Vinicios Torres

Liderando Com o Coração – Comunicando na Hora Certa

“Eu cheguei a Jerusalém e durante três dias não contei a ninguém o que pensava fazer pela cidade de acordo com o que Deus havia posto no meu coração.” (Neemias 2:11-12a)

Neste ponto da sua história Neemias nos dá uma lição de como conduzir um projeto com responsabilidade. Deus colocou em seu coração o desejo de reconstruir Jerusalém, ele elabora um plano e o apresenta ao rei que, além de aprovar ainda lhe fornece os recursos necessários para executá-lo. Agora, depois de muitos dias de viagem, ele chega a Jerusalém. O sonho está prestes a começar a virar realidade.

Se fosse um dos líderes de hoje, provavelmente ele teria feito um vídeo promocional mostrando em uma animação 3D como ficaria Jerusalém após a restauração e teria enviado antes de ele chegar, a fim de que fosse recebido com pompa e circunstância. Mas, curiosamente, Neemias não diz o que veio fazer logo de cara.

Isso tem motivos, claro, e ao analisarmos esses motivos podemos aprender alguma coisa.

Primeiro, Neemias estava na Babilônia quando soube da situação e foi tocado por Deus. Ele fez planos a partir do que os outros falavam e com certeza a partir dos documentos que o governo dispunha. Ao chegar a Jerusalém ele o fez o mais discretamente possível, embora fosse impossível uma comitiva real chegar em uma cidade daquela época sem ser notada.

Ele precisava de tempo para fazer pelo menos duas avaliações antes de anunciar suas intenções.

1. Ele precisava ver a situação por si mesmo e avaliar se o que tinha ouvido condizia com a realidade.

2. Ele precisava avaliar se os planos que tinha feito precisariam ser ajustados.

Segundo, Neemias sabiamente evitou criar expectativas antecipadamente.

Ao chegar sem anúncio ele evitou que os moradores inventassem estórias, especulassem motivos e criassem partidos antes menos do projeto começar. Se o povo soubesse antecipadamente que um emissário do rei estava vindo para reconstruir a cidade geraria expectativas que talvez Neemias não tivesse condições de gerenciar.

Fazendo assim ele também evitou criar inimigos antes da hora. Em todo o projeto sempre haverá aqueles que serão contra, principalmente se seus interesses forem afetados ou sua influência ameaçada.

Administrar a sua chegada de maneira tranquila deu a Neemias a condição de se informar, avaliar a situação e se preparar para interagir com o povo da cidade.

Certamente, você Já viu muitos projetos serem anunciados aos quatro ventos para em seguida morrerem solitários e silentes. Já vi muitas promessas serem feitas e depois esquecidas. Há uma classe especialista em usar essa técnica: impressiona antes torcendo para que você esqueça depois. No seu próximo projeto, evite prometer e se promover demais, pois senão poderá não conseguir atingir as expectativas que você mesmo gerar.

“Senhor, ajuda-me a saber o que comunicar e a hora certa de comunicar cada etapa do projeto que colocaste em meu coração.”

Vinicios Torres

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Duas Culturas

“Acima de tudo, amem sinceramente uns aos outros, pois o amor perdoa muitos pecados.” (1 Pedro 4:8)

Os aspectos envolvidos na herança comportamental são bastante profundos e impregnam nossas vidas de uma maneira que muitas vezes sequer percebemos.

Em cada casa a família tem seu próprio jeito de ser e de agir. Alguns pais são conservadores, enquanto outros liberais e um outro tanto moderados. O produto da sua forma de ser e agir são os modos dos filhos.

Se há um filho que sente a necessidade de espaço para poder agir e pensar e está inserido numa família rígida, provavelmente terá dificuldades. Se possuir um certo “jogo de cintura”, vai conseguir absorver estas situações e comportar-se de maneira adequada.

O fato é que cada pessoa é de um jeito e seus filhos não necessariamente possuem temperamento e gostos semelhantes aos dos pais. Isto tudo pode ser fonte de tensões no relacionamento entre pais e filhos e entre os filhos.

