Mário Fernandez

Novidade de Vida – Partilhar

“O que está sendo instruído na palavra partilhe todas as coisas boas com quem o instrui.” (Gálatas 6:6)

Quanto mais eu trabalho com pessoas mais me impressiono como gratidão e reconhecimento para com os atos de outrem é algo pouco usual. A maioria das pessoas, pelo menos aquelas com quem convivo, resiste a agradecer e resiste a reconhecer quando alguém fez algo melhor do que ele mesmo faria. Penso que isso pode ajudar a explicar a dificuldade que alguns cristãos contemporâneos têm para louvar a Deus de maneira autêntica e profunda.

O versículo citado mostra um tipo de gratidão com muito mais do que palavras, com atitudes de partilhar. É como ter um mestre e partilhar suas conquistas com ele. Parece mais coisa de samurai de filme do que de cristão, mas não é. Ao encontrar alguém disposto a me ajudar e me instruir, devo com ele compartilhar minhas conquistas, vitórias, alegrias e progressos. Essa figura pode ser um amigo próximo, um professor de escola bíblica, um pastor, um líder de célula e mesmo os familiares (pai, avô, irmão mais velho, primo, etc).

No contexto da igreja em que convivo esse papel é ocupado pela figura do discipulador, que é alguém designado para me acompanhar, auxiliar, aconselhar, direcionar, interceder e também, por que não, me instruir. Costumamos dizer que o discipulador tem uma única missão “ser um facilitador para que o discípulo chegue onde Deus o quer no tempo de Deus”. É lindo, só não é fácil.

Uma vida marcada por novidades em Cristo precisa ser, e é, uma vida diferente da maioria do que se pode rotular de normal. No mundo dos negócios eu posso omitir gratidão, mas no Reino de Deus não.

Como posso partilhar todas as coisas boas com quem me instrui? Vejo algumas formas bem patentes, além de simplesmente falar do que está indo bem. Posso repartir com ele o que aprendi e talvez ele não saiba, posso repartir com ele os frutos do meu trabalho, posso elogiá-lo e reputar ao seu ensino o meu sucesso, posso levá-lo junto numa viagem, posso levá-lo a participar de momentos de honra para mim, posso indicá-lo para outras pessoas, posso reconhecer em público sua contribuição para meu sucesso, devo orar por ele e COM ele, posso até mesmo comprar algum presente para ele.

Na verdade, nada disso tem o menor sentido, seja o ato que for, se não for o reflexo de um sentimento de gratidão externado. Eu creio, no meu coração, que por falta dessa atitude temos menos mestres do que poderíamos ter. Isso eu acho lindo no Reino de Deus: não basta fazer a coisa certa, do jeito certo, no tempo certo, para a pessoa certa – se eu não fizer pelos motivos certos e com o sentimento certo, perde o valor.

As pessoas só vão perceber diferença no povo de Deus, para melhor, quando nós demonstrarmos uma novidade de vida refletida em nossos atos que são motivados pelo amor. Amar um mestre é também repartir com ele nossas coisas boas.

“Senhor, não permita que eu omita a gratidão para com aqueles que tem servido de mestre para minha vida. Me ensina a derramar gratidão sobre a vida deles para com isso ser grato a Ti. “

Mário Fernandez

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Orando Com os Filhos

“Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR, que o inclina a todo o seu querer.” (Provérbios 21:1)

Nós sempre fizemos nossos cultos domésticos, os quais sempre foram motivos para os nossos filhos se prepararem para o momento esperado.

Marcávamos um certo dia e horário e todos se preparavam, escolhendo músicas e versículos para pregar, pois às vezes dávamos a oportunidade para eles realizarem o culto.

Certo dia, cheguei do trabalho e realizamos nosso cultinho. Um deles pegou as tampas de panela da Telma e uma colher de pau e usou como instrumento para tocar bateria no culto, a nossa filha cantava e o menino mais velho pregava.

Neste dia, após as canções, a pregação da Palavra foi no Salmo 133. Ele usou apenas o primeiro versículo dos três deste salmo, e falou bem, mas se usasse os outros dois versículos poderia ter pregado um pouco mais sobre o tema comunhão. Então lhe disse:

— Este salmo tem apenas 3 versículos, poderia ter lido todos eles e explanado.

