Mário Fernandez

Relacionamentos Saudáveis II

“Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” (Romanos 12:3)

Do modo como creio, o segundo passo para relacionamentos adequados é a humildade, que além de ser algo mais agradável de conviver, evita uma série de aborrecimentos para todos os envolvidos. Uma pessoa que pensa de si mesmo além do que convém, certamente vai falar e agir desse mesmo modo, seja isso continuamente ou eventualmente.

Quando estamos em grupo, na coletividade, percebe-se facilmente um soberbo se destacando para chamar a si mesmo a atenção. Ou fala do que é, ou do que possui, ou do que é capaz, ou dos seus feitos – sempre em alto e bom som e com um toque de altivez que menospreza os demais presentes. É lamentável.

Ainda que possamos (e até devamos, em certo sentido) ter amizade com pessoas assim, não devemos compactuar ou incentivar esse comportamento, nem é assim que devemos ser. Cabe lembrar que a humildade nos torna mais parecidos com Jesus e portanto é o que devemos almejar para nossas vidas.

Note ainda que alguém que pensa de si mais do que convém raramente se disporá a ouvir o outro, seja para sua correção ou aprendizado. Há uma atitude de tentar manter o controle e não de aprender, o que complica ainda mais os relacionamentos.

Não posso também me furtar de comentar que não é raro eu ouvir de pessoas que suas orações não têm sido atendidas e isso muitas vezes está explicado em Provérbios 28:25 e Salmos 138:6. Há uma consequência espiritual para o que se julga mais do que realmente é.

Temos de reconhecer que ao sermos mais humildes encontraremos graça e favor diante dos homens e de Deus.

“Senhor, ensina-me a ser mais humilde do que sou e a encontrar em Teu Espírito a força para controlar meu ego. Quero realmente saber o meu lugar e pensar de mim o que convém.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Relacionamentos Saudáveis

“E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; ” (2 Timóteo 2:24)

Do meu ponto de vista, o primeiro passo para uma pessoa ter relacionamentos saudáveis é não ser uma pessoa briguenta. Ainda que dentro de algumas culturas seja comum haver gritarias e discussões que não necessariamente expressem ira ou raiva, eu não consigo concordar.

Para mim o primeiro a gritar é o último a ter razão, seja pelo motivo ou no contexto que for. Mesmo estando certo, quem se põe aos berros perde a razão diante do interlocutor e, para os que estão em volta, dá um mau testemunho complicado de reverter. A pessoa que grita cria um clima de atrito e contenda, que como disse muito bem o apóstolo Paulo, não convém.

Se analisarmos ao nosso redor, onde quer que vivamos, as pessoas mais agradáveis que convivemos e as que mais admiramos são justamente as que, embora tenham e demonstrem sentimentos, não perdem a calma e não entram em contenda. Note que outros versículos corroboram esta percepção:

– palavra branda abranda o furor: Provérbios 15:1;

– o exemplo é ser manso: Mateus 11:29;

– mansidão é fruto do espírito: Gálatas 5:19-22;

– pacificadores são bem-aventurados: Mateus 5:9.

Finalmente, quero dizer que, na minha interpretação, esse versículo não se aplica somente aos líderes mas a todos os cristãos, servos do Senhor, de todas as tribos, povos, raças, línguas e nações, nas mais diferentes expressões do povo de Deus na Terra. Ainda que a carta fora dirigida a Timóteo, um indivíduo, creio ser aplicável a todos nós.

Cabe-nos, portanto, fugir da aparência do mal e cair na simpatia do povo para que o Senhor nos acrescente mais e mais salvos. Ganhemos almas e cuidemos bem delas.

“Senhor, eu quero ser mais e mais manso do que sou. Sei que mesmo sendo imperfeito o Senhor me ama e tem interesse em mim. Ajuda-me”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Crescendo em Oração e Obediência

“Se alguém se recusa a ouvir a lei, até suas orações serão detestáveis.” (Provérbios 28:9)

Quando uma pessoa vem me procurar e diz que suas orações não estão sendo atendidas, fico procurando um forma de ajudar, de abençoar, sem me intrometer na vida pessoal. Na maioria das vezes existe uma soberba ou um pecado oculto que não quer ser abandonado, mas às vezes não é nenhuma coisa nem outra. Veio-me então certa vez este texto e foi tiro na mosca: desobediência.

