Luis Antonio Luize

A Fé Começa Em Casa – Aprendendo a Amar

“Assim, Jacó trabalhou sete anos para poder ter Raquel. Mas, porque ele a amava, esses anos pareceram poucos dias.” (Gênesis 29:20)

Esta palavra tão pequena – AMOR, leva-nos a tantas situações na vida e mostra-se por muitas facetas diferentes no nosso dia a dia. Usamos para as mais diversas situações, podendo até duas pessoas estarem falando e expressando amor, sendo que a interpretação e a expectativa podem ser totalmente diferentes e até desconhecidas pelo outro.

O processo de desenvolver nossos relacionamentos ou de restaurá-los, passa pela maneira como amamos. E isto num sentido mais amplo e completo exige que conheçamos as mais distintas faces do amor.

Em grego existem 5 palavras para o que se relaciona a amor, enquanto no português apenas uma, e quando a usamos pode significar muitas coisas. Vamos conhecer estas diferenças e passará a ficar mais claro o que acontece com cada um de nós quando dizemos – “eu te amo”.

EPHITUMIA – desejo forte, fixar-se em desejar sexualmente. Esta expressão envolve nossa sexualidade e na vida conjugal devem, marido e mulher, sentir e desenvolver um forte desejo físico entre si. Este amor é expresso através da intimidade física e resulta em prazer para ambos.

Precisamos conhecer a nossa sexualidade e a de nosso(a) parceiro(a), pois os mecanismos que despertam o interesse sexual é diferente para o homem e para a mulher. Nossa postura deve ser de demonstrarmos ao nosso cônjuge que o amamos despertando seu desejo por nós.

A sociedade moderna tem se fixado neste tipo de amor como sendo suficiente, esquecendo-se das demais necessidades humanas.

EROS – amor romântico, apaixonado. É o desejo ardente de empenhar-se na felicidade do ente amado. Nos impulsiona a não medir esforços para estarmos com o outro e expressar nossos sentimentos.

Este amor é muito visível nos casais de jovens namorados. Para exemplificar, certo dia quando namorava a Telma, estava um frio muito intenso em Curitiba, em torno de 5ºC, e eu só poderia ir à sua casa de moto. Pois bem, não deu outra, me enchi de blusas e fui. Cheguei gelado e nem fiz conta disto, só queria estar junto dela.

Muitos, depois que casam param de agir assim, pois tem a falsa impressão que é algo que não faz mais parte da vida, como algo que passou, teve fim, e perdem boas oportunidades com seu cônjuge. Para expressarmos este amor precisamos conhecer nossas necessidades e carências emocionais e afetivas.

STORGE – amor refúgio e segurança. Este amor satisfaz a necessidade que temos de participar de um círculo íntimo, onde as pessoas se interessam umas pelas outras e são leais entre si. É o que chamamos de sentimento de lar. É um local aonde podemos nos despir de nossas máscaras e sermos aceitos como somos.

Enquanto eros funciona como um combustível para alimentar nossas emoções, storge vem para edificar os alicerces do nosso relacionamento e nos dar estabilidade emocional, independente das circunstâncias.

Desenvolver este amor leva tempo, é lento, inicia com a fidelidade em aliança e nos leva a desfrutar de uma vida sadia.

É por isto que escutamos casais falando um ao outro:

— Eu te amo! Diz ela se referindo ao amor storge – segurança e refúgio ou phileo – amigo, companheiro.

— Eu também te amo meu bem! Diz ele se referindo ao amor ephitumia – desejo forte e ardente.

Quer dizer, ela pede atenção e segurança e ele está respondendo com sexo. Dai ela diz:

— Você só pensa nisso!

Ao final, ministra ao marido e desenvolvem a sexualidade, pois os bons amantes suprem primeiro as necessidades de segurança e amizade da sua esposa. Nestes momentos, os maridos devem suprir as necessidades amorosas de sua esposa para que, em seguida, possam também ser supridos das suas.

