos. Mas termina com essas palavras maravilhosas: “ainda louvaremos ao Senhor!” Aguente só mais um pouco, a fase está passando, um novo tempo se iniciará.

Temos que tomar cuidado para não estendermos nenhuma fase além do seu tempo determinado por Deus. Podemos fazer isso em qualquer circunstância, tanto positiva como negativa. É natural do ser humano acomodar-se às situações. Mesmo as situações de sofrimento podem ser mantidas pelo simples fato de que se tornaram controláveis e mudá-las exigirá adaptar-nos a uma nova realidade desconhecida.

O salmista nos diz que a chave é esperar em Deus e o Pregador afirma, depois de discorrer todo o seu discurso sobre as diversas fases da vida, que o resumo de tudo é: “Teme a Deus e guarda os seus mandamentos.” (Eclesiastes 12:13)

Confia no Senhor, Ele te guiará por todos os tempos que você deve viver, na sequência em que você deve vivê-los, pela duração necessária para cada um deles. Mantenha os olhos abertos e os ouvidos atentos pois, em cada uma dessas fases, o Senhor falará com você e lhe mostrará o Seu amor em ação.

Repetindo:

Usufrua a vida, alegre-se em cada momento dela, aproveite cada interação, construa amizades sinceras, ame cada pessoa, semeie abundantemente daquilo que você espera colher no futuro. Entregue cada preocupação ao Senhor em oração. Adore-o com suas palavras e ações.

Esteja sempre pronto para as mudanças sabendo que o Senhor prometeu estar com você todos os dias até o fim dos tempos (Mt 28:20b) e não te deixará jamais (Hb 13:5).

Vinicios Torres

Tempo de Mudar

“Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião.” (Eclesiastes 3:1)

Leia do versículo 1 ao 8.

Esta passagem do Pregador (Eclesiastes significa Pregador) é muito interessante. Ela me traz um conforto quando olho para as fases da minha vida e fico me perguntando por que a vida dá tantas voltas.

Somos levados a acreditar que a vida perfeita deveria ser uma sequência infinita de bons acontecimentos, em que tudo que desejamos se realiza de maneira a nos deixar com sentimentos alegres e usufruamos de prazer contínuo. Revezes, dificuldades, contrariedades, tristezas, fracassos seriam todos sintomas de que estamos vivendo alguma coisa da maneira errada. (Curiosamente isso me lembra o enredo do romance ‘Admirável Mundo Novo’, de Aldous Huxley, que fala de uma sociedade que buscava viver isso através do uso de uma droga e de um governo controlador).

Programados para pensar desta maneira, levamos para nossa relação com Deus a expectativa de que a bênção dEle deveria nos garantir este estado benfazejo. E que qualquer coisa que não seja do nosso ponto de vista positiva significa ausência da sua bênção, da sua presença ou do seu cuidado.

O Pregador, no entanto, afirma que há tempo para tudo, inclusive para o que pensamos ser negativo. A vida tem uma dinâmica mais complexa do que aquela que simplificamos. E até mesmo aquela atitude otimista que os pregadores da auto-ajuda tanto insistem em nos convencer, de que o negativo agora se mostrará positivo no futuro, pode se mostrar falsa em algumas circunstâncias.

Podemos aprender com erros e sofrimentos e evitar repeti-los no futuro. Ótimo. Mas isso não garante que após a próxima curva da vida não tem um novo solavanco a espreita. Nova lição, novos aprendizados. A sucessão de experiências, suas análises e conclusões nos permite criar nosso arcabouço de sabedoria. A partir de uma idade você começa a dar aos mais novos conselhos baseados na sabedoria que você foi adquirindo pela vida.

Quer ver uma coisa interessante? O Pregador não nos estimula a procurar pelas coisas negativas, ou sofrimentos, na vida. Ele apenas diz que elas existem e que acontecerão. Na verdade ele diz: “nesta vida tudo o que a pessoa pode fazer é procurar ser feliz e viver o melhor que puder. Todos nós devemos comer e beber e aproveitar bem aquilo que ganhamos com o nosso trabalho. Isso é um presente de Deus.” (Ec 3:12,13 NTLH, grifo meu). Ou seja, devemos viver plenamente cada momento da nossa vida conscientes de que a qualquer momento poderá ser o tempo de mudar.

