Mário Fernandez

Novidade de Vida – Prática

“O que furtava não furte mais; antes trabalhe, fazendo algo de útil com as mãos, para que tenha o que repartir com quem estiver em necessidade.” (Efésios 4:28)

Praticar é simplesmente parar de falar e fazer. Simples assim, direto assim, claro assim. Eu estou injuriado, indignado, perplexo, embasbacado – sei lá que palavra eu uso! Vejo dezenas de pessoas dentro das igrejas, na minha e nas outras, cuja vida prática no cotidiano é uma e no domingo no culto é outra. Parece uma esquizofrenia espiritual. Durante a semana é bronca, é briga, é palavrão, é picaretagem, é uma lavoura de pequenas iniquidades que testificam de uma velha vida podre, nojenta e fétida. Não me refiro a escândalos, me refiro ao pequeno, aquilo que está entre mim e Deus muitas vezes – como se fizesse diferença ser pequeno.

Peguei pesado?

Foi intencional. As pessoas perderam a noção de mudança, acham que podem ser o que quiserem do modo que quiserem, e Deus vai simplesmente aceitar, vai abençoar, vai deixar tudo por isso mesmo, afinal elas são de Jesus. Pois eu temo pela vida eterna de alguns, os frutos estão denunciando árvores muito, mas muito, diferentes da propaganda.

Se é para ser santo, temos de viver em santidade, não apenas experimentar a santidade. Se é para ser de Deus, temos de ser totalmente Dele. Se é para ir para o Reino, a mudança tem de ser total ou como dizemos na minha terra “de mala e cuia”. Chega de olhar para o pecado como algo normal e tolerável. Basta de uma vidinha. É chegado o tempo de olhar para versículos como este com olhos de quem quer de fato e verdadeiramente novidades de vida. O que furtava, nunca mais furte. É esta a interpretação, não tem nada complicado, não tem que fazer doutorado em nada, não precisa nem de professor. É só parar de pegar o que não é seu!!!

Fazer diferente é a única forma de viver diferente. Eu estou completamente convencido de que este povo que aí está não influencia a sociedade, nem provoca um verdadeiro tsunami de conversões ao Reino de Deus, porque leva uma vidinha mediana, e sinceramente, para ser mediano o mundo é melhor. O Reino de Deus é para quem quer mais, para quem quer ir além, para que não quer ser encontrado na média, para quem sabe que tem algo mais e algo maior. Quem compraria um carro do ano 1980 pagando mais caro que um igual zero km? Meu querido, sua vida eterna é problema só seu. Só estou dizendo que se isso não derramar de dentro para fora tem algo errado, tem algo faltando e só vai piorar. Sozinho nada se conserta.

Uma vida nova, marcada por novidades espirituais, vai vencer os desafios e vai viver diferente. Vai olhar para as práticas renegadas da carne e vai abandoná-las de uma vez – sejam coisas sérias (roubo, assassinato, adultério, feitiçaria, idolatria) ou sejam coisas mais leves (orgulho, avareza, gula, preguiça).

É tempo de subirmos de nível. Deixar de lado as práticas medíocres que sempre deram resultados medíocres. É tempo de se ocupar das coisas do Reino de Deus e lutar para vencer e não apenas para o tempo passar até que Jesus venha.

Meu querido, sinta-se desafiado e olhar para sua vida e trocar as práticas por outras. Deus te guiará, esteja certo.

“Senhor, me mostra o que devo abandonar e qual é o caminho que devo seguir. Estou cansado de me arrastar, é meu tempo de voar. Me leva além dos meus próprios limites naturais.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Liderando Com o Coração – Estratégia da Cooperação

“Junto a ele edificaram os homens de Jericó… Ao seu lado… Junto deles… Junto a estes… A outra parte… Depois dele…” (Neemias 3:1-32)

Este capítulo de Neemias poderia ser chamado de capítulo da cooperação ou capítulo da delegação, pois exemplifica perfeitamente uma das capacidades mais importantes que um líder deve ter: a de organizar o trabalho, distribuir as tarefas e delegar as responsabilidades.