Quanto mais pessoas na casa, mais comportamentos diferentes existem, mais relações devem acontecer e mais conflitos podem surgir. Temos dois modos de enxergar isto, por um lado podemos dizer que uma casa em que tenham mais pessoas há mais conflitos e dificuldades ou olhando de um modo diferente e melhor, dizer que numa casa em que há muitas pessoas há mais variedade de situações que proporcionam um crescimento social mais rápido para quem está lá.

Naturalmente, o modo de enxergar vai depender do temperamento e comportamento de cada um de nós.

De qualquer forma, estas interações familiares irão moldar as pessoas da família, de forma a que terão o jeito de agir, pensar e comportar-se semelhantes.

Você já observou uma família que tenha uma característica bem definida e que você poderia dizer qual é a qualidade que marca a todos naquela casa?

É disto que estamos tratando, comportamentos semelhantes de todos os familiares. Estes comportamentos podem ser bons ou ruins, e saiba que todos nós teremos os dois tipos de comportamento em nossa casa. Temos que manter os bons comportamentos e melhorar os comportamentos ruins, assim iremos crescendo.

Quem nos ajuda muito nesta área é o Espírito Santo, que está realizando em cada um de nós o processo da santificação, que nada mais é do que o aperfeiçoamento dos crentes em direção à Jesus. Precisamos deixá-lo agir em nossa casa para que nosso lar cresça a cada dia de forma que, ao olharmos para trás, podemos ver que estamos melhores do que ontem e olhando para a frente tenhamos um objetivo de melhorar ainda mais.

Tendo tudo isto em mente, ao nos casarmos, iremos encontrar uma pessoa que foi criada numa cultura familiar totalmente diversa da nossa.

O convívio do namoro e noivado não é suficiente para entender todos os aspectos desta cultura, mesmo envolvendo-se com a família do futuro. Pensando melhor, a gente até percebe, mas nossos olhos estão fixos no nosso par, a tal ponto que tudo que está em volta é esquecido.

Algumas pessoas chegam a olhar apenas para a beleza externa, esquecendo-se de olhar para a beleza interna, para alma da pessoa. Quem ela é, quais suas qualidades e defeitos e perguntar-se se é o tipo de pessoa com o qual deseja passar junto o resto de sua vida.

De qualquer forma, após casarem-se estão ligados numa aliança indissolúvel entre eles e com os familiares de ambos. Mesmo que tenham levado em consideração os aspectos acima, mesmo assim ainda serão duas pessoas com culturas diferentes que passarão por um período de adaptação.

Muitos pensam que os primeiros anos de casamento são os melhores, e podem ser sim, desde que haja respeito e amor mútuo. Cada um querendo o melhor para o outro e procurando compreender suas atitudes, confrontando amorosa e pacientemente cada situação comportamental diferente e de potencial conflito.

Se esta primeira etapa for bem feita, certamente estarão lançadas as bases de uma relação profunda e duradoura em que a cultura de ambos se fundirão numa nova cultura familiar em que os filhos serão criados.

“Senhor, que eu possa a cada dia me santificar na tua presença, amando meu cônjuge e familiares cada vez mais, transformando-me na expressão viva do teu amor.”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Novidade de Vida – Terminar

“Quando você fizer um voto, cumpra-o sem demora, pois os tolos desagradam a Deus; cumpra o seu voto.” (Eclesiastes 5:4)

Deixar as coisas pela metade é um dos males dessa geração que aí está. Insisto comigo mesmo e com meus filhos/discípulos para que jamais, JAMAIS, comecem alguma coisa pensando que podem deixar inacabado. Se acontecer algo justo e for impedido é uma coisa, mas estou falando de relaxo. Mesmo que custoso uma vida rendida ao Senhor não pode permitir isso.

E digo mais: todo voto não cumprido diante de Deus é algo inacabado. E Deus não se agrada dos tolos que votam e não cumprem, portanto Deus não se agrada daqueles que deixam coisas pela metade.

Por que não posso sair semeando “meias obras” pela vida? Das inúmeras razões quero destacar algumas:

1) Deus termina o que começa. Veja Filipenses 1:6
2) Perseverança vem da fé provada. Tiago 1:3
3) A promessa é para o fim. Apocalipse 2:10
4) Temos exemplos bíblicos. 2 Timóteo 4:7
5) Jesus foi até o fim. João 19:30

Mas a despeito da lista enorme eu quero chamar a atenção para um detalhe. Invariavelmente seremos chamados com algo em andamento. No dia em que o Senhor vier buscar os seus, algo vai estar andando. Mas preste atenção meu querido leitor: Jesus cumpriu completamente Sua missão terrena e não deixou nada inacabado, mas agora resta a segunda fase da missão – Ele voltará.

