Vinicios Torres

Liderando Com o Coração II

“Quando ouvi isso, eu me sentei e chorei. Durante alguns dias, eu fiquei chorando e não comi nada. E fiz a Deus esta oração:” (Neemias 1:4)

Ao saber das necessidades do seu povo, em Judá, e da situação da cidade, seu coração foi compungido a confessar o pecado do povo que levou a nação a este estado.

Neemias sabia quem era e que recursos tinha. Sabia que não tinha em si mesmo os recursos necessários para mudar a situação. Mas sabia que Deus tinha. E sabia que Deus é misericordioso para perdoar e restaurar o contrito.

Estes dias de quebrantamento, jejum e oração foram importantes para a preparação de Neemias para que ele se tornasse o líder que foi. Esse tempo ajudou-o a identificar as causas da situação e buscar em Deus a solução para elas. Com certeza, nestes dias de comunhão com Deus ele se concentrou muito em entender o cenário e buscou a Deus orientação para o que deveria ser feito. Neste tempo, começou a nascer uma ideia, uma estratégia para solucionar o problema que agora ele via como seu, a ponto de se sacrificar para buscar em Deus a solução.

Não vemos aqui um líder afoito, apressado. Não vemos um líder descontrolado emocionalmente. Não vemos alguém que sai fazendo as coisas sem pensar. Ao contrário disso, identificamos em Neemias a pessoa que dá o tempo necessário para que a visão da necessidade trabalhe o seu interior e crie dentro dele a convicção que será necessária para permanecer firme no propósito que está vislumbrando.

Não vemos aqui um líder que foge do desafio. Seria fácil para ele simplesmente dizer “que pena que nossos parentes estão passando por isso” e voltar a servir ao rei. Ele abraçou a causa e permaneceu com ela, permitindo que seus sentimentos se misturassem com ela.

Não vemos aqui um líder autossuficiente, que acha que pode tudo. A passagem diz que Neemias “fez esta oração”. Em todo o livro da sua história você verá que ele repetidamente busca a Deus em oração. A consciência de si mesmo o levou a buscar a Deus e pedir a Sua bênção para cada passo dado.

Nós também temos, da mesma maneira que Neemias, nos conscientizar que sem a mão poderosa de Deus a nos ajudar não seremos capazes de nos tornar plenamente aquilo que Ele nos criou para ser e fazer.

O verdadeiro desafio da liderança deve primeiro ser vencido na presença de Deus. Depois é só ir tornar realidade aquilo que foi conquistado em oração.

“Senhor, ajuda-nos a compreender que a verdadeira liderança virá da Tua visão implantada em nós e da Tua força agindo em nós.”

Vinicios Torres

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Disfunção

“Pois vocês, pela viva e eterna palavra de Deus, nasceram de novo como filhos de um Pai que é imortal e não de pais mortais.” (1 Pedro 1:23)

Os cônjuges de hoje tem à sua disposição muitos recursos que podem facilitar sua preparação no sentido de comporem famílias bem estruturadas em Cristo.

Apesar disto, nenhum problema é tão grave hoje quanto o problema da família. Para exemplificar, a Telma é presidente do Lar Moisés, uma casa-lar para crianças até 10 anos vítimas de abandono e/ou de abuso pelos pais que abriga até 20 crianças. Cada criança chega com uma história diferente e algumas delas muito complicadas, onde somente o amor de Deus Pai poderá tocar seus corações retirando os traumas recebidos tão cedo.

No livro O choque do futuro, Alvin Tofler diz que estão ocorrendo muitas transformações na sociedade, cultura e tecnologia, e que a família é o gigante absorvente destes choques, pois todas estas mudanças que ocorrem recaem sobre a família, que é diretamente atingida pelas mesmas.

Olhando a história, observamos a vida de Adolf Hitler, que devido a uma criação ruim, pois era filho ilegítimo e adotou o sobrenome do padrasto, com o qual teve problemas irreconciliáveis, associados à perda de 4 do total de 6 irmãos/irmã devido a problemas de saúde, e aos 19 anos era órfão, vivendo de assistência do estado.

