Mário Fernandez

Cruz – Fiança

“e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.” (Colossenses 2:14-15)

Eu moro de aluguel há muitos anos, e sei bem certinho o que é um fiador. Já fui fiador também. Fiador é aquele que, se tudo der excepcionalmente certo, não ganha nada. Qualquer coisa que der errado, por simples que seja, ele perde. Não tem qualquer ganho previsto ou vantagem, é quase um desaforo. Assim fez Jesus por nós naquela Cruz, sendo nosso fiador de uma dívida impagável, que custaria nossa morte e nos condenaria ao inferno.

Ter um fiador só faz diferença quando não podemos pagar a conta, pois se tudo corre dentro da normalidade o fiador é dispensável. Louvo a Deus por homens e mulheres que assinaram por mim nos tempos em que precisei deles, mas me alegro mais ainda de nunca ter colocado nenhum deles em enrosco financeiro ou cadastral, para Glória de Deus. Se as contas estão em dia o fiador simplesmente consta presente mas não comparece. Mas, e o que dizer do débito do nosso pecado diante do Pai? Era, é e sempre será impagável – sem fiador, é processo perdido.

Sem entender estes conceitos a mensagem da cruz pode passar simplesmente como algo simbólico ou meramente histórico. De fato, para alguns pensadores e estudiosos a crucificação de Jesus não passou de um fato contemporâneo ao seu contexto histórico. Não desmereço suas opiniões, respeito-as, mas acho que vai mais além. O fato está na morte expiatória e não em dois pedaços de pau em forma de cruz; está na humilhação e não no formato; está no ato de fiança e não na “morte” em si. Fato: sem morte não haveria pagamento da fiança pois este é o preço, mas não confundamos as coisas pois se houvesse outra forma, outro preço, outra maneira – quem daria seu único Filho por fiador de uma humanidade inteira?

Notemos que não podemos tirar os olhos da cruz, pois ela é o símbolo máximo e suficiente dessa quitação de dívida. Como simbologia, nada pode superar sua simplicidade, sua eficiência, sua objetividade, sua representatividade. Foi assim que Deus quis… Se Jesus fosse morto pelos nossos pecados apedrejado (condenação comum na época para crimes religiosos), o que teríamos para nos referenciar? Um túmulo vazio? Um corpo ressurreto? Uma pilha de pedras? Não importa, temos a cruz.

Sendo nossa carta-fiança, Jesus foi suficiente, foi o bastante. Portanto, tendo em mente que jamais em qualquer tempo, nem que qualquer modo, poderíamos quitar essa dívida de pecado contra o amor do Pai. Só com um fiador. E o fiador, meu querido leitor, quis fazer do jeito que fez – pela cruz.

“Senhor, obrigado por providenciar uma forma de quitar minha divida pois eu por mim mesmo jamais poderia fazê-lo. Me ensina a valorizar esse tão grande sacrifício em meu favor.”

Mário Fernandez

Luis Antonio Luize

A Fé Começa Em Casa – Jesus e o Uso do Seu Tempo

“Todos os dias o Senhor cuida dos que são corretos; a Terra Prometida será deles para sempre. Quando os tempos forem difíceis, eles não sofrerão e terão o que comer em tempos de fome.” (Salmo 37:18,19)

A boa administração do tempo é fundamental para que possamos desenvolver nossos dons e talentos, além de proporcionar o que é necessário na nossa vida espiritual, emocional, familiar, ministerial e profissional.

Nosso uso do tempo está relacionado com as nossa prioridades e valores. Se algo tem determinada importância, devemos dedicar tempo em quantidade e qualidade suficiente para obtermos o resultado desejado.

Independente de qualquer método ou ferramenta que você utilize, Jesus é o melhor exemplo de uso do tempo que podemos encontrar, pois conseguia realizar muita coisa durante o dia e à noite usando bem o seu tempo.

Ele dividia tão bem seu tempo que desenvolvia seu relacionamento com o Pai, com os discípulos e com as multidões. Além disto, em tudo que ele fazia, Deus Pai estava presente. Jesus não se iludia com as multidões, mas centrava seu tempo e ação naqueles que lhe eram mais estratégicos e vitais para que seu ministério terreno florescesse.

