Mário Fernandez

Novidade de Vida – Saber Que Não Sabe

“Ao encontrar o homem de Deus no monte, ela se abraçou aos seus pés. Geazi veio para afastá-la, mas o homem de Deus lhe disse: ‘Deixe-a em paz! Ela está muito angustiada, mas o Senhor nada me revelou e escondeu de mim a razão de sua angústia'” (2 Reis 4:27-28)

Elias e Eliseu são dois personagens cuja vida me impressiona e a quem eu admiro muito. Esta cena na vida de Eliseu demonstra ao mesmo tempo dependência de Deus, humildade, bom senso, praticidade, espírito de liderança e discernimento. Mas, principalmente, me chama a atenção um fato nas entrelinhas – Eliseu poderia dizer o que ele pensava ou imaginava, mas preferiu apenas dizer que Deus nada lhe revelou. Isso, meus queridos, é sinal de temor de Deus e zelo pela Sua Palavra.

Falta muito disso em todos nós nesses dias em que vivemos, nos quais as pessoas querem ter a razão mesmo quando estão erradas e não apenas desvalorizam a Palavra de Deus como trabalham contra seus princípios. O próprio texto se refere a Elias como o homem de Deus, o que nos sugere que qualquer “chute” que ele quisesse dar seria bem-vindo de qualquer maneira – ele tinha autoridade.

Uma vida renovada por Jesus Cristo, a vida de uma pessoa que quer viver em novidade de vida, precisa ser assim marcada. Eu me arrependo de todas as vezes que tomei decisões passivas mesmo com “aquela voz” me dizendo que era o caminho errado. Por vezes aceitei entrar em situações que eu estava vendo que iam na direção errada. Outras vezes simplesmente decidi apressadamente e depois me arrependi. Eu preciso aprender esta lição urgentemente em minha vida. Se Deus não falou nada não devo ser eu que tenho a resposta, afinal quem sou eu?

Nas situações práticas do cotidiano, seria muito apropriado nós aprendermos a dar um passo para trás, mesmo que com isso perdêssemos algumas oportunidades ou alguns “lucros” a fim de nunca ir contra o que Deus deseja. Se Eliseu não sabia o que Deus queria fazer na vida daquela mulher, tendo em si porção dobrada do Espírito de Elias, imagine a quantidade de burradas que eu e você cometemos simplesmente na pressa. Leia com cuidado estes capítulos da Bíblia e veja o tanto de revelação e de profecia que estavam na vida de Eliseu.

O desafio para cada um de nós é pisar no freio e declarar explicitamente: “Deus ainda não me falou nada, preciso de mais tempo para orar e buscar Sua Face”. Não somos mal-intencionados, mas erramos ao apressar as decisões. Temos de reconhecer, em prol da renovação da nossa mente, quando não sabemos. Há poucos dias convidei uma pessoa para algo perfeitamente lícito e adequado, mas ele se recusou pois, ao orar, não sentiu paz. Me abençoou e me ligou a este versículo. Deus tenha misericórdia de nós, os apressadinhos.

“Senhor, me perdoe pelas vezes que tenho agido sem saber nada da Tua parte, sem ter revelação e sem ouvir a Tua voz. Fortalece-me para eu agir melhor.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Liderando Com o Coração – Lidando com a Honra

Davi expressou este forte desejo: “Quem me dera me trouxessem água da cisterna da porta de Belém!” Então aqueles três atravessaram o acampamento filisteu, tiraram água da cisterna e a trouxeram a Davi. Mas ele se recusou a beber; em vez disso, derramou-a como oferta ao Senhor e disse: “O Senhor me livre de beber desta água! Seria como beber o sangue dos que arriscaram a vida para trazê-la!” E Davi não bebeu daquela água. (2 Samuel 23:15-17)

Nossos tempos são estranhos. Muitas coisas boas estão sendo reveladas e ensinadas e o povo nunca teve tanta abundância de ensino à sua disposição. Ao mesmo tempo, mesmo o bom ensino pode ser mal usado e interpretado e o povo pode ser levado a fazer o que não deveria.