Estes fatos o marcaram tanto que por suas ordens mais de 6 milhões morreram na segunda grande guerra, sendo que tudo iniciou por problemas familiares.

Já Winston Churchill mesmo nascendo em família nobre, também teve problemas na sua criação, repassando-os para os seus filhos. Ainda assim, contribuiu positivamente para a história no mesmo período.

Portanto, edificar famílias saudáveis deveria ser a prioridade dos governos, muito mais do que a segurança ou a economia. Uma família desestruturada é muito perigosa para os filhos, que irão mal nos estudos, terão problemas de comportamento, dificuldades de adaptar-se, muitas vezes desistindo dos estudos. Este grupo possui uma taxa maior de gravidez fora do casamento.

Isto me lembra uma estória que fiquei sabendo. Diz que uma cachorra vira-lata apareceu na casa de uma família e estava esperando filhotes. Ao nascerem, os filhotes chamavam a atenção pela maneira como andavam. Eles mexiam as patas da frente e pulavam com as patas de trás, e todos na casa riam desta situação.

Mas isto aconteceu porque certo dia, o dono da casa estava cortando a grama com um daqueles cortadores rotativos e ruidosos e a cachorra corria latindo até o cortador e saia correndo. Numa destas corridas ela escorregou e foi com as patas traseiras diretamente nas lâminas do cortador.

O homem correu ao veterinário com a cachorra e este fez o que pôde para que a cachorra não perdesse os filhotes, recompondo suas pernas, apesar do insucesso em religar os nervos das mesmas.

Mais tarde, esta deu a luz aos filhotinhos que, quando aprenderam a andar, olhavam para sua mãe para ver como ela fazia, e esta mexia somente as patas da frente e pulava com as detrás, pois já não tinha mais o movimento das mesmas.

A isto se dá o nome de disfunção ou função alterada. Filhotes normais andando de maneira diferente do normal por terem aprendido assim.

Hoje existem muitos pais com disfunção que mancam pela vida emocional, psicológica, intelectual, espiritual. O resultado trágico disto é que seus “filhotes” aprendem com eles e andam logo atrás, tropeçando na vida.

A boa notícia é que os pais podem superar as causas dos seus problemas e passar a ser pais e mães que possam transmitir força e perfeição aos seus filhos.

“Senhor, me ajuda a aprender com os que vieram antes de mim para que eu possa herdar a boa herança dos meus pais, ao mesmo tempo em que meus olhos sejam abertos e eu possa identificar as minhas disfunções e ser curado por Ti, evitando repassar isto à próxima geração. Que eu e meu cônjuge possamos superar as causas de nossos problemas e deixar uma boa herança aos nossos filhos.”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Novidade de Vida – Fé

“Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam.” (Hebreus 11:6)

Este versículo é muito conhecido e muito pregado, mas eu gostaria de pensar nele numa perspectiva de nova vida em Cristo. Quando sua primeira parte usa a expressão “agradar a Deus” meu entendimento se voltou para outra direção. Se fosse para me agradar, a não a Deus, o texto diria. Então porque fico pedindo a Deus que me dê ou aumente minha fé, se é para “eu fazer” ou “eu poder” ou “eu conseguir”?

Interessante que se eu não agradar a Deus certamente Ele não se alegrará comigo, e a alegria Dele é a minha força. Você se sente fraco? Conhece cristãos fracos? Tem ajudado a fracos? Talvez apenas falte agradar a Deus com fé. A salvação vem por meio da fé e esta também agrada ao Senhor, que não deseja que ninguém se perca. Se começarmos a ligar os pontinhos, o que vamos ver é uma figura assustadora: legiões de pessoas chorando, se ajoelhando, levantando as suas mãos, pulando, ou em silêncio, com olhos fechados, emocionadas ou não – dizendo que querem adorar a Deus e glorificá-lo. Muitas, se não a maioria, com pouca ou nenhuma fé – garantia de fracasso na investida.

