Mário Fernandez

Finanças – Aplicar

“O que havia recebido cinco talentos saiu imediatamente, aplicou-os, e ganhou mais cinco” (Mateus 25:16)

Acordei para um princípio desta parábola por causa de uma pesquisa. Ao entrevistar 100 homens entre os mais ricos do mundo, a pesquisa revelou alguns dados muito interessantes, especialmente no que se refere a generosidade. Mas, o que me saltou aos olhos, foi a frase “não guarde dinheiro que ele some, aplique”. Fiquei revoltado, achei um absurdo. Fui para a Biblia e percebi o seguinte: o servo reprovado foi o que guardou…

Ao meditar sobre isso, clamei por misericórdia e Deus me amou a ponto de me ensinar algo. A gente deve poupar, sim. Mas não guardar e acumular “apenas” pelo princípio de se sentir dono de alguma coisa. Poupar tem a ver com fazer uma reserva para o dia de inverno, não com apossar-se das coisas. Uma poupança proporcional ao rendimento é prudência e é bíblico, um acúmulo exagerado é diagnóstico de avareza.

Aplicar é fazer com que o dinheiro seja direcionado para algo que possa oportunizar novos ganhos. Isso pode ser feito comprando um bem que pode ser alugado, empreendendo algum negócio. Mas também pode ser aplicado no sobrenatural, investindo em missões, financiando estudo para pessoas carentes, em tudo que leva o Reino de Deus adiante.

É verdade que aplicar é fazer algo com o dinheiro que corra riscos. Mas risco e lucro andam juntos. Para quem tem alguma sobra, algum excedente, alguma folga no orçamento – depois que a reserva de segurança foi formada – cabe perfeitamente aplicar de forma proporcionalmente arriscada. Proporcional, sem exageros.

Aplicar é ter em mente que algo pode dar errado, mas também pode dar certo – depende de onde nossa fé (visão do invisível) se aplica, no positivo ou no negativo.

Aplicar é principalmente, e essencialmente, não se sentir dono do dinheiro e portanto, uma vez suprida a necessidade, arriscá-lo em algo que pode dar lucro. É um princípio de riqueza dito por ricos e bem sucedidos. É um princípio ensinado também na parábola dos talentos.

“Senhor, ensina-me a andar de maneira que eu possa prosperar, não necessriamente enriquecendo, mas tendo provisão e sustento abundante para que eu possa aplicar.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Finanças – Planejamento

“Qual de voces se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completa-la?” (Lucas 14:28)

Quando Jesus questionou seus interlocutores com esta indagação, nos apresentou um princípio sobre finanças que deveria ser óbvio para todos nós. Parece que era evidente, lógico e patente nos dias de Jesus que assim procede qualquer um. Mas ouso dizer que em nossos dias o planejamento perdeu espaço para tudo quanto é atalho e desvio de rota.

Planejar não é falta de fé, absolutamente. Pelo contrário, é preciso ter muita fé para planejar, pois trata-se de olhar para o invisível e imaginá-lo concretizado. Planejar é olhar com antecedência para algo que ainda não aconteceu, isso é fé.

Planejar também não é limitar a ação de Deus, pois ainda que as respostas certas veham da boca do Senhor, ao coração do homem cabe o planejar e sonhar (Provérbios 16:1 e 19:21). Deus não precisa de planejamento, quem precisa sou eu. Sem planjar, qualquer resultado tem de ser aceito como válido. “Para o barco que zarpa sem destino qualquer lugar serve”. Ou ainda “Quem não sabe para onde vai só pode estar perdido o tempo todo”.

Planejar é aplicar o coração a algo que não é concreto, que leva o sonho a se tornar um projeto e do projeto para a realidade. Esse é o caminho natural, é o que faz acontecer. O improviso tem lugar em algumas situações, mas não em tudo.

Aplicando isso à vida financeira, temos de aprender a fazer as contas ANTES de iniciar as coisas. É leviano (para dizer o minimo) decidir o que fazer com o dinheiro e depois pedir que Deus abençoe o caminho. O correto e maduro é o cristão pedir direção de Deus para decidir e com isso andar por caminhos abençoados. Apresente seu orçamento a Deus, coloque diante do Pai seus números, eles são espirituais também.