PHILEO – amor amigo, companheirismo. Todos possuem a necessidade de ter amigos, fazer coisas juntos, passar tempo junto e dividir sonhos, planos e pensamentos. É um amor com capacidade de guardar confidências, serem leais, cordiais e afetuosos.

O desenvolvimento deste amor gera cumplicidade de vida entre marido e mulher. Quando não desenvolvido, estes vão procurar outras formas de preencher este espaço, através de amigos, parentes ou filhos.

Precisamos desenvolver este amor com nosso cônjuge. Marido e mulher deveriam se considerar como o primeiro e maior amigo, com o qual possuem prazer em sonhar, planejar e executar coisas juntos.

AGAPE – amor sacrificial, incondicional. Este é um amor alimentado pela vontade e não pelas emoções. Sua poderosa natureza e fonte é o próprio Deus. Este é o fruto do Espírito em todo aquele que tem Jesus como Senhor e Salvador de sua vida, é um privilégio dos filhos de Deus.

Este amor se manifesta de forma incondicional, inesgotável, generosamente e sem medida. Este amor é aquele que consolida e harmoniza o perfeito ajuste entre todas as faces do Amor Integral.

Resumindo: Ephitumia desenvolve nossa sexualidade; Eros cria amantes; Storge nutre nosso lastro emocional; Phileo cria amigos e gera cúmplices e Agape é o presente de Deus aos seus filhos.

PARA EXERCITAR COM SEU CÔNJUGE

  • Como tenho demonstrado amor ao meu cônjuge?
  • Desenvolvemos todas as facetas do amor em nossa vida conjugal?

“Pai celestial, ensina-me a amar verdadeiramente e expressar meus sentimentos de maneira que meu cônjuge se sinta amado(a). Amém!”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Cruz – Glória

“mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.” (Gálatas 6:14)

Mas afinal de contas, o que é glória? O que é gloriar-se?

Os dicionários que consultei falam em brilho, esplendor, alguns falam em virtude reconhecida, outros falam em renome, dignidade. Talvez um bom resumo disso seja que glória é qualquer coisa que me faça sentir destacado ou reconhecido. Seja o que faz de mim diferenciado dos demais. Poderíamos dizer que é o que coloca em patamar diferenciado, elevado, acima.

Usando de um português quase tosco de tão simples, podemos dizer que gloriar-se é sinônimo de “se achar”, seja isso merecido ou não, pois todas as referências que encontrei são claras ao dizer que a glória é inerente e independente de mérito. Por exemplo, um rei tem glória real independente de merecer ser rei ou não – ele pode ser simplesmente um herdeiro que nunca fez nada para merecer estar ali, mas está de qualquer forma.

Olha só que coisa maravilhosa – se eu tenho motivo para “me achar” é na cruz, onde fui crucificado para esse mundo por meio de Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus. Só posso me orgulhar, brilhar, me exaltar, daquilo que nem sou eu que sou, mas Ele que fez. É maluco como tudo do Reino de Deus, mas funciona.

Se mais de nós entendêssemos isso certamente o mundo seria outro, pois o tempo que gastamos nos combatendo, divergindo, discutindo, tentando estar certos… esse tempo todo poderíamos estar adorando, compartilhando nossa fé, olhando para o alvo, nos aperfeiçoando, crucificando nossa carne. A cruz tem um papel de nos colocar em nosso devido lugar, nos dando toda glória e honra que nos são devidos – nenhuma. Isso mesmo, nenhuma glória, nenhuma honra, nada de nada. A Jesus Cristo pertence toda glória, toda honra e toda exaltação possível.

