Mário Fernandez

Um Maior

“Sede fortes e corajosos, não temais, nem vos assusteis por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele; porque um há conosco maior do que o que está com ele. Com ele está o braço de carne, mas conosco, o SENHOR, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras. O povo cobrou ânimo com as palavras de Ezequias, rei de Judá.” (2 Crônicas 32:7-8 ARA)

Só de se falar em perseguição na igreja e todo assunto similar, que traga o senso de conflito, temos uma multidão se apavorando. Conheço gente que ora mais pelos perseguidos dos países asiáticos do que para o próprio marido se converter. Não sou contra nem uma coisa nem outra, mas acho que, às vezes, nosso povo dentro da igreja super-estima o inimigo.

Os poderosos que nos são contrários podem e geralmente são mais poderosos do que nós, isso é fato e não precisa muita explicação. Por isso mesmo sempre digo que não podemos andar sozinhos, pois Aquele que pode todas as coisas tem de estar conosco. Aqui o texto diz “há conosco um maior”, em perfeita sintonia com 1 João 4:4 e outros textos correlatos.

Meu receio é subestimar Aquele que é maior do que o que está no mundo. Vejo pregadores, evangelistas e principalmente membros das igrejas valorizando demais as obras do inimigo e dando uma sensação de que a cruz não representou muito. Fica parecendo que o maior não pode mais que o menor. Não sou triunfalista, mas é preciso reconhecer que vitorioso é quem vence, ponto final. Meu Deus é poderoso e ponto final. É maior do que aquele que está no mundo e ponto final. O acerto entre eu e Ele é outro assunto, mas que Ele é maior, é.

Será que não estamos nos furtando de batalhar por santidade e consagração por mera preguiça ou comodismo? Será que não valorizamos demais o que o olho pode ver, no caso dos problemas, e menosprezamos com isso uma cura invisível? São ótimas perguntas.

“Pai, não quero negligenciar minhas batalhas, mas preciso confiar mais em Ti. Ensina-me a caminhar confiante sem ser soberbo.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Fé Famosa

FÉ FAMOSA

“Primeiramente, dou graças a meu Deus, mediante Jesus Cristo, no tocante a todos vós, porque, em todo o mundo, é proclamada a vossa fé.” (Romanos 1:8 ARA)

Muito legal o apóstolo Paulo mencionar os irmãos em Roma como pessoas cuja fé atravessou fronteiras. A fama da fé daqueles irmãos era internacional. Fico me perguntando, em meio a estas tantas meditações, como isso pode ter acontecido.

Hoje vivemos um tempo onde tudo é muito passageiro, muito efêmero, em geral não se valoriza históricos e estabilidades. Os casamentos já não duram tanto, as empresas já não duram tanto, assim como os empregos. A cultura do descartável nos faz pensar que assim como um eletrodoméstico barato não compensa ser consertado, justamente por que o novo é tão barato, tudo pode ser assim. Se a igreja não me agrada descarto, se meu casamento não me faz feliz descarto, se meu emprego não é bom eu descarto. Isso é perigoso.

Também não estou dizendo que devamos nos ancorar em zonas de conforto onde tudo é como é e ponto. Mas há de existir um equilíbrio, um meio termo, um ponto razoável no qual possamos ao mesmo tempo cultivar alguma coisa que nos seja satisfatória, mas que dure algum tempo.

Assim deve ser com a fé. Desapontamentos e decepções fazem parte da vida. Se para cada disssabor eu quiser abandonar minha fé então sou muito frouxo. Ou, talvez, nunca tenha crido realmente em nada com profundidade. Preciso avaliar tudo isso, do contrário jamais a minha fé se tornará como a dos romanos, conhecida e reconhecida.

Curiosamente ou não, diversos lugares que foram berço do cristianismo hoje são territórios predominantemente muçulmanos ou judeus, a exemplo de Jerusalém. Roma, por outro lado, continua sendo um ponto de referência do cristianismo.

O mundo precisa de referências neste tempo. A nossa fé deve ser uma delas.