Quer você goste disso ou não, creia nisso ou não, compreenda isso ou não, esteja pronto ou não – Ele voltará. Ele não vai deixar de cumprir o que prometeu porque Ele é fiel. E eu tenho certeza, com cada gota do meu sangue e cada parte da minha alma, que Ele não vai te pedir a conta das casas, roupas, carro, dinheiro, carreira profissional, amigos, vitórias e conquistas. NADA disso importa para Ele. A conta será cobrada mas eu creio que somente duas moedas pagarão esta conta: almas e santidade.

Almas porque são a resposta de obediência ao IDE, são o cumprimento do segundo mandamento (amar ao próximo) e principalmente porque Deus nunca desejou a perdição de ninguém e lhe aprouve nos usar para isso.

Santidade porque responde ao primeiro mandamento (amar a Ele) e nos torna semelhantes a ele. Os pecados que abandonamos, as práticas que vencemos, os erros de deixamos de cometer, o crescimento espiritual que apresentamos – isso vai contar.

Eu imagino (influência da faculdade de engenharia) que no dia da Sua volta o Senhor vai olhar para mim com uma prancheta na mão com duas folhas: uma lista de almas e um gráfico de santidade. Misericórdia se a lista for curta ou se o gráfico não estiver subindo no final. Clamo e batalho por um rolo para minha lista e um gráfico de santidade agradável a Ele.

Mas meu querido, pense comigo: como aumentar essa lista e como fazer a curva subir sem terminar tudo que começo? Se Jesus levianamente agisse assim iríamos todos para o inferno ou teríamos de viver aqui para sempre. Aleluia, não é assim. Vamos ser imitadores Dele nisso também.

“Senhor, misericórdia para mim e para minha geração. Somos inconstantes e temos joelhos fracos que vacilam em se firmar nos Teus caminhos. Ajuda-nos Deus a vencer isso e sermos curados dessa coisa de não terminar.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Liderando Com o Coração – Resultado da Excelência

“Eu disse ao rei: Se for do agrado do rei, e se o teu servo tiver achado graça diante de ti,…” (Neemias 2:5a)

Neemias já tinha estabelecido em seu coração o plano de reconstruir a cidade de Jerusalém e orado para que Deus tocasse o coração do rei para que ele fosse favorável a este plano. Mas há um detalhe que muitas vezes passa despercebido para muitas pessoas: o que fez Neemias ter acesso à maior autoridade do planeta na época que era o único que poderia autorizar e financiar este projeto?

Ele diz no texto que era o copeiro do rei. Naquele tempo tempo o copeiro era o responsável por manter a adega e servir ao rei o vinho e as bebidas que ele desejasse, mas com um função a mais, ele deveria antes provar tudo o que fosse servido ao rei para garantir que nada tivesse sido envenenado.

Era uma função de confiança e para chegar a ela, certamente, Neemias deve ter se provado digno dela. A história não conta, mas Neemias de ter feito uma carreira digna de ser notada que o levou a ser promovido até aquele posto. Suas realizações e sua competência lhe garantiram estar na posição certa no momento em que a oportunidade de se tornar o líder se apresentou. Ele viu cumprir-se Provérbios 22:29 “Você já observou um homem habilidoso em seu trabalho? Será promovido ao serviço real; não trabalhará para gente obscura.” (NVI)

Ao ser apresentado ao projeto o rei não teve dúvidas de que estava diante de alguém que teria condições de ser o líder dele. Tanto que o texto registra apenas uma pergunta do rei a Neemias: “Quando você voltará?” Não há questionamento da viabilidade do projeto nem da competência daquele que se propôs a fazê-lo. As realizações anteriores e o caráter de Neemais, que o rei conhecia e confiava, eram as credenciais que ele precisava.

