Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Conviva Com Eles

“Os quais temos ouvido e sabido, e nossos pais no-los têm contado. Não os encobriremos aos seus filhos, mostrando à geração futura os louvores do Senhor, assim como a sua força e as maravilhas que fez.” (Salmos 78:3-4)

Na sociedade moderna os pais entendem que dar ao seu filho tudo o que pedem é uma demonstração de amor. Talvez façam isto para compensar sua ausência em casa, ou sua falta de participação na vida de seus filhos.

Na dinâmica atual, pouco tempo após o filho nascer, a mãe necessita voltar a trabalhar. Assim, entrega seu filho aos cuidados de outra pessoa numa creche.

Quando o pegam na escolinha e chegam em casa, estão tão cansados que querem apenas um tempo um para o outro e, muitas vezes, nem para eles mesmos concedem uma parcela do tempo, mas somente a si mesmos. Consequentemente o filho fica sem os cuidados da mãe e do pai.

Neste contexto fica muito difícil criar uma amizade com os filhos, pois uma amizade com eles se baseia em ter os pais presentes, disponíveis e ouvintes.

Nós optamos pela Telma ficar em casa e dar atenção aos nossos filhos, mesmo que significasse um recurso menor para a família e a necessidade de eu trabalhar um pouco mais. Com isto, não podemos viver consumindo itens de marca, mas podemos desfrutar de uma família mais sólida, o que não significa não ter problemas, mas sim, ter uma melhor estrutura para passar por eles.

Ao fazer assim, resolvemos uma parte do problema, pois acontece de eu ter que viajar por muito tempo. Certa vez fiquei dois anos passando em casa somente o final de semana. Saía na segunda-feira cedo para outra cidade e voltava na sexta-feira a tarde.

Nesta situação o convívio fica bem dificultado. Mas Deus concedeu sabedoria à minha esposa, que enquanto eu viajava contava histórias aos nossos filhos em que eu era um dos personagens. Esta era uma forma que ela usava para que eu estivesse presente emocionalmente. Quando estava em casa procurava ter um tempo de qualidade com eles para suprir suas necessidades emocionais.

Isto me lembra o caso de um pai que saía muito cedo, antes do seu filho acordar, e chegava muito tarde após seu filho ir dormir. Então ele tive a ideia de escrever bilhetes ao seu filho e deixar na sua cabeceira.

Estes bilhetes sempre tinham uma palavra de amor e afirmação ao seu filho. Conclusão, este filho cresceu sem ver muito seu pai, mas nunca teve problemas com isto, na verdade sempre sentiu seu pai presente, mesmo que fisicamente não estivesse ali.

O papel do pai presente será fundamental na vida adulta dos filhos, pois este é transferido para a figura de Deus. Se temos um pai presente, confiável, que cumpre suas promessas e que é amigo, entenderemos Deus como sendo assim também.

Conviver com os filhos e estar presente é um desafio aos pais, mas quando há o desejo de expressar o amor que está em nossos corações, o Espírito Santo irá nos ajudar a manter a família unida, coesa num mesmo propósito.

Está na mão do pai fazer com que seus filhos confiem em Deus e tenham amizade com Ele.

Talvez seja por isto que o mundo anda tão descrente de Deus, pela falta de pais que exerçam seu chamado junto à família com dignidade, olhando as necessidades de sua esposa e filhos primeiramente e depois as suas próprias.

Devemos nos lembrar das palavras de Jesus: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo!”

“Senhor Jesus, que eu possa ser sábio em usar o meu tempo de maneira a que meu lar seja edificado em Cristo. Que eu possa ser um pai/mãe em que meus filhos possam se espelhar e ser meio pelo qual possam vir a te conhecer. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Esteja Presente

“Então o rei ficou profundamente triste. Subiu à sala que ficava por cima do portão e começou a chorar. Ele andava para lá e para cá e gritava: — Ó meu filho! Meu filho Absalão! Absalão, meu filho! Eu preferiria ter morrido no seu lugar, meu filho!” (2 Samuel 18:33)

Na passagem do Velho Testamento que encontramos em 2 Samuel há um choro de angústia de um pai. Davi, o homem segundo o coração de Deus, havia errado na criação de seu filho Absalão, culminando com a sua morte.