“Senhor, ajuda-me a ter uma fé firme a ponto de se tornar conhecida em outros lugares.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Fim da Confusão

“E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.” (Atos 2:6)

Esse episódio narrado em Atos 2, na minha concepção, é o fim da era de Babel. No evento de Genesis 11 Deus confundiu a linguagem das pessoas para que não se comunicassem e com isso frustrou seu propósito. Estavam unidas, motivadas, capacitadas, equipadas e envolvidas num grande projeto – fazer uma torre para ficarem famosos e receber glória. Neste texto de Atos, Deus faz totalmente o inverso. Inicia-se um tempo em que as pessoas começam novamente a se entender, conseguem comunicar-se e podem novamente se unir. O detalhe é que agora não será para construir uma torre física, mas uma casa espiritual.

Se Deus não nos quisesse unidos não investiria nesse episódio. Note que o verso 11 logo abaixo diz que os estrangeiros entendiam em seu idioma “das grandezas de Deus”. O objetivo me parece muito claro: Deus iniciou um tempo em que devemos nos entender. Tristemente não tem sido isso que temos visto, mas ainda é tempo de revertermos o cenário.

Se tivermos disposição para sermos tolerantes naquilo que não nos é essencial, se nosso foco for em santidade e intimidade com Deus, tenho total certeza de que poderemos fazer muito mais do que fazemos. Podemos ir mais longe do que jamais fomos, podemos alcançar o que nunca alcançamos. Deus tem muito pra fazer nesse mundo, mas nós somos os “limitadores”, pois, ele decidiu no passado usar homens e mulheres, pessoas de carne e osso. Se não houver quem clame as pedras clamarão. Mas proclamar as maravilhas desse grande Deus é obra humana, não são os anjos que farão isso.

É isso, meu irmão, ou continuar vivendo nos dias de Babel, numa confusão literalmente desgraçada.

“Senhor, obrigado por fazer tudo de forma maravilhosa. Ajuda-me a encontrar forças para andar em unidade com minha liderança, meus irmãos e com Tua legítima igreja na Terra.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Amor e Relacionamento

“Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 8:39)

Precisamos entender que o amor de Deus é uma coisa e outra é ser aprovado por Ele. Diferente de ser amado é ter um relacionamento de intimidade. Deus amou a todas as pessoas a ponto de mandar Jesus Cristo morrer na cruz por elas. Mas nem por isso esse amor foi correspondido e isso implica em um relacionamento falho.

Davi foi chamado de homem segundo o coração de Deus, mas Abraão era amigo de Deus. Enoque andou com Deus e foi arrebatado, mas Moisés era quem falava com Ele cara-a-cara. Para Josué Deus se mostrou na forma de um soldado, para Elias foi uma calmaria depois de tempestades, fogo e terremoto. Os relacionamentos são diferentes, o que não significa que Deus amou mais a estes homens no passado do que te ama hoje.

E no seu caso, como é o relacionamento? Eu já fui um homem de calmaria, como Elias, que esperava o vento impetuoso e o terremoto passarem para encontrar a face do Pai no manso e suave, muitas vezes do silêncio. Hoje mudei um pouco, mas não acho que seja progresso, apenas mudança. Outros gritam e pulam, como se estivessem com o dedo na tomada elétrica. Outros simplesmente caem de joelhos. Outros ainda são diferentes. Uns afirmam ver anjos, eu não vejo nada.

Não importa como, o importante é você entender que Deus tem um relacionamento com você e deseja melhorá-lo. Nada poderá separá-lo do amor Dele, mas poderá afastar o relacionamento e esfriá-lo, obviamente por repulsa de um Deus santo com atos e pensamentos nada santos. Não tem nada a ver com estilo, mas com essência. Deus fala comigo e creio que fale contigo também. Se eu ou você conseguimos ouvi-lo e ou se conseguimos entender o que Ele disse, já são outros temas. Não permita que as circunstâncias ao seu redor reduzam o interesse de Deus estar em relacionamento cada vez mais íntimo.

Isso se faz estabelecendo valores do Reino de Deus e abrindo mão do paganismo, do mundanismo, do materialismo. Orando, evangelizando, santificando-se na Palavra de Deus a cada dia. Dá trabalho, mas vale a pena.