A Bíblia é clara em ensinar que devemos honrar àqueles que merecem honra. Começa com um dos dez mandamentos, honrar aos pais, em Êxodo 20, e vai até o honrar ao rei em 1 Pedro 2:17. Em muitas passagens é ensinado que devemos demonstrar afeto, respeito, admiração e em algumas inclusive se ensina a fazer participantes das nossas bênçãos aqueles que têm nos abençoado com seu serviço, ensino, mentoria e liderança.

Esta é nossa parte, como liderados, ovelhas que são pastoreadas, membros de uma igreja ou associação. Devemos estar atentos a demonstrar a nossa gratidão para com aqueles que têm gastado seu tempo e energia para nos ajudar. O detalhe é que devemos esta honra não apenas aos líderes formais, mas a qualquer pessoa que tem feito diferença na nossa vida.

O outro lado, o do líder, deve ser avaliado com outro critério. O líder autêntico, aquele que é líder porque está a frente de uma missão e cujo objetivo é cumprir a visão que lhe foi dada, não procura por essa honra. Ele sabe que ela é secundária e consequência da sua liderança. Ele sabe que a honra não é o objetivo e que recebê-la durante a sua trajetória rumo ao alvo é apenas presente de Deus para animá-lo a prosseguir o caminho.

O líder de fato sabe que é merecedor de honra quando faz bem o seu trabalho, mas o líder de fato abre mão de receber essa honra em prol do melhor para si, para o projeto e, principalmente, para os membros da sua equipe. Isso mesmo, se for melhor para a equipe o líder abre mão de ser honrado por aqueles que devem fazê-lo. Cuidado aqui: estamos falando de honra, não respeito à posição e obediência à direção do projeto.

Davi nos dá lições profundas nesta passagem.

Primeiro, o episódio demonstra o quanto ele era amado pelos que o seguiam ao ponto de eles arriscarem a vida para satisfazer um desejo dele. Isso mostra que a liderança de Davi foi conquistada e não imposta.

Segundo, ele valorizou aos seus liderados considerando-se indigno de receber esta honra. Ao agir assim demonstrou que não se sentia superior aos seus valentes apesar de ser o seu líder.

Terceiro, ele valorizou profundamente o presente recebido transformando-o em uma oferta a Deus. Davi tinha consciência de que se devia oferecer a Deus apenas o melhor e, sabendo disso, seus liderados viram como ele valorizou o ato deles.

Em outros momentos Davi aceitou a honra que lhe foi oferecida, principalmente quando foi feito rei pelo povo. Mas esta honra já era esperada desde que fora ungido por Samuel na casa de pai muitos anos antes. Ele sabia que fora ungido para governar e estabelecer o reino conforme a direção de Deus. Esta honra tinha um propósito.

Muitos líderes de hoje estão correndo atrás de serem honrados e acabam por se tornar um peso para o seu povo que, além de contribuir para a obra de Deus, ainda tem de sustentar seus caprichos.

Sejamos nós exemplos de líderes que sabem direcionar a honra recebida para aquele que a merece: o nosso Senhor Jesus Cristo.

“Ó Deus maravilhoso, ajuda a nos contentarmos com aquilo que o Senhor nos permite receber e assim recebermos a honra de agradar.”

Vinicios Torres

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Celebre

“Comemorem esse dia como festa religiosa para lembrar que eu, o Senhor, fiz isso. Vocês e os seus descendentes devem comemorar a Festa da Páscoa para sempre.” (Êxodo 12:14)

A celebração é uma parte importante da vida que muitos de nós simplesmente deixamos de lado quando o assunto é família.

Fazemos celebrações em nossa atividade profissional quando atingimos determinado objetivo, como por exemplo o faturamento mensal desejado, ou o novo projeto passa a se tornar realidade e ser oferecido ao mercado.

Da mesma maneira, na maioria das igrejas sempre se comemoram as datas especiais. Muitas pessoas vão às igrejas nesta oportunidade, e sua celebração limita-se ao que é feito ali.

A minha família, durante muito tempo se reuniu para celebrar a amizade entre eles. Lembro-me bem de quando meus pais combinavam com seus irmãos de se reunirem na casa de um deles. Moravam cada um numa cidade, distante em torno de 90 quilômetros de distância, mas isto não impedia de se reunirem.