Muitos querem ser líderes sem terem construído uma base sobre a qual as pessoas possam confiar em sua liderança. Como seguir alguém em um projeto se esta pessoa não tem história de desafios vencidos para dar confiança na sua capacidade tanto de execução como de planejamento e supervisão?

Todos os líderes de sucesso tiveram seu tempo de trabalhar debaixo da liderança de outros, de enfrentar a rotina das tarefas repetitivas, de demonstrar a qualidade nos menores trabalhos, de se relacionar com respeito e confiança com as pessoas, até serem reconhecidas e colocadas em posições onde, então, estavam prontos para aproveitar a oportunidade de tornarem eles mesmos líderes que fizeram a diferença.

A história de Neemias não se prende aos detalhes iniciais de sua vida, mostra apenas o resultado de sua carreira. Ele certamente não sabia que seu trabalho dedicado e sua fidelidade ao rei iriam ser recompensados por Deus com o maior e mais reconhecido desafio de sua vida.

“Senhor, ajuda-me a entender que a excelência com que eu vivo a minha vida e faço o meu trabalho hoje são sementes que frutificarão para serem colhidas no futuro que já preparaste para mim.”

Vinicios Torres

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Nossas Heranças

Hoje estou deixando que vocês escolham entre o bem e o mal, entre a vida e a morte. (Deuteronômio 30:15)

É na família que nos desenvolvemos e recebemos nossa identidade como pessoa, recebemos orientações morais e espirituais, desenvolvemos nossa capacidade de nutrir relacionamentos e recebemos herança. A isto denominamos de cobertura familiar.

Ao nascermos numa família, recebemos nossa identidade física, ou seja, nome, sobrenome, um idioma, uma nacionalidade e um certo aspecto. Dizem que puxamos para o pai mas que somos bonitinhos que nem a mamãe.

A fonte de toda certeza é Deus, que é imutável, portanto, quanto mais próximos deles, mais sabemos quem somos e quanto mais distante mais perdidos ficamos.

A pessoa pode ter nascido numa família que cristã e busca servir a Cristo ou então numa casa em que são todos religiosos ou onde cada um é do seu jeito ou até mesmo ateus. De qualquer maneira, vai sendo formada a identidade espiritual do indivíduo baseado inicialmente nos seus relacionamentos familiares.

A cobertura familiar é muito importante para nós humanos, a ponto de que, quando falha, ficamos complexados. Pode ser complexo de inferioridade ou de superioridade, humildade ou orgulho, não importa, pois estes são apenas dois extremos da mesma régua.

A identidade é algo tão importante que o próprio Deus Pai confirmou a identidade de Deus Filho – Jesus Cristo logo após seu batismo dizendo: “Este é o meu Filho amado em quem me comprazo” Mateus 3:16¨. Observe que Deus disse que era Seu filho e estava alegre por ele.

Muitos pais nunca dizem aos seus filhos que os amam e muito menos que tem alegria no que fazem ou em como são – isto é a transmissão da identidade.

Logo após Deus Pai ter afirmado a identidade de Jesus como Seu filho, ele foi tentado por Satanás na sua identidade: “Se tu és o filho de Deus, então…” (Mateus 4:3,5). Nas duas primeiras tentações Satanás usa a mesma expressão e significa colocar em prova o que Deus Pai disse a Jesus, colocar em dúvida.

Nós em nada somos melhores do que Jesus e se este foi tentado na área da sua identidade, tenho certeza que você também já foi ou será tentado nesta área, escutando algo como:

— Se você é um bom pai/mãe, então…
— Se você é um bom marido/esposa, então…
— Se você é fiel, então…

Quando você tem convicção não precisa provar nada para ninguém, mas se está em dúvida se achará tentado em fazer algo para provar a todos e então cairá na tentação.

Na família desenvolvemos a confiança mútua o que nos dá a capacidade de iniciar e nutrir relacionamentos saudáveis. A base da confiança é a integridade, ou seja, ser o mesmo em qualquer situação, seja na frente das pessoas ou sozinho.

Se você anda com dificuldade em se realizar nos relacionamentos, procure observar sua relação com seus pais, pode ser que haja algum problema, e se houver, busque o conserto o quanto antes.