Observe que há muitas passagens em que os discípulos encontram Jesus orando. Não era a maior parte do seu tempo, mas ele dedicava tempo para a comunhão com o Pai. Estes momentos apesar de pequenos eram cheios da presença de Deus e grandiosas revelações aconteciam.

Em seguida observamos que, muitas vezes, ele ia orar e chamava os três discípulos mais chegados a ele: Pedro, Tiago e João. Muitos eventos importantes dos evangelhos ocorreram com estes discípulos, mas foram em número menor do que para as multidões, entretanto, sempre foram de muita profundidade e revelação a respeito do que Jesus estava fazendo, conferindo a Ele autoridade diante dos seus discípulos. Era uma forma de ensiná-los.

Os doze discípulos entravam em seguida. Ocorreram milagres entre eles, assim como as explicações de muitas parábolas, as quais não eram claras para as multidões. Estes certamente ouviam relatos dos três sobre o que tinha ocorrido no momento da oração com Jesus.

Os demais discípulos andavam com Jesus durante o dia e nas ministrações que ele fazia, auxiliando a gestão da multidão e transmitindo a estes o que Jesus pedia que fizessem.

Por último, entram as multidões, às quais dedicava a maior parte do seu tempo. Destas, muitas vezes Jesus se retirou para buscar o Pai. Jesus, uma pessoa muito ocupada, com um projeto de vida – uma missão, que necessitava empenho total para conseguir concluir bem, encontrava tempo para ouvir a Deus. Ele gastava seu tempo de forma distinta, porém cumulativa.

O tempo é o mesmo para todas as pessoas. Temos o dia (24 horas) e a semana (7 dias). Estes períodos são cíclicos e devemos usá-lo da melhor maneira possível para atingirmos nossos alvos e necessidades da nossa vida: pessoal, conjugal, familiar, profissional e ministerial.

Nossos alvos e metas pessoais devem estar ajustados com uma escala de prioridades semelhante à de Jesus:

  1. Vida com Deus.
  2. Vida pessoal.
  3. Vida conjugal.
  4. Vida familiar com cada filho.
  5. Vida profissional.
  6. Vida com ministério no corpo de Cristo.

Para organizar minhas tarefas e prioridades de vida eu tenho usado o método GTD (Getting Thinks Done) do David Allen com bons resultados, além de ferramentas online que me auxiliam na gestão do que desenvolvo. Mas isto não resolve tudo, é necessário termos o discernimento e a flexibilidade em cada situação.

Talvez você possa se sentir desanimado neste momento ao fazer uma reflexão sobre o seu uso do tempo. Não se sinta assim. A maioria de nós erra no uso do tempo em algum momento da vida. Não somos perfeitos como Ele é, mas podemos errar menos aprendendo com cada situação.

Certo sábado estava preparando a aula da Escola Bíblica Dominical e estava com dificuldade num ponto do tema que precisava compreender melhor, e meu filho mais novo queria atenção. Eu não lhe dava a atenção necessária porque queria terminar a preparação da aula. Então, minha esposa me chamou de lado e falou o quanto seria importante para ele este tempo, era o momento adequado, pois ele estava aberto à interação comigo.

Entendi seu recado, parei o que estava fazendo e fui lhe dar atenção. Foi um momento muito bom com ele. Depois voltei ao que estava fazendo e o tema fluiu com muita facilidade. No dia seguinte ao ministrar, senti a presença de Deus comigo me orientando durante a aula.

É como se, ao dedicar meu tempo ao meu filho, no dia seguinte meu Pai dedicasse tempo à mim. Fazer a coisa certa na hora certa nos edifica e faz sentir bem.

Tome hoje uma atitude de reajustar suas prioridades e o uso do seu tempo, Deus irá recompensá-lo.

PARA EXERCITAR COM SEU CÔNJUGE

  • Minha escala de valores está de acordo com os princípios de Deus?
  • Minha capacidade e meu tempo estão sendo usados de modo correto e produtivo?