Para as crianças, como eu na época, era um momento especial. Reunir com os primos e primas, brincadeiras sem hora para acabar. Fuçar em tudo na garagem do tio Jurandir, subir nas árvores que haviam na casa dele e, principalmente, comer fruta-do-conde tirada do pé.

Não havia coisa melhor. Às vezes passávamos o dia lá, outras vezes dormíamos na casa dos parentes para mais um dia de brincadeiras.

No natal sempre havia uma reunião de família e troca de presentes. Momentos especiais. As crianças sempre recebiam muitos brinquedos, o que era uma festa para todos.

Meus pais sempre participaram, mas ao longo do tempo foram deixando de lado estas celebrações, que passaram a ser mais simples, sem aquele aspecto de data importante, apenas mais um almoço em família, sem grande significado.

Depois de uma década, algumas destas reuniões já não tinham o mesmo significado, tudo tinha ficado automático. Eu não tinha recebido para mim a importância de celebrar. Nos a perdemos no meio do caminho.

Quando conheci a Telma, percebi que sua família realizava celebrações com frequência. Isto a princípio foi difícil, pois eu achava que isto não era necessário, apenas mais uma data.

A Telma teve que se empenhar para que eu pudesse passar a entender a importância de celebrar em família e desde então temos sido quem tem mantido as celebrações, chamando e reunindo todos os familiares em muitas oportunidades.

Passamos a comemorar sempre que possível, reunindo nossos filhos, familiares, amigos nossos e de nossos filhos.

Na Páscoa, sempre ensinamos nossos filhos sobre o significado da festividade e os ovos de chocolate só eram entregues depois de uma brincadeira.

Com o tempo evoluímos a brincadeira e passamos a fazer charadas bíblicas para eles responderem, uma espécie de gincana bíblica. Cada charada respondida dava uma pista sobre onde estava escondido o próximo ovo de chocolate. Depois de um tempo, a festa era a gincana, os ovos eram apenas detalhe na nossa celebração. Ao acabar as perguntas bíblicas eles queriam mais, queriam continuar a brincadeira.

Quando começaram a namorar, levaram seus pares para participar junto e aprender mais da Palavra em nosso momento de celebração.

Estes momentos marcaram a vida deles, assim como eu fui marcado pelas reuniões de família na casa dos tios, que me deixou no meu coração uma bela recordação da família. De tudo que convivi com os familiares de meus pais, as celebrações ficaram para sempre em meu coração.

Celebração e vida é o que vai ficar da vida familiar, não importa a distância ou os acontecimentos. Celebre! Viva!

“Senhor Jesus, te dou graças pelo convívio familiar e pelas belas impressões marcadas em meu coração, enquanto peço que todas as impressões negativas sejam apagadas através do perdão. Que eu possa ser um pai/mãe que celebre com meus filhos os momentos importantes da vida. Ensina-me a ser um incentivador da vida e da alegria no lar. Amém!”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Novidade de Vida – Presenteado e Agradecido

“Descobri também que poder comer, beber e ser recompensado pelo seu trabalho, é um presente de Deus.” (Eclesiastes 3:13)

Eu tenho um perfil e uma herança cultural familiar de ser workaholic – o que trocando em miúdos significa que eu trabalho demais, exagero ou simplesmente não paro quando deveria. Em um acontecimento recente, que me levou a parar por um tempinho, percebi o quanto estava agindo errado e tive de me reavaliar. Mas isso me trouxe uma constatação igualmente triste.

A maioria das pessoas que conheço e convivo, não apenas na cidade onde eu moro mas também nos demais locais por onde ando, se destaca justamente pelo contrário. A bênção de trabalhar foi trocada pela comodidade de ter uma rendinha qualquer, um bolsa-qualquer-coisa ou simplesmente uma letargia econômica absurda. Trabalhar e ser recompensado, diz o versículo, é presente de Deus, é benção, é dádiva.

O meio termo saudável e abençoado é estabelecer uma carga de trabalho compatível com sua capacidade e vigor, dentro de suas aptidões e (se for o caso) formação/estudo de um modo tal que sobre tempo e energia para comer e beber como resultado desse trabalho. É preciso colocar o trabalho no seu devido lugar, tanto eu como os do extremo oposto.