Os apóstolos Barnabé e Paulo trabalhavam muito bem em parceria (tempo de ajuntar) mas, de repente, um detalhe sobre um componente da equipe provoca tal desavença entre eles que cada um foi para um lado (tempo de separar). Alguém desavisado dirá que o Diabo foi vencedor nesta situação. Mas isso fez com que o evangelho se espalhasse por um território bem maior do que aquele que eles cobririam se continuassem juntos. Como disse antes, a dinâmica da vida é mais complexa do que parece.

Usufrua a vida, alegre-se em cada momento dela, aproveite cada interação, construa amizades sinceras, ame cada pessoa, semeie abundantemente daquilo que você espera colher no futuro. Entregue cada preocupação ao Senhor em oração. Adore-o com suas palavras e ações.

Esteja sempre pronto para as mudanças sabendo que o Senhor prometeu estar com você todos os dias até o fim dos tempos (Mt 28:20b) e não te deixará jamais (Hb 13:5).

Mário Fernandez

Oração – Vivendo o Evangelho

Nos meus mais de 28 anos de vida eclesiástica tenho ouvido todo tipo de baboseira sobre achegar-se a Deus, inclusive com algumas práticas que beiram o exoterismo. O que resolve e o que funciona, o que tem base bíblica e teológica, o que é fato e não é ficção: VAI ORAR MEU IRMÃO.

Quando vivemos um evangelho genuíno, interior e simples de tudo, a vida de oração é igualmente simples e marcante. Sem preconceitors, sem formatos específicos, apenas um diálogo franco, aberto, sincero e natural. Falamos com as pessoas de forma adequada e proporcional ao sentimento que temos por elas. Se gritarmos com a esposa (marido) demonstramos desrespeito e falta de tato. Se falarmos asperamente com o chefe, colocamos o emprego em risco. Se estamos apaixonados nossa conversa adoça bastante. Quando temos interesse numa vaga escolhemos bem as palavras na entrevista. Quando estamos apavorados perguntamos ao médico mais do que o necessário. Pergunto: não seria assim com Deus também? Embora Ele não seja humano, Deus é um Ser pessoal e somos sua imagem e semelhança.

Devemos aprender que viver o evangelho é simplesmente conversar com o Pai como quem quer se achegar a Ele. Não é a mesma conversa de quem procura um emprego, certo? Nem precisa ser. Não é como quem xinga um fornecedor que não atendeu a contento, certo? Nem deve ser. Então como deve ser?

Deve ser uma conversa do seu jeito, no seu estilo, no seu palavreado, na sua forma. Deve ser tal como você se aproximaria de uma pessoa com quem faria amizade ou desejasse ser próxima. É simples assim. Achegar-se é aproximar-se. É desejar intimidade. Sem crítica, sem preconceito, sem fórmulas. Quem quer conquistar tem que se aproximar, tem que chamar atenção para si. No caso de uma namorada (ou candidata) o que pode chamar a atenção é uma aparência atrativa, um comportamento charmoso, atenção, bons modos, atividades em comum, interesses. E no caso de Deus, o que te parece ser o que chama Sua atenção?

Biblicamente só vejo duas coisas chamando a atenção de Deus: humildade (coração quebrantado) aplicado a um clamor; louvor (elogios) que não é nem música nem poesia mas reconhecimento e gratidão. Estas duas coisas são como um perfume que desvia o olhar de Deus para quem o busca. Experimente dedicar meia hora do seu dia a menos de qualquer outra coisa e fique apenas elogiando o Senhor pelo que Ele fez e ainda faz, pela Sua natureza e santidade, pelas promessas futuras. Só experimente.

Vida de oração é um estilo de vida, é uma constância, é uma continuidade. É tirar tempo para ter intimidade de conversa e proximidade. Mas também é aproveitar cada minuto dirigindo sozinho, andando pela rua, qualquer possível perda de tempo. Isso é produto de uma decisão clara e consciente e, principalmente, de um desenvolvimento.

Viver o evangelho é manter e preservar um estilo.

Luis Antonio Luize

Sonhos – A Mudança Começa em Mim

Muita gente tem sonhos mas não tem coragem. O sonho normalmente tira a pessoa da situação cômoda em que está e a lança no desconhecido, um mundo totalmente novo, inexplorado e não dominado.

A atitude humana de buscar segurança naquilo que é conhecido e tangível, tem uma relação direta com a necessidade do povo hebreu no deserto de ter um deus que pudesse ver.

Nossos olhos dominam nossa vida, enquanto o sonho evoca a fé naquilo que sonhamos e a firme confiança em algo que não existe, mas esperamos tornar-se realidade.