Tudo começa quando um dos filhos de Davi se enamora de uma meia irmã. Este segue os conselhos de um rapaz mal intencionado que lhe dá a sugestão de forçar sua irmã a ter relações com ele. Enquanto isto Davi estava alheio a tudo que acontecia, ocupado que estava com suas atividades como rei de Israel.

Davi não atendia seus filhos em geral, assim como muitos de nós, como pais, também nos ocupamos de nossas atividades diárias e delegamos tudo que acontece com a família para nossa esposa. As esposas são excelentes no que fazem, mas o fato é que há papéis que o homem, como pai, deve desempenhar e não tem quem possa fazer por ele.

Quando abdicamos de nosso papel alegando preocupação com o trabalho, necessidade de trazer o sustento para casa, necessidade de dedicação pelo início de carreira numa empresa e inúmeras outras alegações como estas, nós abrimos a porta para que alguém tenha acesso ao coração de nossos filhos. Estas pessoas poderão lhes encaminhar bem na vida, ou desencaminhá-las de forma desastrosa.

Seu filho Amnom consumou o ato com Tamar e em seguida a abandonou. Se ao menos ele tivesse honrado o que fez, seria menos pior, mas apesar de ser filho de Davi, não possuía as mesmas qualidades de seu pai, mesmo porque não havia sido ensinado por ele.

Davi ficou sabendo, irou-se mas não fez nada, enquanto Absalão seu irmão recebeu Tamar em sua casa e cuidou dela. Dois anos se passaram e Absalão arquitetou uma forma de matar Amnom e depois fugiu para outra cidade.

Apenas três anos depois é que Davi chamou Absalão de volta para Jerusalém. Passaram-se dois anos e Davi não se encontrou com ele. Então determinou em seu coração fazer uma revolta contra seu pai pois havia amargura e ira no seu coração. Para ele seu pai era um homem que não se importava com ele e nem com seus sentimentos.

Muitos de nossos filhos se encontram exatamente assim como Absalão. Acabam se revoltando contra seus pais, não lhes obedecem mais e sequer desejam contato com els. A distância acaba aumentando até que fica insustentável as duas pessoas, pai e filho, estarem juntos no mesmo local.

E pensar que tudo começou da falta de atenção do pai para com o filho.

Absalão organizou a revolta e usando das fraquezas de Davi criticou-o, mudando o coração do povo que passou a apoiá-lo em suas pretensões de governar, crendo que faria algo muito melhor do que seu pai.

Instala-se no palácio real enquanto Davi fugia com sua comitiva. Inicia-se uma perseguição a Davi por parte de Absalão. Davi dá ordens aos seus soldados que nada façam com Absalão, mas Joabe acaba por matá-lo a flechadas.

O versículo que lemos acima é exatamente quando Davi recebe o relato da morte de Absalão. Um fim trágico para uma família.

Cinco anos de negligência cobraram seu preço. Davi expressa seu desejo de dar a sua vida pelo seu filho morto, mas enquanto vivo não lhe havia dado sequer uma parte do seu tempo – não esteve presente.

A casa de Davi teria um clima e resultado diferentes se ele tivesse estado presente para seus filhos.

Nossos filhos não precisam de muito tempo junto de nós, mas precisam ter um tempo de qualidade com frequência, para que possam ser firmados em sua identidade e saibam agir como homens espelhando-se em seu pai.

Lembre-se que nunca é tarde para mudarmos nossos hábitos e que precisaremos de mais ou menos tempo para ajustar nossos relacionamentos de acordo com a distância que nossos filhos possam estar de nós devido à falta de atenção.

“Senhor Jesus, me auxilia para que possa ter o discernimento de organizar minha vida de forma a dedicar tempo ao que realmente importa. Auxilia-me nos afazeres do dia a dia para que possa ter tempo para estar com os filhos e com a família e assim possa mudar a história da minha casa. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Orando Com os Filhos

“Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR, que o inclina a todo o seu querer.” (Provérbios 21:1)

Nós sempre fizemos nossos cultos domésticos, os quais sempre foram motivos para os nossos filhos se prepararem para o momento esperado.

Marcávamos um certo dia e horário e todos se preparavam, escolhendo músicas e versículos para pregar, pois às vezes dávamos a oportunidade para eles realizarem o culto.