Atentemos ao que a Bíblia nos ensina sobre isso de modo bem tranquilo e veremos que não é preciso nem uma pesquisa muito profunda para vermos que trabalhar é preciso, é necessário, é bênção, é uma recomendação bíblica, mas pode se tornar uma maldição. Como sempre, equilíbrio é essencial.

Como sinal de novidade de vida, devemos demonstrar a gratidão pelo que o Senhor nos tem dado, inclusive o trabalho. Sou grato por que o que como é resultado de trabalho dado pelo Senhor. Sou grato por que o que bebo é resultado de trabalho dado pelo Senhor. Comer e beber é o mínimo, até mesmo em termos de sobrevivência, por isso uma vida renovada tem gratidão por que sobrevive por conta da bênção de Deus.

Igualmente não é errado acumular patrimônio e ter os objetos (lícitos é claro) que sejam comprados como resultado de seu trabalho. Não é a maior prioridade mas é presente de Deus e merece gratidão.

Vamos olhar para o trabalho e para sua recompensa como algo de Deus e para nós. Gratidão por Ele nos ter dado, sabedoria para usar o que Ele nos dá, equilíbrio para viver como Ele deseja, moderação para desfrutar da recompensa Dele.

É um desafio, meu querido, que temo a maioria de nós não vai conseguir. Mas eu vou tentar.

“Senhor, me perdoa pelo desequilíbrio no meu esforço de trabalhar, seja para mais ou para menos. Ensina-me e me acalma para que eu seja o trabalhador que o Senhor espera de mim.”

Mário Fernandez

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Fortaleça Sua Identidade

“Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele.” (Provérbios 22:6)

Certo dia meu irmão e eu resolvemos construir um carrinho de madeira. Tínhamos por volta de 13 anos e éramos muito garotos ainda, vivendo numa cidade do interior do estado.

O carrinho tinha uns pedaços de madeira fincados no chão como se fossem pedais do carro, um pedaço de madeira mais comprido também fincado no chão com uma tampa de lata de cera pregada na outra ponta, que era nossa direção. Tinha até um freio de mão e um banquinho para sentar.

Brincamos de maneira muito divertida naquela tarde, nós dois rimos bastante na nossa viagem imaginária por muitos lugares.

À tardinha, ainda estava claro, devia ser verão, meu pai chegou do trabalho e nos viu brincando e perguntou:

— O que é isto?

— É nosso carro! Falamos a ele.

— E vocês sabem dirigir? Ele perguntou.

— Claro que sabemos, olha só! Dissemos e um de nós sentou no banquinho e começou a dirigir o carro de brinquedo.

— Para que servem os pedais? Meu pai nos perguntava.

E assim fomos explicando a ele como se fazia para dirigir. Meu pai sempre dirigiu muito bem e me orgulhava da forma como sempre nos levava em segurança a todos os lugares.

Lembro-me de certo dia que estávamos viajando à noite numa estrada muito escura e, de repente, vimos um ônibus parado meio no acostamento meio na estrada sem iluminação e sem sinalização. O pneu do ônibus tinha furado, havia sido retirado e estava no meio da pista de forma muito perigosa. Nosso carro bateria naquele imenso pneu se não fosse a manobra de meu pai, que conseguiu virar a direção, desviar do pneu e continuar sem nos acidentarmos, o que poderia ter causado sérias consequências a nós todos. Restou um para-lama amassado no fusquinha, mas estávamos muito bem, graças a Deus e à perícia do meu pai.

Bem, depois que lhe explicamos sobre como dirigir nosso carro de madeira, ele perguntou se nós sabíamos dirigir um carro de verdade, e a gente falou que não sabia.

Imediatamente ele disse:

— Vou ensinar vocês a dirigir.

Meu irmão e eu ficamos sem saber o que dizer, mas superanimados com a ideia de aprender a dirigir. Nos próximos finais de semana ele nos levou a um loteamento novo em que quase não haviam casas, com ruas de terra onde poderíamos dirigir sem perigo.

Alguns anos depois ele nos levava em algumas viagens curtas pelas cidades do interior e quando chegava a estradas de terra ele nos deixava dirigir o carro. Um levava o carro e outro trazia, sempre nos locais em que não havia movimento.