“Pai celestial, consagro a Ti o meu tempo e as minhas prioridades. Que eu entenda como deva proceder e tome as atitudes corretas a cada dia. Perdoa-me por todos os momentos em que agi de maneira diferente disto e vem agora me ajudar a corrigir isto com Teu amor sendo derramado sobre meus relacionamentos. Amém!”

Luis Antonio Luize

Vinicios Torres

Passos Para Manter a Confiança em Deus

“Alegrai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” (1 Tessalonicenses 5:16-18)

Se você deixar a crise do mundo te sufoca. Se você só olhar as circunstâncias e o cenário com ele se apresenta aos olhos naturais você se deprime e desiste de lutar. Chegará à conclusão que tudo está perdido e não haverá solução.

Mas isso não é verdade. Essa parece ser a realidade só porque não estamos enxergando que está por trás da história.

A Bíblia afirma pela boca de Daniel que Deus “muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis” (Daniel 2:21). Todas as coisas estão debaixo da sua autoridade e, em última instância, realizarão a Sua vontade e cumprirão o Seu plano eterno.

Quem confia em Deus, o Único e Eterno, precisa temer alguma coisa? Crise financeira? Desemprego? Convulsão social? Não precisa. Afinal, quem confia em Deus faz tudo que está ao seu alcance para ter paz em todas as áreas da sua vida (Romanos 12:18) e sabe que o que foge disso está debaixo do controle do Todo-Poderoso.

Como expressão de confiança em Deus podemos então praticar com confiança os três passos simples que o apóstolo Paulo ensinou aos tessalonicenses.

Passo 1: Alegrai-vos sempre. Alegrar-se em todas as circunstâncias sabendo que Deus está junto conosco. Não estamos sozinhos, estamos enfrentando a batalha da vida tendo dentro de nós o Espírito Santo que Cristo nos deu para nos ajudar. A consciência do poder de Deus à nossa disposição, mesmo nas circunstâncias mais negras da vida, deveria nos encher de confiança.

Passo 2: Orai sem cessar. Temos o privilégio de saber que as nossas orações são ouvidas e atendidas, por isso, Paulo nos estimula a estar constantemente conversando com Deus. Entregando a ele todas as nossas ansiedades e dificuldades, pedindo a sua intervenção e adorando-o em todo tempo. Muitos de nós têm a tendência de tentar resolver todos os problemas pelo próprio esforço e perdem a oportunidade de descansar e ver o poder de Deus em ação.

Passo 3: Dar graças. Quer ver uma coisa difícil de fazer? Agradecer a Deus pelos dificuldades, pelos problemas, pelas tribulações. Acredite, isso faz uma diferença tremenda na vida da gente. Reconhecer que Deus é soberano sobre todas as coisas e que o que estamos passando faz parte do Seu plano para nós é uma das mais poderosas chaves de crescimento.

Alegre-se, ore, agradeça. Um passo de cada vez, um após o outro e em pouco tempo você estará vendo a situação com os olhos que enxergam a mão de Deus em cada aspecto da sua vida.

“Abre-nos os olhos, ó Deus, para te enxergarmos em todas as situações e entendermos o seu propósito para cada uma delas.”

Vinicios Torres

Luis Antonio Luize

A Fé Começa Em Casa – Escala de Valores

“- Quero pedir que o senhor faça uma experiência com a gente. Durante dez dias, dê-nos somente legumes para comer e água para beber. No fim dos dez dias, faça uma comparação entre nós e os jovens que comem a comida do rei. Então, dependendo de como estivermos, o senhor fará com a gente o que quiser.
O guarda concordou e durante dez dias fez a experiência com eles. Passados os dez dias, os quatro jovens israelitas estavam mais sadios e mais fortes do que os jovens que comiam a comida do rei.” (Daniel 1:12-15)

Os versículos acima nos trazem o aspecto da escala de valores a que nos submetemos em nossas vidas. Daniel e seus amigos tinham um compromisso com Deus. Em vez de se submeter à ordem do rei cegamente, alterar suas prioridades e perder sua unção, dons e chamado, escolheram manter sua escala de valores.

Este exemplo é muito atual e serve plenamente para nossos dias. Há uma quantidade muito grande de casais que chegam para Telma e para mim para tratarmos seus relacionamentos em que houve uma mudança na escala de valores, acarretando diversos tipos de problemas no casamento.