Esse, na verdade, foi o segredo para o trabalho ter sido feito em tão pouco tempo. Neemias dividiu os muros da cidade em setores e as famílias se tornaram responsáveis pela reconstrução dos setores próximos de onde moravam. Alguns grupos de fora de Jerusalém também são mencionados.

A rapidez da reconstrução dos muros era um fator primordial, pois Neemias sabia que quanto mais demorasse mais sujeito eles estariam aos ataques que os adversários sempre ameaçavam. Ele sabia também que a demora traria desânimo àqueles que se engajaram voluntariamente no trabalho. Assim a estratégia divisão do trabalho provou-se efetiva.

Vejamos alguns efeitos desta estratégia:

1. Cada grupo ficou responsável por uma parte que, comparada à extensão total do muro, era considerada pequena. Isso fez com que a tarefa se tornasse possível aos seus olhos. Nada tira mais o ânimo de uma equipe do que começar uma tarefa com a certeza de que não serão capazes de realizar plenamente.

2. A distribuição de equipes por toda a extensão do muro fez com que ele fosse reconstruído por inteiro, garantindo a segurança da cidade. Se Neemias concentrasse os esforços em áreas específicas e levantasse o muro todo um setor de cada vez, ele estaria deixando as áreas não trabalhadas sujeitas à invasão dos inimigos. Fazendo assim, ele garantiu que a cidade toda estava sob vigilância.

3. Cada equipe que conseguia terminar a sua parte do trabalho passava a apoiar as equipes restantes, ajudando-as a terminar a sua parte mais rapidamente.

Com essa estratégia de construção, Neemias conseguiu edificar o muro em toda sua extensão simultaneamente, sem sobrecarregar demasiadamente cada equipe, mantendo o moral elevado por verem a cada dia o resultado coletivo do seu trabalho.

Essa estratégia de Neemias foi ótima para este propósito. Será que ela é apropriada para todo esforço coletivo que fizermos?

Não.

Neemias orou e planejou a sua estratégia conforme a sua necessidade. Já o meu projeto ou o seu projeto podem ter necessidades totalmente diferentes. Precisamos ter a consciência de que a estratégia tem que ser adequada para cada desafio.

No entanto, os princípios de como conduzir as pessoas são universais, não importa a estratégia escolhida eles permanecem os mesmos.

“Senhor, ajuda-me a buscar em ti a estratégia correta para desafio que me colocas para enfrentar. Eu sei que com a tua direção os nossos planos terão sucesso.”

Vinicios Torres

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Demonstre Afeto

“Em tudo seja você mesmo um exemplo para eles, fazendo boas obras. Em seu ensino, mostre integridade e seriedade; use linguagem sadia, contra a qual nada se possa dizer, para que aqueles que se lhe opõem fiquem envergonhados por não terem nada de mal para dizer a nosso respeito.”
(Tito 2:7-8)

Os pais precisam se amar e permitir que seus filhos vejam as expressões de afeto entre eles. Alguns de nós pensamos que isto não é necessário, mas digo a vocês que é muito importante.

Certo dia nós estávamos querendo colocá-los na cama mais cedo para ter um tempo para nós. Então, preparamos o jantar mais cedo, banho nas crianças e cama. Durante o jantar um deles, que tinha assistido o canal sobre vida animal naquele dia, vira pra gente e trava o seguinte diálogo:

— Por que vocês querem que a gente durma cedo hoje?

E antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ele completa num tom de quem compreendeu tudo:

— Ah! Hoje é a noite do acasalamento papai?

Foi uma risada só!

Este mesmo filho, quando estava por volta dos 12 anos, passou por uma situação bastante complicada com seus amigos, e nós não sabíamos.

Seus amigos, que não eram cristãos, estavam tendo problemas em casa. A maioria deles estava com os pais se separando. Conversavam no colégio e ele estava esperando o momento que isto aconteceria em casa, mas não nos falava nada, mas no seu coração estava passando por um temor muito grande que isto fosse acontecer conosco.