Certo dia, cheguei do trabalho e realizamos nosso cultinho. Um deles pegou as tampas de panela da Telma e uma colher de pau e usou como instrumento para tocar bateria no culto, a nossa filha cantava e o menino mais velho pregava.

Neste dia, após as canções, a pregação da Palavra foi no Salmo 133. Ele usou apenas o primeiro versículo dos três deste salmo, e falou bem, mas se usasse os outros dois versículos poderia ter pregado um pouco mais sobre o tema comunhão. Então lhe disse:

— Este salmo tem apenas 3 versículos, poderia ter lido todos eles e explanado.

Com muita segurança ele respondeu:

— Esta tarde estava orando sobre o que pregar e o Senhor me deu palavra apenas para este versículo.

Queridos, eu fiquei desconcertado. Um menino de uns 9-10 anos falando com uma segurança que muitos adultos não possuem. Esta segurança ele havia obtido em oração, na qual havia sido ensinado pelos seus pais e, mais do que isto, vivenciado em família observando seus pais.

Aquele que tocava nas panelas hoje toca bateria na igreja em louvor ao Nosso Deus, assim como prega a Palavra e é conselheiro de adolescentes. O outro é pregador da Palavra e conselheiro de jovens.

Hoje, todos eles cresceram e devido aos horários diferentes, usamos os períodos das refeições para falarmos da Palavra. Ocorre de muitas vezes ficarmos bastante tempo falando da Palavra e aprendendo um com o outro, e este tempo torna-se um momento especial em família.

Temos ensinado o mais novo na Palavra e na oração. Toda noite oro com ele e certo dia pedi a ele que orasse. Ficou um pouco sem jeito, então comecei a ensinar como deveria orar.

Jesus também ensinou seus discípulos a orar e lhes deu a oração do Pai Nosso. No meu caso expliquei a ele as etapas de uma oração conforme o Pai Nosso e depois fui gradativamente deixando ele formular orações mais longas.

Hoje ele ora pelas refeições e por si mesmo sempre que necessário, mas um dia aconteceu algo pitoresco.

Logo que o ensinei sobre como orar, acabei precisando viajar a serviço. Naquela noite, Telma o colocou na cama e perguntou:

— Quer que eu ore por você?

— Não precisa mamãe, o papai já me ensinou a orar, eu mesmo oro.

Nem preciso dizer que a Telma ficou maravilhada, pois enche os nossos corações de alegria quando nossos filhos aprendem conosco e reproduzem nossos atos. Por isto, que nossos atos sejam sempre de amor e compreensão.

Muitas situações em nossas vidas são superadas primeiramente na oração e depois pela fé se tornam realidades.

Telma sempre fez uma oração muito bonita e sábia pelos nossos filhos:

Que eu possa ser a mãe que meus filhos precisam ter para que na fase adulta não tenham dificuldades no relacionamento com as pessoas e com Deus. Amém!

Ela ora assim porque o que somos pode influenciar a forma como nossos filhos são educados, e assim, estava sempre disposta a ser moldada por Deus a fim de que nossos filhos pudessem ser como são.

O nosso chamado como pais é de formar filhos sadios e preparados para a vida e isto só pode ser obtido indo até o Autor e Consumador do Gênero Humano através da oração.

O versículo acima nos diz que Deus é aquele que inclina o coração de qualquer pessoa, até da maior autoridade existente na terra, o rei. Isto se estende ao cônjuge e aos filhos.

Portanto, leve tudo a Deus em oração, pois se há algo que necessite ser mudado na vida dos seus filhos ou cônjuge, Deus os inclinará, mas se for na sua própria vida, Deus lhe mostrará o que precisa fazer para alcançar a vitória.

Apenas ore, confie e continue sua caminhada. Certamente irá colher as bençãos.

“Senhor Jesus, que eu possa ser o pai/a mãe que meus filhos precisam ter para que na fase adulta não tenham dificuldades no relacionamento com as pessoas e com Deus. Atua em nossos corações e traga paz e harmonia ao nosso lar. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Formação pela Disciplina

“Pereceria sem dúvida, se não cresse que veria a bondade do Senhor na terra dos viventes. Espera no Senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no Senhor.” (Salmos 27:13-14)

Um dos nossos filhos é bastante criativo e como sabem, os criativos normalmente são um pouco desligados com as questões ao redor, tal como a disciplina. Neste sentido foi bênção ele ter feito todo o segundo grau no Colégio da Polícia Militar.