“Deus de amor, nada me separa do Teu amor, eu creio nisso.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Demorou, Dispersou

“Mas vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.” (Êxodo 32:1)

Exemplo excelente de que o povo tem memória curta, para o bem e para o mal. Acabaram de sair do Egito, acabaram de ver maravilhas pela mão do Senhor e já se desfizeram de tudo. A promessa do Senhor pode parecer tardia, mas nós temos de encarar e entender isso como um teste e não como abandono por parte do Pai. Ele nunca desiste, nós é que desistimos.

Fico inclusive pensando o que seria tardar muito. Será que levou um dia? Ou uma semana? Será que Moisés ficou o mês inteiro naquele monte? Certamente para Moisés não pareceu muito tempo, mas foi o suficiente para o povo desistir de esperar por ele.

Pior do que isso, não foi nem a desistência, mas a atitude tomada. Deus estava demorando, então resolveram escolher outro deus. Simples assim. É tão absurdo que não sei se tenho vontade de rir ou de chorar, fico sinceramente em dúvida. Mas o pior do pior de tudo é que hoje não é tão diferente. Vejo pessoas cambaleando entre igrejas e outras opções não cristãs para “resolver” seus problemas, num sincretismo alarmante. Vejo também pessoas que perambulam entre uma igreja e outra como quem está dentro de um shopping center tentando comprar um artigo que não encontra. Sem fidelidade a ninguém, sem vínculo com qualquer um, sem apresentar qualquer crescimento.

O povo mudou mas continuamos com o mesmo comportamento, esquecendo dos grandes feitos do Pai e partindo para outras soluções. Ouvi um abençoadinho dizendo que não tinha tempo de vir na reunião de oração porque estava desempregado. Meu Deus… Deveria vir o dobro, estava desempregado – precisava de solução e tinha tempo. Misericórdia.

É chegado o tempo, se já não é tardio, em que devemos persistir até que o Senhor mande-nos parar ou mudar. Deixar de lado o espírito de mariposa que não tem ninho em lugar nenhum, para encontrar um lugar onde ser bênção.

Deus está em todos os lugares, é verdade. Mesmo no arraial de um povo que fez bezerros de ouro. Alerto que isso não significa muita coisa…

“Pai, tem misericórdia de nós que desistimos com tanta facilidade. Precisamos persisitir na convicção daquilo que o Senhor já falou. Ajuda-nos, por favor.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Você pode orar comigo?

“… e orai uns pelos outros … Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” (Tiago 5:16 ARA)

Tenho notado um comportamento que é preocupante. Noto inclusive que sou cúmplice, e não apenas vítima, do problema.

O problema: as pessoas não mais oram uns pelos outros. Tenho visto as pessoas conversarem e muitas vezes até chegam a compartilhar suas necessidades. No máximo tenho ouvido alguém dizer: “vamos lembrar de orar por você”. Quando oram, gastam a maior parte do seu tempo orando por si próprios e por suas necessidades.

Vejo também as pessoas compartilharem coisas boas que aconteceram durante a semana. A conversa toma um rumo positivo e elas se alegram. Mas fica como se tudo aquilo tivesse acontecido por tinha de acontecer e pronto. Poucas vezes se reconhece que a ação e proteção de Deus estiveram em ação. As pessoas não oram para agradecer a Deus o que Ele fez e permitiu acontecer.

Por que não orar agora? Por que não aqui e neste momento? Por que não juntos? Tem medo de que, se começar a fazer isso, vai orar tanto que os outros vão pensar que você ficou fanático?

Quantas vezes as pessoas chegam às nossas igrejas com o coração apertado e tudo o que precisam é saber que alguém se importou o suficiente para apoiá-la em levar suas causas e dores para Deus. Saberem que não apresentaram suas súplicas sozinhas. E não se engane, chamar todos à frente e fazer uma oração coletiva não supre essa carência.

Fique atento, muitas vezes Deus dará a incrível oportunidade de abençoar uma pessoa simplesmente acompanhando até a presença do Pai.

“Senhor, ajuda-me a incluir a oração PELOS e COM meus irmãos na minha lista de hábitos.”

Vinicios Torres

Mário Fernandez

Linhagem Real

“Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio.” (Hebreus 7:14)

Eu conheço gente muito rica, gente muito pobre, gente de família tradicional e gente sem origem importante, nos quais eu me incluo. Não sou descendente de nenhum monarca, político, fazendeiro ou homem de grandes bens. Meu pai era um simples imigrante que veio da Espanha literalmente sem nada. Assim de semelhante modo foi com Jesus.