No ocidente leva-se pouco em consideração as gerações, ou seja, nossa descendência, da onde viemos e para onde vamos, mas a Bíblia valoriza a família, a coletividade e as gerações. Aqui o evangelho muitas vezes é precário por causa da quebra dos vínculos familiares, o que leva ao rompimento de relacionamentos, distanciamento e falta de apoio. Mas é certo que recebemos de nossos pais uma herança, seja esta ministerial, moral, emocional ou espiritual.

A herança financeira é fácil de compreender, pois ao morrer algum ente querido, este deixa todos os seus bens a quem fica e estes são repartidos entre eles.

A herança moral e comportamental é menos falada e observada, mas basta examinar os membros de uma família e veremos que se comportam de forma parecida. Escutamos coisas como:

— Ele fala igualzinho ao pai!
— Ela tem o mesmo jeitinho da mãe!

Isto quando não falam de comportamentos ruins que herdamos. Você precisa conhecer estes comportamentos e buscar de Deus a cura para aqueles que não são adequados.

Isto não significa que o vício do pai, por exemplo, possa ser pretexto para o filho. Pode haver influência, mas não é uma obrigação.

A herança espiritual se refere a quem somos em Deus. Quando Deus se apresentou a Moisés pela primeira vez, disse que era o Deus de seus pais, e que tinha amizade com Abraão, Isaque e Jacó. É por isto que a bíblia está repleta de bênçãos e maldições para as gerações futuras, segundo o nosso comportamento hoje.

Certamente, dons e vocação poderão ser liberados ou trancados através da herança que recebemos, mas está nas suas mãos escolher o caminho da vida e do bem.

“Senhor, quero neste momento renunciar a tudo que não provenha de Ti e manifesto a vontade de me submeter inteiramente à autoridade de Jesus Cristo em todas as áreas da minha vida. Escolho o caminho da vida e do bem assim como a boa herança. Senhor, religa-me contigo e com a minha família.”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Novidade de Vida – Esforço

“Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio?” (Galatas 3:3 NVI)

Li recentemente a estatística apavorante de que para um cristão confesso dentro da igreja temos cerca de 1,5 afastados. Isso, meu querido, no Brasil e em 2013. Vejo igrejas mega lotadas e estranhamente o fenômeno dessa geração que aí está parece ser meramente logístico, ou seja, se movimenta de um lugar para outro sem se vincular ou pertencer a nada. Converso com pessoas que vão em 3 ou 4 igrejas regularmente e não se enlaçam com nenhuma, o que me leva a crer que, provavelmente, são contadas 3 vezes como membros. Por quê? O que gera isso?

A explicação pode variar mas para mim (opinião pessoal) é falta de compromisso com o Deus a quem eu sirvo. Uma pessoa que de fato e realmente nasceu de novo não pode ficar pensando em retroceder, voltar para a velha vida, para as velhas práticas. A nova vida é melhor, por que voltar? A resposta mais evidente está neste versículo: pois embora começando no Espírito as pessoas querem prosseguir na carne, ou como Paulo disse, pelo esforço próprio. Insensatos, disse Paulo.

É de se esperar que uma nova vida em Cristo seja aperfeiçoada por Cristo através da atuação do Seu Santo Espírito. Apavorante pensar que alguém pode querer trocar o Santo pelo comum, mas é verdade e não é novidade, pois Paulo escreveu isso faz um tempão…

Prosseguimos pelo esforço quando negligenciamos nosso tempo de oração a sós com Deus, nossa meditação na Palavra de Deus, nosso empenho para servir aos irmãos, nosso esforço para congregar, nossa fidelidade. Quando deixamos isso para depois, deixamos o espiritual para depois e naturalmente o natural (esforço próprio) domina. Por outro lado quando fazemos e priorizamos tudo isso estamos diretamente na contramão da carne e com isso o resultado é crescimento espiritual.

Mas afinal para que serve isso?

Simples: para crescer para Deus e não para nós mesmos. Veja que Paulo enfatizou a necessidade de sermos espirituais e mostrou os benefícios, durante todo esse capítulo. Inegavelmente podemos ser mais do que somos e podemos fazer mais do que imaginamos, se formos capacitados ou aperfeiçoados pelo Espírito Santo de Deus. Eu me sinto na obrigação de lutar contra mim mesmo para me tornar o que Deus quer de mim e ao mesmo tempo para deixar de ser o que Ele não quer de mim. Não há outro motivo para meu esforço na oração, na Palavra, no serviço (ministério) e na fidelidade.