Naturalmente um colégio militar preza pela obediência às regras, a famosa disciplina. Para ele foi algo bastante difícil inicialmente. Acostumado a ter o cabelo no comprimento que queria, apesar de não poder dizer que era longo, também não era curto.

Agora ia ao colégio com um uniforme que devia estar bem passado, o sapato engraxado e o cabelo curto no estilo militar. Bem, cortou o cabelo mais baixo e foi para o colégio. Tudo transcorreu bem no primeiro mês, então, no começo do mês seguinte ocorreu a primeira e temível inspeção.

Ele informou isso à Telma, que como boa mãe passou o dia tentando convencê-lo de que deveria cortar o cabelo, mas a resposta dele sempre era:

— Meu cabelo está curto; cortei faz menos de um mês!

Ela não teve sucesso. Quando cheguei do trabalho ela me disse o que estava acontecendo e eu fui falar com ele. Falei a respeito do cabelo, ele deu aquela famosa franzida de canto de boca, do tipo, mais um me falando do tal do cabelo.

Percebendo que não iria convencê-lo, fiz uma daquelas típicas orações curtíssimas, em que nosso espírito fala com Deus, e tive a inspiração e convicção de que deveria deixar ele ir assim para aprender, pois a mim ficou claro que o custo deste erro seria baixo para ele em relação ao colégio, seria apenas uma falta e, provavelmente, ele aprenderia mais do que se fosse obrigado a algo.

Então ele foi. Pouco tempo depois ele me liga do colégio:

— Papai? Diz ele com uma voz meio chateada.

— Oi, meu filho, tudo bem? Pergunto.

— Eu estou voltando para casa. Ele diz.

— Mas por que meu filho, o que aconteceu?

— Não passei na inspeção, meu cabelo está comprido.

— Meu filho, eu não acho, ele parece bem baixinho! Eu disse brincando com ele.

— Ah, papai, para de tirar sarro de mim! Ele diz meio aborrecido.

Assim veio para casa e teve que suportar as consequências da sua escolha. Na vida, nós sempre iremos colher o que semeamos, e quanto mais cedo permitimos que eles passem por isto de forma segura, mais cedo crescerão emocionalmente e aprenderão a ser adultos respeitáveis.

Vim a saber depois que esta forma de disciplina chama-se “disciplina de tirar as mãos”. Ele nunca mais deixou de passar na inspeção, como nunca mais deixou de observar aquilo que é sua responsabilidade na vida. Hoje assume grandes projetos profissionais de forma adulta e responsável.

Falhas nesta etapa da vida de nossos filhos podem marcá-los de forma que seu edifício físico, emocional e/ou espiritual seja construído sobre bases não muito sólidas ou ainda em bases incorretas.

Esta é a causa pelo qual muitos passam tantas dificuldades na vida adulta, pois não foram corretamente ensinados através da disciplina, mas machucados pelo abuso de poder dos pais. Às vezes os próprios pais passaram por isso nas suas infâncias e adolescências.

Este fato não deve ser motivo de desculpa, mas sim um impulso para buscar sermos curados pelo amor de Deus Pai e, sarados, podermos educar bem nossos filhos.

Se sua situação familiar já foi contaminada pela educação que recebeu, saiba que você pode perdoar seus pais pela forma como te educaram e, em seguida, com seu coração sarado, resgatar seus filhos através do amor e da amizade com eles, experimentando uma nova forma de viver e de se relacionar com seu cônjuge e com eles.

Desta forma, você vai escrever uma nova história para sua casa. Tenha ânimo, esta luta é tudo o que importa, confie em Deus.

“Senhor Jesus, restaura-me ao que Tu planejaste para mim. Traga à minha memória o que importa ser colocado aos teus pés e perdoado. Que através do perdão aos meus pais eu possa alcançar a tua misericórdia e resgatar meus filhos, formando uma família segundo o teu coração. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Tenha um Método de Disciplina

“Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Provérbios 22:6)

Criações diferentes farão com que pai e mãe tenham métodos diferentes de educar. Isto é natural. Se não houver acordo entre o casal, entrarão em disputa sobre quem está certo e quem está errado na criação dos filhos, e o resultado será desastroso. Os filhos perceberão o que está acontecendo e tirarão vantagem disto, explorando as dificuldades e vulnerabilidades de cada um.