Muitos maridos dedicam-se tanto ao trabalho que não desejam desenvolver sua vida espiritual. Da mesma maneira, muitas esposas dedicam-se tanto à casa e aos filhos que se esgotam e não se relacionam com seus maridos.

Mas o que é o trabalho para o homem senão trazer o sustento para sua família e celebrarem isto?

O que é ter filhos e cuidar da casa senão deixar tudo em ordem para viverem em harmonia e alegria quando estão juntos?

O que seria da vida aqui na terra se não tivermos a certeza da salvação?

Portanto, devemos tratar de objetivos a serem alcançados e não de nos envolvermos com as coisas que acontecem no meio do caminho e esquecer da principal.

Daniel identificou qual era o objetivo do rei e fez algo nesta direção que permitiria manter sua devoção a Deus e foi bem sucedido. Ele poderia ter se perdido no caminho, aceitando a comida do rei e tirando Deus da posição principal da sua vida.

O que move nossas vidas são as nossas prioridades. Estas, são definidas pelos nossos princípios, interesses do momento e também pelo nosso perfil de comportamento. Independente disto, há uma escala de valores a ser atendida que, se negligenciada, trará consequências para nós e para os que nos cercam.

A primeira prioridade de qualquer pessoa deve ser o relacionamento com Deus. Este ponto está seriamente abalado nos dias de hoje. Queremos nos conectar com todas as pessoas ao redor do mundo, menos com Deus. Para compensar fazemos muitas atividades assistenciais ou na igreja, para aliviar a nossa consciência. Este ativismo religioso ou social não significa que temos intimidade com Deus. Cada um de nós necessita ler a bíblia e orar. Sem isto não nos santificaremos e não veremos a Deus.

A próxima prioridade é o nosso lar, sendo que nosso cônjuge vem antes dos filhos. Preciso atender às necessidades de meu cônjuge, pois é parte integrante de mim mesmo (…uma só carne… Gênesis 2:24). Nosso filhos são pessoas e devemos dedicar tempo a cada um deles de maneira individual, conforme suas características e capacidades, tratar diferentes de maneira diferente. O objetivo aqui é ensiná-los a amar a Deus e refletirem Seu caráter em suas vidas.

Somente então é que temos a prioridade do trabalho. O marido deve fazer o melhor no seu trabalho/profissão. Deve tomar o cuidado de que isto não tome o lugar de Deus e da família em sua vida, pois iria desequilibrar sua vida como um todo. Também deve ver seu trabalho como uma bênção e não como uma maldição. Os homens foram feitos por Deus bem robustos para toda atividade laboral, física e emocional. Suportam muito bem a pressão diária e conseguem chegar em casa e se relacionar com a família, desde que tenham buscado a Deus primeiro. O marido deve ajudar nas tarefas domésticas, isso não lhe diminui a masculinidade, mas demonstra amor pela sua família e esposa. Esposos leiam: Tito 3:6¨-8, II Reis 23:25, Gên 3:19 e Prov. 14:23.

As esposas devem cumprir com suas responsabilidades como esposa e mãe. Também devem cuidar dos extremos, assim como o homem. Manter a casa limpa e em ordem não significa que o marido e os filhos não possam se sentir à vontade na casa, por outro lado, não devem ser negligentes quanto ao cuidado com o lar. Esposas, leiam Tito 2:3-5. Se a esposa trabalha fora, inevitavelmente ela continuará com as atividades domésticas. Essa não é uma visão machista, pois, mesmo com o marido auxiliando, a maior parte desta atividade acaba com ela, enquanto do sustento é do marido.

Em seguida temos a prioridade ministerial. Esta compreende o uso dos dons que Deus nos concedeu para o crescimento e edificação da igreja. Nunca poderemos deixar de cumprir esta prioridade dando como desculpa as anteriores. Se colocarmos cada prioridade na sua devida escala de valor, faremos tudo sem nos cansarmos e ainda Deus nos edificará ao exercermos o ministério.