O versículo continua dizendo que é preciso crer que Ele existe e recompensa, ou seja, Deus é real e ativo. Crer que Ele existe não me parece um grande desafio. Até o ditos mais ateus soltam um “Deus me livre” de vez em quando, o que transparece alguma crença na existência de um ser superior, ainda que erroneamente formatado em relação ao Deus Soberano que servimos. Mas, recompensador complica sobremodo, pois o mesmo que recompensa os que o buscam tem de agir sobre os que fogem Dele, por uma questão de justiça. Ou será que Deus é uma via de mão única em perdão e amor sem justiça e sem aplicação de correção? Não me parece ter amparo bíblico, pois vejo Deus agindo nos dois sentidos tanto no Antigo como no Novo Testamento.

É preciso que entendamos que a fé que Deus espera de nós para agradá-lo vem de dentro de nós. Não é apenas para salvação de nossa alma, não é para promover milagres, não é para mover no sobrenatural – embora tudo isso seja bom e correto. Deus espera se alegrar conosco numa fé que gera temor e justiça em nós, pois devemos estar cientes que ele recompensa. Em tempo, prender um bandido também é uma recompensa por seus atos, portanto recompensar me leva diretamente ao conceito de justiça.

Ouvi uma palavra recentemente que mexeu com meu conceito de fé: a verdadeira fé que Deus espera é a fé que beneficia e abençoa os outros e não a mim. Não é egoísta, é solidária e democrática. Como? Abrindo mão, negando a mim mesmo, sendo obediente, repartindo, abençoando. Não parece familiar? Bíblia pura.

Vamos assumir um propósito de desenvolver e crescer em fé diante de Deus para agradá-lo, servi-lo e glorificá-lo. Isso vai agradá-lo e alegrá-lo. Isso vai nos fortalecer. Quem sabe não é esse o tão falado “avivamento” que estamos esperando…

“Senhor, me perdoe por minha pouca e fraca fé. Ainda que eu esteja acima da média dos cristãos de meu tempo, sei que Tu queres mais de mim. Ajuda-me a aumentar minha fé para abençoar Teu povo, Tua igreja, Tua família de muitos irmãos semelhantes a Jesus.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Liderando Com o Coração

“Quando ouvi isso, eu me sentei e chorei. Durante alguns dias, eu fiquei chorando e não comi nada. E fiz a Deus esta oração:” (Neemias 1:4)

Neemias era copeiro do rei da Babilônia quando seu irmão retorna de uma viagem voltando de Judá. Ele ouve as notícias sobre a terra e sobre os problemas que ela enfrenta, sobre o sofrimento do povo e a pobreza que assola a região. Ele compreendeu a realidade e percebeu que o que estava acontecendo era exatamente o contrário daquilo que Deus havia prometido ao seu povo, caso ele se mantivesse obediente.

Ao sentir o peso da situação, Neemias deu o primeiro passo na direção de se tornar um líder. O reconhecimento da situação e da necessidade de mudança é a matéria-prima para fazer nascer no coração do líder um sonho. No caso de Neemias, o sonho de ver a sua terra restaurada e o seu povo habitando nela brotou neste instante.

O verdadeiro líder tem a paixão por um sonho, uma causa que o motiva. Neemias, ao ouvir as notícias foi tocado em seu coração. Suas emoções se alinharam às necessidades e ao sofrimento. Ele se identificou. A partir deste momento o problema era dele, não apenas daqueles que estavam na distante Judá. Ele sofreu e passou a buscar a Deus, intercedendo pelo povo e pela terra.

Se você deseja ser um líder e fazer diferença, deve estar atento ao que está acontecendo a sua volta. Em qualquer momento Deus pode dirigir as circunstâncias e colocá-lo em uma situação em que você se identifique com o sofrimento e a necessidade das pessoas.