O nosso caso não foi diferente de nenhum outro casal. Nossa educação foi diametralmente oposta, ou seja, nossos pais usaram métodos completamente diferentes e naturalmente tínhamos pontos de vista diferentes. Como nós sempre conversamos muito sobre como agir em cada situação, iniciamos explicando um ao outro como fomos educados e cada um deu a sua opinião sobre o método usado por seus pais. Com isto chegamos a uma ideia de como deveríamos agir com os nossos filhos. Em alguns casos, não sabíamos exatamente como fazer, mas tínhamos certeza do que não fazer, o que já é um bom começo.

Um de nossos acordos foi de nunca interferir quando o outro estava fazendo a disciplina, pois certamente a opinião seria diferente e causaria confusão. O combinado foi de conversarmos a parte sobre o assunto e chegarmos a alguma conclusão sobre o tema, mudando o método se necessário.

Isto ocorreu muitas vezes com cada um de nós. Lembro-me de uma situação em que cheguei do trabalho e havia acontecido algo em casa e eu deveria tomar providências. Bem, perguntei às crianças o que cada um tinha feito e decidi quem estava certo e quem estava errado, disciplinando em seguida.

Fiz errado, porque minha esposa estava acompanhando o dia a dia da casa e tinha mais informações que eu desconhecia. Minha decisão havia sido errada e poderia ter disciplinado de maneira mais branda. Mas ela não falou nada e simplesmente deixou que eu fizesse daquela forma. Depois me chamou ao quarto e explicou os outros detalhes. Entendi na hora que eu é que havia errado na forma de disciplinar.

Não tive dúvidas, voltei às crianças, expliquei que não sabia de alguns detalhes, pedi perdão a eles porque havia feito de maneira equivocada e mudei a forma e duração da disciplina deles.

A correção com a varinha fazíamos somente em último caso, depois de 2 ou 3 tentativas de correção conversando. Primeiro, chamava as crianças e explicava o que tinham feito de errado e qual era o comportamento esperado, e que devido a isto precisariam ser disciplinados para aprender como agir.

Eles sempre diziam que melhorariam, que não iriam mais fazer aquilo e que por isso não deveriam ser corrigidos com a varinha. Eu aceitava com a condição de que não fizessem mais aquilo.

É claro que depois de um tempo eles estavam fazendo aquilo de novo e lá ia eu conversar mais uma vez. Nesta oportunidade explicava que já tinham feito aquilo uma vez e que tinham prometido não fazer de novo. Ai eles ficavam bem preocupados, mas prometiam novamente não fazer, dessa vez para escapar da varinha. Eu aceitava, mas com a condição de que na próxima não teria conversa.

Dito e feito, pouco tempo depois lá estávamos de novo falando daquela mesma atitude deles. Eu explicava que já tinha concedido duas oportunidades de mudarem e que o combinado era “levar umas varadas”. Então, dava umas 2-3 varadinhas no traseiro deles, mais para conscientização do que qualquer coisa.

Isto nos aproximou ao invés de nos afastar. Muitos pais pensam que se pedirem perdão aos filhos ou mesmo conversarem com eles antes da correção perderão a autoridade ou criarão outros problemas.

Essa atitude ajudou a mim e a minha esposa a evitar muitos problemas na criação dos nossos filhos, levando-nos a conversar bastante sobre como agir a cada momento, a crescer e a amadurecer no aspecto da disciplina, proporcionando um aumento da intimidade e cumplicidade entre nós dois, além de obter o respeito dos filhos.

“Senhor Jesus, me dê sabedoria e ensine a disciplinar meus filhos de maneira que eles possam se tornar adultos segundo o teu coração e que a minha disciplina não os leve a ter problemas no relacionamento Contigo, mas que Teu nome seja sempre engrandecido. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Resultados da Disciplina

“Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Provérbios 22:6)

A disciplina é algo difícil para algumas pessoas. Talvez porque também não tenham sido disciplinadas ou mesmo tenham sido em excesso. Alguns pais pensam que disciplinar é mandar em seus filhos quando na verdade o que precisam é se relacionar com eles.