O desobediente encontra diante de Deus uma resistência, uma oposição, uma indisposição (se podemos usar essa palavra) por parte do Pai em abençoá-lo. Claro, somos abençoados pelo fato de estarmos vivos, de não explodir a casa em que moramos, por termos água a beber e alimento, etc. Mas me refiro àquilo que buscamos como sendo vontade do nosso coração. Jesus disse em Mt 7:7 que se pedirmos receberemos, mas isso deve ser entendido no contexto geral e não de forma isolada.

Deus não tem compromisso nenhum com quem não tem compromisso com Ele, o que pode ser expresso de diversas maneiras diferentes de modo prático. A mais contundente e inquestionável é a obediência – se não obedecemos naquilo em que a Palavra de Deus é clara e cristalina, que compromisso temos? Em que estamos comprometidos se nem no que nos é patente estamos dispostos a sacrificar nossa vontade? Que podemos exigir de Deus se nós não temos nem a intenção de nos comportamos como alguém que foi por Ele comprado por alto preço?

Se quisermos ter nossas orações atendidas e encontrar favor diante do Rei dos Reis, temos de nos dispôr à obediência. Podemos começar com o básico: abrir a Bíblia e ver aquilo que ela nos orienta e que não temos dúvida nenhuma – e colocar em prática. Podemos deixar pra depois o complicado e começar pelo fácil. Comece perdoando, andando a segunda milha, orando mais, proclamando sua fé e assim por diante.

Tenho certeza que as orações nunca mais serão as mesmas – nem a vida cotidiana…

“Senhor, eu quero ser comprometido Contigo pois o primeiro passo já foi dado por Jesus ao morrer por mim. Me ajuda a encontrar formas de praticar a obediência pelo menos naquilo que está claro.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Crescendo em Oração e a Confissão dos Pecados

Estejam, pois, atentos os teus ouvidos e os teus olhos abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; também eu e a casa de meu pai temos pecado.” (Neemias 1:6)

Uma das coisas mais difíceis que tenho visto as pessoas encararem é a confissão. Meditava alguns dias atrás neste ponto e percebi que muito mais duro e difícil do que confessar os pecados à outra pessoa, é muito mais dificil confessar sinceramente para Deus. Ainda que Ele não esteja ali fisicamente ou visivelmente, o fato de saber que Ele sabe de tudo, controla tudo, mexe com tudo e age em tudo… É de cortar.

Mas se olharmos com um mínimo de atenção veremos Neemias pedindo perdão por si mesmo e por toda sua nação, o que alguns inclusive têm dificuldade de aceitar. Concordo que é polêmico, mas temos de aceitar que Neemias confessou os pecados dos filhos de Israel textualmente neste versículo. Basta lermos como o livro discorre os fatos que sucederam para vermos que isso literalmente mudou a história de Israel naquela geração.

Eu não quero fazer doutrina em cima disso, mas gostaria sim de resgatar o verdadeiro valor do arrependimento precedido de uma confissão sincera. Eu errei, eu merecia morrer pelo meu erro (salário do pecado), mas conto com a misericórdia de Deus para ser perdoado e absolvido, pois estou arrependido do meu erro. É até simples, mas é tão pesado e tão difícil.

Sem isso temo pela integridade do cristianismo contemporâneo que se vale de tudo para ganhar tempo e não seguir a cartilha. Temos culto virtual, drive-thru de oração, oferta financeira em campanha – nada disso é heresia, mas eu pessoalmente temo pelo que isso semeia entre nós. Sem tomar a cruz e seguir a Jesus, não tem cristianismo biblicamente embasado. Me pergunto se sobra algo mais do que “nunca vos conheci”.

“Senhor, não me deixe enredar pelos meus erros e cauterizar a minha alma a ponto de perder o caminho da cruz. Ensina-me a confessar, admitir e arrepender de meus pecados.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Ser Igreja Congregando

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18)

Eu não tenho nenhum dúvida que a igreja de Cristo na Terra sou eu, principalmente por causa de 1 Pedro 2:9 e 1 Corintios 6:20. Mas não vejo nada que me indique que eu posso viver sozinho, sem me reunir e sem me sujeitar às autoridades que Deus estabelece no meio do Seu povo. Posso discordar de algumas coisas e de algumas pessoas, mas não posso discordar de Deus nem da Sua Palavra.