Eu nasci de novo, não tem outro caminho para minha nova natureza.

“Senhor, me perdoa por ficar andando onde não devo e me dedicando ao que não interessa. Me fortalece Pai, para que eu atinja o teu objetivo para mim e nada menos.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Liderando Com o Coração – Planejamento e Dependência

“Faze com que hoje este teu servo seja bem-sucedido, concedendo-lhe a benevolência deste homem. Nessa época, eu era o copeiro do rei.” (Neemias 1:11b)

Um aspecto tremendamente importante da liderança é saber quando e como se comprometer com um projeto.

Com o exemplo de Neemias aprendemos que antes de nos comprometermos com o projeto temos de analisar tudo que for possível e estiver ao nosso alcance. A falta de respostas para algumas perguntas não precisa inviabilizar a iniciativa, mas temos de ter todas as respostas que forem possíveis.

Você vê que Neemias fez a sua lição de casa quando lê o capítulo 2, logo a seguir este versículo, e nota que ele teve todas as repostas às perguntas que o rei fez. Isso tinha que ser assim, pois ele iria pedir a permissão e ajuda ao rei mais poderoso de sua época para executar o seu projeto de reconstruir a cidade de Jerusalém. Você deve lembrar que não era uma tarefa fácil, pois a cidade havia sido destruída e queimada décadas antes por causa da sua rebelião contra o rei da Babilônia. A ideia de reconstruir uma cidade que havia sido rebelde não era das melhores.

É por isso que, apesar de ter um plano, Neemias ora a Deus pedindo que Ele toque o coração do Rei. Neemias devia conhecer o provérbio “O coração do rei é como um rio controlado pelo Senhor; ele o dirige para onde quer.” (Provérbios 21:1) Assim ele deposita a sua confiança em Deus e no fato de crer que este projeto tinha a Sua inspiração.

Muitas pessoas acham que planejar é falta de fé, mas como bem disse o Pr. Mário Fernandez, “Planejar não é falta de fé, absolutamente. Pelo contrário, é preciso ter muita fé para planejar, pois trata-se de olhar para o invisível e imaginá-lo concretizado. Planejar é olhar com antecedência para algo que ainda não aconteceu, isso é fé.” (https://www.ichtus.com.br/dev/2013/06/25/financas-planejamento/)

Neemias orou, planejou, orou, falou com o rei, orou, viajou, orou, executou o plano e orou no fim de tudo.

Após identificada a necessidade que move o coração do líder, um bom plano e muita oração e dependência de Deus é a receita para o projeto realizado.

“Senhor, mostra-nos que antes de sair tentando realizar qualquer coisa, devemos buscar em ti ajuda para planejar com sabedoria o projeto que confiaste ao nosso coração.”

Vinicios Torres

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – O Papel do Pai e da Mãe

“Felizes as pessoas que têm fome e sede de fazer a vontade de Deus, pois ele as deixará completamente satisfeitas.” (Mateus 5:6)

Pai e mãe foram criados por Deus cada qual com um papel muito bem definido. Cada um deles comporta-se de maneira diferente e necessária para a formação de uma família saudável. Muitos casais, ao invés de entenderem estes papéis e trabalharem como uma equipe de uma-só-carne, passam a se machucar mutuamente por desconhecer esta dinâmica e entram num círculo vicioso, muito diferente do ciclo virtuoso projetado por Deus para o casamento.

Quando a criança nasce, é notória a diferença do papel do pai e da mãe. A mãe toma seu bebê no colo e o traz para junto de si, na maioria das vezes bem enrolado numa manta que o proteja do frio e do vento, numa demonstração clara de que a protegerá de todos os problemas do mundo e não permitirá que nada venha retirar seu bebê de perto.

Já o pai quando pega a criança, na maioria da vezes tira a manta porque lhe atrapalha segurar por debaixo do braço do filho, então, levanta ele bem alto para todo mundo ver, ou vira-o para a frente para que possa ver tudo do seu ponto de vista, numa demonstração clara de que está com ele e irá ensiná-lo a conquistar o mundo.