“Senhor, não permita que eu considere propriamente meu algo que foi Tu que me deste. Ensina-me a andar de forma sábia e prudente com os recursos que o Senhor me deu.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Finanças – Pão e Semente

“Aquele que supre a semente ao que semeia e pão ao que come, tambem lhes suprira e aumentara a semente e fará crecer os frutos da sua justiça.” (2Corintios 9:10)

Outro princípio importante na vida financeira é o principio do pão e da semente. Para a maioria das pessoas tudo que entra de dinheiro é simplesmente dinheiro portanto poupar, investir, repartir, abençoar – não é importante. Outros, no extremo oposto, negligenciam o sustento básico.

Quem come a semente não colherá nada e acabrá não ficando saciado no futuro; quem semeia pão não colhe nada e continua com fome.

Pão é tudo aquilo que nos alimenta e fortalece para o dia-a-dia, que nos sustenta no básico, que nos leva a superar uma jornada até o próximo passo. Não é aquilo que investimos, poupamos, guardamos, abençoamos aos outros. Pão é preciso consumir, pois assim como o maná do deserto, passado o devido tempo vai apodrecer e não servirá mais.

Semente é tudo que não serve para comer, não alimenta ou não faz falta no cardápio de um dia. É aquele excedente que podemos compartilhar, lançar em outros terrenos. Pode ser investimentos, pode ser ofertas, pode ser um tempo de conforto para ser gasto com um discípulo. É tudo aquilo que não nos fará falta se repartirmos, ainda que possa ter alguma utilidade ou conveniência.

Quem come seu pão dignamente ficará saciado e, como a Bíblia promete, o justo não mendigará o pão. O que é básico para o sustento não faltará. Se for essencial, não é semente.

Quem vai além e obtém semente para semear, assegura seu pão no futuro. Quem semeia trará de volta para si sem perceber. Se pode ser repartido, então é semente.

Cabe a cada um de nós olhar para tudo que Deus nos confia a guardar e classificar o pão e a semente. Isto feito, precisamos tratar de comer pão e somente pão; e semear semente e nada mais.

“Senhor, me ajuda a semear as sementes que o Senhor mesmo me concedeu e a aproveitar o pão que recebo. Quero ser generoso e quero aprender a poupar e a semear.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Finanças – Multidão Ganha-pão

“Então eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.” (Mateus 14:17)

Um princípio muito negligenciado ou desconhecido na vida financeira se chama passividade. Como se explica que no meio de uma multidão de milhares de homens só havia cinco pães? Por que esse povo todo não se preveniu para sair ao campo? E se nem esse menino tivessse trazido os pães?

Independentemente dos aspectos estratégicos de uma situação destas, devemos aprender que multidão, povão, é assim mesmo – vive na passividade e não se previne. Isso meu querido, é um princípio de finanças essencial para prosperar. Quem fica na passividade não vai além de ganhar um pedaço de pão, enquanto que os poucos que são pró-ativos tem pão para repartir. Note que a multidão não tem nem nome, enquanto que o personagem central é o dono do pão.

Quando nossa vida profissional e financeira fica estagnada, devemos avaliar se não ficamos passivos, esperando o pedaço de pão nos chegar às mãos. Quem ganha pão não progride, fica limitado. É preciso superar, crescer, avançar, progredir. Não estamos mais na idade média e, exceto por questões extremas, a maioria das pessoas pode fazer algum curso, aprender algo novo, melhorar seu trabalho, conhecer novas técnicas, procurar novas oportunidades. Financeiramente falando parar é morrer.

Dias atrás conversava com minha esposa e lembrávamos que nossa fase de maior fartura financeira foi quando chegamos em Curitiba, mas o salário daquela época hoje não paga nosso aluguel. Se passaram 19 anos, imagine se eu ficasse parado no tempo.

Não devemos confundir ganância e avareza com ambição. Ambicionar algo melhor é saudável e necessário; exagerar não.

Se queremos prosperar, devemos sair da multidão e de sua passividade, mudando para uma posição ativa e abençoadora.