Depois de muitos anos é que ele nos contou o que fazia. Quando nós os colocávamos na cama e orávamos com cada um, ele fingia dormir, mas estava acordado. Quando nós entravamos no quarto, ele ia até à porta e ficava ouvindo o que estávamos falando e fazendo.

Para ele, se houvesse sinal de que estávamos nos relacionando, significava que nós nos amávamos e que não haveria separação.

Algo que deve ser tão corriqueiro na vida conjugal e que foi de extrema valia para a construção da personalidade dele. Muitos casais, ficam tão preocupados nesta hora, pensando que qualquer barulho por menor que seja é ruim, quando na verdade pode ser muito importante para nossos filhos.

Outros casais passam muito tempo sem se relacionar fisicamente, o que acaba sendo ruim para eles, e se é ruim para eles imagine para o lar como um todo. Outros não demonstram carinho e afeto um pelo outro e desejam que os filhos sejam carinhosos e afetuosos. Tudo que é normal no lar será seguido pelos nossos filhos no seu futuro lar, pois estes aprendem em casa como é uma família abençoada.

Há algum tempo, quando celebramos Bodas de Prata, um de nossos filhos quebrou todo o protocolo e fez questão de falar a respeito de nós a todos os presentes. Ali, brotou do seu coração aquilo que aprendeu em casa e pôde falar do exemplo que temos sido para ele e como isto marcou sua vida até aquele momento.

Falando de demonstrar cuidado e amor, sempre que possível levo uma xícara de café na cama para a Telma, e um dia destes eu vi como é que se faz um desenho no café e dei um jeitinho de fazer um coração no café que entreguei para ela na cama.

Nosso filho mais novo que já tinha acordado e estava na cama esperando achou o máximo. Não sossegou enquanto não expliquei como se fazia o desenho.

Poucos dias depois acabei viajando e sempre que viajo peço ao mais novo que cuide da mamãe e da casa, pois é o homem da casa enquanto estou fora.

Na manhã seguinte não deu outra, ele foi até a cozinha, fez um café para a mamãe e desenhou um coração, do jeito que ele aprendeu. Nem preciso dizer que a mamãe ficou maravilhada com o carinho do filho.

Não disse a ele que fizesse isto, mas ele viu minha demonstração de carinho pela mãe e foi fazer a mesma coisa para ela.

“Senhor Jesus, que eu possa ser um exemplo a ser seguido, assim como você é. Que seu amor possa inundar meu coração a ponto de eu amar aos que estão à minha volta da maneira como convém. Que minhas atitudes sejam sempre agradáveis para com meu cônjuge e para com nossos filhos. Amém!”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Novidade de Vida – Alegria

“Mesmo não florescendo a figueira, não havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos, ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação.” (Habacuque 3:17-18)

Eu nunca tinha pensado neste texto desta forma. Para mim sempre pareceu poético, distante, meio coisa de filme. Uma hipótese, uma condição sugestiva, uma estorinha.

A figueira representa a honra, a paz, a prosperidade. Quando a minha figueira secou e o sossego se dissipou, entendi.

As uvas representam o vinho, a celebração, a festividade, a alegria em si. Quando as minhas uvas acabaram e a festa cessou, eu entendi.

As olivas (azeitonas) representam o óleo, a unção, o ministério, o serviço no Reino, os dons. Quando as olivas acabaram, eu entendi. Glória a Deus que sobrou azeite estocado…

O alimento nos campos ou lavouras é fácil de compreender, embora, eu admito, nunca tenha passado fome, comi o último disso e daquilo várias vezes. Quando a minha despensa esvaziou de vez, eu entendi.

As ovelhas são símbolo de amigos, gente para cuidar, relacionamentos, sociedade, família. Quando me vi só, entendi.

Os bois ou bezerros representam a fartura, a carne abundante, a prosperidade, abundância, o churrasco, até mesmo o luxo. Quando os meus bois acabaram eu entendi.

Vivo dias de Habacuque, meu irmão. O que era fácil se tornou difícil, o abundante ficou escasso e o sossegado está tumultuado. Pouco ou nada resta no devido lugar para servir de referência ou ponto de apoio. Poucos dos “companheiros” suportaram a luta quando a coisa ficou feia. Só que nos meus dias de Habacuque, não tem “ainda que” pois é real.