Com muita segurança ele respondeu:

— Esta tarde estava orando sobre o que pregar e o Senhor me deu palavra apenas para este versículo.

Queridos, eu fiquei desconcertado. Um menino de uns 9-10 anos falando com uma segurança que muitos adultos não possuem. Esta segurança ele havia obtido em oração, na qual havia sido ensinado pelos seus pais e, mais do que isto, vivenciado em família observando seus pais.

Aquele que tocava nas panelas hoje toca bateria na igreja em louvor ao Nosso Deus, assim como prega a Palavra e é conselheiro de adolescentes. O outro é pregador da Palavra e conselheiro de jovens.

Hoje, todos eles cresceram e devido aos horários diferentes, usamos os períodos das refeições para falarmos da Palavra. Ocorre de muitas vezes ficarmos bastante tempo falando da Palavra e aprendendo um com o outro, e este tempo torna-se um momento especial em família.

Temos ensinado o mais novo na Palavra e na oração. Toda noite oro com ele e certo dia pedi a ele que orasse. Ficou um pouco sem jeito, então comecei a ensinar como deveria orar.

Jesus também ensinou seus discípulos a orar e lhes deu a oração do Pai Nosso. No meu caso expliquei a ele as etapas de uma oração conforme o Pai Nosso e depois fui gradativamente deixando ele formular orações mais longas.

Hoje ele ora pelas refeições e por si mesmo sempre que necessário, mas um dia aconteceu algo pitoresco.

Logo que o ensinei sobre como orar, acabei precisando viajar a serviço. Naquela noite, Telma o colocou na cama e perguntou:

— Quer que eu ore por você?

— Não precisa mamãe, o papai já me ensinou a orar, eu mesmo oro.

Nem preciso dizer que a Telma ficou maravilhada, pois enche os nossos corações de alegria quando nossos filhos aprendem conosco e reproduzem nossos atos. Por isto, que nossos atos sejam sempre de amor e compreensão.

Muitas situações em nossas vidas são superadas primeiramente na oração e depois pela fé se tornam realidades.

Telma sempre fez uma oração muito bonita e sábia pelos nossos filhos:

Que eu possa ser a mãe que meus filhos precisam ter para que na fase adulta não tenham dificuldades no relacionamento com as pessoas e com Deus. Amém!

Ela ora assim porque o que somos pode influenciar a forma como nossos filhos são educados, e assim, estava sempre disposta a ser moldada por Deus a fim de que nossos filhos pudessem ser como são.

O nosso chamado como pais é de formar filhos sadios e preparados para a vida e isto só pode ser obtido indo até o Autor e Consumador do Gênero Humano através da oração.

O versículo acima nos diz que Deus é aquele que inclina o coração de qualquer pessoa, até da maior autoridade existente na terra, o rei. Isto se estende ao cônjuge e aos filhos.

Portanto, leve tudo a Deus em oração, pois se há algo que necessite ser mudado na vida dos seus filhos ou cônjuge, Deus os inclinará, mas se for na sua própria vida, Deus lhe mostrará o que precisa fazer para alcançar a vitória.

Apenas ore, confie e continue sua caminhada. Certamente irá colher as bençãos.

“Senhor Jesus, que eu possa ser o pai/a mãe que meus filhos precisam ter para que na fase adulta não tenham dificuldades no relacionamento com as pessoas e com Deus. Atua em nossos corações e traga paz e harmonia ao nosso lar. Amém!”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Novidade de Vida – Socorro

“Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade.” (Hebreus 4:16)

Quando os momentos se tornam duros, enfrentamos tempestades, nos falta amparo, a angústia parece interminável, o desespero bate à porta do coração… Esses são os momentos de necessidade, de tribulação e de apuro. Nestes momentos, que podem ser muito curtos ou dolorosamente longos, as pessoas demonstram quem são diante de Deus de diferentes formas.

Existem aqueles que forçosamente buscam em si mesmos o socorro, ignorando que é Deus quem governa sentado no Trono do Universo, às vezes de forma inconsciente, menosprezando o Seu socorro. São as pessoas que se esforçam mais e oram menos quando a situação se torna pesada. Eu não gosto de julgar ninguém, mas isso me parece atitude de uma vida velha, não da Nova Vida em Cristo que é marcada por atitudes espirituais mais do que por esforço. Não que devamos nos jogar no tapete e chorar, mas esforço humano nenhum derruba ou segura um fio de cabelo sem a mão do Altíssimo intervindo. Não é a melhor conduta, certamente.