Quando você chorar pelo sofrimento de alguém, é nesse momento que está nascendo o líder em você.

“Senhor, ajuda-me a perceber quando estiveres falando comigo para levantar como líder e ajudar àqueles que estão em necessidade.”

Vinicios Torres

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa

“Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração.
Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.” (Deuteronômio 6:6-7)

Introdução

Nosso coração se alegrou muito quando recebemos o convite para escrever no ICHTUS uma série de artigos na área de família e criação de filhos. Nós conhecemos o Vinicios e a Sandra há quase 30 anos e sabemos do seu comprometimento com o Reino de Deus e a seriedade do trabalho que desenvolvem.

A Telma e eu temos trabalhado na área de família desde 1994, quando participamos do nosso primeiro encontro de casais, em seguida, em 1998 ministramos pela primeira vez o MMI (2=1, Casados para Sempre), depois o Aliança e posteriormente palestras em encontros de casais em diversas cidades.

Este ministério teve início de verdade quando tomamos a decisão de ter uma família segundo o coração de Deus e de nos unirmos numa aliança inquebrável, indissolúvel e como casal fizemos um acordo e decidimos educar nossos filhos usando valores cristãos em casa, na escola, na igreja e qualquer outro lugar em que estivessem.

Devido a isto, denominamos esta série de artigos de “A FÉ COMEÇA EM CASA“, o qual está perfeitamente alinhado com o que pensamos e com a maneira como as famílias passaram a enxergar a igreja.

Ao longo desta série iremos compartilhar com vocês nossas experiências nesta área, algumas vezes lembrando algum episódio pitoresco que possa retratar o tema proposto, sempre percorrendo as diversas situações que surgem no convívio familiar.

Contamos com você ao nosso lado nesta jornada, para ler, meditar, aplicar na sua família e comentar. Queremos conhecer sua opinião sobre cada artigo e estamos abertos a sugestões de temas que possam ser inseridos, sempre que possível, dentro de nosso plano de trabalho.

Apresentação

Hoje nós congregamos na IBNC – Igreja Batista Nacional no Cajuru, atuando no Ministério de Casais (AMAR – Aliança Matrimonial Restauradora) e Veredas Antigas, além do Luís Antonio ser pastor auxiliar.

O Luís Antonio também trabalha numa empresa de automação comercial e mantém seu site com artigos técnicos e teológicos, enquanto a Telma é artista plástica, ministra aulas em seu ateliê, participa de exposições e mantém seu site na área.

Quando ministramos a palestra “Pais e Filhos” no encontro de casais, nós nos apresentamos fazendo uma espécie de jogral.

Eu inicio dizendo:

— Eu sou o Luís Antonio da Telma.

— E eu sou a Telma do Luís Antonio. Diz ela.

E de forma intercalada:

— Somos Casados para Sempre,

— Firmados em Aliança,

— Pais para Toda a Vida de Bruna, Luís Felipe, Gustavo Henrique e Leonardo Augusto, e

— Restauradores de Veredas.

Estes títulos se referem aos nomes de cursos de casais e de libertação que participamos e ministramos na comunidade que participamos em Curitiba.

Como estes, hoje existem muitos cursos, treinamentos e livros. Em 1986, quando nos casamos, não havia tanto acesso a materiais como hoje, ao menos não conhecíamos, e nós não sabíamos como proceder. Nosso pastor, o saudoso Pr. Raul Weigter, um dos líderes do movimento de renovação espiritual batista no Paraná, nos ajudou dando de presente dois livros a respeito de casamento, um direcionado ao marido e o outro à esposa.

Este foi todo o nosso ensino antes de casar, ou melhor, na data do casamento. Mas nós tínhamos em nosso coração um desejo de ter uma família segundo o coração de Deus, e nos firmamos neste propósito.

O que precisamos na vida é de propósito. Para cumpri-lo buscamos e aplicamos o conhecimento, ajustando o propósito aos ensinos de Jesus para a família e então rumamos na direção correta.