Este ano tem sido curioso. O faturamento não caiu mas a inadimplência tem nos maltratado tanto que falta dinheiro quase o tempo todo e fica difícil conduzir as coisas. A saúde na família foi abalada em múltiplas frentes e quase não se dá conta de atender. O cansaço e o enfado são tão extremos que parece que noite alguma é longa o bastante para se recompor. Parece propaganda de filme de fim do mundo? Não, é um relato real.

MAS – nas madrugadas mal dormidas o Senhor nos visita. Nas contas bancárias minguadas a multiplicação acontece. Nas despensas fazendo eco o rendimento sobe. Na angústia o clamor é ouvido, o choro faz sentido e o incenso sobe como um foguete. Na agonia um ombro amigo aparece.

Permita a este quarentão um conselho, seja você meu querido mais moço ou mais experiente – aprenda a alegrar-se no Deus da sua Salvação enquanto se pode dizer “ainda que”. Eu o fiz, e agora o faço, por mais que tudo vá mal no conceito humano. Os dias escuros passarão, as dificuldades serão contornadas, o suprimento virá, a enfermidade será derrotada.

O que não vai mudar?

O que não pode mudar é meu coração agradecido ao Deus que me salvou quando eu merecia morrer. Deus não muda, eu não posso mudar. Se hoje perder tudo que “tenho” foi Ele que me deu, desfrutei mais do que merecia, sou grato. O conceito de alegria estava podre, o Senhor precisou repará-lo.

Deixo aqui meu recado para ser ouvido no céu, na terra e debaixo da Terra: louvado seja o Senhor, Deus Eterno, meu Salvador, cuja majestade é para sempre. Aleluia.

Isso meu querido, é novidade. Novidade de Vida…

“Senhor, em meio a tudo que o Senhor nos escolheu para nos provar, me ajuda a encontrar palavras de júbilo pois a vitória é certa e há sim motivos de alegria. Grande é o Senhor, totalmente digno de ser louvado.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Liderando Com o Coração – Consagrando o Projeto a Deus

“Então se dispôs Eliasibe, o sumo sacerdote, com os sacerdotes, seus irmãos, e reedificaram a Porta das Ovelhas; consagraram-na, assentaram-lhe as portas e continuaram a reconstrução até a Torre dos Cem e à Torre de Hananel.” (Neemias 3:1)

Após o desafio de Neemias, ele registra que os primeiros a se engajarem na tarefa foram o sumo sacerdote e os seus companheiros de ministério, os sacerdotes. O texto diz que eles reconstruíram os muros que davam sustentação à Porta das Ovelhas. Quando você lê sobre portas de cidade na Bíblia, tenha em mente que são grandes portões e não portas como as de nossas casas hoje. Ou seja, era um trabalho grande e pesado.

Então eles fazem algo muito interessante: assim que acabaram de construir a parte do muro com a abertura para a instalação das portas eles a consagram.

Consagrar é dedicar à santidade, separar para o propósito de servir a Deus. Este foi o primeiro esforço da reconstrução e ele foi dedicado a Deus. Com isso, Neemias e os sacerdotes estavam praticando o mandamento de oferecer as primícias, os primeiros frutos da sua colheita ou os primeiros resultados do seu trabalho (Deuteronômio 18:4; Provérbios 3:4).

Outro aspecto interessante é que a reconstrução começou por esta porta que era a porta usada para a entrada dos animais para o sacrifício no templo.

Estes dois aspectos demonstram a centralidade de Deus no projeto de Neemias pois começou pela porta que viabilizaria a restauração da comunhão do povo com Deus.

Não existe projeto (ou tarefa) pequeno demais que não deva ser consagrado ao Senhor. Tudo o que Ele colocar em seu coração para fazer deve ser colocado diante dele como oferta desde o seu início. O apóstolo Paulo reiterou esta ideia ao afirmar “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Colossenses 3:17)

É função do líder, dar o tom do projeto. Se ele entrega a Deus o projeto, os seguidores também o farão e terão uma atitude; se ele não o faz, os seguidores entenderão que o projeto é só dele e terão outra atitude.