Note que o papel da cruz na vida prática de um cristão vai além do que se poderia chamar de teologia. Não é uma questão de estudo, de entendimento, de compreensão, é apenas uma questão de sujeição. Eu devia ter morrido, Jesus morreu no meu lugar. Eu morro para o mundo, o mundo morre para mim. Cruz. Lugar de morte, lugar de sacrifício, lugar de entrega. Na prática é assim, eu não posso “me achar” por que não mereço, não tenho brilho ou glória nenhuma. Longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz. Longe de mim achar que sou algo, exceto pelo que aconteceu naquela cruz. Longe de mim ter brilho ou destaque.

Ouvi uma frase anos atrás dizendo “

. Tente contar as estrelas do céu num dia ensolarado e entenderá. Jesus é o Sol da Justiça, no Reino Dele não precisa mais luz que isso. Se glória é brilho, só podemos refletir o brilho Dele. Glória de crente é cruz. Brilho de servo de Deus é reflexo. Espelho tem que andar limpo para refletir, o resto é tudo periférico.

“Senhor, obrigado por aquela cruz e por me inserir nela de modo substitutivo. Eu fico maravilhado com Teu amor por mim, com a liberdade que tenho para Te servir. Me ensina a morrer para mundo.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

3 Afirmações Poderosas em Tempos de Crise

Em tempos de crise e aflições nossas emoções costumam nos pregar peças.

O ser humano tem a tendência de se deixar influenciar mais pelos aspectos negativos da vida e quando enfrenta problemas tem a tendência de torná-los maiores do que são na realidade. O problema pode ser pequeno e se tornará um gigante, se for grave de verdade será tomado como impossível de se resolver.

A Bíblia ensina que “A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto.” (Provérbios 18:21). Isso revela a importância de se cuidar daquilo que nossos lábios pronunciam no dia a dia e, particularmente, nos tempos de crise.

Se já temos a tendência natural para ver os problemas maiores do que são, o que eles se tornarão para nós se constantemente nos convencermos disso pelas nossas próprias palavras?

A Bíblia tem diversas passagens que nos estimulam a mudar a nossa atitude e as nossas palavras quando estamos em crise.

1. “Não temas, crê somente.” (Lucas 8:50)

Jesus disse ao chefe da sinagoga, Jairo, que não temesse, antes mantivesse a fé. Ele ouviu isso de Jesus na hora em que recebeu a notícia de que sua filha tinha morrido.

Quer motivo mais justo para desistir? Mas pelo fato de ter crido na palavra de Cristo Jairo recebeu de volta sua filha com vida.

Olhar para o problema e se enxergar vencido e acabado é fé no desastre. Não devemos nos deixar vencer pelo medo da derrota, mas afirmar repetidamente toda vez que for necessário: “Não temerei, creio em Cristo e no seu poder para me libertar!”

2. “Diga o fraco: Eu sou forte!” (Joel 3:10)

A passagem de Joel é uma convocação para a guerra e ela estimula até mesmo aos fracos para afirmarem a si mesmos que são corajosos para participar dela. Quem afirma a si mesmo que não tem coragem ou força para enfrentar um problema já desistiu de vencê-lo.

Provérbios 24:10 diz “Se te mostras fraco no dia da angústia, a tua força será pequena.” Mesmo que os sentimentos digam o contrário afirme com confiança: “Eu sou forte! Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.”

3. “Em tudo dai graças.” (1 Tessalonicenses 5:18)

Essa é a atitude que mais demonstra a confiança no amor e cuidado de Deus: agradecer-lhe por tudo, até mesmo por aquilo que você acha que não deveria agradecer. Deus nos promete que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28), portanto não importa o que seja que você está passando, tenha coragem de agradecer a Deus por aquilo sabendo que Deus pode livrá-lo ou até mesmo usar isso para o bem.

Mude de atitude, deixando de reclamar e passando a viver uma vida de gratidão a Deus.

Não tenha medo do problema, fortaleça-se em Cristo e agradeça a Deus por tudo que Ele lhe permite enfrentar sabendo que, com Ele, não haverá outro resultado além da vitória final (Apocalipse 2:10).

Vinicios Torres