Não há como ter uma família abençoada sem uma Aliança entre os cônjuges, vivendo em acordo e com um propósito bem estabelecido.

Em Cristo,

Luís e Telma Luize

“Senhor Jesus, Tu que és a terceira parte do meu relacionamento conjugal, eu Te convido a fazer parte da minha família e firmo uma aliança com meu cônjuge. Ajuda-nos a andar em acordo e firmados num santo propósito contigo. Te dou a liberdade de agir em minha família para nos alinharmos ao Teu plano para nós. Que possamos te glorificar cada dia mais.”

Luiz Antonio Luize

Mário Fernandez

Novidade de Vida – Reconhecimento

“Vendo a coragem de Pedro e de João, e percebendo que eram homens comuns e sem instrução, ficaram admirados e reconheceram que eles haviam estado com Jesus.” (Atos 4:13)

Eu estou admirado com esta geração em meio a qual aprouve ao Senhor me permitir viver. As marcas do progresso tecnológico deveriam tornar as pessoas mais humanas, mas em vez disso somos cada dia mais individualistas, isolados, materialistas… Não que isso seja exatamente uma novidade pois já está profetizado desde os dias do apóstolo Paulo.

Mas algo que não mudou nesse tempo todo, desde os dias de Jesus, é que atos corajosos chamam a atenção gerando admiração e reconhecimento. O desafio é discernir um ato corajoso feito para glorificar a Deus, de uma simples manifestação de imaturidade ou de um escândalo. Pessoas que fazem as coisas para chamar a atenção também conseguem, mas não é este nosso foco.

Quando assumimos uma proposta de uma nova vida em Cristo, quando nascemos de novo, quando olhamos para o Senhor acima de tudo, quando assumimos nossa nova natureza – a novidade de vida precisa produzir novidade de atitudes, novidade de coragem, novidade de resultados. Não basta mudar de religião, mudar alguns procedimentos, mudar alguns costumes… é preciso uma mudança de dentro para fora ou seja, que começa dentro e é evidenciada por fora. O exterior deve ser apenas uma evidência visível de um interior invisível.

Lembro dos meus primeiros passos de caminhada cristã, há mais de 25 anos, quando eu tinha mais ímpeto que juízo e mais vigor do que sabedoria. Quem me dera ter o vigor de então com a maturidade de hoje, mas é simplesmente impossível. Eu tenho de viver hoje com o que tenho hoje, sem pretextos para fracassos. Nova criatura, certamente, mas com grande necessidade de crescimento.

A nova vida em Cristo exige novidades. Resisto a crer em pessoas que “mudam” sem mudar. Resisto a aceitar que as pessoas não possam mudar. Resisto a olhar para os campos brancos para a ceifa e achar que está tudo bem – os ceifeiros são poucos.

O ocorrido com Pedro e João me inspira e nos inspira a termos atitudes e atos práticos corajosos que provoquem, no mínimo, reações de admiração e reconhecimento – mas para Jesus e não para nós mesmos. Quando muito, que percebam que estivemos lá. Talvez com isso consigamos impressionar e ganhar mais perdidos. Os métodos de sempre produzem resultados, mas adivinhe que resultados: os de sempre…

Vamos incluir novidades nessa nova vida?

“Senhor, eu clamo por mim e por meus irmãos que apesar das boas intenções carecemos de praticar para te apresentar às pessoas, de forma mais impressionante e corajosa. Ajuda-nos e ensina-nos a fazer algo além do que já fizemos.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Esclerocardia

Doenças são motivos de sofrimento da humanidade e algumas se destacam pela sua abrangência. Algumas atacam populações inteiras, outras são mais localizadas. Uma doença que tem sido bastante divulgada nos países desenvolvidos, até mesmo por causa dos hábitos alimentares e estilo de vida sedentário da sociedade moderna é a arteriosclerose.