Quando você começa um projeto você pensa nestes detalhes? Começa por aquilo que glorifica a Deus? Entrega o projeto, a sua execução e os resultados a Deus?

“Senhor, perdoa-me, pois no meu dia a dia eu faço as coisas como se não precisasse de Ti. Ajuda-me a compreender que fui criado para te glorificar.”

Vinicios Torres

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Identidade e Destino – Parte 2

“Em seguida o Diabo levou Jesus até Jerusalém, a cidade Santa, e o colocou no lugar mais alto do Templo. Então disse: Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui.” (Mateus 4:5, 6a)

Depois que aceitei a Cristo como meu Salvador e Senhor, Deus Pai passou a ser quem preencheu todos os vazios que existiam em mim. A tal ponto, que certo dia, quando já estava noivo e indo arrumar a casa onde iríamos morar, cheguei certa vez sozinho lá e enquanto esperava a Telma que estava com a chave, fiquei contemplando a casa pela frente e comecei a imaginar como seria a vida de casado.

Foi neste momento que ouvi uma voz muito forte me falando:

— A partir do dia em que você casar eu o terei como homem adulto! Como adulto e esposo você terá responsabilidades. Terá que amar sua esposa e filhos. Terá deveres de homem adulto, como pagar as contas da casa e honrar seus compromissos. Algumas vezes terá dificuldades, mas eu estarei contigo em cada situação, te apoiando!

Queridos, esta palavra que ouvi foi muito forte para mim. O Pai Celestial, que nos ama com amor infinito, estava se importando comigo, com meus sentimentos, ensinando meus deveres e sobretudo afirmando que estava comigo em todas as situações. Era tudo que eu precisava naquele momento.

Tive a alegria de ser afirmado em minha identidade e destino por Ele. Depois disto nunca senti dúvidas de quem eu era. Tanto é que a Telma e eu decidimos afirmar a identidade e destino de nossos filhos entre 12 e 15 anos, conforme o coração de cada um deles.

Foi interessante a forma como os amigos de nossos filhos foram impactados por isto. Alguns diziam a eles:

— Mas daí você vai ser um adulto e não vai mais jogar bola com a gente?
— Não vai mais conviver conosco?
— Agora vai ficar junto dos adultos?

Este questionamento os fez amadurecer. Fizemos então uma cerimônia para cada um deles. Para a filha mais velha foi num clube social em que estiveram muitas pessoas presentes. Para os filhos homens fizemos no salão social da igreja que frequentamos, uma festa muito linda. A de um deles foi em estilo havaiano, porque ele curte surfar. Os amigos da igreja fizeram uma música instrumental linda e a decoração era com pranchas, coqueiros e muitas frutas tropicais para sobremesa. Para os meninos nós entregamos uma medalha com corrente e para a menina um anel com a data em que os abençoamos.

Em todos os casos nós fizemos um culto breve com algumas músicas de louvor e adoração, uma palavra sobre a importância dos pais abençoarem seus filhos e reunimos as crianças e jovens de um lado e do outro as pessoas que cada um deles considerava como adulto e como referências para suas vidas.

Em seguida, eles saiam de um lado e se deslocava para o outro lado, em direção aos adultos, à vista de todos, significando sua mudança de situação. É algo equivalente ao casamento, pois quando há a cerimônia, ninguém tem dúvidas de que casou. Eles não têm dúvidas de que são abençoados pelos pais.

Quando nosso primeiro filho decidiu se casar nós fizemos questão de sentar com ele para conversar sobre tudo que ele desejava. Expliquei todos os deveres do esposo para com sua esposa e acima de tudo lhe passei a confiança de que estava com ele apoiando em tudo, que se casar não significava sair da família e do apoio do pai, que ele não estava sendo abandonado à própria sorte.