A referência de Mateus 16:18 deixa claro que o inferno não prevalece sobre a igreja – não fala nada sobre eu estar sozinho. Paulo escreveu a maioria de suas cartas às igrejas, especialmente Coríntios. Inegavelmente, na minha humilde opinião, sermos igreja é algo sobrenatural e nos dá algum tipo de poder, de revestimento, de unção, de benção, sei lá que termo que seria melhor usar. Chame como quiser, sendo igreja (na pluralidade) temos um “algo” que não temos sozinhos.

Talvez por isso muitos entre nós padecem de tanta dificuldade, por que sabemos que a igreja é o Corpo de Cristo na Terra, seja ela reunida ou dispersa. Mas falar mal dela, não zelar por ela, não estar inserido nela… Isso fere um princípio e não consigo enxergar Deus abençoando isso. Vivemos dias difíceis, eu sei, até mesmo por que minha Bíblia tem 2 Timoteo 3. MAS nem por isso vou deixar de congregar, vou deixar de dar minha contribuição para mudar para melhor.

Concordo que existe um mínimo exigível para se juntar a um grupo, mas temos de ser tolerantes. Só seremos vitoriosos e só triunfaremos sobre o inferno reunidos como igreja. Jesus reuniu pessoas. Apocalipse mostra sempre multidões. Não posso crer que tudo que Paulo escreveu nas cartas era para usarmos em separado. 1 Corintios 14 não tem o menor sentido para uma pessoa só e, sinceramente, se classificarmos aquilo como coisa de época, colocamos em cheque coisas demais. Não dá pra mim. Tenho de congregar, tenho de somar.

“Senhor, ajuda-me a entender e participar de algo do Senhor em termos de igreja local. Ajuda-me na dificuldade de me enquadrar e me doar junto de algum grupo local.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Crescendo em Oração ao Orar por Outros

“E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.” (Neemias 1:4)

Neemias me ensina muitas e tantas coisas que nem sei explicar. As numerosas lições deste livro para alguém que gerencia alguma coisa, especialmente um projeto como foi a reconstrução do muro, é notável. Este verso foi um destes.

Note que tudo na vida de Neemias estava alinhado, em ordem. Ele era um servo, mas como dizemos hoje ele tinha um bom emprego, uma boa condição de vida. Dentro da realidade de seu tempo, tantos eram escravos nas lavouras, fazendo tijolos ou mineirando, mas ele era copeiro do Rei, vivia no palácio. Se lermos este primeiro capítulo com o mínimo de cuidado o que veremos é alguém que achava favor diante do Rei. Neemias era respeitado, era bem conceituado, era alguém digno.

Este mesmo Neemias chorou amargamente pelo seu povo e pela sua cidade, mesmo não convivendo com os problemas que ela vivenciava. Note que não apenas chorou, o que muitos de nós já têm tido dificuldade ou incapacidade de fazer, mas ele lamentou, ele jejuou e ele orou.

Meu querido leitor, quando vivemos dias de serenidade, de paz, de tranquilidade, temos de lembrar de nossos irmãos e compatriotas que sofrem. Me refiro tanto àqueles cujo coração endurecido busca repouso longe do arraial da bênção de Deus, como por aqueles que passam por dificuldades terrenas. Podem ser dificuldades materiais, financeias, de saúde, como podem ser emocionais, sentimentais, de relacionamentos, a dor de uma perda. Ontem faleceu um homem que nunca conheci, mas sou muito chegado de um cunhado e de sua irmã. Meu coração sentiu o peso, mas isso durou alguns minutos. Para Neemias foram alguns dias. Preciso aprender com ele a ter este coração.

Certamente Neemias continuou com seus afazeres e responsabilidades, sem ter sido negligente com suas obrigações, mas encontrou tempo para orar e clamar a Deus por um problema que nem era diretamente dele. Isso, meu querido, é amadurecer na vida de oração.

“Senhor, não me permita esmorecer naquilo que sei que preciso fazer. Ajuda-me e fortalece-me para que eu aprenda a orar por outros e não apenas por mim mesmo.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Ser Igreja II

“Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” (Hebreus 10:25)

Ser igreja na Terra está cada vez mais difícil. Parece, aos olhos humanos, que se foram os dias em que as pessoas se importavam umas com as outras, abriam mão se seus interesses, operavam maravilhas e sinais no poder do Espírito Santo…

Mas posso assegurar que só parece! Seguramente a igreja de hoje tem todos os recursos para fazer o que se fazia nos dias de Jesus na Terra, ou do apóstolo Paulo, ou dos heróis de quem ouvimos falar como sendo uma lembrança tão distante. Temos o Espírito Santo do Deus Vivo, tudo que precisamos é santidade e dedicação. Este versículo de Hebreus é para mim uma referência: vamos congregar sim, vamos nos corrigir e motivar uns aos outros. Muito mais hoje, 21 séculos depois, pelo motivo simples e claro: nunca esteve tão perto o cumprimento das promessas e especialmente da volta Daquele a quem anseia minha alma.