Já outros, de outra forma, lembram-se que Deus existe depois de tanto tempo de um relacionamento formal e religiosos. Agem como se Deus fosse apenas seu provedor de soluções para situações de emergência e provavelmente, na maioria dos casos, vão acabar se esquecendo dele novamente quando a situação se acalmar. É de grande mérito orar mais, mas é demérito diminuir depois. Não sou especialista no assunto, mas invariavelmente quem conheço com este perfil não tem a mesma intensidade para agradecer depois, como teve o vigor para buscar e pedir. Sinceramente não quero ser contado com estes.

Outros, contudo, são os que praticamente não mudam de atitude pois seu estilo de vida já é marcado por estar continuamente aos pés do trono do Todo Poderoso. Muda sua forma de buscar socorro? Muda sua confiança ou sua fé? Muda seu tempo de oração? A resposta é “não” ou “muito pouco”. Estes são os que demonstram Novidade de Vida para dar e vender. Tenho certeza de que são os que mais agradam ao Pai com seu estilo de vida, ainda que não sejam perfeitos e vacilem de vez em quando. Mas nunca esperam ficar doentes para clamar por saúde nem oram menos para agradecer do que oraram para pedir. Estes são a minha inspiração e meu referencial.

Seja como for o nosso cotidiano, devemos retomar o senso de sagrado com nosso tempo devocional, pois do contrário não teremos justamente o que o versículo fala: “confiança”. Vamos nos aproximar do Trono como estranhos buscando ajuda de um governante que nos é estranho. Por Altíssimo que Ele seja, é nosso Pai. Se não desenvolvermos essa intimidade no dia a dia, não vai ser no dia da angústia que seremos atendidos. Novidade de Vida, irmãos, com total certeza, é uma caminhada que já começou. Quando a tempestade vier, pode mudar o pedido mas não muda a intensidade.

“Senhor, o que eu mais quero é ser Teu conhecido íntimo, pois o tempo de necessidade certamente virá sobre mim. Quero ser encontrado pela tempestade ao pé do Teu trono.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Liderando Com o Coração – Corrigindo Maus Comportamentos

“Foi grande, porém, o clamor do povo e de suas mulheres contra os judeus, seus irmãos… Depois de ter considerado comigo mesmo, repreendi os nobres e magistrados…” (Neemias 5:1,7a)

Durante a execução do projeto de reconstrução dos muros da cidade, Neemias teve de enfrentar uma situação que é bastante comum acontecer: os maus comportamentos.

No caso, Neemias recebeu diversas reclamações acerca da opressão que uma parte do povo estava sofrendo, pois, empobrecidos pela situação do país estavam sem condições até para conseguir o alimento necessário para viver. Muitos já tinham entregado seus filhos como escravos mas continuavam endividados. A opressão estava sendo perpetrada pelos próprios judeus contra seus irmãos.

Neemias examinou a situação e concluiu que os nobres estavam errados pois estavam quebrando mandamentos da lei em relação à usura. Convocou uma assembleia e repreendeu aqueles que praticavam o erro, exortando-os a parar e a restituir aos seus irmãos as suas propriedades permitindo que estes tivessem de onde tirar seu sustento e recomeçassem as suas vidas.

A maneira como ele tratou o problema pode ser instrutiva para nós. Veja os passos que Neemias deu para resolver a situação:

1. Neemias ouviu. O líder eficaz pratica a arte de ouvir com atenção a todos aqueles que estão envolvidos ou afetados pelo projeto. No caso, as pessoas apesar de participarem da obra, estavam passando fome. Reclamações são comuns e o líder deve ter a paciência de ouvir todas e ter a sabedoria de filtrar as que tiverem relevância, aquelas que revelarão os verdadeiros problemas.