Assim, para nós foi natural termos abençoado nosso filho durante a cerimônia de casamento da forma que explanei num artigo anterior. (A Fé Começa em Casa – Abençoando os Filhos)

“Senhor, firma meus passos e afirma minha identidade, para que possa criar filhos abençoados e de acordo com o teu propósito. Para isto eu perdoo meus pais por não terem tido este entendimento, também os perdoo por todos os sentimentos que isto despertou em mim até hoje, assim como os perdoo por todas as consequências sobre a minha vida. Usa-me como teu instrumento para transmitir a identidade e destino corretos aos meus filhos. Amém!”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Novidade de Vida – Sinais

“Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados.” (Marcos 16:17,18)

Independentemente de quais sejam, eu creio sinceramente que a igreja de Cristo, como grupo de almas regeneradas e comissionadas para anunciar a salvação a este mundo perdido, precisa manifestar sinais. Talvez a organização ou a denominação não o faça, mas a verdadeira igreja de Cristo tem de fazê-lo. Portanto meu querido, eu e você como tijolinhos que somos desta edificação, como membros deste corpo, como unidade integrante deste organismo – temos de manifestar na nossa vida sinais que evidenciam o Reino de Deus e o Deus do Reino.

Os sinais servem para sinalizar – por óbvio que soe. Cegos não podem ver sinais mas podem ouvi-los. Surdos não podem ouvi-los mas podem vê-los. Por isso há uma diversidade de sinais, pois há uma diversidade de necessitados que precisam encontrar formas de serem alcançados pelo Reino e pela Sua misericórdia. Há perdidos para serem alcançados e os sinais são ferramentas. Há salvos que precisam ser fortalecidos e edificados, para os quais os sinais farão sentido. O problema, no meu ponto de vista pessoal, é que em nome de não exagerarmos nós simplesmente nos omitimos. Eu tenho temor de Deus suficiente na minha vida para saber que qualquer fingimento ou abuso neste sentido vai ser cobrado e vai sair caro, mas eu temo pela negligência. Em nome de não ser espalhafatoso ou cinematográfico, em nome de não imitar grupos que valorizam em excesso os sinais, em nome disso e daquilo: simplesmente apagamos.

O Reino de Deus é sobrenatural, Deus é sobrenatural, o Espírito Santo é sobrenatural, então por que tudo tem que caber na minha cabeça? Serei eu, com minha “exuberante” racionalidade, que vou limitar o agir de Deus? Longe de mim, pelo menos falando “por mim”. Eu penso e penso muito, valorizo a razão, acho que as coisas desta vida tem mais é de fazer sentido sim – mas Deus está fora dessa conta, Ele é soberano e eu não sou! Portanto, se para ganhar uma alma eu preciso sair na rua piscando feito um vaga-lume, e tiver certeza de que isso é o que Deus quer, não me resta mais do que obedecer. Ter certeza é outra questão, mas tendo, se eu me intimidar estou pecando.

Os continuadores da obra de Jesus na Terra, habitualmente chamados de igreja primitiva, manifestaram quase ou todos estes sinais. Não me faz sentido querer ser igreja se não for para buscar os perdidos e os sinais de Deus (os de Deus) são ferramenta para isso. Não está certo nos contentarmos com pouco quando o assunto é abençoar e demonstrar o Deus a quem servimos. Beber veneno e pegar em serpente realmente é meio trágico, mas tem tanto enfermo para ser curado e muito demônio para ser destronado…

Temo que estejamos vivendo no excesso de conforto em prol de… nada! Vivemos no conforto só para ter conforto. Isso beira a idolatria do conforto. Não sou contra viver bem, mas precisamos dar sinais de quem somos e a que viemos a este mundo.

“Senhor, me perdoa por negligenciar os sinais do Senhor em minha vida. Ensina-me e ajuda-mw a manifestar aquilo que for legitimamente Teu em mim para que o mundo creia.”

Mário Fernandez

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Identidade e Destino – Parte 1

“Então o Diabo chegou perto dele e disse:— Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras virem pão.” (Mateus 4:3)

Todos nós ansiamos por descobrir quem somos e qual é o nosso lugar nesta vida. A primeira resposta que temos para “quem eu sou?” começa com a atribuição de gênero, ou seja, masculino e feminino. Mas até este aspecto da identidade está muito confuso atualmente.

