“Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres?” (João 8:33 ARA)
Ótimo exemplo de um diálogo mal sucedido – Jesus falando de uma liberdade e eles de outra. Para piorar, os judeus aqui em questão falaram uma bobagem de ordem histórica. Já haviam sido escravos do Egito, da Assíria, da Babilônia e naquele exato momento eram oprimidos por Roma. Como assim “jamais fomos escravos”? Nem mesmo no sentido literal isso seria verdade.
O que acontece é que eram pessoas que estavam tendo um primeiro contato com Jesus e ainda despreparadas, falavam coisas que eram mera inércia de suas tradições. Assim também muitos hoje, em nossas igrejas, na melhor boa vontade do mundo (quero eu crer) acabam falando e se comportando como sabem, por falta de mais tempo de caminhada com Cristo.
O problema todo é que o rumo da conversa se perdeu horrivelmente nos próximos versículos, pois o que deveria ser um ensino virou um debate. O cerne da questão foi o assunto de sempre – não reconhecer o pecado como pecado. Para aqueles homens, Jesus estava errado e eles estavam certos. Chegaram a dizer que ele tinha demônio, uns 15 versos adiante. Prisioneiros do pecado agem como prisioneiros, não conhecem a verdadeira liberdade.
Precisamos tirar disso duas lições importantes: primeiro, nem sempre o que sabemos e temos por convicção será de Deus e portanto precisa ser examinado diante da única régua que mede fielmente as coisas de Deus – a Bíblia, a Palavra de Deus. Isso pode acontecer com qualquer um de nós que prefira prevalecer com sua palavra sem atentar para a Sua Palavra. Segundo, quem é liberto pela verdade de Cristo, pratica as obras de Cristo. O texto todo é muito claro em relação a isso – ser de Jesus não é frequentar igreja, nem dar dízimo, nem orar e nem mesmo ser pastor. Ser de Jesus é fazer as coisas como Jesus quer que sejam feitas, mesmo tentando e nem sempre conseguindo por não ser perfeito.
Vida com Deus é vida de liberdade para agir certo, livre da escravidão do erro.
“Pai, mostra-me o que devo mudar em meu modo de viver e em minhas atitudes para que eu, de fato, transpareça que sou Teu. Ensina-me a andar nos Teus caminhos.”
Mário Fernandez