Quando os pais usam os métodos da manipulação, controle e intimidação, tudo o que conseguem é minar a educação sadia e cristã. Quem nunca soube de casos em que os pais controlam os filhos ao extremo com sucesso, e pensam que possuem um ótimo filho(a), até o dia em que este se torna “livre” da influência dos pais e então faz tudo o que esteve reprimido durante anos.

Outros filhos podem se rebelar contra este estilo controlador e então acabam recebendo mais repressão por parte dos pais, algumas vezes chegando ao extremo de romper o relacionamento familiar e sair de casa. Isto tudo não traz benefício ao relacionamento dos pais com os filhos e pior, acaba fazendo com que estes se distanciem de tudo aquilo em que os pais acreditam.

Para evitar isto alguns pais se tornam permissivos e se negam a repreender o filho acabando por criar um tirano. É por isto que hoje em dia esta nova geração deseja ser servida pelos pais enquanto a geração anterior servia aos pais. Os filhos não possuem limites e passam a mandar nos pais, bater nos professores e desrespeitar toda e qualquer autoridade instituída. Alguns pais podem usar o método da indiferença, o que também não resultará em algo bom.

Os pais precisam ser relacionais, possuindo equilíbrio entre disciplina e amizade, almejando filhos ajustados. Estes normalmente sabem como se relacionar com as demais pessoas, pois num relacionamento sempre haverá limites e respeito, portanto, terão um bom casamento, pois saberão tratar as dificuldades do dia a dia como o ajuste no relacionamento entre duas pessoas. Já um filho(a) tratado de outra forma poderá ser egoísta e desejar todo o amor para si, sem demonstrar ao seu cônjuge quanto o ama.

Filhos que foram corretamente disciplinados e ensinados trabalham de modo produtivo e responsável, servem e adoram a Deus, pois podem correlacionar seu relacionamento com os pais terrenos em relação ao Pai Celestial e assim prosperam em todos os aspectos da vida.

Os pais que se relacionam com seus filhos têm a oportunidade de conhecer o que se passa em seus corações, e assim podem ajudar seus filhos na sua vida profissional, ministerial e sentimental, pois haverá espaço para o diálogo e o compartilhar de expectativas e sonhos.

Um de nossos filhos desejava ser designer gráfico, e nós como pais começamos desde cedo a ajudar para que pudesse percorrer este caminho. Iniciamos um processo de mentorear este filho, colocando toda as nossas experiências de vida para auxiliá-lo. Orientamos para que fizesse um cursinho de como usar as ferramentas de design. Enquanto fazia o curso buscou uma colocação na área. Ele foi e conseguiu pelo seu próprio esforço um emprego numa empresa que colocava adesivo em carros. Algo bem simples considerando as expectativas dele.

Mas este filho foi obediente e considerou toda a orientação recebida. Em poucos meses havia aprendido todo aquele serviço, permitindo que buscasse um estágio em outra empresa, agora auxiliando designers experientes. Com sua força de vontade e criatividade, foi aprendendo com aquelas pessoas, e logo surgiu a oportunidade de ser efetivado naquela empresa.

Depois de uns dois anos já havia terminado o cursinho e dominava aquele trabalho também, então surgiu a oportunidade de se lançar numa agência web que faz comunicação para internet. Para isto teria que passar a ganhar a metade e voltar a ser estagiário, mas era o lugar onde gostaria de trabalhar.

Nós o apoiamos e ajudamos a pagar a faculdade, que neste tempo já estava cursando. Ele foi e em menos de seis meses já estava contratado como funcionário, e mais um ano já era o designer principal da empresa.

Não sossegou e continuou se aperfeiçoando até que uma grande empresa nacional de comunicação o encontrou e o contratou, o que exigiu que mudasse de cidade e fosse morar sozinho. Com o nosso apoio manteve-se firme naquele lugar, vencendo todas as dificuldades que surgiram. Hoje está perfeitamente adaptado a esta nova situação, é ativo numa igreja e desfruta da realização e conquista obtidas através de seu esforço e do relacionamento com seus pais.

“Senhor Jesus, cura-me de tudo que recebi na minha criação que me afeta negativamente e impede que possa desfrutar de uma vida vitória em todos os aspectos, assim como me ensina a me relacionar com meus filhos de maneira saudável. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Singularidade

“Eu e o Pai somos um.” (João 10:30)

Interessante como apesar dos filhos saírem dos mesmos pais, os mesmos genes, cada um tem um temperamento e uma maneira de ser totalmente próprias.