Algumas pessoas passam a vida toda tentando “se descobrir”, procurando sua identidade, sem nunca ter certeza disto. Outro tanto anda confuso sobre a razão da sua existência, quem são e para onde vão.

Outros, andam pela vida toda sem se sentirem adultos, maduros. Sentem-se eternas crianças, adolescentes ou jovens. Nunca assumem suas responsabilidades, tomam uma postura descompromissada com a vida, com os estudos, com o cônjuge, com os filhos, com o casamento, com o trabalho, com a vida profissional, enfim, com tudo e com todos com o qual se relacionam.

A necessidade de saber quem somos e qual é a nossa missão na vida é crucial para sermos bem-sucedidos em nossos empreendimentos. É responsabilidade dos pais incutir em seus filhos este senso de identidade e de destino, mas sobretudo do pai, muito mais do que da mãe.

Ao lermos os evangelhos, nos deparamos com o batismo de Jesus. Ao ler esta passagem em Mateus 3, observará alguns fatos muito importantes.

Primeiro, apesar de Jesus ter convicção de que era o Filho de Deus, ainda não tinha recebido uma afirmação divina em relação a isto. Então, ao final do batismo, a pomba representando o Espírito Santo pousou sobre ele e uma voz foi ouvida dizendo:

— Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria!

Vejam que o próprio Deus confirma a identidade de Jesus e confirma que sua missão é de seu agrado, que ele fica feliz com o que ele faz.

Logo em seguida, Jesus vai para o deserto e lá é tentando 3 vezes pelo maligno justamente em relação à sua identidade e destino. Por estar firme por causa da afirmação do Seu Pai celestial, ele respondeu de maneira correta, venceu o maligno naquela oportunidade, cumpriu seu chamado e triunfou sobre todas as forças do mal.

Agora, vamos nos deter no aspecto da nossa relação com nosso pai. Quantos de nós gostaríamos de ter conhecido nosso pai. Muitos não tiveram este privilégio, outros, nunca receberam de seu pai uma palavra de afirmação.

Como ministro de libertação, tenho trabalhado com muitas vidas que carregam uma grande mágoa nos seus corações, pelo fato de nunca terem recebido uma palavra de afirmação dos seus pais.

Eles desejavam apenas que o pai dissesse:

— Eu te amo meu filho!

— Você é importante para mim!

— O teu comportamento me agrada!

Pelo fato de receberem apenas repreensão do seu pai, acabam por nutrir mágoas. Parece que fica faltando algo e resta uma dor no coração que não pode ser expressa, um desejo, uma necessidade não correspondida.

Muitas pessoas quando colocados em situações de pressão, em que sua identidade é questionada, assim como Jesus foi, acabam enveredando por situações que as tiram completamente do rumo que haviam traçado para suas vidas e que entendiam como certo.

Somente quando perdoam seus pais é que acabam sendo liberados para serem quem de fato são, porque a falta de perdão é como uma espécie de bola de ferro que prende nossos pés ao chão, impedindo-nos de caminhar.

Se não perdoamos, nosso coração fica preso naquelas situações que passam a nos atormentar. Gastando energia emocional e tempo com estas situações, não sobra muito para poder crescer na vida, para desfrutar de tudo que ela nos oferece e vivermos livres e em novidade de vida como nos assegura a Palavra de Deus.

Ao perdoarmos, aquela insegurança que parece tão nossa companheira, vai-se embora e fica a paz do Senhor em nossos corações.

Qual identidade e destino você recebeu do seu pai? O que você está transmitindo aos seus filhos?

“Senhor, eu manifesto minha vontade de perdoar meus pais por tudo que me fizeram que de alguma forma magoou meu coração. Eu os perdoo por estes atos, pelas emoções que despertaram em mim até o dia de hoje e pelas consequências disto na minha vida. Peço que o sangue do cordeiro seja derramado sobre estas situações trazendo luz e paz ao meu coração. Ensina-me a transmitir a identidade e destino aos meus filhos. Amém!”

Luis Antonio Luize