2. Neemias examinou. Após perceber que as reclamações eram coerentes ele as examinou. O texto não detalha mas ele deve ter conferido a veracidade das reclamações, a real atitude dos nobres e os valores envolvidos. Um líder não deve tomar decisões no calor das emoções pois, mesmo que ele esteja certo, passará a imagem de alguém levado pela situação. Neemias ficou aborrecido, mas deu a si o tempo necessário para considerar com cuidado a situação.

3. Embasou sua conclusão na Palavra de Deus. A conclusão de Neemias foi baseada na Lei de Moisés (Êxodo 22:25; Levítico 25:35-37; Deuteronômio 23:19-20). Isso deu a ele o fundamento necessário para tratar o problema e implementar a solução.

4. Expôs o mau comportamento dos envolvidos. Neemias chamou os nobres e magistrados, aqueles que tinham o poder e a riqueza e que os usavam para oprimir o povo e confrontou seu comportamento em relação à Lei. Por que a repreensão estava fundamentada na Lei eles não tiveram argumentos contra Neemias.

5. Indicou a solução. A seguir Neemias propõe a eles a solução, novamente baseada na Lei e o no temor do Deus. Ele dá os passos necessários para resolução do problema e leva-os a se comprometerem com a sua execução.

6. Comprometeu-se a ser exemplo da solução. Nos versos 13 a 19 você pode ler as afirmações de Neemias acerca do seu compromisso em praticar aquilo que ele estava sugerindo para os outros. Esse é um sinal de integridade do líder: não dá a si o direito de ser exceção, permitindo-se o que negou aos outros.

Seguir os passos de Neemias ao descobrir problemas de atitudes e comportamentos na equipe não é fácil. Não há garantia de que as pessoas aceitarão a correção, mesmo que você tome o cuidado de basear todos os seus atos e suas palavras na Palavra de Deus. Mas melhor agir assim do que sem o temor de Deus e confiando apenas em nossa própria sabedoria.

“Senhor, ajuda-me a escutar atentamente a minha equipe e me dá o discernimento e a coragem necessária para agir com sabedoria para resolver os problemas.”

Vinicios Torres

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Formação pela Disciplina

“Pereceria sem dúvida, se não cresse que veria a bondade do Senhor na terra dos viventes. Espera no Senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no Senhor.” (Salmos 27:13-14)

Um dos nossos filhos é bastante criativo e como sabem, os criativos normalmente são um pouco desligados com as questões ao redor, tal como a disciplina. Neste sentido foi bênção ele ter feito todo o segundo grau no Colégio da Polícia Militar.

Naturalmente um colégio militar preza pela obediência às regras, a famosa disciplina. Para ele foi algo bastante difícil inicialmente. Acostumado a ter o cabelo no comprimento que queria, apesar de não poder dizer que era longo, também não era curto.

Agora ia ao colégio com um uniforme que devia estar bem passado, o sapato engraxado e o cabelo curto no estilo militar. Bem, cortou o cabelo mais baixo e foi para o colégio. Tudo transcorreu bem no primeiro mês, então, no começo do mês seguinte ocorreu a primeira e temível inspeção.

Ele informou isso à Telma, que como boa mãe passou o dia tentando convencê-lo de que deveria cortar o cabelo, mas a resposta dele sempre era:

— Meu cabelo está curto; cortei faz menos de um mês!

Ela não teve sucesso. Quando cheguei do trabalho ela me disse o que estava acontecendo e eu fui falar com ele. Falei a respeito do cabelo, ele deu aquela famosa franzida de canto de boca, do tipo, mais um me falando do tal do cabelo.

Percebendo que não iria convencê-lo, fiz uma daquelas típicas orações curtíssimas, em que nosso espírito fala com Deus, e tive a inspiração e convicção de que deveria deixar ele ir assim para aprender, pois a mim ficou claro que o custo deste erro seria baixo para ele em relação ao colégio, seria apenas uma falta e, provavelmente, ele aprenderia mais do que se fosse obrigado a algo.

Então ele foi. Pouco tempo depois ele me liga do colégio:

— Papai? Diz ele com uma voz meio chateada.

— Oi, meu filho, tudo bem? Pergunto.

— Eu estou voltando para casa. Ele diz.

— Mas por que meu filho, o que aconteceu?

— Não passei na inspeção, meu cabelo está comprido.

— Meu filho, eu não acho, ele parece bem baixinho! Eu disse brincando com ele.