Certo dia, eu estava dirigindo numa destas estradas e um ou dois dias antes tinha chovido muito. Em alguns locais se formaram poças de água, que ao passar os caminhões pesados formaram trilhos altos.

Na minha inexperiência na direção, quando cheguei ao local entrei com o carro e coloquei as rodas nas valetas e o fundo do carro bateu no barro duro, fazendo-me perder a direção do carro. No desespero mexi na direção e quando o carro saiu da valeta, com a força que havia adquirido subiu no morro de terra que estava ao lado da estrada.

Meu pai num reflexo rápido colocou a mão na direção e levou o carro para a estrada novamente.

Eu fiquei em estado de choque. Para mim havia acabado ali a minha aventura na direção, pois eu me encontrava arrasado, me sentindo muito mal e esperava a bronca que viria em seguida. Então eu disse:

— Pai, pegue a direção, eu não vou dirigir mais.

Então ele me disse algo surpreendente:

— Luis Antonio, o combinado é você levar o carro até tal ponto da estrada. Engate a primeira e vamos seguir.

Eu não podia acreditar no que ele havia dito. Eu tinha errado e na minha concepção devia ser repreendido, mas ele não fez isto. Ele me deu segurança.

Hoje me lembro daquele dia como uma lição aprendida com amor e não ficou nenhum temor em relação ao que aconteceu, a não ser uma doce lembrança de meu pai me ensinando a ser um homem que não abandona sua missão ao ter problemas, mas enfrenta a situação e resolve-a.

“Senhor Jesus, te dou graças pelo meu pai e pela maneira que o Senhor o usou para me ensinar muitas verdades e princípios os quais me são úteis até hoje. Que eu possa ser sábio ao ensinar meus filhos para que possa marcá-los com boas atitudes, reforçando sua autoimagem e identidade. Amém!”

Luis Antonio Luize

Mário Fernandez

Novidade de Vida – Espirito Diferente

“o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês.” (João 14:17 )

Uma expressão popular muito usada é “o espírito da coisa” – eu nem sei qual é a coisa, mas se a coisa tem espírito é por que não é qualquer coisa. Quando alguém está dominado ou possuído por um demônio o termo bíblico é justamente “espírito imundo”. Esse versículo nos fala de um Espírito diferente, que não encaixa nesse mundo, não pode ser recebido por ele, nem pode ser visto por ele e nem é conhecido dele.

Estou convicto na minha meditação de que há alguma espécie de compatibilidade espiritual necessária, não apenas por conta deste versículo como de outros tantos, inclusive me levando a crer numa forte relação entre isso e alguns eventos do tipo causa-e-efeito. Pensemos juntos nesse tema com bastante calma.

Quando eu ando bem com Deus, me dedico mais a orar e meditar nas Escrituras, a me afastar das tentações e me esforçar por santidade, eu ajo de uma forma. Quando me descuido, me pego agindo de outra forma e preciso corrigir o curso. Já o mundo não o pode receber e por isso caminha a passos largos no que se pode simplesmente resumir como “de mal a pior”. Ou seja, posso compreender e deduzir que o Espírito é a causa que traz ou promove os efeitos. Aqui, meu querido leitor, temos de colocar nosso ponto.

Uma vida renovada, com novidade focada em Cristo, é uma vida regida e dirigida pelo Espírito de Cristo, não tem como ser de outra forma. E sendo assim, só pode produzir os efeitos em atos e reações que sejam no padrão de Cristo. Temos portanto mais do que um desafio uma obrigação de agir e reagir de modo apropriado.

Não podemos mais admitir que entre nós, servos do Altíssimo, haja os que murmuram (como estilo de conversa), os que mentem (da forma que for), os que burlam as regras (todas elas), os que menosprezam os pobres e desprotegidos, os que são indiferentes às missões, os que não sentem nada pelos perdidos, os que falam o que não convém ouvir, os que são avarentos, os que …

Não creio que seja questão de juízo mas sim de definição – se eu quero ir para o norte não tem sentido caminhar para o sul. Se quero ser como Cristo só posso fazer uma coisa: a mesma que ele faria na minha situação. Simples não é mesmo? Mas nada fácil de ser executado no mundo em que vivemos. Somente tendo uma mente renovada e habitada (para não dizer dominada) pelo Espírito que o mundo nem pode receber.

