Mário Fernandez

Fé – A Noiva de Cristo

“Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: ‘O justo viverá pela fé’.” (Romanps 1:17)

Uma das coisas mais confusas que tenho presenciado nos dias em que vivemos é a dualidade entre a justiça e o amor. Se Deus é amor (e sabemos que é pois a Bíblia nos revela isso claramete) como Ele pode exercer juízo? Parecem conceitos contraditórios, antagônicos, incompatíveis. Mas não são, pode crer.

O amor é a essência de Deus, é a ‘coisa’ do qual Ele é feito, é o que Ele é. Isso não precisamos ter dúvida. Mas esse amor é absolutamente, completamente, divinamente, perfeitamente SANTO. Assim sendo, é um amor muito muito, muito incompatível conosco, que de santos não temos nada, pois somos essencialmente pecadores. Isso sim é incompatível ao extremo. Ele deseja profundamente nos amar com Seu amor infinito, mas existe uma barreira. Neste sentido, torna-se impossível desfrutar deste amor. Pense como se você estivesse com muito frio, mas muito frio mesmo, e do lado de fora de uma casa quentinha com lareira acesa. Dentro está quentinho, fora está um gelo. A distância são, talvez, apenas um metro ou dois, mas a diferença é enorme. Por quê? Há uma parede, uma barreira, um isolamento. Pois bem, no quentinho do amor de Deus há uma parede de isolamento chamada santidade, que nos separa dEle pois somos pecadores. Tem solução? Claro.

Antes de entender como romper essa separação, precisamos deixar uma coisa clara – o frio é a falta de calor, tal como a escuridão é a falta de luz. A justiça de Deus, portanto, decorre do isolamento ou separação de Seu amor. Não é algo que esteja Nele em essência como o amor, mas é decorrente. O distanciamento do amor de Deus nos lança automaticamente na justiça, tal como o afastamento da fonte de calor nos deixa à mercê do frio.

Existe um elemento que ‘dissolve’ o isolamento e permite recebermos o amor de Deus apesar do que somos e do que não somos (talvez até mais do que não somos). Esse elemento se chama fé. O versículo acima nos fala do evangelho como revelador da justiça de Deus e do inicio ao fim isso é por fé. Veja bem, sendo assim é a fé que nos livra da justiça porque ela nos aproxima do amor, nos permite acessar a fonte do amor. Numa lógica bem simplificada – por fé cremos, crendo recebemos Jesus, recebendo-o o Espirito Santo faz morada em nós, morando em nós intensifica nossa fé e dirige nossa vida. Claro, Ele não nos dirigiria ao caminho errado. Advém disso o perdão de nossos pecados, que impunha separação entre nós e Deus. Fim do problema.

Sendo assim tudo se trata de uma questão de fé. Simples, direto e prático. Obviamente não é fácil de ser vivido, uma vez que as nossas forças limitadas e nossa dificuldade de gerar fé são problemas reais. Mas é possível, sim, para qualquer ser humano crer o suficiente para ser salvo. O evangelho é, antes de tudo, o poder de Deus para salvação. Por isso, e não por outro motivo, este mesmo evangelho revela a justiça de Deus – porque ao não exercer fé nem desenvolver sua santidade por meio da fé, as pessoas se colocam mais e mais distantes da fonte ‘quentinha’ do amor de Deus. Resultado: o frio da justiça.

Esta é uma mensagem para a noiva do Cordeiro. Abra os olhos e veja que desenvolver sua fé é necessidade e não apenas um item a mais. Não é uma coisa boa, é uma coisa vital. Por extensão, quem tiver um pingo de humanidade e sensibilidade levará a mensagem do evangelho adiante para não ver outros cairem no abismo.

“Senhor, não me permita ofuscar Teu amor com minha falta de visão e falta de fé. Me ensina a desenvolver minha fé e leva-la adiante para com isso desenvolver minha salvação com temor e tremor.“

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