PARA EXERCITAR COM SEU CÔNJUGE

  • Qual a situação atual das nossas prioridades de vida?
  • Quais serão suas atitudes práticas para ajustar esta situação?

“Pai celestial, consagro a Ti a minha vida e o meu lar. Peço que Seu Espírito venha me auxiliar a colocar as prioridades de vida em ordem para usufruir das bençãos que o Senhor concede àqueles que estão guardados em Ti. Toca-me para que eu tenha ações práticas que promovam a harmonia em todos os lugares em que esteja. Amém!”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Cruz – Sabedoria

“Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” (1 Coríntios 2:7,8)

Duas coisas me chamaram muito a atenção numa recente releitura deste texto. Primeiro o fato de que a sabedoria de Deus é ou está oculta em mistério; segundo que se os poderosos/governantes deste mundo a conhecessem não teriam crucificado ao Senhor da Glória, Jesus O Filho de Deus.

Muitas pessoas custam a entender a mensagem da cruz, ou resistem a crer nela, ou talvez se neguem a aceitá-la. Cruz é mensagem de sacrifício, de submissão, de obediência. A cruz era desnecessária para Jesus e não O mudou em nada, não o melhorou, não o edificou. Jesus não precisava ir para cruz para ser o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. A cruz era necessária para mim, me mudou, me melhorou e me edificou – bem como a todos aqueles a quem ela alcançou. A cruz tão somente revelou a Jesus como Rei dos Reis e Senhor dos Senhores e quem precisa entender isso sou eu, não Ele.

Quando falamos de sabedoria de Deus não estamos falando de habilidade ou conhecimento humano, científico, artístico, poético, matemático, criativo – não, estamos falando de algo sobrenatural que em muito supera qualquer perspectiva humana e natural. Esta sabedoria se revelou de certa forma na cruz, pois a cruz nos mostra o quanto a humanidade não compreende os propósitos do coração de Deus com sua própria sabedoria. Somente a sabedoria de Deus revela o próprio Deus.

A mensagem da cruz não é uma mensagem sem sentido, ainda que não tenha lógica um justo morrer pelos injustos. Mas, como o texto diz, oculta em mistério, a sabedoria de Deus revela a Jesus como Seu Filho. Simples dedução: quem não a tem quer matá-lo, quem a tem quer servi-lo. A mensagem da cruz é uma mensagem para os que entendem o que Deus quer e não necessariamente para os que sabem o que querem. Fico intrigado ao ver o quanto as pessoas questionam a cruz, o ato de matar o Filho de Deus, mesmo as razões que levaram a isso – enquanto que o fato central é a natureza de Jesus, o que de fato é algo único e transformador para todos os que crerem.

A cruz não é uma mensagem, ela traz uma mensagem. Ela não é um recado, ela é um mensageiro. Ela não é um ensino, ela nos ensina. Ela não é a salvação, ela revela o Salvador. Cruz sozinha não tem sentido, cruz precisa de revelação.

Nosso desafio é buscar a Deus de todo coração, com sinceridade e disso obter revelação e sabedoria Dele, para entender o sentido verdadeiro e profundo da cruz. Isso sim, vai mudar nossa vida.


“Senhor, obrigado por me mostrar na Tua Palavra que o Senhor se importa em desvendar Teus mistérios. O que não entendo e não conheço não precisa me limitar. Ensina-me a Tua sabedoria.”

Mário Fernandez

Luis Antonio Luize

A Fé Começa Em Casa – Aprendendo a Amar

“Assim, Jacó trabalhou sete anos para poder ter Raquel. Mas, porque ele a amava, esses anos pareceram poucos dias.” (Gênesis 29:20)

Esta palavra tão pequena – AMOR, leva-nos a tantas situações na vida e mostra-se por muitas facetas diferentes no nosso dia a dia. Usamos para as mais diversas situações, podendo até duas pessoas estarem falando e expressando amor, sendo que a interpretação e a expectativa podem ser totalmente diferentes e até desconhecidas pelo outro.

O processo de desenvolver nossos relacionamentos ou de restaurá-los, passa pela maneira como amamos. E isto num sentido mais amplo e completo exige que conheçamos as mais distintas faces do amor.