Sejamos nós os que buscam intensamente uma vida diferente, que evidencia Aquele que está conosco e habita em nós. Sejamos nós os primeiros (tomara mesmo) a começar mudança de atitudes e reações pelas pequenas iniquidades, para vencer talvez de pouco em pouco até alcançar um patamar mais “impressionante”. Ou isso, ou continuaremos sendo confundidos com os que perambulam por este imenso planeta apenas respirando e sem conhecer tal Espírito da Verdade.

“Senhor, não me permita ser apenas mais uma na multidão, provavelmente solitário em meio a tantas pessoas. Me ajuda a pensar e agir diferente, um pequeno passo de cada vez.”

Mário Fernandez

Vinicios Torres

Liderando Com o Coração – Mantendo o Fidelidade ao Caminho

“Lembra-te de mim também por isso, ó meu Deus, e tem misericórdia de mim conforme o teu grande amor.” (Neemias 13:22b)

No último capítulo do seu livro, Neemias faz duas vezes este pedido para Deus se lembrar dele pelas obras que ele fez e por ter levado o povo a fazer o que era certo. Gostaria que você lesse o capítulo todo e percebesse um princípio que aparece nele.

Após a reconstrução milagrosa dos muros e de suas portas, Neemias restabeleceu as funções sacerdotais no templo e repovoou a cidade. Deixou pessoas responsáveis e instruções sobre como deveriam proceder e voltou para a corte para continuar a servir ao rei. Anos depois ele pede novamente ao rei permissão para voltar.

Quando chega em Jerusalém, descobre que vários aspectos da vida do povo estava diferente daquilo que havia sido proposto. Havia conivência com o pecado, uso inadequado dos recursos da Casa de Deus e o povo falhava em sustentar os sacerdotes e o serviço do templo. Assim que constata estes problemas ele ataca cada um deles, admoestando o povo a voltar à fidelidade e afastando aqueles que não deviam estar lá.

Pergunta-se por que o povo fez isso? Por que ele se desviou do caminho traçado e deixou de fazer o combinado?

Esta é uma das consequências da ausência do líder da visão. A partir do momento que Neemias voltou para a corte, sua constante ênfase na fidelidade e na obediência a Deus e Sua Palavra foi se desvanecendo e acabou substituída por práticas mais convenientes ao momento e aos interesses pessoais. A paixão de Neemias não se repetiu nos corações dos que ficaram. Pelo texto, depreende-se que o povo não voltou totalmente ao que era antes, mas muitas coisas foram comprometidas.

Todo líder deve ter consciência que, por mais que sua visão seja ardente e sua ação impactante, nunca conseguirá imprimi-la da mesma maneira nos corações daqueles que o seguem. Por isso, ele deve estar estar ciente que sem a sua constante repetição da visão e constante supervisão e correção das ações a tendência é o desvio de rota.

Você pode perceber isso em muitas organizações que foram iniciadas e enquanto seus fundadores estiveram à frente elas se mantiveram no caminho, mas assim que eles a deixam ou morrem, essas organizações perdem a efetividade ou enfrentam problemas para redefinir a sua visão de acordo com aqueles que a lideram agora.

Uma maneira de minimizar este efeito é a preparação de um sucessor que assuma a obra, assim como fez Moisés com Josué. Josué andou e aprendeu com Moisés, recebeu a visão e assumiu como sua. Quando chegou o momento ele estava preparado para continuar a missão com o mesma visão e o mesmo espírito.

Se você está a frente de um grupo, entenda que é sua tarefa como líder estar continuamente relembrando a visão, enfatizando as boas práticas, treinando os seus seguidores e preparando sucessores.

Se descuidar disso, corre o perigo de ver sua obra perder a eficácia pelos desvios cada um que participa dela lhe acrescentar.

“Senhor Jesus, ajuda-me a ser fiel em ensinar continuamente os que me seguem a serem como Tu és, assim agirem com Tu ages, e a te desejarem com eu Te anelo.”