— Ah, papai, para de tirar sarro de mim! Ele diz meio aborrecido.

Assim veio para casa e teve que suportar as consequências da sua escolha. Na vida, nós sempre iremos colher o que semeamos, e quanto mais cedo permitimos que eles passem por isto de forma segura, mais cedo crescerão emocionalmente e aprenderão a ser adultos respeitáveis.

Vim a saber depois que esta forma de disciplina chama-se “disciplina de tirar as mãos”. Ele nunca mais deixou de passar na inspeção, como nunca mais deixou de observar aquilo que é sua responsabilidade na vida. Hoje assume grandes projetos profissionais de forma adulta e responsável.

Falhas nesta etapa da vida de nossos filhos podem marcá-los de forma que seu edifício físico, emocional e/ou espiritual seja construído sobre bases não muito sólidas ou ainda em bases incorretas.

Esta é a causa pelo qual muitos passam tantas dificuldades na vida adulta, pois não foram corretamente ensinados através da disciplina, mas machucados pelo abuso de poder dos pais. Às vezes os próprios pais passaram por isso nas suas infâncias e adolescências.

Este fato não deve ser motivo de desculpa, mas sim um impulso para buscar sermos curados pelo amor de Deus Pai e, sarados, podermos educar bem nossos filhos.

Se sua situação familiar já foi contaminada pela educação que recebeu, saiba que você pode perdoar seus pais pela forma como te educaram e, em seguida, com seu coração sarado, resgatar seus filhos através do amor e da amizade com eles, experimentando uma nova forma de viver e de se relacionar com seu cônjuge e com eles.

Desta forma, você vai escrever uma nova história para sua casa. Tenha ânimo, esta luta é tudo o que importa, confie em Deus.

“Senhor Jesus, restaura-me ao que Tu planejaste para mim. Traga à minha memória o que importa ser colocado aos teus pés e perdoado. Que através do perdão aos meus pais eu possa alcançar a tua misericórdia e resgatar meus filhos, formando uma família segundo o teu coração. Amém!”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Novidade de Vida – Maturidade

“Quanto a isso, temos muito que dizer, coisas difíceis de explicar, porque vocês se tornaram lentos para aprender. De fato, embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite, e não de alimento sólido!” (Hebreus 5:11,12)

Recentemente cometi um erro bem básico para alguém com a minha experiência. Ainda que não tenha sido algo pecaminoso ou escandalizante, foi um erro e deve ser dispensável dizer que me senti um verme. Me consolou saber que foi um descuido e não uma iniquidade, mas, ainda assim, foi um erro e me veio à mente a frase alguém como eu não pode mais cometer erros assim. Quando li esse texto a cena me veio imediatamente à mente.

Precisamos nos tornar mestres em algum momento. Para alguns pode ser coisa de meses e para outros podem ser anos, mas todos precisamos amadurecer e maturidade leva tempo, exige esforço, exige foco e exige, principalmente, uma decisão firme da nossa parte em abrir mão do que queremos ou sabemos. Sem isso não recebemos de Deus o suficiente para amadurecer.

Muitas vezes as pessoas associam maturidade com idade cronológica, mas eu estou convicto de que isso é impreciso. Conheço cristãos com poucos anos de vida com Deus que não tem um conhecimento teórico de mestre, mas vivem uma vida exemplar e que reflete a glória de Deus de uma forma absolutamente brilhosa. Por outro lado, outros infelizmente já caminharam ocupando cargos por mais anos do que eu tenho de vida e continuam imaturos. A pergunta chave é: o que é um cristão maduro?

Para mim, muito mais do que alguém que domina o assunto, um homem (ou mulher) maduro é alguém que reúne algumas características. Sabe o que quer, cumpre suas responsabilidades, persevera, toma decisões, sustenta suas decisões… Não podemos exigir que todos sejam líderes em grande escala ou estilo, mas podemos esperar que todos tenham crescimento e amadurecimento suficientes para cumprir seus respectivos papéis no Reino.