Em grego existem 5 palavras para o que se relaciona a amor, enquanto no português apenas uma, e quando a usamos pode significar muitas coisas. Vamos conhecer estas diferenças e passará a ficar mais claro o que acontece com cada um de nós quando dizemos – “eu te amo”.

EPHITUMIA – desejo forte, fixar-se em desejar sexualmente. Esta expressão envolve nossa sexualidade e na vida conjugal devem, marido e mulher, sentir e desenvolver um forte desejo físico entre si. Este amor é expresso através da intimidade física e resulta em prazer para ambos.

Precisamos conhecer a nossa sexualidade e a de nosso(a) parceiro(a), pois os mecanismos que despertam o interesse sexual é diferente para o homem e para a mulher. Nossa postura deve ser de demonstrarmos ao nosso cônjuge que o amamos despertando seu desejo por nós.

A sociedade moderna tem se fixado neste tipo de amor como sendo suficiente, esquecendo-se das demais necessidades humanas.

EROS – amor romântico, apaixonado. É o desejo ardente de empenhar-se na felicidade do ente amado. Nos impulsiona a não medir esforços para estarmos com o outro e expressar nossos sentimentos.

Este amor é muito visível nos casais de jovens namorados. Para exemplificar, certo dia quando namorava a Telma, estava um frio muito intenso em Curitiba, em torno de 5ºC, e eu só poderia ir à sua casa de moto. Pois bem, não deu outra, me enchi de blusas e fui. Cheguei gelado e nem fiz conta disto, só queria estar junto dela.

Muitos, depois que casam param de agir assim, pois tem a falsa impressão que é algo que não faz mais parte da vida, como algo que passou, teve fim, e perdem boas oportunidades com seu cônjuge. Para expressarmos este amor precisamos conhecer nossas necessidades e carências emocionais e afetivas.

STORGE – amor refúgio e segurança. Este amor satisfaz a necessidade que temos de participar de um círculo íntimo, onde as pessoas se interessam umas pelas outras e são leais entre si. É o que chamamos de sentimento de lar. É um local aonde podemos nos despir de nossas máscaras e sermos aceitos como somos.

Enquanto eros funciona como um combustível para alimentar nossas emoções, storge vem para edificar os alicerces do nosso relacionamento e nos dar estabilidade emocional, independente das circunstâncias.

Desenvolver este amor leva tempo, é lento, inicia com a fidelidade em aliança e nos leva a desfrutar de uma vida sadia.

É por isto que escutamos casais falando um ao outro:

— Eu te amo! Diz ela se referindo ao amor storge – segurança e refúgio ou phileo – amigo, companheiro.

— Eu também te amo meu bem! Diz ele se referindo ao amor ephitumia – desejo forte e ardente.

Quer dizer, ela pede atenção e segurança e ele está respondendo com sexo. Dai ela diz:

— Você só pensa nisso!

Ao final, ministra ao marido e desenvolvem a sexualidade, pois os bons amantes suprem primeiro as necessidades de segurança e amizade da sua esposa. Nestes momentos, os maridos devem suprir as necessidades amorosas de sua esposa para que, em seguida, possam também ser supridos das suas.

PHILEO – amor amigo, companheirismo. Todos possuem a necessidade de ter amigos, fazer coisas juntos, passar tempo junto e dividir sonhos, planos e pensamentos. É um amor com capacidade de guardar confidências, serem leais, cordiais e afetuosos.

O desenvolvimento deste amor gera cumplicidade de vida entre marido e mulher. Quando não desenvolvido, estes vão procurar outras formas de preencher este espaço, através de amigos, parentes ou filhos.

Precisamos desenvolver este amor com nosso cônjuge. Marido e mulher deveriam se considerar como o primeiro e maior amigo, com o qual possuem prazer em sonhar, planejar e executar coisas juntos.

AGAPE – amor sacrificial, incondicional. Este é um amor alimentado pela vontade e não pelas emoções. Sua poderosa natureza e fonte é o próprio Deus. Este é o fruto do Espírito em todo aquele que tem Jesus como Senhor e Salvador de sua vida, é um privilégio dos filhos de Deus.