Portanto, sonhar é viver pela fé. Ninguém nunca conquistou algo sem sonhar primeiro. Muitas pessoas abandonam sua vida atual para investir num sonho. Um tanto se dá bem logo, enquanto outro tanto perde-se na caminhada.

Esta parte é aquela que morre no deserto e a causa foi a falta de fé que Deus estaria com eles e os ajudaria.

Fé e persistência andam de mãos dadas e, parece-me, que antes da conquista há uma espécie de teste feito por Deus ao sonhador. Não creio que nosso Pai faça isso para derrubar ninguém, mas sim para treinar e ensinar a ir mais longe.

Como lemos no versículo acima, se a águia não joga seus filhos e os força a voarem, ficarão no ninho e morrerão de fome, jamais conquistando as alturas para a qual foram formados.

Ao sermos lançados por Deus no desconhecido do céu com a terra crescendo aos nossos olhos, duas coisas podem ocorrer, a confiança total em Deus que está no controle e irá dar o escape no momento certo. Assim, alicerçamos cada vez mais nossa vida nos mandamentos divinos e menos em nossa personalidade e mais reto e plano se torna nosso caminho.

Por outro lado, há a tentativa de resolver por si mesmo, e aí está nosso problema. Ao querermos resolver a situação com nossa própria força, do nosso próprio jeito, entra a carne em ação, a raiz de nossos males.

Foi assim com Israel no passado, tem sido assim com muita gente hoje.

Ao agir pela carne, tentamos manter nosso sonho vivo da maneira errada, ou desistimos dele totalmente e vivemos frustrados, morrendo no deserto.

Qualquer das alternativas não nos dará paz. Tentar manter o sonho vivo a qualquer custo pode significar aceitar o sistema desta vida e tudo que ele traz. Por exemplo: o sonho de um negócio próprio que é afetado pela situação do país, e então a tentativa da carne para resolver é simples. Algo dentro de você diz:

— Para que pagar tanto imposto! Usam mal este dinheiro, não reverte para você e nem para a sociedade. Você é capaz de usar melhor do que eles.

Pronto, está feito! A partir de então temos um sonhador de acordo com a vontade de Deus transformado em mais uma pessoa que foi tragada pelo sistema em vigor e que perdeu sua autoridade espiritual. Foi subjugado pelo sistema.

Como uma pessoa assim pode reclamar de algo a respeito do que ocorre na economia ou na política? Nosso país está impregnado de pessoas que simplesmente perderam-se pelo caminho e se renderam ao sistema vigente nele.

A esperança se esvai dos corações, a vida se deteriora, jovens formando-se sem saber se terão emprego, quanto mais sonhar.

Neste contexto, é fundamental que o povo de Deus relembre dos Seus feitos e de como Ele nos libertou com mão forte do cativeiro eterno para que nossos sonhos sejam restaurados, e voltem a agir como cidadãos do Reino Celestial, e tornemos a ser sal e luz neste mundo que jaz no maligno.

PARA EXERCITAR

  • Como está meu sonho e minha esperança?
  • O que posso fazer para voltar a ser sal e luz?
Mário Fernandez

Reação – Vivendo O Evangelho

Aprendi uma coisa com um homem de Deus por quem guardo um respeito e admiração especiais. Neste versículo Jesus nos ensina algo como “humilde para agir; manso para reagir”. Atitude é importante, mas é a reação que demonstra quem somos por dentro, principalmente quando não temos tempo de ensaiar ou preparar nada. É nossa essência transbordante.

A verdadeira reação do evangelho, como estilo de vida e de caráter, vai se manifestar nas coisas pequenas do cotidiano. Se perguntar a meu respeito para meus colegas de trabalho terão uma impressão. Para meus superiores, talvez outra resposta surja. Para meu pastor, talvez ainda outra. Assim será com vizinhos, colegas de ministério, irmãos da igreja local, atendentes dos comércios que frequento, parentes que moram em outras cidades. Mas para saber quem eu sou realmente tem de perguntar para minha esposa, meus filhos e, pasme, minha sogra. Estes são os que verdadeiramente me conhecem pois presenciam minhas reações mais espontâneas.