Ouvi uma história recente que me impactou. Um homem morreu e quando chegou na “portaria” do céu foi recebido por um distinto cavalheiro que lhe perguntou “você conhece Jesus?”, ao que respondeu “eu não, nunca o vi”. O cavalheiro então lhe disse “muito bem, então siga por aquela porta”. Minutos depois chega outro homem e o cavalheiro lhe faz a mesma pergunta “você conhece Jesus?”, ao que este respondeu “mas é claro, eu sei tudo sobre Ele, dei aula sobre Ele, sei o que quiser saber Dele”. O cavalheiro então lhe disse “muito bem, então siga por aquela porta”. Minutos depois chega outro homem e o cavalheiro lhe faz a mesma pergunta “você conhece Jesus?”. Este homem, chorando, se ajoelhou e sussurrou “sim Senhor, eu Te conheço. Louvado seja o Teu nome.”

Escolha qual dos personagens lhe soa como sendo o mais maduro. Eu já fiz a minha escolha.

“Senhor, eu quero amadurecer na Tua Presença e na intimidade contigo, muito mais do que simplesmente no conhecimento de Ti. Me ajuda para que eu possa crescer.”

Mário Fernandez

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Tenha um Método de Disciplina

“Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Provérbios 22:6)

Criações diferentes farão com que pai e mãe tenham métodos diferentes de educar. Isto é natural. Se não houver acordo entre o casal, entrarão em disputa sobre quem está certo e quem está errado na criação dos filhos, e o resultado será desastroso. Os filhos perceberão o que está acontecendo e tirarão vantagem disto, explorando as dificuldades e vulnerabilidades de cada um.

O nosso caso não foi diferente de nenhum outro casal. Nossa educação foi diametralmente oposta, ou seja, nossos pais usaram métodos completamente diferentes e naturalmente tínhamos pontos de vista diferentes. Como nós sempre conversamos muito sobre como agir em cada situação, iniciamos explicando um ao outro como fomos educados e cada um deu a sua opinião sobre o método usado por seus pais. Com isto chegamos a uma ideia de como deveríamos agir com os nossos filhos. Em alguns casos, não sabíamos exatamente como fazer, mas tínhamos certeza do que não fazer, o que já é um bom começo.

Um de nossos acordos foi de nunca interferir quando o outro estava fazendo a disciplina, pois certamente a opinião seria diferente e causaria confusão. O combinado foi de conversarmos a parte sobre o assunto e chegarmos a alguma conclusão sobre o tema, mudando o método se necessário.

Isto ocorreu muitas vezes com cada um de nós. Lembro-me de uma situação em que cheguei do trabalho e havia acontecido algo em casa e eu deveria tomar providências. Bem, perguntei às crianças o que cada um tinha feito e decidi quem estava certo e quem estava errado, disciplinando em seguida.

Fiz errado, porque minha esposa estava acompanhando o dia a dia da casa e tinha mais informações que eu desconhecia. Minha decisão havia sido errada e poderia ter disciplinado de maneira mais branda. Mas ela não falou nada e simplesmente deixou que eu fizesse daquela forma. Depois me chamou ao quarto e explicou os outros detalhes. Entendi na hora que eu é que havia errado na forma de disciplinar.

Não tive dúvidas, voltei às crianças, expliquei que não sabia de alguns detalhes, pedi perdão a eles porque havia feito de maneira equivocada e mudei a forma e duração da disciplina deles.

A correção com a varinha fazíamos somente em último caso, depois de 2 ou 3 tentativas de correção conversando. Primeiro, chamava as crianças e explicava o que tinham feito de errado e qual era o comportamento esperado, e que devido a isto precisariam ser disciplinados para aprender como agir.

Eles sempre diziam que melhorariam, que não iriam mais fazer aquilo e que por isso não deveriam ser corrigidos com a varinha. Eu aceitava com a condição de que não fizessem mais aquilo.

É claro que depois de um tempo eles estavam fazendo aquilo de novo e lá ia eu conversar mais uma vez. Nesta oportunidade explicava que já tinham feito aquilo uma vez e que tinham prometido não fazer de novo. Ai eles ficavam bem preocupados, mas prometiam novamente não fazer, dessa vez para escapar da varinha. Eu aceitava, mas com a condição de que na próxima não teria conversa.

Dito e feito, pouco tempo depois lá estávamos de novo falando daquela mesma atitude deles. Eu explicava que já tinha concedido duas oportunidades de mudarem e que o combinado era “levar umas varadas”. Então, dava umas 2-3 varadinhas no traseiro deles, mais para conscientização do que qualquer coisa.