Este amor se manifesta de forma incondicional, inesgotável, generosamente e sem medida. Este amor é aquele que consolida e harmoniza o perfeito ajuste entre todas as faces do Amor Integral.

Resumindo: Ephitumia desenvolve nossa sexualidade; Eros cria amantes; Storge nutre nosso lastro emocional; Phileo cria amigos e gera cúmplices e Agape é o presente de Deus aos seus filhos.

PARA EXERCITAR COM SEU CÔNJUGE

  • Como tenho demonstrado amor ao meu cônjuge?
  • Desenvolvemos todas as facetas do amor em nossa vida conjugal?

“Pai celestial, ensina-me a amar verdadeiramente e expressar meus sentimentos de maneira que meu cônjuge se sinta amado(a). Amém!”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Cruz – Glória

“mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.” (Gálatas 6:14)

Mas afinal de contas, o que é glória? O que é gloriar-se?

Os dicionários que consultei falam em brilho, esplendor, alguns falam em virtude reconhecida, outros falam em renome, dignidade. Talvez um bom resumo disso seja que glória é qualquer coisa que me faça sentir destacado ou reconhecido. Seja o que faz de mim diferenciado dos demais. Poderíamos dizer que é o que coloca em patamar diferenciado, elevado, acima.

Usando de um português quase tosco de tão simples, podemos dizer que gloriar-se é sinônimo de “se achar”, seja isso merecido ou não, pois todas as referências que encontrei são claras ao dizer que a glória é inerente e independente de mérito. Por exemplo, um rei tem glória real independente de merecer ser rei ou não – ele pode ser simplesmente um herdeiro que nunca fez nada para merecer estar ali, mas está de qualquer forma.

Olha só que coisa maravilhosa – se eu tenho motivo para “me achar” é na cruz, onde fui crucificado para esse mundo por meio de Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus. Só posso me orgulhar, brilhar, me exaltar, daquilo que nem sou eu que sou, mas Ele que fez. É maluco como tudo do Reino de Deus, mas funciona.

Se mais de nós entendêssemos isso certamente o mundo seria outro, pois o tempo que gastamos nos combatendo, divergindo, discutindo, tentando estar certos… esse tempo todo poderíamos estar adorando, compartilhando nossa fé, olhando para o alvo, nos aperfeiçoando, crucificando nossa carne. A cruz tem um papel de nos colocar em nosso devido lugar, nos dando toda glória e honra que nos são devidos – nenhuma. Isso mesmo, nenhuma glória, nenhuma honra, nada de nada. A Jesus Cristo pertence toda glória, toda honra e toda exaltação possível.

Note que o papel da cruz na vida prática de um cristão vai além do que se poderia chamar de teologia. Não é uma questão de estudo, de entendimento, de compreensão, é apenas uma questão de sujeição. Eu devia ter morrido, Jesus morreu no meu lugar. Eu morro para o mundo, o mundo morre para mim. Cruz. Lugar de morte, lugar de sacrifício, lugar de entrega. Na prática é assim, eu não posso “me achar” por que não mereço, não tenho brilho ou glória nenhuma. Longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz. Longe de mim achar que sou algo, exceto pelo que aconteceu naquela cruz. Longe de mim ter brilho ou destaque.

Ouvi uma frase anos atrás dizendo “

. Tente contar as estrelas do céu num dia ensolarado e entenderá. Jesus é o Sol da Justiça, no Reino Dele não precisa mais luz que isso. Se glória é brilho, só podemos refletir o brilho Dele. Glória de crente é cruz. Brilho de servo de Deus é reflexo. Espelho tem que andar limpo para refletir, o resto é tudo periférico.

“Senhor, obrigado por aquela cruz e por me inserir nela de modo substitutivo. Eu fico maravilhado com Teu amor por mim, com a liberdade que tenho para Te servir. Me ensina a morrer para mundo.”

Mário Fernandez

Luis Antonio Luize

A Fé Começa Em Casa – Como Resolver os Conflitos

“Saber dar uma resposta é uma alegria; como é boa a palavra certa na hora certa!” (Provérbios 15:23)

Se porventura você está envolvido em um conflito conjugal neste momento, você deve ter atitudes que auxiliem a sair desta situação.