Perceba que a forma como reajo com estranhos pode ser mais controlada, mas para aqueles com quem divido minha intimidade eu não consigo fingir por muito tempo. Por algum tempo com grande esforço, talvez. Viver o evangelho é ter dentro de si um espírito, uma disposição, uma inclinação moral, uma “pegada” de reagir de forma adequada, mansa e humilde. Afrontas grosseiras podem ser dribladas, mas tem momentos que nossa fraqueza nos denuncia quando não temos em nós a disposição correta.

Se vivemos um evangelho legítimo, denunciamos literalmente o poder de Deus para salvação do que crer. Quando o filho adolescente responde atravessado (de novo), quando a sogra pede aquilo (de novo), quando a esposa não corresponde ao esperado (de novo), quando a programação financeira estoura (de novo), quando as férias viram tormento (de novo), quando o patrão pede aquele “servicinho” (DE NOVO!)… Nem vou mencionar coisas como partida de futebol, dirigir no trânsito engaraffado ou fazer compras em véspera de feriado, pois acho que essas coisas só irritam a mim. Nossa reação nestas situações vai ser nosso testemunho público, exterior e visível – vai mostrar o que temos por dentro, interior e invisível. E vai mostrar imediatamente.

Talvez para você, meu querido leitor, estas coisas pareçam distantes ou ainda um discurso de pastor que nada mais faz do que comer, dormir e orar (alguns lêem a Bíblia também). Me permita dizer que trabalho e trabalho muito, como muitos pastores que conheço – ouso dizer a maioria, embora nem todos. Mas me permita ainda dizer que tropeçamos ou não conforme decidimos agir e reagir de forma adequada ou não. Isso se chama mansidão e domínio próprio, ambos constantes na lista dos dons espirituais elogiosos e produzidos pela vida de Deus em nós pela ação do Seu Espírito. Tudo começa com uma decisão do tipo “eu quero mais de Deus em mim a ponto de reagir mansamente”.

Lembre-se: evangelho é estilo.

Luis Antonio Luize

A Personalidade do Líder Permeia a Organização – A Mudança Começa em Mim

A história tem muito a nos contar sobre um povo e suas realizações, sendo que os povos, em geral, costumam manter sua orientação inicial.

No caso de Israel, sempre que teve um líder temente a Deus, seguiu suas orientações e foi bem sucedido. Por outro lado, sempre que teve lideres que não seguiam as orientações divinas, sofriam eles e todo o povo.

É certo que o povo sofria porque também desrespeitava a Deus, pois ao lermos os relatos bíblicos, observamos que o povo seguia aquilo que o rei fazia. Observamos, então, que o povo segue a orientação daquele que é soberano sobre ele.

Do ponto de vista espiritual é como se houvesse um tipo especifico de domínio espiritual sobre aquele líder e, por conseguinte, sobre o povo.

Isto ocorre ainda hoje em todo o mundo. Vejamos os Estados Unidos, por exemplo. Ele foi formado por colonizadores que se mudaram para lá em busca de uma vida melhor numa terra de oportunidades. Foram para lá todo tipo de pessoas, mas também muitos cristãos perseguidos em busca de uma terra em que houvesse liberdade de culto.

Para cumprir o seu propósito, se espalharam por todos os lugares da nova terra com uma grande sede de conquistar e vencer. Vemos toda a corrida pela povoação do oeste americano e a conquista dos espaços. Tudo que ganham naquela terra é direcionado para investir ali mesmo.

Até hoje este pais mantém esta orientação, pois está presente culturalmente em todos os lugares e sua moeda, o dólar, é usada no comércio internacional.

Esta cultura, ou forma de agir, está impregnada naquele povo de uma forma tão forte, que podemos dizer que há algo superior a eles que os orienta e dirige.

Por outro lado, quando observamos nosso Brasil, ele foi formado por pessoas que tinham interesse em ganhar mais, ampliar suas posses e domínio.

Desde o inicio da nossa colonização o objetivo foi retirar as riquezas da terra e enviar a outros, empobrecendo o país. As pessoas foram enviadas à força para cá no início da colonização. Eram pessoas indesejadas no país de origem, enviadas a um lugar de onde não podiam fugir. Acrescentaram-se a estes os negros africanos, escravizados para que pudessem auxiliar na exploração do novo espaço.

Esta cultura está tão impregnada no nosso povo, que observamos em boa parte dele o desejo de querer para si o que é dos outros, tirar vantagem, levar o que não é seu.

Numa viagem a serviço para o Rio de Janeiro, estava no meio do trânsito e fiquei batendo papo com o taxista a respeito do Brasil. Ao final ele arrematou com esta frase:

— A solução para o Brasil é cobrir e descobrir de novo! E por um povo diferente, quem sabe os Holandeses, Franceses ou Alemães – disse ele.