Quando cresce, a criança vai jogar futebol, por exemplo, e quando um dos meninos derruba seu filho, se a mãe está por perto, ela chama o menino, que começa a chorar pedindo proteção e a mãe o acolhe no colo e diz que os outros meninos são todos “malvados”, mas que ela vai cuidar dele, ninguém vai machucá-lo, isto quando não vai tirar satisfação com a outra mãe ou com o outro menino.

Já o pai na mesma situação, chama o filho, no máximo passa um cuspe no joelho dele e diz “vai lá que agora você consegue, vou te dizer como fazer desta vez. Vai!”

Mas esta diferença começa logo cedo, na verdade desde a concepção, sendo o homem que determina o sexo da criança, pois somente ele possui o cromossomo Y que junto ao cromossomo X da mãe pode gerar um menino. A presença do pai é fator determinante na boa formação da identidade do filho(a). A sua falta ou ausência emocional poderá levar a adultos com algum tipo de distúrbio na área da personalidade, identidade e/ou capacidade de desenvolver relações de afeto.

Muitas pessoas passam por uma crise de identidade hoje em dia, sendo isto fruto da ausência do pai no ambiente familiar, muito comum numa cultura em que a produção independente está na moda, assim como a falta de responsabilidade dos homens em honrar seus compromissos assumidos com sua mulher, seja ela namorada, noiva, esposa ou apenas morem juntos. Também pode ocorrer se há caso de vícios pelo pai causando uma distância emocional.

Por volta dos 12 anos é quando esta identidade é fixada, sendo o momento em que ocorre a maioria dos divórcios nas famílias. Como reflexo desta situação, temos filhos sem direção na vida, pois lhe falta o direcionamento e estímulo do pai para que possa se desenvolver adequadamente e atingir todo o seu potencial na vida.

Examinando o papel das mães, observamos que normalmente esta é responsável por alimentar, proteger e apoiar os filhos. Explico, ela mantém a criança nove meses em sua barriga e depois através da amamentação lhe transmite todos seus anticorpos, pois é da natureza da mãe dar vida e saúde aos filhos.

Mas esta vida e saúde não se resume à parte física, facilmente identificável, mas também vida e saúde emocional e espiritual.

Ao ensinar seu filho com histórias bíblicas e orando junto com ele toda noite, a mãe está lhe transmitindo vida e saúde espiritual. O pai tem papel importante na vida espiritual dos filhos, mas como normalmente fica pouco tempo com estes devido ao trabalho, deve aproveitar todas as oportunidades que surgirem para ensiná-los, seja através de histórias bíblicas ou a oração. A palavra diz que se ensinarmos ao filho quando for novo, quando for mais velho não se desviará do caminho certo.

Quando o esposo ou o filho volta de alguma atividade externa e chega em casa chateado, a pessoa que pode ajudá-los a superar esta frustração é a mãe. Se sua língua está a serviço de Deus, ela irá proferir palavras boas que serão bálsamo para eles e se sentirão renovados para ir em frente e superar os obstáculos.

Recentemente li o artigo de um cientista que estava fazendo mapeamento do cérebro humano para entender os problemas mentais e como superá-los. Usou seu próprio cérebro como modelo para comparação, pois acreditava não possuir qualquer tipo de desvio.

Pois bem, após minuciosa análise de cérebros de psicopatas, surpreso, descobriu que seu cérebro tinha o mesmo tipo de deficiência do cérebro de psicopatas e serial-killers conhecidos.

Após uma retrospectiva e entrevista com seus familiares, reconheceu que nunca havia manifestado esta deficiência porque havia sido ensinado pela sua mãe, que quando observava um comportamento inadequado, o orientava sobre como proceder de maneira correta.

A atitude desta mãe transformou um assassino em potencial em um cientista renomado.

“Senhor, apesar da maneira como sou, com falhas e defeitos, me ajude a ser um bom pai/mãe, desenvolvendo o potencial de meus filhos de maneira a estarem de acordo com a sua Palavra. Que o Teu amor inunde o meu coração cobrindo minhas falhas e eu possa então transmitir este amor àqueles que me são queridos.”

Luis Antonio Luize