Para compreendermos o que é a arteriosclerose, podemos começar pelo significado das palavras que formam o nome da doença. Ela tem origem em duas palavras gregas: arteros, que significa artérias ou veias e scleros, que significa endurecido, enrijecido. Assim, arteriosclerose é a doença que se manifesta pelo endurecimento dos vasos sanguíneos devido ao acúmulo em suas paredes de uma substância chamada colesterol. Este acúmulo pode causar o entupimento do vaso, impedindo o sangue de fluir e dimunindo ou obstruindo a chegada de alimento e oxigênio em certas partes do organismo. Outro sintoma é o enrijecimento das paredes do vaso sanguíneo fazendo com que ele fique menos flexível, e torne-se quebradiço. Se acontecer um aumento de pressão isso pode fazer com que as paredes do vaso se rompam provocando hemorragia. Se isso acontecer no coração você tem um infarto, se for no cérebro será um derrame. Ambas as doenças podem levar à morte, à invalidez ou deixar sequelas irreversíveis na pessoa afetada.

No entanto, a arteriosclerose é uma doença silenciosa. Muitos que sofrem dela só vêm a saber muito tarde, apenas quando seus sintomas se manifestam. Então pode não haver solução. Por isso, a sociedade moderna nutre uma paranóia com relação a hábitos alimentares, exames e checkups periódicos a fim de detectar a doença o mais rápido possível e evitar as suas consequências.

A Bíblia fala de outra doença muito parecida com a arteriosclerose. Ela não é mencionada pela medicina, mas é mais grave e tem causado a morte de mais pessoas que a própria arteriosclerose, já que as consequências dela vão além da própria pessoa afetada, trazendo consequências inclusive sociais. Da mesma maneira que arteriosclerose é uma doença silenciosa, as pessoas que a têm não se apercebem da sua existência, e quanto mais grave for o caso, menos a pessoa afetada será capaz de reconhecê-la.

Se formos dar um nome grego à essa doença seria: ESCLEROCARDIA, de scleros, endurecimento, e cardia, coração. é o endurecimento do coração. A doença do coração endurecido.

As pessoas com esta doença apresentam sintomas que são facilmente reconhecíveis por outros e em outros, mas ela própria é incapaz de reconhecer os sintomas em si mesma. Vejamos alguns sintomas desta doença:

A pessoa com esclerocardia perde a sensibilidade pelo direito e sofrimento alheio. Uma vez contaminada passa a achar que o mundo gira ao redor dela, que ninguém sofre tanto quanto ela e que ninguém é capaz de entender completamente o sofrimento pela qual esteja passando. Qualquer pessoa que chegue lhe falando de problemas ela tem a atitude de achar que “isto não é problema de verdade, imagine se ela passasse o que eu passo”.

Outro sintoma de uma pessoa com esclerocardia é que ela passa a fazer tudo pensando no seu proveito próprio. Todas as coisas são vistas pelo prisma de como ela irá levar vantagem, como aproveitar a situação para se promover. Ainda que as outras pessoas saiam machucadas, ela entende que ninguém sofrerá tanto como ela se não atingir seu objetivo.

A pessoa com esclerocardia torna-se cada vez mais egoísta, vendo o mundo girando ao seu redor para satisfazer-lhe as necessidades e os desejos e retaliando aqueles que não agem em seu benefício.

A pessoa com esclerocardia perde o interesse pelo que é eterno e põe seus olhos no imediato: lucro imediato, prazer imediato. Sucumbe à filosofia do mundo que diz que o importante é ser feliz agora e aproveitar a vida hoje.

A pessoa com esclerocardia perde a noção de fidelidade. Pois egoísta como é, se uma relação não está lhe rendendo o que é do seu interesse ele procurará outra que o faça. Com isso, casamentos são abalados ou mesmo desfeitos, empresas promissoras são fechadas por desentendimentos entre os sócios, projetos abandonados pelos envolvidos. A pessoa acometida de esclerocardia perde a noção de perseverança e de auto-sacrifício no presente para colher no futuro um resultado mais permanente e abundante.