Nascem como um papel em branco, e o temperamento do pai e da mãe os influencia desde cedo, a ponto de imitarem alguns comportamentos do pai, outros da mãe, dos tios e tias, primos, avós, enfim daqueles que os influenciam no dia a dia, acabando por ser uma obra única de Deus.

Assim sendo, precisam ser amados como são. Aí é que está a dificuldade, ouço pais dizerem:

— Se minha filha ao menos não fizesse tal coisa, então eu teria um ótimo relacionamento com ela.
— Se meu filho não me respondesse daquela forma, me daria bem com ele.

Dos nossos filhos, um é mais introvertido, perfeccionista e ansioso. Precisa ser convencido com argumentos sólidos e precisa de palavras de afirmação. Outro já é mais aberto, criativo e bem-humorado, fala e gesticula ao mesmo tempo, precisa de tempo de qualidade. O outro é muito certo, detesta injustiça, tem muita energia, disposição e força de vontade, também precisa de tempo de qualidade. E o outro tem muito dos outros três, além de ser curioso e gostar de mostrar serviço como forma de amor.

Gary Chapman em seu livro As cinco linguagens do amor identifica as formas de receber e expressar amor. Ler este livro nos ajudou a compreender a forma que cada um deles gosta de se sentir amado.

Temos o tempo de qualidade que deseja um tempo só seu, ininterrupto, outra forma é dar e receber presentes, não importa o valor deles. Mostrar serviço é aquele que gosta de fazer coisas para os outros, investe tempo e energia para demonstrar seu amor. Algumas pessoas preferem receber palavras de incentivo, apoio e elogio, para eles são as palavras que afirmam o amor dos que estão em volta. A quinta forma é o toque físico. Precisam de um abraço, um tapinha nas costas ou um aperto de mão.

Certa vez, este que tem opiniões fortes e firmes, estava assistindo televisão a tarde e acabou o programa que ele gostava. Ele queria assistir mais, mas havia acabado. Como estava bravo, foi até a televisão e simplesmente a puxou de cima da estante derrubando no chão. Graças a Deus esta caiu de uma forma que quebrou o tubo de imagem na parte traseira, senão teria explodido nele.

Ele não se machucou, mas nós estávamos atravessando uma fase financeira difícil, e precisamos ficar algumas semanas sem televisão. Ele foi corretamente disciplinado, de tal forma que este episódio não o marcou negativamente.

Este filho, desde que nasceu, tomava água no copo e depois jogava o copo no chão só para escutar o barulho. Hoje ele é baterista e ministra na igreja.

Em outra oportunidade estávamos de férias e pudemos ir com toda a família para uma cidade litorânea para o qual tínhamos economizado. Chegando lá, um deles ficou um pouco deprimido e chegou a escrever uma carta para nós dizendo que estava se sentindo desprezado pela família. Escreveu que se sentia como uma mosca no nosso meio.

Estes dias estávamos conversando em casa e lembramos disto. Ao contar para ele o que tinha ocorrido, foi uma risada só. Muito brincalhão, ele coloca as mãos na posição de asas e sai batendo na janela como uma mosca e damos muita risada.

Então ele diz:

— Nem me lembrava mais disto mamãe! O que foi que vocês fizeram quando leram a carta?
— Nem eu me lembro ao certo meu filho – disse sua mãe.
— Uma coisa eu sei, disse ele. A atitude de vocês fez com que este episódio não marcasse minha vida. Eu sou saudável emocionalmente e isto não fez a menor diferença para mim.

Quando nós identificamos os traços de personalidade de cada filho, temos a oportunidade de tratar filhos diferentes de maneira diferente.

Quando amamos nossos filhos da maneira como são, isto os deixa tranquilos e responderão com amor e carinho.

“Senhor Jesus, preciso conhecer meus filhos na sua individualidade para que possa amá-los como são. Dá-me a compreensão e o amor necessários para isto. Abre meu entendimento para que possa enxergar as oportunidades de expressar meu amor da forma correta, da forma que possam compreender e deixar descer para seu coração. Amém!”

Luis Antonio Luize

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Ame Seus Filhos

“Ele fará com que os corações dos pais se voltem para seus filhos, e os corações dos filhos para seus pais; do contrário eu virei e castigarei a terra com maldição.”
Malaquias 4:6.