Para começar seja um bom ouvinte e não responda antes da outra pessoa terminar de falar, senão você pode passar por uma pessoa encrenqueira.

Antes de mais nada defina o problema. Algumas vezes são discordâncias de opinião sobre um tema que pode ser resolvido abrindo mão de parte a parte sobre pequenas coisas, enquanto há vários pontos em que concordam sobre o mesmo assunto. Logo, ao definir o problema e os pontos em que concordam/discordam, poderão trabalhar o conflito com mais tranquilidade e facilidade.

Certas situações nascem de uma contribuição nossa, ou de uma atitude nossa, portanto, reconheça quando tiver feito isto e dê sugestões de como pode resolver a situação criada. Assuma suas atitudes e as consequências dela.

Não devemos nos recolher irados ao leito, a cada dia devemos resolver o que for surgindo, pois senão a conta de débito emocional irá aumentando e um dia você pode explodir.

Não se envolva em desentendimentos, é possível discordar de algo sem brigar, sem envolver-se emocionalmente com a situação. Alguns preferem ficar sem falar, usam o silêncio para ofender, outros respondem com raiva, outros resmungam, culpam ou criticam seu cônjuge. Estas atitudes apenas aumentarão o conflito, sem resolvê-lo.

Se alguém lhe fizer uma confissão, diga-lhe que o perdoa, e não traga mais este assunto à tona para seu cônjuge ou para quem quer que tenha lhe confessado. Devido a isto, procure falar sempre toda a verdade nestes momentos e o outro lado pergunte o que queira saber a mais do que foi falado, e depois encerrem o assunto.

Sempre que cometer um erro ou um pecado, confesse-o. Não procure guardar seu pecado confessando apenas a Deus e entendendo que está tudo resolvido. Não está, e cedo ou tarde poderá vir à tona de alguma forma, causando um problema maior.

Certa vez, Telma e eu atendemos um casal no grupo de Aliança, um dos cursos da Universidade da Família que ministramos. Ele cometera o pecado do adultério. Tinha confessado a ela e orado a respeito, mas o perdão não fora completo. Como resultado, o coração dela estava amargurado e estava vivendo sem desfrutar da alegria. Para resolver seria necessário voltar ao assunto para concluir o processo de cura.

Pois bem, a ferida estava tão doída que não quiseram voltar ao assunto para resolver e retirar a carga dos ombros. Chegaram a abandonar o curso, pois este levantaria muitas situações não resolvidas as quais não queriam mexer. Haviam estabelecido uma posição de tênue equilíbrio que os mantinha estáveis, mas que a qualquer problema surgido poderia fazer desabar toda a aparente harmonia existente entre eles.

Sobretudo escolha a melhor hora para falar. Quando aconselhamos casais que estão em conflito sério, esta é uma das primeiras medidas que devem considerar. Mesmo que haja um pecado a ser confessado, primeiro confesse a Deus e em seguida peça-lhe que prepare o coração do seu cônjuge para receber esta informação e, quando surgir o momento, faça o que deve ser feito, com amor, humildade e um coração arrependido.

Certo casal que orientamos viveu esta situação e ele passou a orar pelo melhor momento de confessar seu pecado à sua esposa. No final do ano, viajaram de férias para a casa dos parentes em outro estado, e tudo corria bem, até que após o Espírito Santo falar com a sua esposa, ela entendeu toda a situação e veio até ele dizendo o que já sabia e então foi o momento dele confessar e acontecer o perdão entre eles.

Foi dolorido, mas extremamente saudável. Hoje aquela família está plenamente restaurada e em harmonia.

Mas lembre-se, não importa o que será falado, o amor sempre deve estar presente, senão a melhor das notícias pode se tornar algo duro.

PARA EXERCITAR COM SEU CÔNJUGE

  • Como tenho agido em relação aos conflitos?
  • Tenho sido transparente com meu cônjuge?

“Pai celestial, ensina-me a agir da maneira correta frente aos conflitos. Que eu seja um agente de paz e harmonia nos meus relacionamentos. Amém!”

Luis Antonio Luize