Dei risada pelo trocadilho, que na verdade ilustra muito bem este assunto.

Portanto, ao observamos um grupo de pessoas, seja uma sociedade, seja um país, seja uma religião, podemos entender o que move aquele grupo de pessoas.

Grupos em que o objetivo é enriquecer o líder, outros em que o objetivo é matar pessoas e outros em que é fazer o bem.

Cobrir e descobrir um país ou um povo não dá, mas é possível mudar a autoridade que está sobre você.

É por isto que Jesus disse que seu Reino não é deste mundo, e que os participantes do Seu Reino também não o são. O Reino de Cristo é eterno e baseado no amor e todos que são dele devem ser como ele.

Deus Pai, num gesto de profundo amor pelo gênero humano, enviou seu único filho para morrer, nos resgatar e estabelecer um Reino de fé e de amor.

Crença na Sua morte por nós e exercício do mesmo amor, a ponto de resumir tudo que já havia sido escrito em dois mandamentos centrados no amor e ainda acrescer que devemos amar nossos inimigos.

A única forma de não sermos dirigidos por qualquer tipo de orientação física e espiritual que não provém de Deus, é nos tornarmos participantes do Seu Reino e vivermos de acordo com sua orientação, direção e governo.

PARA EXERCITAR

  • Sob qual domínio tenho vivido?
  • O que posso fazer para mudar minha situação?
Vinicios Torres

Desprezando a Bênção de Deus

“Disse Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura. Ele respondeu: Estou a ponto de morrer; de que me aproveitará o direito de primogenitura? Então, disse Jacó: Jura-me primeiro. Ele jurou e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó. Deu, pois, Jacó a Esaú pão e o cozinhado de lentilhas; ele comeu e bebeu, levantou-se e saiu. Assim, desprezou Esaú o seu direito de primogenitura.” (Gênesis 25:31-34)

Você alguma vez se comportou como Esaú, desprezando a bênção ou o projeto de Deus para você? Eu acredito que, conscientemente, você não deve ter feito isso, assim como eu também não me lembro de ter feito.

Você acha que Esaú percebeu que estava fazendo isso? Se você ler com cuidado a história e tentar compreender atitudes e características das pessoas envolvidas perceberá que Esaú, naquele momento não tinha ideia da besteira que estava fazendo.

Percebemos, pela dinâmica da história, que Esaú era o camarada que agia sem medir as consequências, talvez estimulado pela preferência do pai por causa de seu porte físico e de suas aventuras em caçadas; seu espírito livre, como diriam alguns hoje. O fato do texto destacar que ao chegar aos 40 anos de idade ele tomou para si esposas dos habitantes do lugar, contrariando o desejo dos pais, demonstra que ele tinha uma vontade independente e não media as consequências dos seus atos.

Ao vender a primogenitura (o direito de herança pertencente ao irmão mais velho), Esaú demonstrou não valorizar aquilo que não fosse imediato, já que este direito só seria usufruído quando o pai morresse. Fazê-lo por um valor tão pequeno e por motivo tão espúrio, fez o autor do texto escrever que ele o “desprezou”.

O que Esaú não compreendia, mas Jacó demonstrou ter discernimento, é que junto com a herança vinha a promessa de Deus, a mesma que Deus fizera para seu avô e para seu pai. Prosperidade, riqueza, território, descendência e influência estavam incluídos e Jacó, sabendo que seu irmão não valorizava isso o suficiente para esperar o tempo de Deus, tratou de conquistar para si o direito a essas bênçãos.

Eis algumas atitudes que são semelhantes a “desprezar” a bênção de Deus:

Não crer que a bênção exista ou valha a pena. Podemos perder a bênção por não crer nela. A Bíblia registra que Deus responde as nossas orações, mas nós não oramos e não buscamos a Deus regularmente. Ela fala que devemos obedecer ao mandamentos para vivermos bem, mas insistimos em tentar viver bem quebrando-os todos.

Não esperar o tempo correto para usufruir a promessa. Alguns até creem e, por isso mesmo, querem-na agora. Mas Deus tem seu plano para nós e o tempo determinado para as coisas acontecerem. Será que a vida de José faria sentido se os sonhos que ele recebeu tivessem se cumprido logo que eles ocorreram? No tempo certo, José viu que os sonhos se realizaram no momento em que eles puderam abençoar a todos.