Cada filho é singular e precisa ser amado da maneira como é. Não é algo simples e muito menos automático. As pessoas parecem não ter naturalmente dentro de si o objetivo de compreender e amar os demais, nem mesmo seus descendentes.

Basta olhar os noticiários atuais, repletos de notícias sobre falta de amor e compreensão, que levam aos mais absurdos atos e atrocidades.

Os pais em geral não foram ensinados a entenderem seus filhos. Deveriam ver como agem, escutá-los, procurar compreender suas motivações para saber qual o objetivo das perguntas, atitudes e comportamentos. Mas não é assim.

A maioria dos pais está tão preocupada em realizar as suas próprias tarefas, tais como: se relacionar de maneira adequada com seu cônjuge, cuidar dos afazeres domésticos e trazer o sustento para casa; que se esquecem das demais coisas, inclusive amar adequadamente seus filhos.

Outros, para tentar resolver esta situação, procuram fazer para seus filhos aquilo que não receberam quando crianças. Certo pai, não tinha podido se alimentar suficientemente quando criança, faltavam muitas coisas em casa, por mais que houvesse esforço por parte dos seus pais.

Esta situação levou aqueles pais a se desentenderem, pois a esposa mostrava o que estava faltando em casa, enquanto o marido fazia o que sabia e o que estava ao seu alcance para suprir a casa, sendo insuficiente.

Os desentendimentos entre eles acabavam por gerar um clima ruim no lar, e quando as crianças chegavam por perto, hora o pai, hora a mãe, descarregavam suas frustrações nos pequenos, que não compreendiam nada, mas guardavam em seus corações.

Não é a toa que cresceu dizendo a si mesmo que daria certo na vida e que nada faltaria aos seus filhos, daria a eles tudo que não teve.

Este pai estava procurando amar seus filhos da maneira como gostaria, ou melhor, entendendo que a falta que teve na infância era o problema, quando na verdade o real problema era a falta de aproximação entre pais e filhos, a falta de um diálogo sadio e construtivo.

Nós como pais precisamos primeiramente sermos curados de nossas feridas emocionais pelo Pai Celestial para então podermos cumprir o nosso papel da maneira como Deus deseja.

Isto não significa que erramos, ou que só devemos começar quando estivermos prontos, mas sim que isto é algo que se constrói durante a vida. É por isto que nossa forma de educar nossos filhos foi sendo aperfeiçoada, e acredito que nosso filho mais novo é o que menos sofreu devido às nossas próprias falhas.

Muitas vezes eles desejavam fazer algo e tínhamos a escolha de dar um sermão e falar um sonoro não, ou por mais que isto pudesse ir contra o nosso ensino ou mesmo entendimento, permitíamos de forma a que pudessem experimentar quando criança para não vir a ter desejos reprimidos quando adultos.

Certo dia um deles disse que queria cortar o cabelo estilo moicano. Tinha visto alguns amigos com este corte e achou legal. Queria ainda deixar o cabelo colorido. Minha reação era de não deixar, mas o Senhor me deu uma esposa sábia que apesar de ter passado por muitas situações complicadas na sua infância, soube tratar sua vida para que nossos filhos fossem minimamente afetados por isto.

Então eles foram cortar e pintar o cabelo, tinham por volta de 7 anos. Acharam bonito nos dois primeiros dias, depois foi uma choradeira de que não estava bonito, não gostaram e queriam desfazer o que tinham feito. Foi uma excelente oportunidade para serem ensinados sobre as consequências dos seus atos.

Esta situação me lembra da parábola do filho pródigo, cujo pai o amou tanto que permitiu que fizesse o que estava na sua cabeça, e assim ganhou o seu coração e sua vida.

Esta forma de amar não é simples e nem natural, pois pensamos que estar ao nosso lado, mesmo que reprimidos é melhor, quando na verdade o que precisamos é dos seus corações conosco estando perto ou longe da gente.

“Senhor Jesus, que as barreiras entre a minha geração e a de meus filhos caia por terra. Dá-me um coração amoroso para com eles para que possa compreender suas atitudes e necessidades e ser o primeiro a apoiá-los no crescimento pessoal e espiritual. Amém!”

Luis Antonio Luize