Esta doença é tão velha que o profeta Isaías já denunciava que a sua nação estava sofrendo uma epidemia de esclerocardia. Ele, inclusive, demonstra que aqueles que sofriam desta doença ão se reconheciam doentes.

IS 58.

O profeta é usado por Deus para denunciar que mesmo aqueles que se diziam segui-lo não compreendiam, na verdade, o que estavam fazendo.

Vejam nesta passagem os sintomas de esclerocardia: não reconhecimento dos pecados, abandono da preocupação com os outros, culto vazio de entendimento. Até as atividades espirituais eram realizadas visando o interesse próprio. Mesmo aquilo que era feito para Deus estava contaminado pelo egoísmo.

O que causa a arteriosclerose? Qual o agente da doença e causador o entupimento e endurecimento das veias?

O colesterol.

Em Is 59:1-2 Deus nos mostra o causador da Esclerocardia: o pecado.

O pecado acumulado no coração provoca o seu endurecimento e a sua insensibilidade, impedindo-nos de compreender a vontade de Deus e experimentar o melhor que Ele tem para nós.

E sabe qual é a pior consequencia desta doença? O apóstolo Paulo escreveu aos cristãos romanos dizendo: “O salário do pecado é a morte” – Rm 6:23

Ora, se o pecado endurece o coração, ele perde a flexibilidade e deixa de funcionar, de bombear o sangue, de levar vida ao corpo: logo, a consequência disso é a morte. Todos aqueles que sofrem de alguma doença do coração sabem que têm a morte a espreitar-lhes permanentemente.

E para piorar a situação ele escreveu em Rm 3:23, “TODOS pecaram e destituídos estão da presença de Deus”. Todos nós estamos contaminados com o agente da esclerocardia, ele não deixou ninguém de fora. Todos estamos condenados a morrer.

Ninguém quer morrer certo? Eu não quero, você não quer, ninguém quer. Mas para evitar a morte por esclerocardia – morrer com o coração endurecido pelo pecado e ser condenado à eternidade separado de Deus – é preciso acontecer uma TRANSFORMAçãO: o nosso coração precisa deixar de ser duro e voltar a viver.

Um outro profeta, Ezequiel, falou a respeito deste mesmo assunto. Ezequiel viveu em um período em que a nação estava recebendo o castigo pela sua dureza de coração: o país fora invadido por estrangeiros e o povo havia sido levado cativo para outro país. Mas Deus dá a Ezequiel uma promessa: Ele trocaria o coração de pedra, o coração endurecido, doente de esclerocardia, por um coração de carne, vivo, sensível, palpitante, que bombearia o sangue levando vida ao corpo (Ez 36:26).

O que Deus está promentendo a Ezequiel é que Ele faria um transplante. Retiraria o nosso coração doente, e colocaria outro saudável. Com um coração novo nós precisaríamos ter medo de morrer de esclerocardia.

Mas isso nos leva a pensar em outro ponto: para ter um coração saudável disponível para transplante é necessário que alguém morra. Se nós não queremos morrer de esclerocardia, alguém tem que morrer em nosso lugar para que recebamos um novo coração e sejamos transformados.

Mas como Paulo diz que a humanidade toda está contaminada pelo pecado, não há um só homem na face da terra que possa servir. Se fizéssemos isso, estaríamos trocando o nosso coração de pedra pelo coração de pedra de outro. A nossa situação permaneceria a mesma. Na própria humanidade não há solução para este problema.

No entanto a Bíblia afirma, em Jo 3:16: “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo o que nele crê não morra mas tenha a vida eterna”. Deus, na sua sabedoria, providenciou a saída.

Nós merecemos o castigo pelos nossos pecados. Devemos morrer como castigo por eles. Mas Deus se tornou homem, assumiu a nossa natureza mortal, a nossa fraqueza física, a nossa vulnerabilidade emocional, e como diz Hb 4:15 foi tentado em todas as coisas da mesma maneira que nós. Mas com uma diferença: não pecou.