Havia nos dias do Senhor sobre a terra, famílias importantes e linhagens reais. O certo, pela lógica judaica, seria Jesus de Nazaré nascer em outro lugar, não em Belém, e ser descendente de Levi. Imagine, o ungido deveria ser levita. Mas não, a lógica do Pai é invertida. Assim também será contigo e comigo, se nos dispusermos a deixar Deus fazer o que pretende em nossas vidas.

No meio de uma roça, num sítio muito muito pobre, Deus gerou há meio século atrás um homem de visão que hoje é o anjo de uma igreja com milhares de pessoas, entre as quais me incluo. Improvável. Não é errado ter uma origem familiar importante, ter estudado em boas escolas e ter tido um infância privilegiada, mas nada disso vale para Deus. É indiferente, sem importância alguma. O que vale é seu coração, seja qual for sua origem.

Seja a sua origem qual for, de uma grande linhagem ou simples como a minha, você decide por si mesmo o quanto Deus poderá usá-lo. Não pense que foi fácil para Jesus ou para os grandes homens da história. Decida e siga o caminho. Não importa o quanto você seja fraco, pequeno ou sem recursos. Sua oração pode salvar vidas e isso só exige tempo e vontade, além de sinceridade. Não precisa dinheiro nem de eloquência, o mais simples na boca de um criança inocente é um mover tremendo.

Não permita que a falta de um passado ou de um histórico brilhante seja impedimento. Para Jesus não foi. O grande ensino é que não precisamos de nada mais além do que temos. Deus fará o restante com grande poder. Decida-se.

“Senhor, não quer ser só mais um caminhando por aí, quero ser relevante e fazer diferença. Usa-me para escrever uma parte da nova história daqueles que vivem ao meu redor.”

Mário Fernandez

Mário Fernandez

Obediência

“Então profetizei como se me deu ordem. E houve um ruído, enquanto eu profetizava; e eis que se fez um rebuliço, e os ossos se achegaram, cada osso ao seu osso.” (Ezequiel 37:7)

Meu querido leitor, é mais importante obedecer a Deus do que compreender ou concordar. Não creio que Ezequiel fosse tão diferente de nós, até por que no verso 3 sua resposta sugere alguma dúvida. Mesmo assim ele obedece e isso gera vida onde só havia morte.

Pofetizar vida onde só há morte: esse é o centro do ensino deste impressionante capítulo das Escrituras que para mim.

Se cada um de nós tomar para si esta ordem e esta visão, o mundo vai mudar diante de nossos olhos. Casamento destruído é osso seco. Falência financeira é osso seco. Câncer, leucemia, lupus, seja a doença que for, é tudo osso seco. Depressão, falta de vontade de viver, é tudo osso seco. Filhos desviados, relacionamentos familiares corroídos, é osso seco. Aleluia, os ossos podem voltar a viver. Basta que um sujeito normal, apenas chamado por Deus tome para si o papel de profeta e profetize.

Eu fico imaginando a cara de Ezequiel quando viu os ossos se movendo e criando carne. Eu fico com os olhos aguados de imaginar, aqui, tantos séculos depois. Imagine ao vivo. Eu sou testemunha ocular de muito osso seco criando vida, para glória do Senhor. Casamentos têm sido restaurados depois de duas décadas de rompimento. Curas têm sido manifestas quando os médicos diziam que nada mais podia ser feito. Gente que queria morrer está saltitando e alegrando os demais. É vida nascendo da morte.

A matéria prima de Deus é qualquer coisa, inclusive o “nada”. Olhe para seu osso seco e imagine nele vida. Profetize sobre ele vida. Veja o que não está ali para ser visto – isso se chama fé.

A opção é ficar sentado se lamentando daquilo que poderia ser tão diferente quanto um ser humano vivo é diferente de um osso sequíssimo. Você decide.

“Senhor, ajuda-me a encontrar forças e a mudar de atitude. O osso seco não precisa de ajuda, quem precisa sou eu. Eu quero ver o invisível e profetizar vida sobre a morte.”

Mário Fernandez