Temos de aprender que, para congregar, temos de conviver com algumas coisas que não gostamos, pois assim como somos imperfeitos os outros serão. Se encontramos uma congregação, seja debaixo da denominação que for, na qual vemos a intenção sincera de adorar a Deus, os princípios mais básicos da fé cristã são respeitados com zelo – o que nos falta? Algo de empatia e estilo é bem vindo, claro. Mas não podemos usar a falta de perfeição como desculpa.

É triste ver que hoje pessoas não congregam por achar a igreja uma instituição falida ou apenas um bando de homens reunidos sem importância. É triste. Encontre um grupo que se reúna para adorar a Deus em torno de Sua Palavra e proclame a Jesus Cristo como Único Salvador e Senhor. É tudo de que precisamos. Não precisa ter CNPJ nem conta bancária, não precisa nem de endereço físico. Tudo isso é bom, ajuda, eu gosto, faz bem, organiza. Mas se é isso que incomoda encontre um grupo “solto”. Mas não deixe de reunir-se com o povo de Deus.

Somos melhores juntos, nos complementamos juntos, podemos juntos mais do que eu jamais poderei sozinho.

“Senhor, ajuda-me na minha dificuldade de congregar, meu senso crítico e minha auto-estima exagerada que fazem parecer que lugar nenhum é bom o bastante. Ajuda-me a congregar para Te adorar.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Ser Igreja

“Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” (Lucas 15:7)

Um rei tinha uma filha. Quando esta cresceu, um rapaz candidatou-se a casar com ela, por conta de ser um bravo cavaleiro, de família nobre e inteligente – digno portanto do trono. O rei, cauteloso, decidiu testar o jovem, não com uma batalha, mas com um desafio diferente.

Chamou-o e mandou que se preparasse para uma viagem longa e perigosa até um reino vizinho. Preparado, o jovem apresentou-se ao rei, que lhe deu um bilhete, um cavalo e um pacote de diamantes. Disse-lhe apenas “leva este bilhete ao rei, ele te dirá o que fazer. TOMA CONTA DO MAIS IMPORTANTE!!!”. Ao sair dali o jovem dedicou-se aquela missão com todo seu vigor. Costurou o bilhete em seu casado, pôs os diamantes na sola de suas botas e encilhou o cavalo.

Viajou sem dormir até que chegou ao destino, entregou o bilhete ao rei e aguardou suas novas ordens. O rei abriu o bilhete, leu seu conteúdo, rabiscou alguma coisa sobre ele, fechou-o e disse “apressa-te em retornar”. O jovem quis mostrar-lhe os diamantes mas o rei nem quis vez. E assim se fez. De tanto cavalgar o cavalo estava completamente exausto e estropiado, mas venceu a jornada. Chegou de volta ao futuro sogro e apresentou-se dizendo “entreguei o bilhete, não perdi nenhum diamante, mas o cavalo era meio fraco e quase morreu. cuidei do mais importante, como me ordenaste, ó rei.”.

O rei entristecido abriu o bilhete e leu ao jovem onde dizia “Querido irmão, saúde! este moço anseia casar-se com tua sobrinha e estou a testá-lo. Dei a ele meu melhor cavalo e algumas pedras sem valor. Se ele te pedir cuidados para os cavalos, está bem assim. Se ele só tiver olhos para as pedras, é um ganancioso materialista, então manda-o de volta.”

O mais importante era o cavalo. A VIDA sempre é mais importante. O que é o mais importante para você? A vida ou as pedras?

SER IGREJA É CONHECER ESTE CONTO DE COR, NÃO NA MENTE MAS NO CORAÇÃO E NAS ATITUDES.

“Senhor, tem misericórdia de mim que tantas vezes me iludo com o brilho das pedras deste mundo e deixo passar despercebido o verdadeiro tesouro ao meu redor: Teus filhos.”

Mário Fernandez