Não trabalhar pelo cumprimento da promessa. Tem gente que acha que tudo que Deus promete cai do céu de mão beijada. Ledo engano. Na maioria absoluta das vezes, o sonho ou a promessa que Deus dá implica, na verdade, que você deve trabalhar (e muito) por ele, porém, com a fé de que Deus o abençoará e o ajudará a conquistá-lo. Jacó demonstrou esta atitude ao trabalhar pelas suas esposas, garantir a descendência e aumentar seu patrimônio, pois esta era a forma de usufruir as bênçãos de seu pai e de Deus.

Desistir. Esta é uma das formas mais comuns de desprezar a bênção de Deus. Começar e não perseverar até conseguir ver o cumprimento da promessa. O teste do tempo, das dificuldades do trabalho e das adversidades faz muitos abandonarem a caminhada. Já imaginou se Jacó, ao descobrir que a mulher desejada havia sido trocada no casamento, desanimasse, desistisse e ficasse por isso mesmo? Não teria casado com Raquel, não teria José, que não teria sonho, não teria Egito e todos poderiam ter morrido quando veio a fome sobre a terra. O fato de não ter desistido, fez a história registrar a intervenção de Deus e a salvação de muitos.

Não sejamos como Esaú. Não abramos mão das promessas de Deus e dos sonhos que Ele colocou em nosso coração. Persigamos com perseverança aquilo que Deus tem para nós.

Se você não fizer isso pelo que Deus te deu, logo ouvirá um Jacó, com uma panela, atrás de você perguntando: Vai um prato de lentilha aí?

Mário Fernandez

Atitude – Vivendo o Evangelho

Quero continuar meditando no aspecto mais prático possível do evangelho. O egoísmo pode ser claramente entendido como vontade, interesse ou desejo de me satisfazer (na minha vontade) antes ou acima de qualquer outro interesse. Nada é mais importante do que EU. Percebemos isso em coisas grosseiras e bem óbvias, mas para estas não precisamos de muita ajuda. Vamos olhar para as miudezas.

Quem pega o bife maior? O que acontece quando o vendedor cobra menos que o valor correto? Quem diz a última palavra numa discussão? Quem toma banho primeiro? Quem escolhe o almoço? Pequenos esforços, grandes resultados. Na lista dos pequenos egoísmos ainda temos coisas cotidianas como: sempre ter razão, não deixar os outros falarem (síndrome da idolatria da própria voz), isolar-se atrás de um “APP” e tantas “coisinhas”. Existe ainda um egoísmo disfarçado de humildade, incompatível com o evangelho de Cristo, que se manifesta, por exemplo, não assumindo responsabilidades, fugindo de acertos e ajustes, não encarando suas responsabilidades e pasme – deixando inacabado o que começou (egoísmo simples, na verdade, pois valoriza mais se sentir bem do que honrar o que começou).

Outra atitude que denota o poder transformador do evangelho é o materialismo. Coisas enormes, de novo, são fáceis de notar, mas nem tudo é tão grande. Perder dinheiro estressa mais do que ficar doente? Quando bate o carro fica preocupado com os feridos ou com os danos no carro? Se alguém passar mal fica doido por que vomitou no tapete? Quando suja uma roupa cara fica estressado? Briga por moedas de troco? Sinais de um materialismo enrustido, ou nem tanto, que denotam que esse mundo pesa na escala de valores. Para alguém que está de passagem para uma morada eterna em outro mundo, isso não deveria ter espaço. Isso também é certeza de salvação.

A cura para isso e outras mazelas mal disfarçadas se chama atitude. É acordar cedo, respirar fundo, louvar a Deus por ter acordado (vivo), agradecer pelos desafios que virão e pelas vitórias que trarão e enfrentá-los. Atitude, decisão, força de vontade (popularmente chamamos de pegada). Ingredientes esquecidos num mundo isolado, digitalizado, de relacionamentos esfriando. Quem liga para um espirro? Pois saiba que nossa vida neste mundo por longa que pareça, perto da eternidade, é menos do que um espirro, menos que um suspiro, menos uma piscada. Viver o evangelho é entender isso e tomar atitude nessa direção. É se livrar desses egoísmos aloprados e desenvolver um dos dons espirituais menos valorizados na nossa geração: domínio próprio.

Quero terminar relembrando: o evangelho não é uma ação ou conjunto de regras, é um estilo.