“Senhor, me ensina a mudar de atitude e colocar em primeiro lugar as ações abençoam não somente a mim, mas aos demais. Não quero mais ser passivo.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Buscando a Face de Deus

“e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.”(2 Crônicas 7:14)

Fiquei pensativo por estes dias com um detalhe deste versículo: qual é a diferença de humilhar e orar X buscar a face de Deus? Se fosse a mesma coisa nem este versículo nem outros mencionariam em separado. E agora?

Considerando o que diz o Salmo 25:14, tendo a considerar que buscar a face de Deus tem a ver com temor sim, mas vai além. Tudo aponta para intimidade, na minha opinião. Buscar a face é como apresentar-se diante Dele, ainda que Ele tudo veja. Eu posso estar sendo visto sem ter-me apresentado, como em outros casos posso ser visto sem ser notado.

Tenho ainda em mente que a obediência é um fator de buscar a face de Deus, pois aprendemos que Ele resiste à oração do desobediente, impede as orações dos maridos que tratam mal suas esposas e assim por diante.

Mas para mim o que mais representa buscar a face de Deus é a adoração. Deus não diz em lugar nenhum na Bíblia que busca adoração – mas busca adoradores que o adorem em espírito e em verdade. Quem O adora reconhece Sua natureza, elogia sua personalidade, exalta Seus muitos méritos, enaltece o Seu Ser, engrandece suas virtudes, destaca as maravilhas de Sua pessoa… Como fazer isso de forma soberba, altiva, orgulhosa? É um dos segredos: a adoração nos coloca em nosso lugar.

Buscar a face de Deus é adorar, em atitude de humildade e obediência, com temor e intimidade. Com isso, meu querido, certa e seguramente nossas orações são diferentes.

“Senhor, me ensina a buscar tua face para que a minha oração seja elevada a outro nível, a ponto de ser sarada a minha terra.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Relacionamentos Saudáveis e a Honestidade

“Mantém longe de mim a falsidade e a mentira; Não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário.” (Provérbios 30:8)

Outro aspecto essencial para relacionamentos minimamente saudáveis é a franqueza, ou honestidade como alguns preferem chamar. Conheço pessoas que parecem uma nota de 3 reais – basta olhar e vemos que é falso. Isso fere frontalmente os relacionamentos e dificulta a convivência.

O principal a respeito da falsidade e da mentira é que torna impossível desenvolver uma confiança profunda, que é um dos pilares fundamentais do relacionamento humano com intimidade. Sem confiança os relacionamentos se mantém razos, superficiais, para dizer o mínimo. Se uma pessoa mente de vez em quando ou mente compulsivamente sem parar, do ponto de vista dos relacionamentos faz pouca diferença. Credibilidade se contrói com transparência, com idoneidade, com bom testemunho, com clareza, com sinceridade – e ainda assim nem sempre funciona.

Tem outro aspecto que literalmente inferniza os relacionamento a respeito da mentira e que deve ser lembrado, pois nos foi ensinado diretamente pelo Senhor Jesus Cristo: João 8:44 diz que o criador, o fabricante, o inventor, o pai da mentira é o diabo. Diz também que ao mentir fazemos por agradá-lo, portanto invariavelmente isso não abençoa.

Se de fato queremos ter bons relacionamentos, amizades autênticas, relações de discipulado e liderança maduras, se queremos ter casamentos e famílias com relacionamentos sólidos, precisamos de algo que chamamos onde congrego de “coração de vidro”. Devemos ser transparentemente verdadeiros, mesmo que isso nos exponha um pouco. É melhor que algumas de nossas fraquezas e imperfeições apareçam do que termos debilidade de relacionamentos. É muito triste estar só.

Cabe-nos investir em relacionamentos saudáveis, fugindo da mentira e da falsidade.

“Senhor, tira de mim toda e qualquer intenção íntima de ferir a verdade. Quero ser íntegro e verdadeiro, amando as pessoas pelo que elas são. Ajuda-me Pai, ou nunca terei relacionamentos saudáveis.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Relacionamentos Saudáveis e a Ganância

“O fiel será ricamente abençoado, mas quem tenta enriquecer-se depressa não ficará sem castigo.” (Proverbios 28:20)

Uma pessoa normal tem suas ambições dentro de seu senso de realidade. Chamo isso de normal. Por exemplo: para uma pessoa que foi criada numa familia pobre, ter um carro pode ser uma ambição distante. Para outros, ter dois carros, pode ser pouco, são realidades diferentes. Convivo com pessoas que nunca viajaram de avião e eu estou enjoado de voar. Realidades diferentes levam a expectativas diferentes. O que corrompe o ser humano é a ganância.