Por ele não ter pecado, ele não estava contaminado pelo agente da esclerocardia, por isso, não precisava morrer. A morte, a separação eterna de Deus, é a recompensa do pecado; se Ele não pecou então não merecia morrer. Mas Ele ofereceu-se como sacrifício; morreu a morte que era nossa, minha, sua, a fim de que o nosso coração de pedra fosse retirado e recebêssemos o seu coração de carne.

Ezequiel disse que o coração que receberíamos teria as Suas leis escritas nele. Com o coração velho não tínhamos vontade de obedecer a Deus. Com o pecado agindo e endurecendo o nosso coração não tínhamos poder para fazer a vontade de Deus. Mas com este novo coração recebemos as leis de Deus interiormente.

Ezequiel também afirmou que com este coração receberíamos também um novo espírito: o Espírito Santo que nos dá o poder de obedecer e viver a vida que Deus deseja de nós.

Um coração novo, com um espírito novo, uma nova vida. é desta maneira Deus nos transforma de pecadores inveterados, desobedientes obstinados, com corações endurecidos e sem vida, em seus filhos amados, com um novo coração que tem prazer em dedicar suas vidas a servir aquele que tanto nos amou que se ofereceu para morrer em nosso lugar!

Essa é mais uma das maravilhas do mundo espiritual: Deus tem o poder de nos dar um novo coração e nos transformar, de fazer de nós novas criaturas.

Ele nos ama: nos ama tanto que se encarnou em Seu filho Jesus e morreu por nós a morte que era nossa.

Ele nos perdoa: perdoa os nossos pecados, a nossa desobediência, o sangue do Seu filho Jesus derramado na cruz foi o sacrifício final.

Ele nos transforma: por essa morte nós agora podemos receber o seu coração transplantado em nós e o seu espírito nos dando nova vida e nos fazendo novas criaturas.

Artigo publicado no ICHTUS em 20/06/2001.

Vinicios Torres

Mário Fernandez

Protegendo a Infância – Ânimo

“Pais, não irritem seus filhos, para que eles não se desanimem.” (Colossenses 3:21, NVI)

Muitos podem achar que este versículo seja de pouca espiritualidade. Mas na perspectiva do Reino de Deus, temos de olhar para ele com olhos muito criteriosos. Quero me ater especialmente ao aspecto final, pois se nossos filhos desanimarem corremos o risco de perdê-los.

Uma das formas mais importantes de proteger a infância é manter os infantes animados. O desânimo precede a depressão, a desistência e em muitos casos a perdição. Alguns meses atrás o filho de um pregador bastante conhecido se suicidou aos 27 anos de idade, numa crise depressiva. O rapaz tinha problemas mentais, de ordem neurológica, e acabou dando fim a sua vida. Meu ponto é que, mesmo com todos os cuidados, algumas coisas podem acontecer fora do nosso desejo ou foco. Temos de tomar todos os cuidados e proteger nossas crianças.

A alegria de uma família não pode se basear na abundância de bens ou de dinheiro, nem na fartura de qualquer tipo de que possa haver numa casa. Os pais precisam proteger o ânimo de seus filhos para proteger sua infancia. Os abusos derivados da curiosidade são danosos – e até mesmo com vícios pouco populares como mentira, video-game, internet e coisas tais.

Um pai que não irrita seus filhos é um pai que os motiva, que os mantém animados e focados. É preciso incentivar, elogiar, animar, mostrar os acertos, propor melhorias – tudo coisas que temos dificuldade de fazer no nosso natural. Estamos como que viciados de que educar é apontar erros e discutir modos de punição. Precisamos pensar também como protetores e não apenas como educadores, pois os dois aspectos são igualmente importantes.

“Senhor, ajuda-me a proteger os pequeninos animando-os para que desejem voluntariamente andar contigo quando crescerem. Não posso aceitar que os pequeninos que me confiaste desanimem.”

Mário Fernandez