Isto nos aproximou ao invés de nos afastar. Muitos pais pensam que se pedirem perdão aos filhos ou mesmo conversarem com eles antes da correção perderão a autoridade ou criarão outros problemas.

Essa atitude ajudou a mim e a minha esposa a evitar muitos problemas na criação dos nossos filhos, levando-nos a conversar bastante sobre como agir a cada momento, a crescer e a amadurecer no aspecto da disciplina, proporcionando um aumento da intimidade e cumplicidade entre nós dois, além de obter o respeito dos filhos.

“Senhor Jesus, me dê sabedoria e ensine a disciplinar meus filhos de maneira que eles possam se tornar adultos segundo o teu coração e que a minha disciplina não os leve a ter problemas no relacionamento Contigo, mas que Teu nome seja sempre engrandecido. Amém!”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Novidade de Vida – Entendimento

“E ele prosseguiu: Não tenha medo, Daniel. Desde o primeiro dia em que você decidiu buscar entendimento e humilhar-se diante do seu Deus, suas palavras foram ouvidas, e eu vim em resposta a elas.” (Daniel 10:12)

Já meditei muitas vezes neste texto, mas admito que sempre foi no sentido de uma oração que foi atendida ou para valorizar a perseverança na espera de uma benção. Hoje me salta aos olhos que tudo mudou, segundo o recado do anjo, quando Daniel “decidiu buscar entendimento”.

Venho de um ensino e cultura eclesiástica na qual pensar demais era quase pecado, soava como falta de fé e me rotulava como curioso demais. Entendimento nunca foi prioridade, mas decorar texto bíblico e evangelizar sim. Me dou conta agora, depois de tantos anos, que muitas de minhas orações devem ter ficado (ou me deixado) no vácuo apenas por que não me apliquei ao entendimento.

Não estou pregando que devamos entender a Deus, até por que isso seria exagerado. Mas temos tantos entendimentos que nos são necessários: entender a situação, entender o que fazer, entender o motivo ou causa, entender o resultado, entender o propósito de Deus, entender meu papel e responsabilidade… Talvez não todos, talvez não o tempo todo, mas esses entendimentos nos são valiosos.

Note, uma vida renovada e de novidade em Cristo é uma vida de buscar entendimento e humilhar-se diante Dele. Mesmo não conseguindo, o papel que nos cabe é buscar. Tudo que Deus tiver para mim que possa me ajudar ou fortalecer para eu servi-lo melhor, eu quero, faço questão. Isso deve incluir algum entendimento e portanto nesse sentido buscar entendimento não pode ser pecado. Humilhar-se diante de Deus vem logo a seguir, pois o mero entendimento seja qual for não me serve de nada. Se eu não tiver o temor de Deus que é necessário para qualquer empreitada, é melhor nem começar.

Talvez isso explique a conduta de algumas pessoas dentro da igreja que, de forma muito superficial, argumentam que Deus não atende suas orações ou não entendem o propósito de Deus para isso ou aquilo. O que acaba ocorrendo é um esfriamento da fé, como se a fé dependesse de dar certo para ser nutrida. Eu preciso conseguir crer em Deus por Ele ser Deus, não por Ele me atender quando peço algo.

Temos de concordar que mesmo fazendo tudo certo e levando uma vida reta em sua geração, Daniel teve de esperar muitos dias pela resposta que não chegava. Isso para nós é uma lição de que, para certas coisas que se resolvem no mundo espiritual, mesmo a nossa santidade pode não bastar. Tem muita coisa envolvida que não compreendemos e nem nos cabe entender. O que precisamos é perseverar em cima de promessa, de convicção, de revelação – isso não é racional mas é entendimento.

Quero ainda aprender muito na minha vida com gente como Daniel, que se aplicou de tal maneira a buscar algo de Deus que mobilizou anjos e batalhas espirituais contra principados. Que honra e que privilégio ser assim valorizado pelo Todo Poderoso. Quero ser assim.

“Senhor, me ensina a buscar em Ti o entendimento que preciso para todas as coisas da vida, desde o simples até o mais complicado. Eu te dou graças por Teu Espírito que vive em mim.”

Mário Fernandez