Ganância é um nome bonito para uma ambição exagerada, super-poderosa, dominante, escravizadora. Da ganância para a avareza é um pulinho: avareza é uma ganância que leva o indivíduo a colocar seus bens e riquezas na posição de uma divindade. Veja que Lucas 12:15 fala claremente que isso não é a vida. Não acho que seja uma questão numérica, mas de atitude.

Este versículo adverte sobre um castigo para o que quer enriquecer depressa, não para o que quiser enriquecer honestamente, ainda que isso seja muito, muito difícil – e em nossos dias cada vez mais difícil. Trabalhar é menos lucrativo do que trambicar, e a cada dia a distância aumenta mais.

O coração do fiel é generoso, enquanto que o ganancioso não reparte pensando que lhe sobrará mais. Na matemática desse mundo ganhar mil e gastar quinhentos faz sobrar quinhentos. Na matemática do Reino de Deus, o mil pode virar dois mil se repartirmos o que temos com os necessitados, se semeamos no Reino, se investirmos na expansão do Evangelho.

O que tem isso a ver com relacionamentos? Como se pode enriquecer depressa sem abusar de outros, sem explorar oportunidades, sem explorar pessoas, sem maltratar alguém? Como é possível acelerar o enriquecimento sem deixar para trás a generosidade, a fidelidade, o envolvimento com algo de interesse geral e não pessoal? Isso, meu querido, é relacionamento puro.

“Senhor, não quero desejar mais do que preciso e nem ser levado por ganâcia a menosprezar meus irmãos. Se for pra enriquecer à custa da minha integridade, ajuda-me a permanecer como estou.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Crescendo em Oração ao Aprender a Pedir

“Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” (Tiago 4:3)

É inegável que os nossos prazeres naturais (deleites) são contrários aos interesses espirituais e portanto são contrários ao fluir do Reino de Deus. O que por vezes parece passar despercebido Ao povo de Deus em nosso tempo é que algumas coisas simples são carnalidade pura. Gula é um exemplo, soberba é outro exemplo, vontade de se impor sobre a comunidade é outro. Pessoas que agem na carne têm dificuldade de encontar respostas positivas em suas orações, como esse verso nos mostra.

Uma pessoa que pede prosperidade financeira para Deus pode receber ou não – depende de para que deseja prosperar. Se for para ter uma vida digna e em paz como a Palavra de Deus promete e dar mais conforto para sua familia, para abençoar aos demais – vejo boas chances. Se for apenas para enriquecer e se esquecer de Deus e não ter tempo para servir ao Reino de Deus – lamento, mas dificilmente será atendido.

Uma pessoa que pede saúde pode ser atendida ou não. Pode pedir algo biblicamente amparado e não receber. Pode pedir algo meio desajeitado e desnecessário aos olhos humanos e receber. Pode estar com pouca fé e ser atendido por ser algo mais focado no Reino. Pode estar com fé transbordando mas orando por algo ridículo como voltar a ser jovem (Deus nunca prometeu isso). Ser atendido não é uma equação matemática, não creio que haja como formatar precisamente. O que sabemos claramente e sem muito mistério, é que se pedirmos com fé, crendo que receberemos, e estiver alinhado com a vontade do Pai – receberemos. Isso sim tem promessa e Aquele que prometeu é Fiel.

O resumo, por duro que pareça ser, é que Deus não se comprometeu em responder positivamente qualquer oração, mas aquilo que for para glorificá-Lo. Para que prolongar os dias de um desobediente que não o serve? Poder pode, claro. Mas para quê?

Cabe a nós uma reflexão, uma meditação séria e profunda sobre o que somos diante de Deus e o que queremos Dele.

“Senhor, ajuda-me a me relacionar contigo por amor e não por interesse em ser abençoado. Com isso talvez eu cresça e consiga ter minhas orações atendidas.”

Vinicios Torres