Vinicios Torres

Luis Antonio Luize

A Fé Começa em Casa – Fale de Vida

“O que você diz pode salvar ou destruir uma vida; portanto, use bem as suas palavras e você será recompensado.” (Provérbios 18:21)

Muito cedo em nosso casamento fomos orientados e aprendemos que na nossa língua está o poder do bem e do mal. O verso acima nos deixa claro que assim é.

No dia a dia estamos envolvidos em tantas atividades com tanta gente que nos esquecemos disto. Nos encontramos com alguém e, muitas vezes, devido ao comportamento desta pessoa, proferimos palavras desagradáveis que causam mal-estar.

Temos, minha esposa e eu, ministrado muitas pessoas que passaram por situações difíceis em suas vidas, seja na infância seja já adultos.

É muito comum que estas pessoas tenham guardado mágoas e rancores de seus pais, mais comumente do seu pai, por este nunca ter lhe dirigido uma palavra de encorajamento ou de afirmação.

Alguns gastam muito de suas vidas querendo receber aprovação do mundo e das pessoas à sua volta procurando preencher o espaço que deveria ter sido ocupado pelas palavras de um pai que reconhece seu filho.

Recentemente, soube do caso de um pai que, sendo muito ativo na igreja, com formação secular e teológica, que quando seu filho em torno dos 20 anos lhe disse seu sonho de trabalhar como missionário em outro país, recebeu como palavra algo como:

— Você? Você não é nada! Como é que você vai conseguir fazer isto?

Outros pais e mães só sabem lançar maldições sobre seus filhos, tais como:

— Você é um pestinha!

— Você é um endiabrado mesmo!

— Você é um problema!

— Você não foi desejado, veio por acaso.

— Eu não queria você!

— Você não presta mesmo!

É muito triste saber de situações como estas. Sei que muita gente passou por isto na vida. Mesmo que, depois, seu pai tenha lhe pedido perdão, fica claro o coração de um pai amargurado e descontente com sua própria realização de vida e que está reproduzindo o ciclo da ferida no coração do seu filho, o qual tratarei nos próximos artigos.

Nós como pais precisamos curar nossos corações para podermos agir com leveza, clareza e amor para com nossos filhos, evitando descarregar nossas frustrações, medos e anseios sobre eles. Se fazemos isto é porque vemos eles como nossa propriedade, o que pretensamente nos confere autoridade e achamos que podemos falar o que quisermos e eles devem simplesmente aguentar.

Mas não é assim que Deus planejou para os pais em relação aos filhos. Precisamos apoiar nossos filhos de maneira que a cada pequena vitória sejam estimulados a prosseguir na vida.

Nós sempre procuramos afirmar aos nossos filhos que os amamos, dizendo palavras de amor e demonstrando o afeto a eles.

Percebemos que quando fazemos isto eles passam a construir sua autoestima de maneira centrada em Cristo e correta do ponto de vista humano. Sempre que há algum tipo de dificuldade em casa com os filhos, normalmente é porque está faltando atenção e afirmação.

Não importa a idade, neste momento temos filhos entre 11 e 27 anos, o princípio é o mesmo, o que muda é que cada um está desenvolvendo e quanto precisam de apoio.

Afinal, eles nos veem como espelhos, referências, modelos a seguir. Se seus atos são discriminados ou rejeitados, pode significar a eles a incapacidade de atingir a maturidade tal como são seus pais. Por outro lado, se estimulados sentem-se firmes e entendem que estão se desenvolvendo para atingir posição equivalente a nossa.

Por isto, minha esposa e eu sempre procuramos ensiná-los sobre aquilo que aprendemos na vida, para que possam continuar do ponto em que estamos, assim eles crescerão muito mais do que nós, o que será um prêmio que conquistaremos ainda nesta vida se Deus o permitir.

“Senhor Jesus, quero pedir perdão a Ti por todas as vezes em que proferi palavras de morte aos meus filhos, cônjuge e àqueles à minha volta. Manifesto o desejo de mudar meu comportamento e tornar-me numa pessoa que edifica as pessoas ao meu redor. Assim, peço que Teu Espírito Santo me auxilie nesta caminhada de renovação da minha mente e das minhas atitudes. Amém!”

Luis Antonio Luize